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  • A família cristã dá primazia às coisas espirituais
    A Sentinela — 1993 | 1.° de setembro
    • A família cristã dá primazia às coisas espirituais

      “Sede todos da mesma mentalidade, compartilhando os sentimentos, exercendo afeição fraternal, ternamente compassivos, humildes na mente.” — 1 PEDRO 3:8.

      1. Que escolha temos todos nós, e como pode nossa escolha afetar nosso futuro?

      QUÃO bem o texto acima se aplica à instituição mais antiga da humanidade — a família! E quão importante é que os pais exerçam liderança nesses pontos! As qualidades positivas, bem como as negativas que demonstrarem, usualmente se revelarão nos filhos. No entanto, a oportunidade de escolher cabe a cada membro da família. Nós, como cristãos, podemos escolher entre ser pessoas espirituais e ser pessoas carnais. Podemos escolher entre agradar a Deus e desagradá-lo. Esta escolha pode resultar quer em bênção, vida eterna e paz, quer em maldição e morte eterna. — Gênesis 4:1, 2; Romanos 8:5-8; Gálatas 5:19-23.

      2. (a) Como mostrou Pedro sua preocupação com a família? (b) O que é espiritualidade? (Veja a nota de rodapé.)

      2 As palavras do apóstolo, em 1 Pedro, capítulo 3, versículo 8, vêm logo após alguns conselhos excelentes que ele deu a esposas e a maridos. Pedro estava realmente interessado no bem-estar das famílias cristãs. Ele sabia que uma espiritualidade forte é a chave para a família unida, afetuosa e compassiva. Assim, conforme deu a entender o versículo 7 de 1Pe 3, se o seu conselho aos maridos for desconsiderado, o resultado será uma barreira espiritual entre o marido e Jeová.a As orações do marido poderão ficar impedidas, se ele negligenciar as necessidades da esposa ou oprimi-la com rudeza.

      Cristo — exemplo perfeito de espiritualidade

      3. Como destacou Paulo o exemplo de Cristo para os maridos?

      3 A espiritualidade da família depende do bom exemplo. Quando o marido é cristão praticante, ele toma a dianteira em mostrar qualidades espirituais. Se o marido não for crente, a mãe usualmente procura assumir essa responsabilidade. Nos dois casos, Jesus Cristo fornece o modelo perfeito para seguir. Sua conduta, suas palavras e seu modo de pensar sempre eram edificantes e revigorantes. Vez após vez, o apóstolo Paulo indica ao leitor o modelo amoroso de Cristo. Por exemplo, ele declara: “O marido é cabeça de sua esposa, assim como também o Cristo é cabeça da congregação, sendo ele salvador deste corpo. Maridos, continuai a amar as vossas esposas, assim como também o Cristo amou a congregação e se entregou por ela.” — Efésios 5:23, 25, 29; Mateus 11:28-30; Colossenses 3:19.

      4. Que exemplo de espiritualidade deu Jesus?

      4 Jesus era o exemplo notável de espiritualidade e de chefia manifestadas com amor, benignidade e compaixão. Ele era abnegado, não comodista. Sempre glorificava o Pai e respeitava a chefia dele. Seguia a orientação do Pai, de modo que podia dizer: “Não posso fazer nem uma única coisa de minha própria iniciativa; assim como ouço, eu julgo; e o julgamento que faço é justo, porque não procuro a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” “Não faço nada de minha própria iniciativa; mas assim como o Pai me ensinou, estas coisas eu falo.” — João 5:30; 8:28; 1 Coríntios 11:3.

      5. Ao fazer provisões para seus seguidores, que exemplo deu Jesus aos maridos?

      5 O que significa isso para os maridos? Significa que o modelo que devem seguir em tudo é Cristo, que sempre se sujeitava ao Pai. Por exemplo, assim como Jeová providenciou alimento para todas as formas de vida na Terra, assim Jesus providenciou alimento para seus seguidores. Não negligenciou as necessidades materiais básicas deles. Seus milagres de alimentar os 5.000 homens e os 4.000 são prova de seu desvelo e de seu senso de responsabilidade. (Marcos 6:35-44; 8:1-9) Assim também hoje, os chefes de família responsáveis cuidam das necessidades físicas dela. Mas restringe-se sua responsabilidade a isso? — 1 Timóteo 5:8.

      6. (a) De que importantes necessidades da família é preciso cuidar? (b) Como podem os maridos e os que são pais mostrar compreensão?

      6 Conforme Jesus salientou, as famílias têm também outras necessidades, mais importantes. Têm necessidades espirituais e emocionais. (Deuteronômio 8:3; Mateus 4:4) Interagimos mutuamente, tanto na família como na congregação. Precisamos de boa orientação para nos motivar a ser edificantes. Neste respeito, os maridos e os que são pais têm de desempenhar um grande papel — ainda mais quando são anciãos ou servos ministeriais. O pai ou a mãe em famílias uniparentais precisam de qualidades similares para ajudar os filhos. Os pais precisam entender não só o que os membros da família dizem, mas também o que deixam de dizer. Isto requer discernimento, tempo e paciência. É um motivo pelo qual Pedro podia dizer que os maridos devem mostrar consideração e morar com a esposa segundo o conhecimento. — 1 Timóteo 3:4, 5, 12; 1 Pedro 3:7.

      Perigos a evitar

      7, 8. (a) O que é necessário para que a família evite o naufrágio espiritual? (b) O que mais é preciso além de um bom começo no proceder cristão? (Mateus 24:13)

      7 Por que é tão importante que se dê atenção à espiritualidade da família? Para ilustrar isso, poderíamos perguntar: por que é importante que o piloto dum navio preste bem atenção aos seus mapas quando pilota o navio através de águas perigosas com baixios? Em agosto de 1992, o transatlântico Queen Elizabeth 2 (QE2) foi levado através duma área de traiçoeiros bancos de areia e recifes, onde se diz serem comuns os erros de navegação. Um morador local comentou: “Muitas carreiras chegaram ao fim por causa desta área.” O QE2 bateu num rochedo submarino. Revelou ser um erro dispendioso. Um terço do casco do navio foi danificado, e o navio teve de ser retirado do serviço por várias semanas, a fim de ser consertado.

