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Página de rosto/Página editoraHaverá Algum Dia um Mundo sem Guerra?
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Página de rosto/Página editora
Haverá Algum Dia um Mundo sem Guerra?
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Will There Ever Be a World Without War?
Edição de junho de 2018
Português (Brazilian Edition) (wi-T)
© 1992
WATCH TOWER BIBLE AND TRACT SOCIETY OF PENNSYLVANIA
ASSOCIAÇÃO TORRE DE VIGIA DE BÍBLIAS E TRATADOS.
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IntroduçãoHaverá Algum Dia um Mundo sem Guerra?
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Introdução
Haverá Algum Dia um Mundo sem Guerra? — Temos presenciado em nossos dias as mais devastadoras guerras que já afligiram a humanidade. Milhões de viúvas, viúvos e órfãos têm sido deixados para prantear seus entes queridos. Na conferência de paz para o Oriente Médio, realizada em Madri, em 1991, Yitzhak Shamir disse: “Estou certo de que nenhuma mãe árabe deseja que seu filho morra em batalha — assim como nenhuma mãe judia deseja que seu filho morra na guerra.” Portanto, nosso título é apropriado: Haverá Algum Dia um Mundo sem Guerra?
Também, já se perguntou: Existe algum modo de confirmarmos a existência de Deus? Se ele existe, por que tem permitido tanto sofrimento? Qual é o propósito de Deus para nós, e como podemos conhecer tal propósito? Que evidência há de que a Bíblia é inspirada? Qual é exatamente a condição dos mortos, e que esperança há para eles, se é que há alguma? Essas perguntas e outras serão respondidas no decorrer desta consideração.
monte Hermon
O mar de Galiléia
monte Tabor
A Terra poderia ser um paraíso, mas a humanidade a transformou num campo de batalha
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Haverá Algum Dia um Mundo sem Guerra?Haverá Algum Dia um Mundo sem Guerra?
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Haverá algum dia um mundo sem guerra?
1, 2. Que perguntas surgem sobre o futuro do mundo?
DESDE que foi estabelecido em 1948 como estado moderno, Israel tem estado de prontidão contra seus vizinhos. Essa confrontação e disputa contínuas têm deixado um rastro de mães, esposas, filhos e outros consternados e enlutados — em ambos os lados. Todavia, um dos desejos naturais da humanidade, especialmente a nível familiar, é poder viver em paz.
2 Entretanto, a guerra e a luta não são problemas exclusivos do Oriente Médio. Situações explosivas à espera de serem detonadas parecem existir no mundo inteiro. Assim, a pergunta é: será que algum dia conseguiremos estabelecer paz, não só no Oriente Médio, mas uma paz mundial? Em caso afirmativo, como se realizará isso? Será mediante a boa vontade política, religiosa e étnica da humanidade? Parece-lhe isso provável? Ou será necessária a intervenção de Deus, o Proprietário e Criador da Terra?
3-5. (a) Que promessa sobre paz fornece a Bíblia? (b) Que perguntas requerem investigação adicional?
3 As Escrituras Hebraicas fornecem-nos profecias acalentadoras sobre o tempo em que as nações “forjarão das suas espadas relhas de arado, e das suas lanças, podadeiras: nação não levantará espada contra nação; jamais voltarão a conhecer a guerra”. — Isaías 2:4.
4 Não foi só Isaías quem falou dessa paz em escala global. (Salmo 46:9-11 [Sal. 46:8-10, NM]) Um dos principais temas da Bíblia é realmente o tempo em que haverá completa paz e harmonia entre os homens. Como comentou o estadista e escritor israelense Abba Eban, as Escrituras Hebraicas deram aos antigos israelitas uma perspectiva futura e uma esperança sem igual, visto que “só Israel aguardava tempos dourados no futuro”.1 Sim, está próximo um futuro maravilhoso para toda a humanidade, o fim da guerra, e muito mais. Isaías profetizou também condições paradísicas em toda a Terra — o fim da pobreza, das doenças e até o fim da morte. — Isaías 11:9; 25:8; 33:24; 35:5, 6; 65:21.
5 Alguns talvez reajam, dizendo: ‘Essas profecias foram escritas há milhares de anos, contudo ainda existe guerra. Como se pode considerar a Bíblia uma fonte fidedigna de esperança? Que provas concretas há de que a Bíblia é realmente a Palavra de Deus?’
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A Bíblia — inspirada por Deus?Haverá Algum Dia um Mundo sem Guerra?
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A Bíblia — inspirada por Deus?
1, 2. Por que muitos respeitam a Bíblia, e que afirmação fazem seus escritores?
A Nova Enciclopédia Britânica (em inglês) classifica a Bíblia de “provavelmente a coleção mais influente de livros na história humana”. Muitos têm elevado respeito pela Bíblia por causa de sua antiguidade — partes dela foram escritas há 3.500 anos. Todavia, seus conselhos práticos e atualizados são um dos motivos pelos quais mais de três bilhões de exemplares foram distribuídos e traduzidos, total ou parcialmente, em quase dois mil idiomas, tornando-a o livro mais distribuído de todos os tempos no mundo.
2 À parte desses fatores, todos os quais inspiram respeito pela Bíblia, há ainda outro aspecto que a tornou tão influente e atraente no decorrer dos séculos — sua afirmação de ser a inspirada revelação do Deus Todo-Poderoso. Moisés, que compilou a Tora (os primeiros cinco livros da Bíblia) “assentou por escrito” tudo o que Deus lhe disse, que incluía o relato da criação, o registro do Dilúvio nos dias de Noé, e a história de Abraão e dos próprios tratos de Moisés com Deus. (Êxodo 24:3, 4) O Rei Davi disse: “O espírito do SENHOR falou por meu intermédio, Sua mensagem está na minha língua.” (2 Samuel 23:2) Outros escritores da Bíblia fizeram afirmações similares de orientação divina. Todos esses escritos juntos formam a explicação do próprio Deus sobre a História — seu verdadeiro significado, interpretação e resultado final. Os diversos escritores das Escrituras — reis, trabalhadores contratados, sacerdotes e outros — atuaram como secretários ao registrarem os pensamentos de Deus, o Autor da Bíblia e Aquele que garante suas promessas.
3. O que mostra que a crença em Deus e a crença na ciência não são incompatíveis?
3 Visto que a Bíblia afirma ser de autoria divina, a primeira dúvida de muitos talvez se relacione com a própria existência do seu Autor. Muitos rejeitam completamente a existência de Deus. Outros, com a impressão de que toda pessoa inteligente rejeita a idéia sobre Deus e a crença na Bíblia, perguntam: “Por que os cientistas não crêem em Deus?” É tal impressão realmente verdadeira? Um artigo na revista New Scientist afirmou que o “conceito comum de que os cientistas são descrentes . . . é um conceito totalmente errado”.2 O mesmo artigo relata que pesquisas aleatórias feitas em universidades, estabelecimentos de pesquisas e laboratórios industriais indicam que “tantos quantos oito cientistas em cada 10 têm uma crença religiosa ou aceitam princípios ‘não-científicos’”. Portanto, não se pode dizer com exatidão que a fé é incompatível com a ciência ou com os cientistas. (Veja o quadro “Evolução — Um Fato?”)
Existem Provas de que Foi Inspirada?
4. Que verdades científicas foram citadas na Bíblia há milhares de anos?
4 Quando se chega à conclusão de que há evidências convincentes da existência dum Criador, permanece ainda a dúvida de se ele inspirou homens para registrarem na Bíblia Seus pensamentos e propósitos. Há muitas razões para podermos ter certeza disso, uma das quais é sua exatidão científica. (“‘No Princípio Deus Criou . . .”) Por exemplo, mais de 3.000 anos atrás, Jó disse que Deus “suspende a Terra sobre nada”. (Jó 26:7, JP) Cerca de 2.700 anos atrás, o profeta Isaías declarou que Deus “está sentado acima do círculo da Terra”. (Isaías 40:22, JP) Ora, como podiam Jó e Isaías saber dessas verdades científicas básicas de que a Terra está suspensa no espaço e tem formato esférico? Sabe-se muito bem disso hoje, mas tais declarações foram feitas num tempo em que tais noções não eram conhecidas. Não seria a revelação divina a explicação mais razoável?
5, 6. Que cumprimentos de profecias evidenciam que os escritores da Bíblia foram inspirados por Deus?
