Construímos para o futuro — nos países baixos
O DIA 5 de novembro de 1977 foi uma grande ocasião para a família de Betel na sede das Testemunhas de Jeová em Amsterdã. De todas as partes dos Países-Baixos (ou Holanda) veio um grupo extraordinário de Testemunhas de Jeová. Que espetáculo, de ver centenas de irmãos e irmãs grisalhos reunidos no Salão do Reino e na expedição ligada ao lar de Betel em Amsterdã! Por que tinham vindo?
A ocasião era a dedicação do novo anexo do lar de Betel. Todos os batizados antes de 1941 haviam sido convidados, porque aqueles irmãos mais idosos tinham sido o núcleo da congregação cristã nos Países-Baixos e tinham arcado com o grosso da obra da proclamação do Reino nos dias primitivos. Quão bom era olhar em volta e ver os rostos radiantes de todos esses idosos irmãos e irmãs! Alguns eram aleijados, uns poucos estavam em cadeiras de rodas, outros andavam encurvados por causa da idade, e muitos tinham de usar bengala — mas estavam presentes.
Ouça suas observações. “Irmãos, este é um grande dia para mim. Sabiam que, em 1940, eu era membro da família num dos primeiros lares de pioneiros em Leersum [Países-Baixos] e que, às vezes, só tínhamos dinheiro para comida depois de colocar algumas publicações?” “Eu fui ancião sob o arranjo antigo [quando os anciãos congregacionais eram escolhidos por eleição]. Daí, quando todos esses ‘anciãos eletivos’ foram descontinuados, eu estava entre eles. Tornei-me servo de companhia [superintendente presidente]. Agora já sou velho, e sou ancião espiritual, e agradeço a Jeová ter vivido até o dia de hoje.” Estas foram expressões típicas ouvidas desses queridos irmãos idosos. Naturalmente, a grande e feliz turma de construtores árduos também estava presente, elevando a multidão festiva ao número excelente de 789.
O PROGRAMA DE DEDICAÇÃO
A parte inicial do programa de dedicação apropriadamente fixou o tema de que a construção literal era o resultado da edificação espiritual na vida de milhares de pessoas, atividade em que os cristãos participam como “colaboradores de Deus”. (1 Cor. 3:5-9) Quando C. T. Russell, primeiro presidente da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos E. U. A.), visitou os Países-Baixos, em 1891, as perspectivas de uma obra de edificação espiritual, aqui, não eram muito grandes. Ele observou que os holandeses pareciam mais interessados nos empenhos materiais do que nas coisas espirituais. Mas, o que foi que aconteceu? Os fortes elementos religiosos, ativos naqueles dias, não podiam impedir que brotassem as sementes lançadas por uns poucos espalhados. A obra da proclamação das “boas novas” começou a aumentar.
Em 1924, apenas 50 pessoas estiveram presentes à assembléia nacional dos servos de Jeová nos Países-Baixos. Durante 1927, dois irmãos da França empreenderam a atividade de fazer discípulos na parte sul do pais. Mas, em 1932, nossa obra ganhou impulso por causa de alguns pioneiros alemães, proclamadores do Reino por tempo integral, que cruzaram a fronteira para os Países-Baixos e começaram a lançar sementes em abundância. Foram suplementados pelos primeiros pioneiros holandeses e por outros primitivos trabalhadores. Naturalmente, a crise econômica dos anos 1930 tornava a vida bem difícil. Alguns pioneiros sorridentes, contando suas experiências como parte do programa de dedicação, disseram que, naqueles dias de privações, às vezes comiam sanduíches compostos apenas de ‘pão seco por cima e pão seco por baixo .
Mas, Jeová certamente abençoou esses esforços sinceros. Não havia como impedir o crescimento. Quando desapareceu o estrondo da Segunda Guerra Mundial e acabou a cruel opressão dos campos de concentração nazistas, emergiram 2.184 Testemunhas de Jeová. Intrépidos, prosseguiram em fidelidade. Dez anos mais tarde, havia mais de 9.000 Testemunhas nesta parte do mundo, e 20 anos mais tarde, em 1975, 29.000 proclamavam animadamente “estas boas novas do reino”. — Mat. 24:14.
NOSSAS ACOMODAÇÕES AMPLIADAS
A expansão em prédios literais desempenhou um papel excelente e necessário nesta obra de edificação espiritual. O orador da dedicação, Lloyd Barry, membro do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová, salientou que este prédio existia porque Jeová abençoara a obra dos construtores e dos que haviam lançado o alicerce espiritual nos Países-Baixos. Referiu-se aos fiéis, que haviam consumido “sanduíches” de pão seco e salientou que este mesmo espírito abnegado entre as Testemunhas de Jeová em todo o mundo resultou num bom aumento. Nem todos os construtores eram tais por profissão, mas tinham coração disposto. — Sal. 110:3.
Se pudéssemos levar você numa excursão pelas nossas acomodações aqui, em Amsterdã, começaríamos com a nova gráfica. Podem-se ver dois prelos e um pequeno linotipo no grande novo anexo. Quão felizes ficamos ao saber dos planos da instalação duma rotativa para a impressão de revistas nesta nova gráfica!
Nossa excursão nos leva a seguir ao grande porão para a armazenagem de publicações e outros itens. O novo anexo é construído sobre 190 estacas cravadas fundo no subsolo. O piso do porão, na realidade, encontra-se alguns metros abaixo do nível do lençol de água e tem o peso exato para “flutuar” numa elevação constante. É evidente que tal tipo de construção exigiu perícia. Na seção menor do porão do lar original foram instalados uma câmara frigorífica de acesso direto e uma moderna sala de processamento de carne. Um pouco mais para cima, no prédio, acrescentaram-se em cada andar novos dormitórios, de modo que há agora 37 quartos, número suficiente para acomodar a atual família de Betel e membros extras. Os carpetes de parede a parede, nos novos quartos, nos escritórios e nos corredores aumentam a agradabilidade do ambiente. Quanto prazer dá morar em tal lar! Se tiver a oportunidade, venha ver-nos.
Com muito apreço pelas novas acomodações e pela expectativa de mais trabalho a vir, a família de Betel de Amsterdã concorda com o orador da dedicação, que disse: “Este prédio e o novo anexo são indícios da bênção de Jeová e da indicação de mais trabalho que ainda precisa ser feito para a glória do nome de Jeová.”