      8 Do mesmo modo, se o “piloto” da família não verificar cuidadosamente o mapa, a Palavra de Deus, a família pode facilmente sofrer dano espiritual. No caso dum ancião ou dum servo ministerial, o resultado pode ser a perda de privilégios na congregação e talvez um sério dano para outros membros da família. Portanto, todo cristão deve ter cuidado de não se deixar vencer por uma complacência espiritual, confiando apenas nos anteriores bons hábitos de estudo e de zelo. No nosso proceder cristão, não basta termos começado bem; é preciso terminar a viagem com bom êxito. — 1 Coríntios 9:24-27; 1 Timóteo 1:19.

      9. (a) Quão importante é o estudo pessoal? (b) Que perguntas pertinentes poderíamos fazer a nós mesmos?

      9 Para evitarmos baixios, recifes e bancos de areia espirituais, temos de manter-nos em dia com nossos “mapas” por estudar regularmente a Palavra de Deus. Não podemos estribar-nos apenas no estudo básico que nos levou à verdade. Nossa força espiritual depende dum programa regular e equilibrado de estudo e de serviço. Por exemplo, ao assistirmos na congregação ao Estudo da Sentinela com esta mesma revista na mão, podemos perguntar-nos: ‘Será que eu ou nós, como família, realmente estudamos este artigo, procurando os textos bíblicos e meditando na sua aplicação? Ou meramente sublinhamos as respostas? Temos talvez até mesmo negligenciado ler o artigo antes de assistir à reunião?’ Respostas honestas a estas perguntas talvez nos façam refletir na questão e estimulem o desejo de melhorar, se necessário. — Hebreus 5:12-14.

      10. Por que é importante fazermos um escrutínio de nós mesmos?

      10 Por que é importante fazermos tal escrutínio de nós mesmos? Porque vivemos num mundo dominado pelo espírito de Satanás, um mundo que, de muitas maneiras sutis, procura subverter nossa fé em Deus e nas Suas promessas. É um mundo que nos quer manter tão ocupados, que não tenhamos tempo para cuidar de necessidades espirituais. Por isso, poderíamos perguntar-nos: ‘Será que minha família é espiritualmente forte? Sou eu, como pai ou mãe, tão forte como devo ser? Cultivamos como família aquela força espiritual que ativa a mente, ajudando-nos a tomar decisões baseadas em justiça e em lealdade?’ — Efésios 4:23, 24.

      11. Por que são as reuniões cristãs espiritualmente proveitosas? Dê um exemplo.

      11 Nossa espiritualidade deve ficar fortalecida com cada reunião a que assistimos. Essas horas preciosas no Salão do Reino ou no Estudo de Livro de Congregação ajudam a revigorar-nos depois das longas horas que temos de gastar tentando sobreviver no mundo hostil de Satanás. Quão revigorante tem sido, por exemplo, estudar o livro O Maior Homem Que Já Viveu! Ajudou-nos a obter um entendimento melhor de Jesus, da sua vida e do seu ministério. Lemos cuidadosamente os textos mencionados, fizemos pesquisas pessoais e aprendemos assim muito do exemplo dado por Jesus. — Hebreus 12:1-3; 1 Pedro 2:21.

      12. Como é nossa espiritualidade testada pelo ministério de campo?

      12 Um excelente teste da nossa espiritualidade é o ministério cristão. A fim de perseverarmos no nosso testemunho formal e informal, muitas vezes em face dum público indiferente ou hostil, precisamos ter motivação correta, amor a Deus e amor ao próximo. Naturalmente, ninguém gosta de ser rejeitado, e isso pode acontecer no nosso ministério de campo. Mas, devemos lembrar-nos de que são as boas novas que estão sendo rejeitadas, não nós pessoalmente. Jesus disse: “Se o mundo vos odeia, sabeis que me odiou antes de odiar a vós. Se vós fizésseis parte do mundo, o mundo estaria afeiçoado ao que é seu. Agora, porque não fazeis parte do mundo, mas eu vos escolhi do mundo, por esta razão o mundo vos odeia. . . . Mas, farão todas estas coisas contra vós por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou.” — João 15:18-21.

      Ações falam mais alto que as palavras

      13. Como pode uma só pessoa corromper a espiritualidade duma família?

      13 O que acontece numa família quando todos, menos um, respeitam a limpeza e o esmero da casa? Num dia de chuva, todos menos o esquecediço tomam cuidado de não sujar a casa com lama. Pegadas lamacentas em toda a parte dão evidência do descuido, criando trabalho extra para os outros. O mesmo se dá com a espiritualidade. Apenas uma só pessoa egoísta ou negligente pode macular a reputação da família. Todos na casa, não apenas os pais, devem esforçar-se a refletir a mentalidade de Cristo. Quão revigorante é quando todos cooperam, visando a vida eterna! A inclinação mental duma família assim é espiritual (mas não autojusta). Raras vezes há indícios de descuido espiritual em tal família. — Eclesiastes 7:16; 1 Pedro 4:1, 2.

      14. Que tentações materiais coloca Satanás no nosso caminho?

      14 Todos nós temos necessidades materiais básicas que temos de satisfazer para sustentar diariamente a vida. (Mateus 6:11, 30-32) No entanto, muitas vezes nossas necessidades são ofuscadas pelos nossos desejos. Por exemplo, o sistema de Satanás oferece-nos todo tipo de aparelho e equipamento. Se sempre insistirmos em ter o mais novo de tudo, nunca ficaremos satisfeitos, visto que o mais novo logo fica antiquado e surge um modelo novo do último tipo. O mundo comercial tem criado um carrossel que nunca pára. Engoda-nos a procurar sempre mais dinheiro para satisfazer desejos cada vez maiores. Isto pode levar a termos “muitos desejos insensatos e nocivos”, ou “ambições tolas e perigosas”. Pode resultar numa vida desequilibrada, com cada vez menos tempo para atividades espirituais. — 1 Timóteo 6:9, 10; The Jerusalem Bible.

      15. Em que sentido é importante o exemplo do chefe de família?

      15 Nisto, novamente, o exemplo dado pelo chefe da família cristã é muito importante. Sua atitude equilibrada para com as responsabilidades seculares e espirituais deve inspirar todos os membros da família. Certamente, seria prejudicial se o pai desse excelentes instruções orais, mas depois deixasse de viver à altura das suas próprias palavras. Os filhos logo podem perceber o jeito adotado, de ‘faça o que digo mas não faça o que faço’. De modo similar, o ancião ou o servo ministerial que incentiva outros a se empenharem no ministério de casa em casa, mas que raras vezes participa com a família nesta atividade, logo perde a credibilidade, tanto na família como na congregação. — 1 Coríntios 15:58; compare com Mateus 23:3.