5 As profecias, realmente história escrita antes de ocorrer, talvez sejam a principal particularidade da Bíblia que comprova sua afirmação de ser divinamente inspirada. Por exemplo, o profeta Isaías predisse não só que Jerusalém seria destruída por Babilônia, e que a inteira nação judaica seria levada cativa, mas também que no devido tempo Ciro, um general persa, conquistaria Babilônia e libertaria os judeus do cativeiro. (Isaías 13:17-19; 44:27-45:1) Pode imaginar algum meio, além da inspiração divina, pelo qual Isaías poderia ter conseguido predizer com 200 anos de antecedência o nascimento de Ciro, seu nome e precisamente o que ele faria? (Veja o quadro “Deus — ‘O Revelador de Mistérios’ Por Meio de Profecias.”)
6 Algumas das mais notáveis profecias foram registradas por Daniel, profeta que viveu no sexto século AEC. Ele não só predisse a queda de Babilônia diante dos medos e dos persas, mas predisse também eventos muito mais à frente de seu tempo, no futuro distante. Por exemplo, a profecia de Daniel predisse a ascensão da Grécia como império mundial sob Alexandre, o Grande, (336-323 AEC), a divisão do império de Alexandre entre seus quatro generais, após sua morte prematura, e a ascensão do Império Romano, com seu temível poderio militar (primeiro século AEC). (Daniel 7:6; 8:21, 22) Todos esses eventos são atualmente fatos históricos indiscutíveis.
7, 8. (a) Que acusação têm feito alguns sobre as profecias da Bíblia? (b) O que prova que a acusação de fraude não é bem alicerçada?
7 Por terem as profecias bíblicas sido tão exatas, críticos as têm classificado como fraudes, isto é, história escrita após o ocorrido e disfarçada de profecia. Mas como pode alguém asseverar racionalmente que os sacerdotes judeus se atreveriam a inventar uma profecia? E por que inventariam profecias com as mais duras invectivas imagináveis contra eles mesmos? (Isaías 56:10, 11; Jeremias 8:10; Sofonias 3:4) Ademais, como poderia uma nação inteira, alfabetizada, treinada e instruída, tendo a Bíblia por texto sagrado, ser ludibriada por um embuste desses? — Deuteronômio 6:4-9.
8 Como poderia ter havido alguma fraude relacionada com o desaparecimento de civilizações inteiras, tais como Edom e Babilônia, quando tais eventos ocorreram muitos séculos após as Escrituras Hebraicas terem sido completadas? (Isaías 13:20-22; Jeremias 49:17, 18) Mesmo que alguém sustente que tais profecias não foram escritas no período dos próprios profetas, ainda assim foram registradas antes do terceiro século AEC, pois então já estavam sendo traduzidas para o grego, na Septuaginta. Também, os Rolos do Mar Morto (que incluem trechos de todos os livros bíblicos proféticos) são datados do segundo e do primeiro séculos AEC. Conforme já comentado, muitas das profecias tiveram seu cumprimento só após essas datas.
Está a Bíblia Cheia de Contradições?
9-12. (a) Por que dizem alguns que a Bíblia é contraditória? (b) Como são solucionadas algumas “contradições”?
9 Mas alguns objetam: ‘A Bíblia está cheia de contradições e discrepâncias.’ Com bastante freqüência, os que fazem essa afirmação não investigaram pessoalmente o assunto, mas apenas ouviram outros citarem um ou dois alegados exemplos. Na verdade, a maioria das supostas discrepâncias são facilmente solucionadas se nos lembrarmos de que os escritores da Bíblia com freqüência condensavam os assuntos. Encontramos um exemplo disso no relato da criação. Muitos, ao compararem Gênesis 1:1, 3 com Gênesis 1:14-16, têm perguntado como seria possível Deus “fazer” os luzeiros no quarto dia criativo, se a luz — evidentemente procedente desses mesmos luzeiros — já atingia a Terra no primeiro dia criativo. Neste caso, o escritor hebreu eliminou a necessidade de longas explanações por meio duma meticulosa escolha de palavras. Note que os versículos 14-16 de Gên. 1 falam de “fazer” em contraste com o “criar” em Gênesis 1:1, e de “luzes” em contraste com “luz” em Gênesis 1:3. Isto indica que foi no quarto dia criativo que o Sol e a Lua, já existentes, tornaram-se claramente visíveis através da densa atmosfera da Terra.a
10 As listas genealógicas também têm causado certa confusão. Por exemplo, Esdras alista 23 nomes na genealogia sacerdotal registrada em 1 Crônicas 5:29-40 (6:3-14), mas alista apenas 16 nomes para o mesmo período ao fornecer sua própria genealogia em Esdras 7:1-5. Não se trata duma discrepância, mas duma simples condensação. Além disso, de acordo com a intenção do escritor ao registrar um evento, ele realçava, minimizava, incluía ou omitia detalhes que outro escritor bíblico descrevia de modo diferente ao registrar o mesmo evento. Tais coisas não são contradições, antes, são relatos que diferem entre si, refletindo o ponto de vista do escritor e o público a que se destinava.b
11 Muitas vezes, aparentes incoerências podem ser solucionadas por simplesmente examinarmos o contexto. Por exemplo, “onde obteve Caim sua esposa?” é uma pergunta freqüente, realçando a crença de que isto expõe uma discrepância no relato bíblico. Supõe-se que Adão e Eva tiveram apenas dois filhos, Caim e Abel. Tal dificuldade é facilmente solucionada por se continuar a ler. Gênesis 5:4 diz: “Após o nascimento de Sete, Adão viveu 800 anos e gerou filhos e filhas.” Assim, Caim casou-se com uma de suas irmãs, ou talvez com uma sobrinha, o que estaria em plena harmonia com a intenção original de Deus para a expansão da raça humana. — Gênesis 1:28.
12 Há obviamente muitos pormenores da história humana não registrados como parte do Registro Divino. Mas todos os pormenores necessários, tanto para os primeiros que o leram como para nós hoje, foram incluídos sem torná-lo difícil e impossível de ler.
Escrita Para Ser Entendida Apenas por Eruditos?
13-15. (a) Por que crêem alguns que a Bíblia é difícil demais para ser entendida? (b) Como sabemos que Deus pretendia que Sua Palavra fosse entendida?
13 Já se perguntou: “Por que há tantas interpretações divergentes da Bíblia?” Depois de ouvirem autoridades religiosas divergir umas das outras, algumas pessoas sinceras ficam confusas e desanimadas. A conclusão a que muitos chegam é de que a Bíblia é ambígua e contraditória. Assim, muitos rejeitam a Bíblia completamente, crendo ser difícil demais lê-la e entendê-la. Outros, ao se confrontarem com essa grande variedade de interpretações religiosas, relutam em investigar seriamente as Escrituras. Alguns dizem: “Homens instruídos estudaram durante anos em seminários religiosos. Como posso eu ter qualquer base para questionar o que eles ensinam?” Mas é assim que Deus encara o assunto?
14 Quando deu a Lei à nação de Israel, Deus não indicou que estava dando um sistema de adoração que a nação seria incapaz de compreender, que teria de ser deixado nas mãos de sábios teológicos ou “eruditos”. Deus declarou o seguinte por intermédio de Moisés em Deuteronômio 30:11, 14: “Certamente, esta Instrução que vos imponho neste dia não é difícil demais para vós, nem está além de compreensão. Não, a coisa está bem próxima de vós, em vossa boca e em vosso coração, para observá-la.” Toda a nação, não só os líderes, foram informados: “Tomai a peito estas instruções das quais vos incumbo neste dia. Inculcai-as em vossos filhos. Recitai-as quando estiverdes em casa e quando estiverdes fora, ao deitardes e ao levantardes.” (Deuteronômio 6:6, 7) Os mandamentos de Deus, todos assentados por escrito, eram suficientemente claros para que a nação inteira, tanto os pais como os filhos, os acatassem.c
15 Já nos dias de Isaías, os líderes religiosos incorreram na condenação de Deus por assumirem a responsabilidade de fazer acréscimos às leis de Deus e interpretá-las. O profeta Isaías escreveu: “Esse povo chegou-se a Mim com a boca e honrou-Me com os lábios, mas manteve seu coração distante de Mim, e a adoração que prestam a Mim tem sido um mandamento de homens, aprendido mecanicamente.” (Isaías 29:13) Sua adoração tornara-se mandamento de homens, não de Deus. (Deuteronômio 4:2) Esses ‘mandamentos de homens’, suas próprias interpretações e explicações, é que eram contraditórios. As palavras de Deus não eram contraditórias. O mesmo se dá hoje em dia.
Existe Alguma Base Bíblica Para a Tora Oral?
16, 17. (a) O que crêem alguns sobre uma lei oral? (b) O que indica a Bíblia sobre uma lei oral?
