Observando o Mundo
“Não” às sacerdotisas
Embora uma pesquisa Gallup tenha revelado que mais de dois terços dos católicos entrevistados são a favor da ordenação de mulheres, o Papa João Paulo II é resoluto em dizer aos católicos que esqueçam essa idéia. Em carta dirigida aos bispos, o papa afirmou: “Declaro que a Igreja não tem autoridade alguma para ordenar sacerdotisas e que essa decisão deve ser definitivamente acatada por todos os fiéis da Igreja.” A carta papal intitulada “Sobre a reserva da ordenação sacerdotal apenas aos homens” foi acompanhada de uma declaração oficial que acrescentou: “Visto não pertencer aos assuntos abertos a discussão, a questão exige sempre o assentimento pleno e incondicional dos fiéis, e ensinar o contrário equivale a induzir consciências ao erro.” Dois meses antes, 32 mulheres foram ordenadas sacerdotisas da Igreja Anglicana, as primeiras sacerdotisas na história dessa Igreja. Por causa disso, uns 700 clérigos anglicanos declararam sua intenção de se converter ao catolicismo-romano, porém só 35 renunciaram. Algumas autoridades do Vaticano crêem que a carta do papa visa em parte dizer aos sacerdotes anglicanos dissidentes que são bem-vindos à Igreja Católica Romana.
Por que votos nulos?
Por que “14,6 milhões de eleitores anularam o voto ou deixaram a cédula em branco” na eleição presidencial de 1994 no Brasil? Segundo a revista Veja, muitos votos foram anulados porque havia muitos candidatos e cerca de 30% dos eleitores eram analfabetos. No entanto, os votos nulos ou brancos podem ter sido uma opção. A revista explica: “Não há nada de errado com uma democracia quando o eleitor expressa sua opinião. Ele pode não estar interessado na eleição. Pode não ter candidato que lhe agrade. Pode achar o voto uma bobagem ou simplesmente ter preguiça de sair de casa.” Veja conclui: “Enquanto o voto for obrigatório, haverá votos nulos e brancos.”
Diminuição de animais
No passado, Zimbábue orgulhava-se de ter o maior número de rinocerontes-negros do mundo. Mas o número caiu de cerca de 3.000, em 1980, para aproximadamente 300 agora, informa o jornal The Star, de Johannesburgo. Caçadores clandestinos continuam a caçar os animais por causa de seu precioso chifre. Em anos recentes, o governo pôs em vigor uma legislação rigorosa que autorizava os guardas dos parques a matar caçadores clandestinos. O problema é que o governo não está em condições de fornecer a verba necessária para o Departamento de Parques Nacionais e Vida Selvagem patrulhar eficazmente as áreas em que vive o rinoceronte. O jornal The Star informa que devido à caça clandestina, “a população de elefantes do Zimbábue [diminuiu] de 80.000 para [aproximadamente] 60.000 nos últimos dez anos”.
AIDS disseminada por caminhoneiros
Na Índia, os motoristas de caminhão são considerados um grupo de risco, muito suscetível a contrair o vírus da AIDS (HIV). Passando longos períodos longe da família, milhares de motoristas freqüentam os bordéis de Bombaim, onde, segundo estimativas, de 50% a 60% das 80.000 prostitutas que ali trabalham podem ser HIV positivas. De Bombaim, os caminhoneiros cobrem o país inteiro. Algumas aldeias próximas das rodovias providenciam fileiras de cabanas onde as moças da aldeia ganham dinheiro tendo relações sexuais com motoristas de caminhão. Essas mesmas áreas também são freqüentadas por jovens ricos das cidades vizinhas e, como declarado no jornal The Times of India, isso “forma uma corrente intrincada e não-mapeável do vírus”. Para piorar o problema, muitos motoristas de caminhão acreditam supersticiosamente que fazer sexo é essencial para manter-se refrescados ao dirigirem longas horas debaixo de altas temperaturas.
Que dividendos da paz?
“O que aconteceu com os aguardados ‘dividendos da paz’?”, perguntou a revista francesa Valeurs Actuelles. Com a diminuição das tensões da Guerra Fria e as correspondentes reduções no orçamento militar de muitos governos, havia esperança de que pelo menos parte dos enormes recursos financeiros gastos anteriormente com armamentos fosse recanalizada para programas humanitários para auxiliar a luta contra a pobreza e as doenças. Referindo-se ao último Human Development Report (Relatório Sobre o Desenvolvimento Humano) da ONU, a revista comenta que os cortes dos gastos militares nos últimos sete anos representam uma “economia” cumulativa de uns 935 bilhões de dólares; ainda assim, não houve um aumento acompanhante dos gastos com programas humanitários. O relatório também observou que muitos países ainda continuam a gastar de três a quatro vezes mais com armamentos do que com seus programas de educação e saúde juntos.