      16. Que perguntas poderíamos fazer a nós mesmos?

      16 Portanto, podemos tirar proveito de examinar a nossa vida. Preocupamo-nos em conseguir êxito secular às custas do progresso espiritual? Estamos progredindo no mundo, mas regredindo na congregação? Lembre-se do conselho de Paulo: “Esta declaração é fiel. Se algum homem procura alcançar o cargo de superintendente, está desejoso duma obra excelente.” (1 Timóteo 3:1) O senso de responsabilidade mostrado na congregação revela mais sobre nossa espiritualidade do que uma promoção no trabalho secular. Precisamos manter um cuidadoso equilíbrio para não permitir que nossos patrões tomem conta de nós, como se estivéssemos dedicados a eles e não a Jeová. — Mateus 6:24.

      Comunicação significativa promove espiritualidade

      17. O que contribui para o cultivo do amor genuíno numa família?

      17 Milhões de lares tornaram-se hoje virtualmente meros dormitórios. Em que sentido? Os membros da família só vão ali para dormir e comer, e logo saem às pressas. Raras vezes se sentam em torno da mesa para tomarem juntos uma refeição. Falta o achego familiar. Com que resultado? Há falta de comunicação, não há conversação significativa. E isso pode resultar na falta de interesse nos outros membros da família, talvez na falta de verdadeira preocupação. Quando nos amamos uns aos outros, tomamos tempo para conversar e para escutar. Incentivamos e ajudamos. Este aspecto da espiritualidade envolve uma comunicação significativa entre marido e mulher, e entre pais e filhos.b Exige tempo e tato, ao passo que trocamos informações para compartilhar alegrias, experiências e problemas. — 1 Coríntios 13:4-8; Tiago 1:19.

      18. (a) O que muitas vezes constitui um grande impedimento para a comunicação? (b) Em que se baseiam os relacionamentos significativos?

      18 Boa comunicação requer tempo e esforço. Significa reservarmos tempo para conversar e para escutar uns aos outros. Um dos maiores impedimentos a isso é aquele aparelho consumidor de tempo, que ocupa o lugar de honra em muitas casas — a TV. Isto constitui um desafio — é a TV que controla você, ou é você que a controla? Controlar a TV requer firme determinação — inclusive a força de vontade para desligá-la. Mas fazer isso nos dará a oportunidade de nos entrosarmos uns com os outros como membros da família, e como irmãos e irmãs espirituais. Relacionamentos significativos requerem boa comunicação, chegarmos a compreender uns aos outros, nossas necessidades e alegrias, dizermos uns aos outros quanto nós apreciamos todas as coisas bondosas feitas para nós. Em outras palavras, a conversação significativa mostra que damos valor aos outros. — Provérbios 31:28, 29.

      19, 20. Se nos importarmos com todos na família, o que faremos?

      19 Portanto, se nos importarmos uns com os outros no ambiente familiar — e isto inclui importar-nos com membros descrentes da família — contribuiremos muito para edificar e manter nossa espiritualidade. No ambiente familiar, seguiremos o conselho de Pedro: “Finalmente, sede todos da mesma mentalidade, compartilhando os sentimentos, exercendo afeição fraternal, ternamente compassivos, humildes na mente, não pagando de volta dano com dano ou injúria com injúria, mas, ao contrário, conferindo uma bênção, porque fostes chamados para este proceder, para que herdeis uma bênção.” — 1 Pedro 3:8, 9.

      20 Podemos desde já ter a bênção de Jeová se nos esforçarmos a manter nossa espiritualidade, e isto pode resultar em herdarmos Sua bênção no futuro, quando recebermos a dádiva da vida eterna na Terra paradísica. Há outras coisas que podemos fazer em família para nos ajudarmos espiritualmente uns aos outros. O artigo que segue considerará os benefícios de a família fazer coisas junto. — Lucas 23:43; Revelação (Apocalipse) 21:1-4.

      [Nota(s) de rodapé]

      a A espiritualidade é definida como “sensitividade ou apego a valores religiosos: qualidade ou caráter de ser espiritual”.(Webster’s Ninth New Collegiate Dictionary) A pessoa espiritual é o contrário duma pessoa carnal, animalesca. — 1 Coríntios 2:13-16; Gálatas 5:16, 25; Tiago 3:14, 15; Judas 19.

      b Para obter mais sugestões sobre a comunicação na família veja A Sentinela de 1.º de setembro de 1991, páginas 20-2.

  • A família cristã faz as coisas junto
    A Sentinela — 1993 | 1.° de setembro
    • A família cristã faz as coisas junto

      “Exorto-vos agora, irmãos, . . . que estejais aptamente unidos na mesma mente e na mesma maneira de pensar.” — 1 CORÍNTIOS 1:10.

      1. Que situação a respeito da união existe em muitas famílias?

      É A SUA família unida? Ou parece que cada um age do jeito que quer? Fazem as coisas junto? Ou raras vezes estão todos no mesmo lugar ao mesmo tempo? A própria palavra “família” subentende uma casa unida.a No entanto, nem todas as famílias são unidas. Certo conferencista britânico foi ao ponto de dizer: “Longe de ser a base duma boa sociedade, a família . . . é a origem de todos os nossos descontentamentos.” Dá-se isso com a sua família? Em caso afirmativo, precisa ser assim?

      2. Que personagens bíblicos fornecem evidência de sua procedência duma boa família?

      2 A união ou desunião da família costuma depender da sua liderança, quer dos dois pais quer de um só. Nos tempos bíblicos, as famílias unidas cujos membros adoravam juntos usufruíam a bênção de Jeová. Era assim no antigo Israel, onde a filha de Jefté, Sansão e Samuel, cada um de modo diferente, deram evidência de procederem de família piedosa. (Juízes 11:30-40; 13:2-25; 1 Samuel 1:21-23; 2:18-21) Nos primitivos tempos cristãos, Timóteo, fiel companheiro de Paulo em algumas das viagens missionárias deste, foi criado por sua avó Lóide e sua mãe Eunice no conhecimento das Escrituras Hebraicas. Que notável discípulo e missionário ele se tornou! — Atos 16:1, 2; 2 Timóteo 1:5; 3:14, 15; veja também Atos 21:8, 9.

      Por que fazer as coisas junto?

      3, 4. (a) Que qualidades devem evidenciar-se numa família unida? (b) Como pode um lar ser mais do que apenas uma casa?