16 Alguns crêem que Moisés recebeu uma “Tora Oral” além da “Tora Escrita”. Segundo essa crença, Deus ordenou que certos mandamentos não fossem escritos, mas sim transmitidos oralmente de geração em geração, sendo assim preservados apenas por tradição oral. (Veja o quadro “Tem a Tora ‘Setenta Faces’?”) Entretanto, o relato bíblico mostra claramente que Moisés nunca recebeu ordens de transmitir uma lei oral. Êxodo 24:3, 4 nos diz: “Moisés foi e repetiu ao povo todos os mandamentos do SENHOR e todas as regras; e todo o povo respondeu com uma só voz, dizendo: ‘Faremos todas as coisas que o SENHOR ordenou!’” A seguir, Moisés “escreveu todos os mandamentos do SENHOR”. Ademais, somos informados em Êxodo 34:27: “E o SENHOR disse a Moisés: Escreve estes mandamentos, pois em harmonia com esses mandamentos faço um pacto contigo e com Israel.” Não havia lugar no pacto que Deus fez com Israel para uma lei oral não-escrita. (Veja o quadro “Onde Estava a Lei Oral . . .”) Não há em parte alguma da Bíblia qualquer menção da existência de uma lei oral.d O que é mais importante, os ensinos desta contradizem as Escrituras, o que aumenta a impressão errônea de que a Bíblia se contradiz. (Veja o quadro “A Morte e a Alma — O Que São?”) Mas o responsável por essa confusão é o homem, não Deus. — Isaías 29:13. (Veja o quadro “Honra ao Nome de Deus.”)
17 Em contraste com as interpretações contraditórias dos homens, a própria Bíblia é clara e fidedigna. Deus nos forneceu abundantes provas em Sua Palavra de que o mundo pacífico visionado em Isaías 2:2-4 não é apenas sonho, mas uma iminente realidade. Somente o próprio Deus, o Deus de profecia, o Deus da Bíblia, é que realizará isso.
a Convém notar que os seis “dias” da criação não incluem a declaração de Gênesis 1:1, que se refere à criação dos corpos celestes. Ademais, a palavra hebraica traduzida “dia” dá margem à idéia de que os eventos descritos em Gênesis 1:3-31 ocorreram em seis ‘períodos de tempo’ que poderiam ter muitos milhares de anos de duração. — Compare com Gênesis 2:4.
b Para mais exemplos, veja ““É a Bíblia Contraditória?”
c Questões difíceis que envolviam casos judiciais eram tratadas por meio dum sistema judicial claramente esboçado. (Deuteronômio 17:8-11) Em quaisquer outros assuntos importantes que parecessem obscuros, para receber a resposta de Deus, a nação era direcionada, não para uma lei oral, mas para o Urim e o Tumim nas mãos dos sacerdotes. — Êxodo 28:30; Levítico 8:8; Números 27:18-21; Deuteronômio 33:8-10.
d Alguns têm interpretado que o texto de Deuteronômio 17:8-11 sugere uma tradição oral inspirada. No entanto, conforme mencionado na nota ao pé da página do parágrafo 14, o texto trata unicamente do procedimento para se julgar casos judiciais. Note que a questão não era se diferentes costumes ou tradições foram transmitidos durante muitos séculos ou não. Sem dúvida, havia tradições transmitidas sobre como cumprir especificamente certos aspectos da Lei. Mas, o fato de que certa tradição perdurou muito tempo não prova que foi inspirada. Por exemplo, note a tradição que se desenvolveu sobre a serpente de bronze. — Números 21:8, 9; 2 Reis 18:4.
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Qual é o propósito de Deus para a humanidade?Haverá Algum Dia um Mundo sem Guerra?
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Qual é o propósito de Deus para a humanidade?
1-4. (a) Qual era o propósito original de Deus para a humanidade? (b) Por que o homem se mostrou desobediente? (Veja o quadro “Quem é Satanás?”)
A PROMESSA de um mundo sem guerra, conforme revelada em Isaías 2:2-4 e Miquéias 4:1-4, não só nos fornece uma esperança bem alicerçada para o futuro próximo, mas também nos diz algo muito importante sobre nosso Criador. Ele é um Deus de propósito. A profecia de Isaías, capítulo 2, realmente faz parte duma longa série de profecias que vai das primeiras páginas da Bíblia até as últimas, tornando claro para nós como Deus cumprirá seu propósito original.
2 Quando Deus criou o primeiro casal humano, revelou-lhes em termos claros qual era seu propósito para eles. Em Gênesis, capítulo 1, versículo 28, lemos: “Deus os abençoou e Deus lhes disse: ‘Sede férteis e aumentai, enchei a Terra e dominai-a; e subjugai os peixes do mar, as aves do céu, e todas as coisas viventes que rastejam na Terra.’” Quando relacionamos essa ordem com o que é declarado no capítulo seguinte de Gênesis — “O SENHOR Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden, para cultivá-lo e tomar conta dele” — fica evidente que Deus intencionava que o primeiro casal, junto com sua descendência, ampliasse o Paraíso para além dos limites do jardim do Éden, para por fim abranger o globo terrestre inteiro.a — Gênesis 2:15.
3 Por quanto tempo desfrutariam desse lar paradísico? As Escrituras dão a entender que o homem foi criado para viver para sempre na Terra. A morte só sobreviria à humanidade se esta desobedecesse ao Criador, conforme declarado em Gênesis, capítulo 2, versículos 16 e 17: “O SENHOR Deus ordenou ao homem, dizendo: ‘De toda árvore do jardim estás livre para comer; mas quanto à árvore do conhecimento do bem e do mal, não deves comer dela; pois, assim que comeres dela, morrerás.’” Portanto, é razoável concluirmos que a obediência continuada teria resultado na continuidade da vida, em vida eterna, em tais condições paradísicas. — Salmo 37:29; Provérbios 2:21, 22.
4 Contudo, certo anjo, mais tarde chamado de Satanás (que significa “Adversário”), influenciou aquele primeiro casal a fazer mau uso do livre-arbítrio, escolhendo desobedecer a Deus. (Jó 1:6-12; compare com Deuteronômio 30:19, 20.) Criando a ilusão de que uma serpente estava falando, esse anjo rebelde disse a Eva e, por meio dela, a Adão, que se tornariam mais sábios e sua vida ficaria mais completa por não se sujeitarem a Deus como a Derradeira Autoridade.b (Gênesis 3:1-19) Devido à sua franca rebelião, foram condenados à morte. Significava isso que o propósito de Deus para a humanidade foi frustrado ou fracassou? Não, antes, significava que haveria necessidade dum outro meio para cumprir o propósito original de Deus de ter uma Terra paradísica cheia de humanos obedientes desfrutando de vida eterna. Como se daria isso?
Uma Semente Prometida
5, 6. (a) O que prometeu Deus como solução para os problemas na Terra causados pela rebelião de Satanás? (b) O que prometeu Deus a Abraão?
5 Ao pronunciar a sentença para os envolvidos na rebelião contra sua autoridade, Jeová Deus declarou que suscitaria uma “semente”, ou “descendência”, que desfaria os danos causados pelo instigador da rebelião. Em linguagem simbólica, Deus falou da serpente, representando a Satanás, como sendo golpeada, ou esmagada, na cabeça por essa Semente, pondo assim fim à existência e à rebelião de Satanás. No decorrer dos anos, esse versículo de Gênesis foi interpretado de maneiras variadas e contraditórias. Mas, uma vez que a palavra “semente” é usada em muitas profecias, outras promessas relacionadas revelam seu significado. — Gênesis 3:15.
6 O termo “semente” se relaciona freqüentemente com a realização do propósito de Deus para a humanidade como um todo. Conforme registrado em Gênesis 22:18, o fiel hebreu Abraão recebeu a seguinte promessa de Deus: “Todas as nações da Terra abençoarão a si mesmas por meio de teus descendentes [semente, JP], porque obedeceste à Minha ordem.” (O grifo é nosso.) Deus mostrou especial interesse em Abraão como homem que genuinamente O buscava. Contudo, embora Deus recompensasse diretamente a Abraão, esse texto mostra claramente que o interesse de Deus não era só em Abraão, nem exclusivamente em seus descendentes carnais. Deus tinha bem em mente seu propósito original duma Terra paradísica para toda a humanidade, para “todas as nações”. Ele revelava então a Abraão que, em resultado de sua fidelidade, teria o privilégio de produzir a “semente” por meio da qual todas as nações abençoariam a si mesmas.
7, 8. De que modo essa prometida Semente ficou ligada aos conceitos de reinado e do Messias?
