Observando o Mundo
Um “movimento de desconfiança”
“Obviamente há uma crise no âmago do Conselho Mundial de Igrejas”, diz o jornal francês Le Monde. O conselho, que comemorou seu 50.º aniversário em agosto passado, foi formado para unir as denominações “cristãs” em todo o mundo. Em anos recentes, porém, iniciou-se um “movimento de desconfiança” que “ameaça a participação” das religiões Ortodoxas na organização. Uma das reclamações citadas pelas Igrejas Ortodoxas é a de que alguns países orientais se tornaram “vítimas de proselitismo” por parte de missionários católicos e protestantes. Uma das Igrejas, a Igreja Ortodoxa da Geórgia, já se retirou do conselho de 330 membros. Assim, a “saída das Igrejas Ortodoxas do Conselho Mundial em Genebra não é mais uma hipótese absurda”, diz o jornal.
Nunca é tarde demais para parar
Um estudo que durou 40 anos descobriu que pessoas que param de fumar, mesmo à idade de 60 anos, reduzem muito o risco de ter câncer, noticia o jornal britânico Daily Telegraph. O professor Julian Peto, do Instituto de Pesquisa do Câncer em Sutton, Inglaterra, diz: “Foi só [em 1997] que nos demos conta de todos os horrores que o fumo causa, matando metade dos fumantes, e não um quarto, como pensávamos. Mas também percebemos os enormes benefícios de parar [de fumar], mesmo na velhice.” As crianças recebem avisos constantes sobre os perigos de fumar. Mas as pessoas idosas precisam saber que deixar de fumar pode reduzir muito o risco de ter câncer no pulmão, indicou Peto.
O casamento pode trazer felicidade
Alguns dizem que o casamento é opressivo e comédias de TV muitas vezes apresentam-no como totalmente antiquado. Mas o que mostram os fatos? A vida dos solteiros é sempre melhor? Segundo uma socióloga citada no jornal Philadelphia Inquirer, não necessariamente. Ela diz que os casados são “em geral, mais felizes, mais saudáveis e mais ricos”. Como grupo, eles também têm menos estresse, menor probabilidade de cometer crimes ou de usar drogas ilegais e mais chances de dispensar a ajuda financeira do governo. Não é de admirar que os especialistas digam também que os casados em geral vivem mais.
Negociações sobre mudanças climáticas
“Há pouco progresso nas negociações sobre mudanças climáticas”, afirma o ENI Bulletin. Segundo David Hallman, coordenador para questões climáticas do Conselho Mundial de Igrejas, “as negociações acabam indo exatamente na direção contrária, ou seja, no sentido de encontrar meios para que os países industrializados não precisem fazer grandes reduções nas suas emissões de poluentes”. Mas visto que se encontram cada vez mais evidências científicas de que o clima tem mesmo sofrido mudanças, como o aquecimento global, o Sr. Hallman avisa: “Pequenos países-ilhas, milhões de refugiados devido a problemas ambientais e as futuras gerações sofrerão por causa dos ricos que exploram os recursos da Terra de forma insensível.”
Diagnóstico errado de câncer
“As estatísticas oficiais sobre causas de morte talvez estejam subestimando o número de vítimas do câncer”, diz a revista New Scientist. A Dra. Elizabeth Burton, do Centro Médico de Louisiana, em Nova Orleans, EUA, examinou as fichas de 1.105 pacientes que foram autopsiados entre 1986 e 1995, e comparou a proporção de diagnósticos clínicos de câncer com os resultados das autópsias. Segundo a Dra. Burton, em 44% dos pacientes, o câncer não havia sido diagnosticado ou havia sido diagnosticado o tipo errado de câncer. Visto que atualmente se fazem autópsias em média em 10% dos mortos, em comparação com quase 50% na década de 60, “muitos enganos talvez nunca sejam descobertos”, diz a revista.