      3 Por que é proveitoso que os membros da família façam as coisas junto? Porque gera compreensão e respeito mútuos. Em vez de nos distanciarmos uns dos outros, mantemo-nos achegados e damos apoio. Um artigo recente no periódico Family Relations declarou: “Tem emergido um quadro relativamente claro, que descreve atributos específicos de ‘famílias fortes’. Essas qualidades incluem comprometimento e apreço mútuos, união, boa comunicação, a habilidade de resolver problemas e um forte senso de espiritualidade.”

      4 Quando essas qualidades existem numa família, o lar não é mais como um posto de gasolina, onde se pára a fim de se abastecer. É mais do que apenas uma casa. É um lugar convidativo que atrai os membros da família. É um abrigo de cordialidade e afeição, compaixão e compreensão. (Provérbios 4:3, 4) É como um ninho em que se encontra a família em união, não uma toca de escorpiões cheia de fricções e divisões. Mas como se consegue isso?

      Juntos no estudo em família

      5. O que usamos para aprender a adoração verdadeira?

      5 Aprendemos a adoração verdadeira de Jeová por usarmos nossa capacidade de pensar, ou “faculdade de raciocínio”. (Romanos 12:1) Nossa conduta não deve ser governada por emoções momentâneas, como as suscitadas por meio de sermões oratórios e por astutos ministérios religiosos na TV. Antes, sentimo-nos motivados pelo nosso estudo regular da Bíblia e de publicações bíblicas fornecidas pelo “escravo fiel e discreto”, e pela meditação nelas. (Mateus 24:45) Nossas ações cristãs são o resultado de aplicarmos a mente de Cristo a qualquer situação ou tentação que possa surgir. Neste respeito, Jeová é o nosso Grandioso Instrutor. — Salmo 25:9; Isaías 54:13; 1 Coríntios 2:16.

      6. Que exemplo mundial temos de estudo em família?

      6 O estudo da Bíblia em família desempenha um papel essencial na espiritualidade de toda família cristã. Quando é que sua família realiza este estudo? Se isso ficar entregue ao acaso ou a uma decisão de momento, então no melhor dos casos provavelmente será infreqüente. Estudar junto em família requer um horário regular, fixo. Todos saberão assim em que dia e hora se espera que estejam presentes para usufruir uma reunião espiritual em família. Os mais de 12.000 membros da família mundial de Betel sabem que seu estudo em família é na noite de segunda-feira. Quanto impressiona estes voluntários de Betel lembrar-se de que todos participam no mesmo estudo ao terminar o dia, em ilhas do Pacífico e na Nova Zelândia, então, progressivamente, na Austrália, no Japão, em Taiwan (Formosa), em Hong Kong, depois através da Ásia, da África e da Europa, e finalmente nas Américas! Embora separados por milhares de quilômetros e por muitas línguas, este estudo em família inspira nos membros da família de Betel um sentimento de união. Em escala menor, você poderá cultivar o mesmo sentimento por meio do seu estudo em família. — 1 Pedro 2:17; 5:9.

      7. De acordo com Pedro, como devemos encarar a palavra da verdade?

      7 O apóstolo Pedro aconselha-nos: “Como crianças recém-nascidas, ansiai o leite não adulterado pertencente à palavra, para que, por intermédio dela, cresçais para a salvação, desde que provastes que o Senhor é benigno.” (1 Pedro 2:2, 3) Que bela imagem Pedro traz à mente com essas palavras! Ele usou o verbo grego e·pi·po·thé·sa·te, o qual, de acordo com a Chave Lingüística do Novo Testamento Grego, deriva duma palavra que significa “ansiar, desejar”. Subentende um desejo intenso. Já notou como um filhote procura avidamente as tetas da mãe, e quão contente fica um bebê quando mama ao peito da mãe? Nós devemos do mesmo modo desejar a palavra da verdade. O entendido em grego, William Barclay, declarou: “Para o cristão sincero, estudar a palavra de Deus não é trabalho, mas deleite, porque sabe que seu coração encontrará nela a nutrição que anseia.”

      8. Com que desafio se confronta o chefe de família ao dirigir o estudo em família?

      8 O estudo em família impõe uma grande responsabilidade ao chefe dela. Ele precisa certificar-se de que o estudo seja interessante para todos e que todos possam participar. Os filhos não devem achar que o estudo seja realmente apenas para os adultos. A qualidade do estudo é mais importante do que a quantidade de matéria abrangida. Faça com que a Bíblia se torne viva. Sempre que apropriado, ajude os filhos a visualizar as regiões e os aspectos da Palestina onde ocorreram os eventos considerados. Todos devem ser incentivados a fazer sua própria pesquisa e a transmiti-la à família. Deste modo, os filhos também podem “crescer com Jeová”. — 1 Samuel 2:20, 21.

      Juntos na evangelização

      9. Como pode a obra de pregação ser transformada numa ocasião feliz para a família?

      9 Jesus disse: “Em todas as nações têm de ser pregadas primeiro as boas novas.” (Marcos 13:10) Estas palavras dão a todo cristão consciencioso uma tarefa — evangelizar, transmitir as boas novas do governo do Reino de Deus a outros. Fazer isso junto como família pode ser motivo de encorajamento e de alegria. A mãe e o pai se orgulham da apresentação das boas novas feita pelos filhos. Um casal com três filhos, entre 15 e 21 anos de idade, contou que sempre teve por hábito acompanhar os filhos na pregação pública toda quarta-feira após as aulas escolares, e toda manhã de sábado. O pai disse: “Cada vez ensinamos-lhes algo. E certificamo-nos de que a ocasião seja agradável e animadora.”

      10. Como podem os pais ajudar os filhos no ministério?

      10 Empenhar-se a família junto na pregação e no ensino pode ser muito produtivo. Às vezes, as pessoas reagem de forma mais positiva à apresentação simples, mas genuína, duma criança. Depois, mamãe ou papai estão ali para ajudar quando necessário. Os pais podem certificar-se de que os filhos recebam treinamento progressivo e assim se tornem ministros ‘que não têm nada de que se envergonhar, manejando corretamente a palavra da verdade’. Pregarem assim juntos permite aos pais observar a atitude, a eficiência e as boas maneiras do filho no ministério. Por seguirem uma rotina regular, vêem o progresso do filho ou da filha, e dão constante treinamento e encorajamento para fortalecer-lhes a fé. Ao mesmo tempo, os filhos vêem que os pais são bons exemplos no ministério. Nos atuais tempos críticos e violentos, trabalhar como família unida e solícita pode até mesmo constituir certa medida de segurança em bairros de alta criminalidade. — 2 Timóteo 2:15; Filipenses 3:16.