7 Abraão foi pai de muitas grandes nações. (Gênesis 17:4, 5) Mas Jeová Deus revelou claramente através de qual dessas linhagens viria a prometida Semente, que traria bênçãos a toda a humanidade. (Gênesis 17:17, 21) Tanto o filho de Abraão, Isaque, como seu neto, Jacó, foram mencionados como pertencentes à linhagem que produziria a “semente”. Uma das nações que se originaram de Abraão foi a nação de Israel, que abrangia as 12 tribos que descenderam dos filhos de Jacó, neto de Abraão. Era nessa nação que finalmente surgiria a prometida “semente”. — Gênesis 26:1, 4; 28:10, 13-15, JP.
8 Profecias posteriores revelaram que uma semente especial, ou governante, viria especificamente por meio da tribo de Judá. Gênesis 49:10 declara: “O bastão não se afastará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e sua seja a obediência dos povos.”3 O comentarista bíblico Rashi declara que a frase “até que venha Siló” significa “até que venha o Rei Messias, a quem pertencerá o reino”.4 Como Rashi, muitos comentaristas bíblicos têm entendido essa profecia como tendo significado messiânico.
9. (a) O que prometeu Deus ao Rei Davi com respeito à Semente? (b) Como se relaciona a promessa de Gênesis 49:10 com a do Salmo 72:7, 8?
9 O primeiro governante da linhagem de Judá, o Rei Davi, recebeu a seguinte promessa de Deus: “Tua casa e . . . teu trono ficar[ão] estabelecido[s] para sempre.” (2 Samuel 7:16) Deus prometeu adicionalmente: “Suscitarei a tua semente depois ti, . . . e estabelecerei seu reino. Ele Me construirá uma casa, e eu estabelecerei seu trono para sempre.” (1 Crônicas 17:11, 12, JP) O filho e sucessor de Davi, o Rei Salomão, de fato construiu a casa, ou o templo, de Jeová, mas ele obviamente não reinou para sempre. Contudo, um dos da semente de Davi seria o mesmo “Siló”, ou Messias, profetizado em Gênesis 49:10. (JP) Falando profeticamente sobre este, o Rei Davi escreveu: “Em seus dias floresça o justo e haja abundância de paz, até que não haja mais lua. Que ele tenha domínio também de mar a mar, e do Rio até os confins da Terra.” — Salmo 72:7, 8, JP.
10 O que havia de ser realizado pela Semente prometida de Gênesis 3:15, e como isso se harmoniza com a promessa dada a Abraão?
10 Se seguirmos a revelação gradual por meio das profecias, passamos a entender que as bênçãos prometidas a Abraão — “em tua semente todas as nações da Terra serão abençoadas” — de fato se cumprirão por meio desse mesmo Governante da linhagem de Davi. (Gênesis 22:18, JP) Desse modo as profecias sobre a Semente se vinculam à esperança da nação judaica no Messias, em cujo reinado a Terra usufruirá paz total. De fato, ele é a “semente” mencionada em Gênesis 3:15, que porá fim à rebelião original contra a soberania de Deus e desfará os danos resultantes disso. (Salmo 2:5, 8, 9) Outras perguntas e informações sobre o prometido Messias são tratadas na seção “Quem Conduzirá as Nações à Paz?” Mas por ora consideremos como Deus lidou adicionalmente com os descendentes de Abraão.
O Objetivo do Pacto da Lei
11-13. De que modo o pacto da Lei beneficiou a nação, e destinava-se a durar para sempre?
11 Os israelitas tornaram-se uma nação algumas centenas de anos depois do tempo de Abraão. Deus libertou esses descendentes do cativeiro no Egito, e, sob a liderança de Moisés, outro homem de fé que Ele escolhera, Deus celebrou um pacto, ou acordo, especial com eles. (Êxodo 19:5, 6; Deuteronômio 5:2, 3) Esse pacto da Lei forneceu à nação orientações claras de como Deus desejava ser adorado. Organizou-os como nação para tal adoração.
12 Convém notarmos que esse pacto, desde o início, era condicional. Antes de revelar à nação de Israel os Dez Mandamentos e o inteiro pacto do qual esses faziam parte, Deus a informou: “Agora, pois, se Me obedecerdes fielmente e guardardes Meu pacto, sereis Minha estimada possessão entre todos os povos. Deveras, toda a Terra é Minha, mas vós sereis para Mim um reino de sacerdotes e uma nação santa.” (Êxodo 19:5, 6) A fim de continuarem a ser usados por Deus qual estimada possessão, teriam de obedecer fielmente a ele. Esses eram os termos do pacto.
13 A prometida recompensa pela fidelidade — servirem qual reino de sacerdotes — revela que o pacto da Lei não era um fim em si mesmo, antes, era um passo de transição para a habilitação dum sacerdócio que contribuiria para outras nações passarem a conhecer o verdadeiro Deus. Desde o início, o propósito de Deus era que toda a humanidade, e não apenas indivíduos duma única nação, abençoasse a si mesma. — Gênesis 22:18.
14. Que outros benefícios resultaram do pacto da Lei?
14 Visto que o pacto da Lei não era um fim em si mesmo, qual era seu objetivo? Sem dúvida, serviu para expor e denunciar sem rodeios todos os conceitos religiosos falsos que o homem começara a desenvolver independentemente desde o tempo da rebelião no jardim do Éden. (Deuteronômio 18:9-13) Protegia também a nação de Israel das práticas detestáveis e da adoração das nações em volta por reduzir ao mínimo todo o contato com aquelas nações. (Deuteronômio 7:1-6) Enquanto Israel guardasse a Lei, seria preservado numa condição religiosa pura, na qual poderia por fim tanto identificar como acolher a prometida Semente, ou Messias.
Por que exigia Deus sacrifícios como parte do pacto da Lei?
15, 16. Que importantes lições espirituais incorporadas no pacto da Lei também apontam para sua natureza temporária?
15 O pacto da Lei também destacava a necessidade de expiação, incorporando um sistema bem definido de sacrifícios que eram parte integrante da adoração judaica. (Levítico 1:1-17; 3:1-17; 16:1-34; Números 15:22-29) A partir da rebelião de Adão e Eva, a humanidade perdeu a perfeição que a teria habilitado a viver eternamente com saúde perfeita. (Gênesis 2:17) Em resultado do primeiro pecado, os descendentes de Adão e Eva (todos nascidos após a rebelião) herdaram a imperfeição e a tendência inata para o pecado. (Gênesis 8:21; Salmo 51:7 [51:5, NM]; Eclesiastes 7:20) A imperfeição levou a doenças, velhice e morte, bem como à criação duma barreira entre o homem e Deus. (1 Reis 8:46; compare com Lamentações 3:44.) Havia a necessidade de alguma base para desfazer os danos, bem como para vencer e fazer expiação pela condição imperfeita do homem. Homens de fé sempre estiveram vivamente apercebidos dessa necessidade. — Jó 1:4, 5; Salmo 32:1-5.
16 O pacto da Lei frisava que Deus tem normas legais que precisam ser satisfeitas. Fornecia também a base para o entendimento de como as normas de justiça de Deus seriam plenamente satisfeitas.c As provisões de sacrifício no pacto da Lei jamais poderiam restabelecer o propósito original de Deus para a humanidade, visto que seu efeito era temporário, destacando a condição pecaminosa, mas não a removendo ou prevenindo. Por conseguinte, a Lei era um passo de transição para ajudar aquela nação organizada de adoradores a compreender, no momento apropriado, como identificar a Semente e como essa Semente desfaria os danos causados pelo pecado de Adão. Onde é que a Tora indicava isso?
A Promessa dum Profeta Semelhante a Moisés
17, 18. O que indicava a promessa de Deus em Deuteronômio 18:15, 18, 19 de suscitar um profeta?
17 Em Deuteronômio, capítulo 18, versículo 15, Moisés disse à nação de Israel: “O SENHOR, vosso Deus, suscitará para vós um profeta dentre vosso próprio povo, semelhante a mim; a ele vós ouvireis.” No mesmo capítulo,versículos 18 e 19, Jeová falou a Moisés, aquele a quem Ele designara mediador entre ele mesmo e Seu povo, dizendo: “Suscitarei um profeta para eles dentre seu próprio povo, semelhante a ti mesmo: porei Minhas palavras em sua boca e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar; e se alguém deixar de acatar as palavras que ele falar em Meu nome, eu mesmo o chamarei para prestar contas.” Como se deve entender essa profecia?