Declina o interesse em religião
Os japoneses estão ficando cada vez mais apáticos com respeito a religião, revela uma pesquisa realizada pelo jornal Yomiuri Shimbun. Segundo a “Pesquisa de Conscientização Nacional sobre Religião”, realizada a cada cinco anos desde 1979, a proporção dos que crêem numa religião específica alcançou recentemente uma baixa recorde de 1 em cada 4. Por que esse declínio no interesse em religião? Surpreendentemente, 47% dos entrevistados queixaram-se de que as religiões são “dedicadas demais a arranjar dinheiro”. Outros acusaram as religiões de “pregação agressiva”, “envolvimento excessivo na política” e “falta de líderes religiosos dignos de respeito”. No entanto, “44% achavam que Deus ou Buda ‘existe’”.
Bênçãos à venda
Diante de uma grave escassez de fundos, muitos sacerdotes da Igreja Ortodoxa Russa passaram a vender bênçãos, embora nem todos os sacerdotes concordem com a maneira aberta com que se faz esse negócio. O jornal The Moscow Times atribui a um sacerdote ortodoxo russo a declaração: “Muitas igrejas necessitam muito de dinheiro para reformas.” Assim, os sacerdotes cobram para abençoar lojas, apartamentos, bares e cassinos. Carros também podem ser abençoados. Dependendo da marca do carro, um sacerdote, que trabalha perto de uma feira de carros usados, cobra de 30.000 a 50.000 rublos (15 a 25 dólares) por bênçãos, que incluem orações, incenso e espargir “água benta”.
Cuidado com motoristas hostis!
Um motorista o ultrapassa e lhe dá uma fechada ou pisca os faróis para você mudar de faixa e faz gestos ofensivos ao ultrapassar. Se você reagir da maneira errada, dizem os especialistas, isso pode custar-lhe a vida. Segundo a edição sul-africana da revista Reader’s Digest, eles recomendam o seguinte: fique calmo e não seja competitivo. Concentre-se em dirigir bem e evite olhar para o outro motorista. Olhe o retrovisor a cada três a dez segundos. Fique de olho para perceber quando um motorista hostil se aproxima e deixe-o passar. Reduza a velocidade para permitir ultrapassagens ou dê sinal e mude para uma faixa desimpedida. “Sua reação ao próximo motorista hostil”, conclui o artigo, “pode significar sua segurança, e até sua sobrevivência”.
Esportes e superstição
Obcecados por vencer, “os jogadores seguem verdadeiros rituais de superstição, tentando atrair boa sorte e, ao mesmo tempo, afastar a inveja, as más influências e os pensamentos negativos”, informa O Estado de S. Paulo. Porém, ao preparar a seleção campeã brasileira de vôlei, “alguns [dos métodos usados] nem sequer contam com o apoio da ciência ou mesmo da lógica”. Assim, além de bater três vezes na madeira para “isolar” a falta de sorte e de recorrer ao banho de mar como ritual, porque “o sal do mar recarrega as energias dos atletas e afasta coisas ruins”, o treinador também reza para uma imagem de Santa Edwiges. Todavia, acrescenta o jornal, ‘os rituais de superstição não são fixos e até o último jogo da seleção novos amuletos podem surgir’.
Pista de obstáculos para pessoas de baixa estatura
As pessoas na Alemanha que não tenham mais de um metro e meio de altura podem tornar-se membros da Associação de Pessoas de Baixa Estatura, diz o jornal Süddeutsche Zeitung. Sabine Popp, membro dessa associação, detesta ser chamada de nanica ou anã. “Somos gente de carne e osso, não personagens de contos de fadas”, diz ela. O dia-a-dia pode tornar-se uma pista de obstáculos para pessoas de baixa estatura, porque coisas como controles de elevador, interruptores de luz, máquinas de bilhetes e maçanetas de porta em geral ficam tão alto que elas não conseguem alcançá-las. E os problemas que as pessoas de baixa estatura enfrentam não são simplesmente físicos. Harald Berndt, presidente da associação, lamenta que a sociedade em geral não reconhece as habilidades dessas pessoas. “As pessoas de baixa estatura podem trabalhar bem apesar da [pouca] altura”, explica ele.