      11. O que poderia facilmente diminuir o zelo do filho pela verdade?

      11 Os filhos descobrem facilmente qualquer incoerência dos adultos. Se os pais não mostrarem verdadeiro amor à verdade e ao ministério de casa em casa, não poderão esperar que os filhos sejam zelosos. Portanto, o pai ou a mãe que goza de boa saúde, cujo único serviço de campo é o estudo semanal da Bíblia com os filhos, talvez pague um preço muito alto quando estes ficarem mais velhos. — Provérbios 22:6; Efésios 6:4.

      12. Como podem algumas famílias obter uma bênção especial de Jeová?

      12 Uma vantagem de estarem “aptamente unidos na mesma mente” é que a família talvez possa cooperar para que pelo menos um membro sirva como ministro pioneiro de tempo integral na congregação. Muitas famílias em todo o mundo fazem isso, e todas derivam bênçãos das experiências e da crescente eficácia do membro que é pioneiro. — 2 Coríntios 13:11; Filipenses 2:1-4.

      Juntos ao lidar com problemas

      13, 14. (a) Que situações podem afetar a harmonia da família? (b) Como se podem evitar muitos problemas na família?

      13 Nos atuais tempos difíceis de “tensão” e “perigosos”, todos nós sofremos pressões. (2 Timóteo 3:1, Revised Standard Version; Matos Soares) Há problemas no trabalho, na escola, nas ruas e mesmo no próprio lar. Alguns têm saúde fraca ou problemas emocionais de longa data, que às vezes causam tensões e mal-entendidos na família. Como se pode lidar com tais situações? Será que a solução é cada um retrair-se? Isolar-se, embora viva no mesmo lar? Não. Antes, precisamos comunicar nossas ansiedades e pedir ajuda. E há um lugar melhor para isso do que o amoroso círculo familiar? — 1 Coríntios 16:14; 1 Pedro 4:8.

      14 Conforme todo médico sabe, prevenir é melhor do que remediar. O mesmo se aplica a problemas familiares. Uma conversa aberta e franca muitas vezes pode impedir que problemas se tornem sérios. Mesmo que surjam problemas graves, podem ser tratados e mesmo resolvidos se a família considerar junto os princípios bíblicos envolvidos. Freqüentemente, a fricção pode ser transformada num relacionamento suave pela aplicação das palavras de Paulo em Colossenses 3:12-14: “Revesti-vos das ternas afeições de compaixão, benignidade, humildade mental, brandura e longanimidade. Continuai a suportar-vos uns aos outros e a perdoar-vos uns aos outros liberalmente, se alguém tiver razão para queixa contra outro. . . . Revesti-vos de amor, pois é o perfeito vínculo de união.”

      Juntos na recreação

      15, 16. (a) Que qualidade deve distinguir as famílias cristãs? (b) Que tipo de pessoas produzem algumas religiões, e por quê?

      15 Jeová é um Deus feliz, e a verdade é uma mensagem feliz — de esperança para a humanidade. Além disso, um dos frutos do espírito é a alegria. Esta alegria é bem diferente da exultação momentânea do atleta que triunfa em algum esporte competitivo. É o profundo e prolongado sentimento de satisfação que transborda no coração em resultado de se cultivar uma relação íntima com Jeová. É alegria baseada em valores espirituais e em relações edificantes. — Gálatas 5:22; 1 Timóteo 1:11.

      16 Portanto, nós, como cristãs Testemunhas de Jeová, não temos nenhum motivo para ser taciturnos e desprovidos de senso de humor. Algumas religiões produzem pessoas assim, porque sua espécie de crença enfatiza fatores negativos. Seus ensinos resultam num tipo de adoração sombrio, sem alegria, que não é nem bíblico, nem equilibrado. Não produzem famílias felizes no serviço de Deus. Jesus viu a necessidade de recreação e descontração. Em certa ocasião, por exemplo, ele convidou os discípulos a irem, ‘em particular, a um lugar solitário, e a descansar um pouco’. — Marcos 6:30-32; Salmo 126:1-3; Jeremias 30:18, 19.

      17, 18. De que maneiras apropriadas poderiam as famílias cristãs descontrair-se?

      17 Do mesmo modo, também as famílias precisam tempo para descontrair-se. Certo pai disse a respeito dos seus filhos: “Divertimo-nos muito juntos — indo à praia, jogando bola no parque, organizando piqueniques nas montanhas. Ocasionalmente, temos juntos um ‘dia de pioneiro’ no ministério; depois celebramos com uma refeição especial, e talvez até mesmo demos presentes um ao outro.”

      18 Outras sugestões em que os pais podem pensar são excursões em família ao zoológico, a parques de diversões, a museus e a outros lugares fascinantes. Passeios, observar os pássaros, bem como a jardinagem, são atividades em que se pode participar com prazer. Os pais podem também incentivar os filhos a aprender a tocar um instrumento musical ou a ter um passatempo prático. Pais equilibrados certamente tomam tempo para brincar com os filhos. Quando os membros da família se divertem junto, é mais provável que continuem juntos!

      19. Que tendência moderna pode prejudicar a família?

      19 Uma tendência moderna dos jovens é querer separar-se da família e seguir seu próprio gosto no que se refere à recreação. Embora não haja nenhum mal em o jovem ter um hobby ou passatempo preferido, não é sábio permitir que esses interesses criem uma separação permanente dele dos demais da família. Em vez disso, queremos aplicar o princípio declarado por Paulo: “Não [viseis], em interesse pessoal, apenas os vossos próprios assuntos, mas também, em interesse pessoal, os dos outros.” — Filipenses 2:4.

      20. De que modo podem assembléias e congressos ser ocasiões prazerosas?

      20 Quanta alegria dá a todos nós ver famílias sentadas junto em congressos e em assembléias! Deste modo, os filhos mais velhos podem freqüentemente ajudar a cuidar dos mais novos. Este arranjo previne também a tendência de alguns adolescentes separar-se em grupos nas filas de assentos nos fundos e prestar pouca atenção ao programa do congresso. Até mesmo a viagem de ida e volta às assembléias pode ser prazerosa quando se consulta a família sobre o trajeto a seguir, que lugares visitar em caminho e onde hospedar-se. Imagine que emoção deve ter dado às famílias nos dias de Jesus viajar junto a Jerusalém! — Lucas 2:41, 42.