18 O profeta aqui mencionado é claramente uma pessoa específica e especial. O contexto torna claro que não se trata de mero princípio geral sobre a intenção de Deus de continuar a suscitar profetas para a nação, como alguns têm suposto. A palavra hebraica para profeta (na·víʼ) está no singular, comparando-o a Moisés, que foi ímpar na história da nação. Além disso, as palavras concludentes do mesmo livro de Deuteronômio declaram: “Nunca mais houve em Israel um profeta semelhante a Moisés — a quem o SENHOR escolheu, face a face.” (Deuteronômio 34:10-12) Quem registrou essas palavras foi bem provavelmente Josué, filho de Num, ele próprio um grande líder e profeta designado por Deus. Mas, à base do que ele mesmo disse, não há dúvida de que não via em si mesmo o cumprimento das palavras de Moisés sobre um profeta semelhante a este. Portanto, o que queria Deus dizer quando prometeu suscitar um profeta semelhante a Moisés? Como era Moisés?
Profetizado um Novo Pacto
19. (a) Em que sentido foi Moisés ímpar? (b) Um profeta semelhante a Moisés teria de servir como o que mais?
19 Moisés foi um grande líder; foi legislador, profeta, realizador de milagres, instrutor e juiz. Foi também mediador, o único profeta que mediara um pacto entre Deus e o homem (neste caso, a nação de Israel). Um profeta verdadeiramente semelhante a ele teria de fazer algo similar. Significa isso que Deus intencionava que o pacto da Lei fosse suplantado por outro pacto? Sim, significa. Por meio do profeta Jeremias, Deus declarou claramente sua intenção de celebrar um novo pacto. Um novo pacto exigiria um novo mediador. Apenas alguém semelhante a Moisés poderia preencher os requisitos para tal incumbência. Se examinarmos o que o novo pacto abrange, poderemos entender melhor o papel do mediador.
20, 21. (a) O que se promete em Jeremias 31:31-34? (b) Qual era o propósito declarado do novo pacto? (c) Em resultado disso, o que aconteceria com o pacto da Lei?
20 Foi cerca de 900 anos depois de Moisés que Jeremias transmitiu à nação de Israel as seguintes palavras de Deus: “Vede, está chegando o tempo — declara o SENHOR — em que farei um novo pacto com a Casa de Israel e a Casa de Judá. Não será como o pacto que fiz com seus pais, quando os tomei pela mão para conduzi-los para fora da terra do Egito, um pacto que eles violaram, . . . — declara o SENHOR. Mas assim é o pacto que farei com a Casa de Israel depois destes dias . . . perdoarei suas iniqüidades, e não mais me lembrarei de seus pecados.”d — Jeremias 31:31-34.
21 Se o profeta semelhante a Moisés havia de servir como novo mediador dum novo pacto, então fica também claro que todos os detalhes específicos da adoração exigida sob a Lei mosaica não vigorariam permanentemente, mas sim só até o estabelecimento do novo pacto. Certamente, quando Deus fornecesse a base para ‘o perdão de suas iniqüidades e não mais se lembrasse de seus pecados’, não mais haveria necessidade do inteiro sistema de sacrifícios proporcionado pela provisão do templo, que só concedia perdão temporário. Com o estabelecimento do novo pacto, os aspectos cerimoniais do pacto da Lei, tal como a observância do Sábado e de feriados religiosos, também não mais teriam o mesmo significado. No devido tempo, Deus certamente revelaria o que se exigiria daqueles que fariam parte da provisão do prometido novo pacto. — Amós 3:7.
Bênçãos Para Todas as Nações
22, 23. (a) Qual foi o propósito do novo pacto com respeito às nações? (b) De que modo outras profecias mostram qual era o propósito de Deus para todas as nações?
22 Entender que o profeta semelhante a Moisés e a Semente de Abraão são a mesma pessoa ajuda-nos a perceber outro aspecto muito importante do novo pacto; este seria o instrumento legal por meio do qual pessoas de todas as nações poderiam adorar o verdadeiro Deus. Visto que Gênesis 22:18 diz que é por meio desta “semente” (JP) que “todas as nações da Terra abençoarão a si mesmas”, é evidente que em algum momento crítico da história humana Deus não mais lidaria exclusivamente com apenas uma nação, os descendentes de Abraão. Depois de a nação de Israel ter servido nesse papel vital de fornecer essa prometida Semente, e após o estabelecimento de um novo pacto, a oportunidade de adorar o verdadeiro Deus seria aberta para pessoas de todas as nações e raças.
23 Certamente ninguém poderia razoavelmente contestar a justeza de Deus ao permitir que pessoas sinceras de todas as nações e raças o adorassem. Essa era a intenção de Deus desde o início, e há muitas profecias na Bíblia que confirmam que pessoas de todas as nações abençoariam a si mesmas por meio da semente de Abraão. (Zacarias 8:20-23) Encontramos um exemplo em Sofonias, capítulo 3, versículo 9, onde Deus declara: “Pois então farei com que os povos falem uma língua pura, para que todos eles invoquem o SENHOR por nome e O sirvam de comum acordo.” A própria profecia de Isaías, capítulo 2, mencionada no início desta brochura destaca esse aspecto unificador da adoração de Deus, com pessoas de muitas nações voltando-se para servi-lo genuinamente, aprendendo os caminhos da paz; destaca também quando isso ocorreria: “Há de acontecer no fim dos dias.” (Isaías 2:2, JP) O que se quer dizer com essa expressão: “fim dos dias”?
24. (a) O que indica a expressão “fim dos dias”? (b) O que se descreve em Ezequiel, capítulos 38 e 39?
24 As Escrituras falam repetidas vezes do dia em que Deus levará todas as nações a julgamento. (Isaías 34:2, 8; Jeremias 25:31-35; Joel 4:2 [3:2, NM]; Habacuque 3:12; Sofonias 1:18; 3:8) Desde a rejeição da soberania de Deus no jardim do Éden, o fracasso da humanidade em governar a si mesma com êxito tem-se tornado cada vez mais evidente. Os governos humanos têm sido um completo fracasso, causando indizível sofrimento. Se se permitisse que prosseguissem por muito mais tempo nesta era de armas nucleares e de poluição ambiental global, os homens poderiam destruir a si mesmos e ao seu lar terrestre. Por conseguinte, Deus, usando seu Messias designado, a Semente, intervirá. (Salmo 2:1-11; 110:1-6) O profeta Ezequiel anteviu a batalha final de Deus contra os governos humanos. Nos capítulos 38 e 39 de seu livro, ele descreve a guerra de Deus contra “Gogue da terra de Magogue”. (Ezequiel 38:2) Essa é amplamente reconhecida como profecia referente aos últimos dias. “Gogue ” será uma coalizão de nações que atacará o povo de Deus em toda a Terra. Nos bastidores, Satanás estará planejando e liderando esse ataque. É esse ataque que dará início à completa destruição dessas forças satânicas. Essa destruição será feita pelo impressionante poder de Deus. — Ezequiel 38:18-22.
25. O que se profetizou que ocorrerá após a destruição das forças de Satanás?
25 Após a destruição das forças de Satanás, as condições paradísicas originais do Éden serão restabelecidas. Mas desta vez, sob a provisão do novo pacto, a humanidade será obediente a Deus. (Isaías 11:1-9; 35:1-10) Não só serão perdoados os pecados, mas a humanidade será completamente restabelecida na perfeição. (Isaías 26:9) Em resultado disso, ser-lhe-á concedida vida eterna. (Salmo 37:29; Isaías 25:8) Nesse tempo, até mesmo os mortos, tanto os que morreram fiéis a Deus como bilhões que nunca tiveram plena oportunidade de realmente aprender sobre ele, serão restabelecidos — serão ressuscitados! (Daniel 12:2, 12 [Daniel 12:2, 13, NM, JP]; Isaías 26:19) Não nos achega mais tal esperança maravilhosa ao Deus que concebeu tais coisas?