Parasita persistente
A Taenia solium, um parasita que causa nos humanos a doença chamada cisticercose, ainda é um problema em alguns países subdesenvolvidos. Em geral, as pessoas contraem a doença ao comer carne suína contaminada, malcozida, ou alimento contaminado com larvas do parasita. Segundo o jornal Excélsior, da Cidade do México, o parasita é “difícil de detectar”, de modo que “pode desenvolver-se no corpo humano durante anos sem que o portador se dê conta disso”. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, ataques epilépticos e problemas de visão. O jornal diz que os pesquisadores da Universidade Nacional Autônoma do México estão trabalhando numa vacina para eliminar o parasita dos porcos.
Sintomas de derrame
“Muitas pessoas não sabem nem sequer um dos sintomas de derrame”, noticia a revista FDA Consumer, e acrescenta: “Dos entrevistados, pouco mais da metade conseguiu citar pelo menos um sintoma de derrame, e apenas 68% mencionaram ao menos um fator de risco.” Isso acontece apesar de o derrame ser uma das principais causas de morte e a principal causa de invalidez nos países industrializados do Ocidente. Para diminuir o dano causado por derrames, é importante buscar ajuda médica imediata ao notar os primeiros sintomas. Os mais comuns são: súbita fraqueza, dormência ou paralisia no rosto, no braço ou na perna; visão repentinamente embaçada ou perda de visão, em especial em um dos olhos; dificuldade de falar ou de entender o que outros falam; e tontura ou perda de equilíbrio sem motivo, principalmente em conjunto com outros sintomas.
Ritual de queima de cartas
Desde 1992, realiza-se anualmente na cidade de Nagoya, no Japão, uma cerimônia budista de queima de cartas enviadas no sistema de corrente. As autoridades postais instalaram caixas de coleta para cartas indesejadas nas agências de correio da cidade e pediram que o templo budista preparasse uma cerimônia para queimá-las. O jornal Asahi Evening News explicou que esse serviço é fornecido “aos destinatários mais supersticiosos, que têm medo de ignorar ou de destruir eles mesmos as cartas”. Por que eles têm medo? As cartas não só prometem benefícios para quem seguir as instruções, mas também ameaçam quem quebrar a corrente. Por exemplo, uma delas dizia que uma pessoa de Tóquio, que quebrou a corrente de cartas, foi assassinada.
Direitos dos elefantes
Em muitos lugares da Índia, os elefantes formam uma parte importante da força de trabalho. A revista The Week noticia que no Estado de Uttar Pradesh, no norte da Índia, os elefantes estão alistados como empregados na folha de pagamento do governo. O elefante começa a trabalhar com cerca de 10 anos de idade e pode servir ao patrão por mais de 50 anos. Ao se aposentar, recebe pensão como os outros funcionários do governo, e um cornaca (aquele que treina e cuida de elefantes) é designado para se certificar de que o animal receba cuidados e alimentação apropriados. Entre os direitos duma elefanta que trabalha incluem-se licença-maternidade de um ano, no conforto de um zoológico, antes de voltar para o trabalho importante de carregar toras, conduzir elefantes selvagens para os currais e treiná-los, e patrulhar parques nacionais e áreas florestais protegidas.
Rumo a uma língua universal?
“Num país da Ásia Central, onde raramente se falam línguas ocidentais”, um menino de oito anos diz ao pai que precisa aprender inglês. O pai pergunta por quê. “Porque o computador fala inglês, pai.” Essa história, diz a revista Asiaweek, “ilustra o que muitos consideram um insidioso efeito colateral da super-rodovia da informação . . ., o poder de acelerar a consolidação, cada vez mais rápida, do inglês como língua global dominante”. Ela acrescenta: “Isso não acontece devido a algum esforço em prol duma fraternidade mundial. É simplesmente prático. Quem quer participar numa conversa digital ou fazer comércio pela Internet, precisa de um meio comum para facilitar a comunicação.” Por que usar o inglês? Porque “a indústria dos PCs nasceu nos Estados Unidos e a Internet também. Atualmente, cerca de 80% do conteúdo on-line é anglófono”. Em alguns casos, não se usam outras línguas por causa da dificuldade de adaptá-las ao teclado baseado no inglês. “Haverá um preço a pagar”, diz Asiaweek. “Os lingüistas prevêem que metade das cerca de 6.000 línguas faladas hoje cairá em desuso até o fim do próximo século, possivelmente nos próximos 20 anos.”