      As bênçãos de estarem juntos

      21. (a) Como podemos esforçar-nos a ter êxito no casamento? (b) Que quatro sugestões boas há para que o casamento dure?

      21 Casamentos bem-sucedidos e famílias unidas nunca foram fáceis de conseguir, e não são acidentais. Alguns parecem achar mais fácil ‘entregar os pontos’, dissolver o casamento por meio do divórcio, e tentar começar tudo de novo. No entanto, os mesmos problemas muitas vezes surgem num segundo ou num terceiro casamento. Uma solução muito melhor é a cristã: esforçar-se a ter êxito por aplicar os princípios bíblicos de amor e respeito. As famílias unidas dependem do espírito de reciprocidade, do altruísmo. Um conselheiro matrimonial apresentou uma fórmula simples para fazer o casamento durar. Escreveu: “Os quatro elementos cruciais encontrados em quase todos os bons casamentos são a disposição de escutar, saber pedir desculpas, a capacidade de dar coerente apoio emocional e o desejo de fazer carinhos.” Esses fatores deveras podem ajudar a fazer o casamento durar, porque também se baseiam em sólidos princípios bíblicos. — 1 Coríntios 13:1-8; Efésios 5:33; Tiago 1:19.

      22. Quais são alguns dos benefícios de se ter uma família unida?

      22 Se acatarmos o conselho da Bíblia, teremos uma base sólida para uma família unida, e as famílias unidas são a base para uma congregação unida e espiritualmente forte. De modo que receberemos muitas bênçãos de Jeová ao passo que unidos lhe damos crescente louvor.

      [Nota(s) de rodapé]

      a “Família deriva do l[atim] familia, orig[inalmente] os servos e escravos duma casa grande, depois a própria casa com o dono, a dona, os filhos — e o pessoal.” — Origins—A Short Etymological Dictionary of Modern English (Origens — Um Breve Dicionário Etimológico do Inglês Moderno), de Eric Partridge.

  • A família cristã ajuda os idosos
    A Sentinela — 1993 | 1.° de setembro
    • A família cristã ajuda os idosos

      “Não me lances fora no tempo da velhice; não me deixes quando meu poder falhar.” — SALMO 71:9.

      1. Como são tratados os idosos em muitas culturas?

      “AS PESQUISAS indicam que quase seis em sete (86%) dos idosos que sofrem abusos são maltratados pela sua própria família”, disse o diário The Wall Street Journal. A revista Modern Maturity declarou: “Tratar mal os idosos é apenas a mais recente [violência familiar] a sair da obscuridade e a ser revelada nas páginas dos jornais da nação.” Sim, os idosos, em muitas culturas, tornaram-se vítimas de crassos maus-tratos e de descaso. O nosso é deveras um tempo em que muitos são “amantes de si mesmos, . . . ingratos, desleais, sem afeição natural”. — 2 Timóteo 3:1-3.

      2. Segundo as Escrituras Hebraicas, como considera Jeová os idosos?

      2 Todavia, não era assim que os idosos deviam ser tratados no antigo Israel. A Lei declarava: “Deves levantar-te diante do cabelo grisalho e tens de mostrar consideração para com a pessoa dum homem idoso, e tens de ter temor de teu Deus. Eu sou Jeová.” O livro de inspirados provérbios sábios aconselha-nos: “Escuta teu pai que causou o teu nascimento e não desprezes a tua mãe só porque ela envelheceu.” Ordena: “Escuta, meu filho, a disciplina de teu pai e não abandones a lei de tua mãe.” A Lei mosaica ensinava respeito e consideração para com os idosos de ambos os sexos. É evidente que Jeová deseja que os idosos sejam honrados. — Levítico 19:32; Provérbios 1:8; 23:22.

      Como se cuidava dos idosos nos tempos bíblicos

      3. Como mostrou José compaixão para com seu pai idoso?

      3 Devia-se mostrar respeito não apenas em palavras, mas também em ações atenciosas. José mostrou muita compaixão para com seu pai idoso. Queria que Jacó fizesse a viagem de Canaã ao Egito, uma distância de mais de 300 quilômetros. Por isso, José enviou a Jacó “dez jumentos carregados das coisas boas do Egito e dez jumentas carregadas de cereais e de pão, e de sustento para seu pai, para o caminho”. Quando Jacó chegou a Gósen, José foi ao seu encontro e “lançou-se-lhe imediatamente ao pescoço e verteu lágrimas ao seu pescoço, vez após vez”. José cumulou seu pai de demonstrações de profundo afeto. Que exemplo inspirador de preocupação com os idosos! — Gênesis 45:23; 46:5, 29.

      4. Por que é Rute um bom exemplo a ser seguido?

      4 Outro belo modelo de bondade a seguir para com os idosos é Rute. Embora fosse gentia, apegou-se a Noemi, sua idosa e enviuvada sogra judia. Abandonou seu próprio povo e assumiu o risco de não achar outro marido. Quando Noemi instou com ela para que voltasse para o seu próprio povo, Rute respondeu com algumas das mais belas palavras na Bíblia: “Não instes comigo para te abandonar, para recuar de te acompanhar; pois, aonde quer que fores, irei eu, e onde quer que pernoitares, pernoitarei eu. Teu povo será o meu povo, e teu Deus, o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e ali serei enterrada. Assim me faça Jeová e assim lhe acrescente mais, se outra coisa senão a morte fizer separação entre mim e ti.” (Rute 1:16, 17) Rute mostrou também excelentes qualidades ao mostrar-se disposta a casar-se com Boaz, já de certa idade, sob o arranjo do casamento levirato. — Rute, capítulos 2 a 4.

      5. Que qualidades mostrou Jesus em lidar com as pessoas?

      5 Jesus deu um exemplo similar na maneira de lidar com as pessoas. Ele era paciente, compassivo, bondoso e animador. Tomou interesse pessoal num homem pobre, incapacitado, que por uns 38 anos não conseguia andar, e o curou. Mostrava consideração para com as viúvas. (Lucas 7:11-15; João 5:1-9) Mesmo durante a agonia da sua morte dolorosa na estaca de tortura, certificou-se de que se cuidasse da sua mãe, que possivelmente tinha uns 50 e poucos anos. Exceto para seus inimigos hipócritas, Jesus era para todos uma companhia animadora. De modo que podia dizer: “Vinde a mim, todos os que estais labutando e que estais sobrecarregados, e eu vos reanimarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, pois sou de temperamento brando e humilde de coração, e achareis revigoramento para as vossas almas.” — Mateus 9:36; 11:28, 29; João 19:25-27.