26. O que requer de nós a vinda do profeta semelhante a Moisés?
26 Estas são apenas algumas das bênçãos em reserva para pessoas de todas as nações que identificam e escutam a voz do profeta semelhante a Moisés, a Semente que governará no trono de Davi “até que não haja mais lua”, o que significa para sempre. (Salmo 72:7) Com referência a esse profeta semelhante a Moisés, Deuteronômio 18:19 diz também: “Se alguém deixar de acatar as palavras que ele falar em Meu nome, eu mesmo o chamarei para prestar contas.” Tomará você tempo e fará o esforço necessário para identificar esse Profeta semelhante a Moisés, esse Messias, aprendendo assim tudo o que Deus requer? Chegará a conhecer pessoalmente o verdadeiro Deus?
a O relato do livro de Gênesis que descreve o jardim do Éden não é uma parábola, mas o Éden era um lugar real e bem extenso. O texto indica um local ao norte das planícies mesopotâmicas, a nascente dos rios Eufrates e Tigre. (Gênesis 2:7-14) Era para servir de modelo em que o homem podia basear-se para cultivar o restante da Terra.
b Para um entendimento mais profundo das implicações dessa rebelião, veja o quadro Por Que Permite Deus a Perversidade?
c O precedente legal codificado por Moisés no que se refere ao tipo de pagamento por infrações da Lei — “vida por vida, olho por olho, dente por dente” — reflete o princípio orientador aplicado pelo próprio Deus para resolver a questão da salvação do homem. (Deuteronômio 19:21) Um homem perfeito, Adão, fora responsável pela condenação da raça humana, de modo que se fazia necessário outro homem perfeito para expiar essa perda por entregar sua vida. Assim, sua morte expiaria de forma perfeita o pecado de Adão e suas conseqüências para a humanidade. Apenas a vinda da prometida “semente”, cuja vida seria oferecida como resgate legal, poderia produzir plenamente tal livramento. (Gênesis 3:15, JP) Para uma consideração mais completa desse aspecto da Semente no propósito de Deus, veja a seção “Quem conduzirá as nações à paz?,” parágrafos 17 a 20.
d A explicação comum dada pelo judaísmo da atualidade é que Jeremias simplesmente predizia uma renovação ou reafirmação do pacto da Lei feito com Israel, como ocorreu após o retorno do exílio em Babilônia em 537 AEC. (Esdras 10:1-14) Mas a própria profecia novamente nega tal explicação. Deus declarou claramente que este será um “novo pacto”, não meramente um pacto renovado. Ademais, ele frisa que é diferente do pacto feito quando os livrou do cativeiro no Egito. Alguns têm dito que era “novo” no sentido de que então eles guardariam fielmente o mesmo pacto, mas a história indica o contrário. De fato, sua falta de fidelidade levou à destruição do segundo templo. — Deuteronômio 18:19; 28:45-48.
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O que significa conhecer o verdadeiro Deus?Haverá Algum Dia um Mundo sem Guerra?
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O que significa conhecer o verdadeiro Deus?
1, 2. De acordo com Isaías 2:3, que convite é feito nos últimos dias, e a quem?
A ESTIMULANTE profecia de Isaías sobre os últimos dias faz um convite que deveria interessar a pessoas de todas as nações. O convite é o de conhecer pessoalmente o verdadeiro Deus: “E os muitos povos irão e dirão: ‘Vinde, subamos ao Monte do SENHOR, à Casa do Deus de Jacó; para que Ele nos instrua nos Seus caminhos, e para que nós andemos nas Suas veredas.’”a — Isaías 2:3.
2 Essa profecia mostra que nos últimos dias pessoas de muitas nações no mundo inteiro seriam guiadas a uma fonte comum de instrução para ajudá-las a conhecer o verdadeiro Deus. Que verdades aprenderão, que servirão para uni-las em vínculos de verdadeira paz?
3. De que modo quase se perdeu um importante aspecto da Bíblia em resultado da tradição?
3 Um aspecto notável da Bíblia, quase perdido em resultado da tradição, é o do estabelecimento duma relação com Deus, nosso Pai celestial e Criador, nos mais pessoais dos termos, por nos dirigirmos a ele pelo Seu nome. Quem é que, tendo um amigo querido e amado, se recusa a usar ou até mesmo a mencionar o nome desse amigo quando indagado a respeito? Em geral, só um inimigo é tão desprezado, que se prefere deixar de honrá-lo por nem mesmo mencionar seu nome. A relação especial que existia entre o antigo Israel e seu Deus — através da qual o conheciam por nome — é belamente expressa pelo antigo salmista: “Visto que ele se devotou a Mim eu o livrarei; eu o manterei seguro, pois ele conhece Meu nome.” — Salmo 91:14.
Devemos Usar o Nome Divino?
4, 5. Qual é o significado do nome de Deus?
4 Do ponto de vista da Bíblia, nunca houve dúvida sobre o nome do verdadeiro Deus. Quando Deus falou a Moisés, explicando que o usaria para libertar a nação de Israel da escravidão egípcia, Moisés fez uma pergunta lógica: “Quando eu chegar aos israelitas e lhes disser: ‘O Deus de vossos antepassados enviou-me a vós’, e eles me perguntarem: ‘Qual é o Seu nome?’, o que hei de dizer a eles?” Deus respondeu: “Assim dirás aos israelitas: O SENHOR [hebraico: יהוה = YHWH = Yahweh, ou, desde o século 13 EC, Jeová], o Deus de vossos antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, enviou-me a vós: Este será Meu nome para sempre, esta Minha designação [recordação, JP] por toda a eternidade.” — Êxodo 3:13, 15, o grifo é nosso.
5 Este nome está repleto de significado para quem fala o idioma hebraico. Deriva da raiz hebraica básica הוה, h·w·h, que significa “tornar-se”. Contudo, o nome está na forma causativa, Hif·ʽíl, segundo a gramática hebraica. Por conseguinte, seu sentido básico não se relaciona com a existência eterna de Deus, mas sim com ele fazer com que as coisas venham a ser ou a ocorrer. Isso se dá especialmente de forma ímpar no que tange aos seus propósitos. Assim como ele se propôs libertar sua nação escolhida da escravidão egípcia, ele causou que isso ocorresse. Nenhum poder podia impedir a realização de sua vontade expressa. Jeová é o Deus que faz com que seus propósitos se cumpram. Ele faz assim com que ele mesmo se torne o Cumpridor de suas promessas. Isso também se deu com seu propósito de libertar sua nação do cativeiro em Babilônia. O mesmo se dá com respeito ao seu propósito de estabelecer condições paradísicas nesta Terra. Seu próprio nome torna significativas e garante essas promessas. — Isaías 41:21-24; 43:10-13; 46:9, 10.
6-9. (a) Como sabemos que Deus não proíbe o uso do seu nome? (b) Como e quando tornou-se parte do judaísmo a proibição do uso do nome de Deus?
6 Mas não proíbem os Dez Mandamentos pronunciar o nome de Deus? De modo algum! Embora muitos tenham interpretado dessa forma o terceiro mandamento, note o que a Encyclopaedia Judaica comenta: “A escusa de pronunciar o nome YHWH . . . foi causada por uma má compreensão do Terceiro Mandamento (Êxo. 20:7; Deut. 5:11), como se significasse ‘Não deves tomar o nome de YHWH teu Deus em vão’, quando realmente significa ‘Não deves jurar falsamente em nome de YHWH, teu Deus.’”5 Note que o texto não proíbe ‘tomar’ ou pronunciar o nome de Deus. Contudo, mesmo que significasse tomar o nome de Deus “em vão”, note o que o léxico hebraico de Koehler e Baumgartner declara sobre o termo hebraico traduzido “em vão” (hebraico: lash·sháwʼ): “mencionar um nome sem motivo . . . usar erroneamente um nome”.6 Por conseguinte, este mandamento não proíbe o uso do nome de Deus, mas, antes, seu emprego incorreto.
7 Mas, que dizer do argumento de que o nome de Deus é “sagrado demais para ser pronunciado”? Bem, não parece razoável que, para começar, se Deus encarasse seu nome como sagrado demais para os homens pronunciarem ele nem o teria revelado? O próprio fato de que no texto original das Escrituras Hebraicas o nome pessoal de Deus aparece mais de 6.800 vezes indica que ele deseja que os homens O conheçam e usem seu nome. Longe de restringir o uso do seu nome para evitar o desrespeito, Deus repetidas vezes incentiva e até ordena seu povo a usar Seu nome e a torná-lo conhecido. Fazer isso evidenciava sua relação achegada com ele, bem como seu amor a ele. (Salmo 91:14) O profeta Isaías mostrou claramente qual é a vontade de Deus nesse respeito quando declarou: “Louvai ao SENHOR [hebraico: יהוה = YHWH = Jeová], proclamai Seu nome. Tornai conhecidas entre os povos as Suas ações; declarai que Seu nome é enaltecido.” — Isaías 12:4. Veja também Miquéias 4:5; Malaquias 3:16; Salmo 79:6; 105:1; Provérbios 18:10.
8 Se Jeová não quisesse que os homens pronunciassem seu nome, poderia tê-lo proibido explicitamente. Contudo, em parte alguma a Bíblia proíbe usar apropriadamente ou pronunciar o seu nome. Homens fiéis dos tempos bíblicos usavam liberalmente o seu nome. (Gênesis 12:8; Rute 2:4; 4:11, 14) De fato, Deus repetidas vezes condenou aqueles que faziam o povo esquecer seu santo nome. — Jeremias 23:26, 27; Salmo 44:21, 22 (44:20, 21, NM).
9 Mas como é que essa proibição passou a fazer parte do pensamento judaico, visto que tão claramente não faz parte da Bíblia? Os comentários do Dr. A. Cohen, rabino e autor do livro Everyman’s Talmud (O Talmude de Todos), mostram que a tradição se arraigou aos poucos, no decorrer de muitos séculos. O Dr. Cohen escreve: “No período bíblico parece não ter havido escrúpulo algum contra o seu uso na linguagem cotidiana. O acréscimo de Jah ou Jahu a nomes pessoais, que persistiu entre os judeus mesmo após o exílio em Babilônia, é um indício de que não havia proibição ao emprego do Nome composto de quatro letras. Mas, no início do período rabínico a pronúncia do Nome foi restrita ao serviço do Templo.” Sobre acontecimentos adicionais durante esse período, ele comenta: “Em vez de JHVH, o Nome era pronunciado Adonai (meu Senhor) no ofício na Sinagoga; mas há uma tradição de que a pronúncia original era periodicamente transmitida pelos Sábios aos discípulos — uma ou duas vezes a cada sete anos (Kiddushin 71a). Até mesmo essa prática cessou após algum tempo, e o método de pronunciar o Nome não mais é conhecido ao certo.”7 Esse foi o efeito do “mandamento de homens”. — Isaías 29:13; Deuteronômio 4:2; veja a seção “A Bíblia — Inspirada por Deus?,” parágrafos 15,16.
Requisitos Para os Que Levam o Nome
10-14. (a) O que requer Deus daqueles que levam o seu nome? (b) Que formas de pureza se exige daqueles que desejam agradar a Deus? (c) Que influência pagã estrangeira deixou uma profunda marca no judaísmo?
10 É óbvio que não basta só conhecer ou mesmo usar o nome de Deus para agradá-Lo. Levar o nome de Deus como um de seus adoradores verdadeiros constitui uma honra sem igual, como proclamou o profeta Jeremias: “Tua palavra trouxe-me o deleite e a alegria de saber que Teu nome está vinculado a mim.” (Jeremias 15:16) Mas essa grandiosa honra vem acompanhada de pesada responsabilidade. Jeová declarou enfaticamente a reis de nações gentias: “Estou trazendo a punição primeiro sobre a cidade que leva Meu nome.” (Jeremias 25:29) Quando Jeová livrou a nação de Israel após 70 anos de cativeiro em Babilônia, ele já tinha advertido o povo por meio do profeta Isaías: “Desviai-vos, desviai-vos, não toqueis em nada impuro ao saírem de lá; mantende-vos puros, ao saírem de lá, vós os que levais os vasos do SENHOR [יהוה]!” (Isaías 52:11) O que estaria envolvido hoje em nos mantermos puros quais adoradores verdadeiros, quais portadores do nome do santíssimo Deus Jeová?
11 Certamente aquele que deseja agradar a Deus em sua adoração tem de manter uma conduta pura, especialmente no que se refere às normas de moral que o próprio Deus estabeleceu. Em contraste com as normas permissivas da atual sociedade, as Escrituras não deixam dúvidas nem dão margem a interpretação quando expressam a condenação de Deus à mentira, ao roubo, à fornicação, ao adultério, ao homossexualismo, ao assassinato e a toda a forma de fraude. (Êxodo 20:12, 13 [20:12-16, NM]; 23:1, 2; Levítico 5:1; 19:35, 36; 20:13) As Escrituras condenam não só a ação errada em si, mas também o modo errado de pensar que leva à conduta errada. — Êxodo 20:14 (20:17, NM); Levítico 19:17; Salmo 14:1-5; Jó 31:1, 9.
12 Além da pureza moral, certamente se exige pureza religiosa dos que levam o nome de Jeová. Jeová advertiu repetidas vezes a antiga nação de Israel para não se deixar influenciar por conceitos, práticas e costumes religiosos das nações vizinhas, que adoravam outros deuses. De fato, era somente sob esta condição — a de que não imitassem a adoração falsa das nações — que poderiam permanecer na Terra Prometida. (Levítico 18:24-30; Deuteronômio 12:29-31) Não só a idolatria era explicitamente proibida, mas também todos os tipos de práticas e crenças supersticiosas, tais como astrologia, espiritismo, ler a sorte, magia e orar aos mortos ou consultá-los, eram proibidos. — Êxodo 20:3-5; 22:17 (22:18, NM); Levítico 20:27; Deuteronômio 18:9-13; Isaías 8:19, 20; 47:13; Jeremias 10:2.
13 Intimamente relacionada com a pureza religiosa está a questão da pureza doutrinal. A advertência para não imitarem a conduta moral e a adoração das nações à sua volta tinha uma aplicação mais ampla do que apenas à época em que a nação de Israel tomou a terra dos cananeus. Jeová revelara a verdade religiosa ao seu povo. Eles eram os únicos que adoravam o verdadeiro Deus, Jeová. (Êxodo 19:5, 6; Deuteronômio 4:32-37; Salmo 147:19, 20) Apenas eles conheciam pessoalmente esse Deus, e, como Suas testemunhas, estavam em condições de ensinar a outros sobre ele. (Isaías 43:9-12; Salmo 105:1) Em contraste com isso, os costumes e as práticas religiosas das outras nações refletiam uma falta básica de conhecimento sobre Deus. — Isaías 60:2.
Este antigo piso duma sinagoga em Tiberíades, Israel, é apenas um exemplo de até que ponto o pensamento e a cultura gregos influenciaram o judaísmo. Note os signos do zodíaco com seus nomes escritos em hebraico. A figura no centro é a do deus-sol Hélio.
14 Apesar do bom início, a nação de Israel foi repetidas vezes seduzida por conceitos religiosos estrangeiros. (Juízes 2:11-13; 1 Reis 18:21; Jeremias 2:11-13; Ezequiel 8:14-18) Ao passo que as culturas cananéia e babilônica deixaram sua marca, em muito o maior desafio com que o judaísmo se confrontou surgiu no período da helenização pelo Império Grego.b Resumindo esse prolongado período de influência cultural grega, que se estendeu do quarto século AEC até bem dentro dos primeiros séculos da Era Comum, o autor judaico Max Dimont comentou: “Enriquecidos com o pensamento platônico, a lógica aristotélica e a ciência euclidiana, os eruditos judeus passaram a considerar a Tora com novos instrumentos. . . . Adicionaram a lógica grega à revelação judaica.”
Tem o Homem Uma Alma Imortal?
15-17. (a) O que ensina a Bíblia sobre a morte e a alma? (Veja o quadro “A Morte a a Alma — O Que São?”) (b) Que esperança apresenta a Bíblia aos que morreram?
15 Foram as doutrinas e crenças religiosas do judaísmo influenciadas nesse período? A Encyclopaedia Judaica admite francamente: “Foi provavelmente sob a influência grega que a doutrina da imortalidade da alma se introduziu no judaísmo.”8 As Escrituras Hebraicas ensinam de modo simples e claro que originalmente Deus tencionava que os homens vivessem para sempre com saúde perfeita nesta Terra. (Veja a seção “Qual é o propósito de Deus para a humanidade?,” parágrafos 2 a 4.) Em Gênesis 2:7 lemos: “O SENHOR Deus formou o homem do pó do solo, e soprou em suas narinas o fôlego de vida; e o homem tornou-se uma alma vivente.” (JP) Note que o texto não diz que o homem recebeu uma alma, mas que ele se tornou uma alma. Por ter-se rebelado desobedientemente contra Deus, o primeiro homem, Adão, foi sentenciado à morte. Por conseguinte, Adão, como alma humana, morreu. Nenhuma parte dele continuou vivendo em outro domínio. Assim, o conceito duma alma imortal não é um ensino bíblico.c A Bíblia diz claramente: “A alma que pecar, esta morrerá.” — Ezequiel 18:4, JP.