      Quem merece consideração?

      6. (a) Quem merece cuidados especiais? (b) Que perguntas poderíamos fazer a nós mesmos?

      6 Visto que Jeová Deus e seu Filho, Jesus Cristo, deram exemplos tão excelentes na questão de se importar com outros, logicamente é apropriado que os cristãos dedicados imitem seu modelo. Temos no nosso meio alguns que têm labutado e têm estado sobrecarregados por muitos anos — irmãos e irmãs idosos que entraram nos anos posteriores da sua vida. Alguns deles talvez sejam nossos pais ou nossos avós. Será que lhes damos o devido valor? Tratamo-los com ares de superioridade? Ou realmente apreciamos sua ampla experiência e sabedoria? É verdade que alguns talvez ponham à prova a nossa paciência com idiossincrasias e fraquezas que não são nada incomuns na velhice. Mas, pergunte-se: ‘Seria eu diferente nas mesmas circunstâncias?’

      7. O que ilustra que há necessidade de se ter empatia com os idosos?

      7 Existe uma história comovente, do Oriente Médio, da compaixão duma menina para com os idosos. A avó ajudava na cozinha, e acidentalmente deixou cair um prato de porcelana e o quebrou. Ela ficou perturbada por ter sido desajeitada; sua filha ficou ainda mais irritada. Esta chamou então sua filhinha e mandou-a à loja local comprar para a avó um prato de madeira, inquebrável. A menina voltou com dois pratos de madeira. A mãe quis saber: “Por que comprou dois pratos?” A neta, hesitante, respondeu: “Um para a vovó e o outro para você, quando ficar velha.” Sim, neste mundo, todos nós nos confrontamos com a perspectiva de envelhecer. Não apreciaríamos ser tratados com paciência e com bondade? — Salmo 71:9.

      8, 9. (a) Como devemos tratar os idosos no nosso meio? (b) De que precisam lembrar-se alguns dos que recentemente se tornaram cristãos?

      8 Nunca se esqueça de que muitos de nossos irmãos e irmãs idosos têm um passado de muita atividade cristã fiel. Eles certamente merecem nossa honra e consideração, nossa bondosa ajuda e encorajamento. O sábio disse corretamente: “As cãs são uma coroa de beleza quando se acham no caminho da justiça.” E esta cabeça grisalha, quer de homem quer de mulher, deve ser respeitada. Alguns desses homens e mulheres mais velhos ainda servem como fiéis pioneiros, e muitos homens continuam a servir fielmente como anciãos nas congregações; outros fazem trabalho exemplar como superintendentes viajantes. — Provérbios 16:31.

      9 Paulo aconselhou Timóteo: “Não critiques severamente um ancião. Ao contrário, suplica-lhe como a um pai, os homens mais jovens, como a irmãos, as mulheres mais idosas, como a mães, as mulheres mais jovens, como a irmãs, com toda a castidade.” (1 Timóteo 5:1, 2) Aqueles que recentemente entraram na congregação cristã, saindo do mundo desrespeitoso, devem em especial tomar a peito as palavras de Paulo, baseadas no amor. Jovens, não imitem as péssimas atitudes que talvez tenham presenciado na escola. Não se ressintam do conselho bondoso de Testemunhas mais idosas. (1 Coríntios 13:4-8; Hebreus 12:5, 6, 11) No entanto, quando os idosos, por causa de saúde fraca ou problemas financeiros, precisam de ajuda, a quem cabe primariamente a responsabilidade de ajudá-los?

      O papel da família em cuidar dos idosos

      10, 11. (a) Segundo a Bíblia, quem deve tomar a dianteira em cuidar dos idosos? (b) Por que nem sempre é fácil cuidar dos idosos?

      10 Na primitiva congregação cristã surgiram problemas com respeito a cuidar das viúvas. Como indicou Paulo que se deviam suprir essas necessidades? “Honra as viúvas que são realmente viúvas. Mas, se alguma viúva tiver filhos ou netos, que estes aprendam primeiro a praticar a devoção piedosa na sua própria família e a estar pagando a devida compensação aos seus pais e avós, pois isto é aceitável à vista de Deus. Certamente, se alguém não fizer provisões para os seus próprios, e especialmente para os membros de sua família, tem repudiado a fé e é pior do que alguém sem fé.” — 1 Timóteo 5:3, 4, 8.

      11 Em épocas de necessidade, os membros da própria família devem ser os primeiros a ajudar os idosos.a Deste modo, os filhos adultos podem mostrar apreço pelos anos de amor, de trabalho e de cuidados que seus pais lhes dedicaram. Isto talvez não seja fácil. Ao passo que as pessoas ficam mais velhas, elas naturalmente ficam mais vagarosas, e algumas até mesmo ficam incapacitadas. Outras talvez fiquem egocêntricas e exigentes, possivelmente sem se darem conta disso. Mas, quando nós éramos bebês, não éramos também egocêntricos e exigentes? E não vinham nossos pais correndo para nos ajudar? Agora as coisas mudaram na velhice deles. Portanto, do que se precisa? Compaixão e paciência. — Compare com 1 Tessalonicenses 2:7, 8.

      12. De que qualidades se precisa para cuidar dos idosos — e de todos os outros na congregação cristã?

      12 O apóstolo Paulo deu conselho prático quando escreveu: “Concordemente, como escolhidos de Deus, santos e amados, revesti-vos das ternas afeições de compaixão, benignidade, humildade mental, brandura e longanimidade. Continuai a suportar-vos uns aos outros e a perdoar-vos uns aos outros liberalmente, se alguém tiver razão para queixa contra outro. Assim como Jeová vos perdoou liberalmente, vós também o fazei. Além de todas estas coisas, porém, revesti-vos de amor, pois é o perfeito vínculo de união.” Se devemos mostrar este tipo de compaixão e amor na congregação, não deveríamos mostrá-lo ainda mais na família? — Colossenses 3:12-14.

      13. Quem, além de pais e avós idosos, talvez precise de ajuda?

      13 Às vezes, este tipo de ajuda talvez seja necessitado não só por pais e avós, mas também por outros parentes idosos. Alguns dos mais idosos, que não têm filhos, têm servido por muitos anos no serviço missionário, no ministério de viajantes e em outras atividades de tempo integral. Eles colocaram genuinamente o Reino em primeiro lugar em toda a sua vida. (Mateus 6:33) Portanto, não seria apropriado ter para com eles um espírito de solicitude? Certamente, temos um belo exemplo na maneira em que a Sociedade Torre de Vigia cuida dos seus membros idosos em Betel. Na sede do Betel em Brooklyn e em diversas filiais e congêneres da Sociedade, vários irmãos e irmãs idosos recebem diariamente atenção de membros treinados da família, designados a esta tarefa. Sentem-se felizes de cuidar desses idosos, como se fossem seus próprios pais ou avós. Ao mesmo tempo, aprendem muito da experiência dos mais idosos. — Provérbios 22:17.

      O papel da congregação em dar assistência

      14. Que provisões se faziam para os idosos na primitiva congregação cristã?

      14 Muitos países têm hoje um sistema de pensão para a velhice, bem como assistência médica provida pelo Estado para os idosos. Os cristãos podem aproveitar-se plenamente dessas provisões onde têm direito a isso. No entanto, no primeiro século, não existiam tais provisões. Por isso, a congregação cristã tomava ação positiva para ajudar as viúvas carentes. Paulo orientou: “Seja colocada na lista [de ajuda da congregação] a viúva que não tiver menos de sessenta anos de idade, esposa de um só marido, dando-se dela testemunho de obras excelentes, se tiver criado filhos, se tiver hospedado estranhos, se tiver lavado os pés dos santos, se tiver socorrido os em tribulação, se tiver seguido diligentemente toda boa obra.” Paulo mostrou assim que a congregação também tem um papel a desempenhar em ajudar os idosos. Mulheres de mentalidade espiritual, que não tinham filhos crentes, habilitavam-se para tal ajuda. — 1 Timóteo 5:9, 10.

      15. Por que talvez se precise de auxílio para conseguir a ajuda do Estado?

      15 Onde há previdência social do Estado para os idosos, esta costuma envolver muita papelada, o que talvez pareça desanimador. Em casos assim, é apropriado que os superintendentes na congregação providenciem ajuda, para que os idosos possam requerer, receber ou até mesmo aumentar tal ajuda a receber. Às vezes, mudanças de circunstâncias podem resultar num aumento da pensão. Mas há também muitas outras coisas práticas que os superintendentes podem organizar, a fim de que se cuide dos idosos. Quais são algumas delas?

      16, 17. De que maneiras diferentes poderemos mostrar hospitalidade aos idosos na congregação?

      16 Mostrar hospitalidade é um costume que remonta aos tempos bíblicos. Até hoje, em muitos países do Oriente Médio, mostra-se hospitalidade para com estranhos, pelo menos a ponto de oferecer um chá ou café. Não surpreende, pois, que Paulo escrevesse: “Partilhai com os santos segundo as suas necessidades. Segui o proceder da hospitalidade.” (Romanos 12:13) A palavra grega para hospitalidade, fi·lo·xe·ní·a, significa literalmente “amor a (afeição a, ou bondade para com) estranhos”. Se o cristão deve ser hospitaleiro para com estranhos, não deveria ser ainda mais hospitaleiro para com os aparentados com ele na fé? Um convite para uma refeição muitas vezes representa uma bem-vinda mudança na rotina duma pessoa idosa. Se quiser ouvir a voz de sabedoria e de experiência nas suas reuniões sociais, inclua os idosos. — Compare com Lucas 14:12-14.

      17 Há muitas maneiras de animar os idosos. Quando se forma um grupo para ir de carro ao Salão do Reino ou a uma assembléia, será que há idosos que gostariam de ir junto? Não espere que lhe peçam isso. Ofereça-se a levá-los. Outra ajuda prática é fazer as compras para eles. Ou se isso lhes for possível, poderíamos levá-los conosco quando fazemos compras? Mas, certifique-se de que haja lugares onde possam descansar e revigorar-se, caso seja necessário. Sem dúvida, isso requer paciência e bondade, mas a gratidão sincera duma pessoa idosa pode ser muito recompensadora. — 2 Coríntios 1:11.

      Uma real vantagem para a congregação

      18. Por que são os idosos uma bênção para a congregação?

      18 Que bênção é ver na congregação cabelos grisalhos e brancos (e também cabeças calvas devido à idade)! Isto significa que no meio da vitalidade e do vigor dos mais jovens temos sabedoria e experiência misturados — uma vantagem real para qualquer congregação. O conhecimento deles é como água refrescante que tem de ser tirada dum poço. É como o expressa Provérbios 18:4: “As palavras da boca do homem são águas profundas. A fonte da sabedoria é uma torrente borbulhante.” Quão animador é para os idosos sentir que são desejados e apreciados! — Compare com Salmo 92:14.

      19. De que modo alguns fizeram sacrifícios a favor de seus pais idosos?

      19 Alguns dos que estiveram empenhados no serviço de tempo integral acharam necessário renunciar aos seus privilégios, a fim de voltar para casa e cuidar de pais idosos, doentes. Fizeram o sacrifício a favor dos que antes se sacrificaram por eles. Certo casal, anteriormente missionários e ainda empenhados no serviço de tempo integral, voltou para casa, a fim de cuidar dos pais idosos. Tem feito isso por mais de 20 anos. Há quatro anos, a mãe do homem teve de ser internada numa casa de saúde. O marido, agora com mais de 60 anos, visita todo dia sua mãe de 93 anos. Ele explica: “Como é que eu poderia abandoná-la? Ela é minha mãe!” Em outros casos, congregações e pessoas ofereceram-se para cuidar dos idosos, a fim de que os filhos destes pudessem continuar na sua designação. Tal amor altruísta também merece muito elogio. Cada situação tem de ser tratada conscienciosamente, porque os idosos não devem ser negligenciados. Mostre que você ama seus pais idosos. — Êxodo 20:12; Efésios 6:2, 3.

      20. Que exemplo nos deu Jeová em cuidar dos idosos?

      20 Deveras, nossos irmãos e irmãs idosos são uma coroa de beleza para a família ou para a congregação. Jeová disse: “Mesmo até a velhice da pessoa, eu sou o Mesmo; e até as cãs da pessoa, eu mesmo continuarei a sustentar. Eu mesmo hei de agir, para que eu mesmo carregue e para que eu mesmo sustente e ponha a salvo.” Mostremos ter a mesma paciência e cuidado para com nossos irmãos e irmãs idosos na família cristã. — Isaías 46:4; Provérbios 16:31.

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