16 O que as Escrituras revelam sobre a condição dos mortos harmoniza-se com o ensino bíblico de que a alma morre. Em Eclesiastes, capítulo 9, versículos 5 e 10, lemos: “Os vivos sabem que morrerão. Mas os mortos nada sabem . . . Pois não existe ação, nem raciocínio, nem aprendizagem, nem sabedoria no Seol [a sepultura comum da humanidade], para onde tu vais.” (Veja o Salmo 146:3, 4.) A morte foi aplicada por Deus como punição. (Gênesis 2:17) É o oposto da vida, não outra forma de vida. Visto ser esse o caso, não nos deve surpreender descobrir que em parte alguma as Escrituras falam da punição ardente num inferno de fogo (geh hin·nóm). Esse também é um conceito absorvido da filosofia grega e da doutrina pagã. Com respeito à crença mística, judaica, na reencarnação, The New Standard Jewish Encyclopedia (Nova Enciclopédia Judaica Padrão) declara: “A idéia parece ter-se originado na Índia. . . . Na Cabala [livros místicos do judaísmo] ela se apresenta pela primeira vez no livro Bahir, e depois, de Zohar em diante, foi comumente aceita por místicos, desempenhando um papel importante na crença e na literatura do hassidismo.”9
17 Visto que a morte é o oposto da vida e a alma não vive em outro domínio, que esperança há para os que morreram? A Palavra de Deus ensina claramente que após o restabelecimento de condições paradísicas para a humanidade na Terra, por meio da intervenção do Rei messiânico designado por Deus, a maioria dos mortos serão trazidos de volta à vida. Com freqüência, esse ensino bíblico é identificado como ‘a ressurreição dos mortos’. Os ressuscitados incluirão, não só os que serviram fielmente a Deus, mas também muitos milhões, até bilhões, que nunca tiveram plena oportunidade de aprender sobre ele e servi-lo genuinamente. — Daniel 12:2, 12 (13, NM, JP); Isaías 26:19; Jó 14:14, 15.
18, 19. Por que deve a pessoa chegar a conhecer o verdadeiro Deus, e como pode ela fazer isso?
18 Não é essa esperança bíblica da ressurreição para uma vida perfeita na Terra forte razão para que pessoas de todas as nações busquem o verdadeiro Deus e cheguem a conhecê-lo? Mas onde se encontra a verdadeira fonte de instrução da parte de Jeová para estes últimos dias, conforme mencionado em Isaías 2:2, 3? Quem pode instruir as pessoas nos caminhos de Jeová, para que ‘andem nas Suas veredas’? Será que o judaísmo ou a cristandade fornecem tal instrução, à luz das informações bíblicas consideradas até aqui?
19 Segundo a profecia, haveria um grupo de pessoas que levariam o nome de Jeová de forma pura, que serviriam genuinamente como Suas Testemunhas e também como fonte de luz espiritual para as nações. — Isaías 60:2, 3.
a A leitura casual dessa profecia poderia dar a impressão de que nos últimos dias haveria uma conversão em massa ao judaísmo. Entretanto, o próprio contexto, bem como os eventos correntes, mostram que esse não é o conceito correto. A consideração contida nesta e na próxima seção também será útil para se entender por que chegamos a essa conclusão.
b A partir do período do governo de Alexandre, o Grande, (336-323 AEC), os gregos fizeram um esforço redobrado de propagar sua filosofia, cultura e língua a todas as terras abrangidas pelo Império Grego. As que adotaram a cultura e o pensamento grego foram consideradas helenizadas. Esse empenho de converter outras culturas para a da Grécia foi perpetuado sob o Império Romano, que, embora tivesse conquistado a Grécia, achava sua cultura e sua filosofia atraentes. Mesmo entre muitos dos que ostentosamente lutaram de modo diligente para resistir a essa gigantesca onda da influência grega, encontramos evidência clara de que adotaram conceitos, raciocínios e doutrinas filosóficas gregas.
c No hebraico da Bíblia, a palavra traduzida “alma” é né·fesh. Contudo, no judaísmo atual, a palavra hebraica nesha·máh não raro é considerada parte do homem que continua a existir após a morte. Mas um estudo detido das Escrituras revela que a palavra nesha·máh nunca teve tal significado; refere-se simplesmente ao processo de respiração ou a uma criatura que respira, homem ou animal. — Gênesis 7:22; Deuteronômio 20:16; Josué 10:39, 40; 11:11; Isaías 2:22.
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Quem conduzirá as nações à paz?Haverá Algum Dia um Mundo sem Guerra?
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Quem conduzirá as nações à paz?
1, 2. Como se cumpre em nossos dias a profecia de Isaías 2:2-4?
ISAÍAS, capítulo 2, é muito mais do que uma profecia sobre o retorno do povo judeu a Jerusalém, após 70 anos de cativeiro em Babilônia. Deveras, a profecia se refere a nada menos do que à convergência de pessoas de todas as nações à adoração pura do único Deus verdadeiro, Jeová. Dá a entender a formação duma fraternidade internacional que presta serviço sagrado aceitável a Deus.
2 Uma transformação de tal magnitude, abrangendo pessoas de todas as partes do mundo, não só seria surpreendente, mas também visível, como se ocorresse num monte, bem à vista de todos. Isso é exatamente o que ocorre hoje em dia entre as Testemunhas de Jeová no mundo inteiro. Milhões de membros das religiões da cristandade aprenderam que Deus é um só, e pararam de adorar a Trindade. Na Índia, hindus têm abandonado seu panteão de deuses e miríades de ídolos, para adorar o verdadeiro Deus. O mesmo se dá com pessoas na África, em ilhas longínquas e no Oriente Médio. Os que subiram ao santo monte de Jeová, sua adoração pura, livraram-se de todo ódio racial, tribal e político; literalmente ‘não aprendem mais a guerra’. — Isaías 2:2-4.
A Identificação do Messias — Fonte de Controvérsia
3. De acordo com Isaías 11:10, que efeito teria o Messias sobre as nações?
3 Essa fraternidade internacional também se relaciona com o cumprimento do propósito de Deus para toda a humanidade: que pessoas de todas as nações abençoariam a si mesmas por meio da “semente” prometida, um descendente de Abraão, e assim adorariam a Deus em verdade e união. (Gênesis 3:15; 22:18, JP) Profecias posteriores indicaram que esta “semente” também havia de ser o ‘profeta semelhante a Moisés’, que mediaria um novo pacto, o qual serviria de base legal para que pessoas sinceras de todas as nações adorassem a Deus em união. (Deuteronômio 18:15, 18, 19; Jeremias 31:31-34) Além disso, justamente essa pessoa havia de ser o Messias, um governante da linhagem de Davi, cujo trono Deus estabeleceria para sempre. (1 Crônicas 17:11, 12) Segundo o profeta Isaías, o Messias seria a figura unificadora que uniria pessoas de todas as nações (hebraico: Goh·yím). Isaías 11:10 diz: “Terá de acontecer naquele dia, que a raiz de Jessé, que está postada como estandarte [“qual sinal de aviso”, NM] dos povos, as nações o procurarão; e seu lugar de descanso será glorioso.” — JP.
4. O que disse certo rabino sobre o efeito de Jesus sobre a raça humana?
4 A identidade do Messias tem sido debatida há séculos. Segundo Isaías 11:10 e outros textos, ele seria judeu, descendente do Rei Davi (filho de Jessé) e pessoas de todas as nações o aceitariam como legítimo Messias enviado por Deus. Referindo-se ao instrutor judeu Jesus, do primeiro século, o rabino H. G. Enelow escreveu: “Nenhum judeu sensível pode ser indiferente ao fato de que um judeu tenha tido um papel tão tremendo na educação e na orientação religiosa da raça humana.”10 Que outro judeu foi aceito como Messias por tantos gentios? Poderia algum outro judeu ter maior aceitação? Contudo, há pessoas que acham muito perturbadora a idéia de que Jesus seja o Messias. Vale a pena examinar seus motivos.
A Apostasia da Cristandade
5-7. Por que acham muitos ofensivos os próprios nomes Jesus e cristianismo?
5 Para a maioria dos não-cristãos, é a cristandade, cujos adeptos supostamente seguem os ensinos de Cristo, que tem causado aversão ao próprio nome Jesus. Foi em nome de Jesus que muitas nações sofreram às mãos da cristandade, mas sem dúvida os judeus foram os que mais sofreram.
6 Em nosso próprio tempo, o anti-semitismo na cristandade atingiu seu auge no Holocausto nazista. Embora houvesse muitos fatores envolvidos, não se pode desconsiderar o ódio religioso como um dos principais fatores. E se alguns na cristandade negarem isso, é inegável que havia “cristãos”, tanto católicos como protestantes, entre os que realizaram a carnificina ou fecharam os olhos a ela. Elie Wiesel resume o conceito judaico em seu livro A Jew Today (O Judeu Atual): “Como se explica que nem Hitler nem Himmler chegaram a ser excomungados da Igreja? Que Pio XII nunca achou necessário, para não dizermos indispensável, condenar Auschwitz e Treblinka? Que entre as S.S. grande parte eram crentes que permaneceram fiéis aos seus vínculos cristãos até o fim? Que havia matadores que se confessavam entre um massacre e outro? E que todos eles procediam de famílias cristãs e haviam recebido educação cristã?”11 Por conseguinte, quanta fé se devia esperar que o povo judeu demonstrasse em alguém cujo nome foi, durante séculos, ligado a toda humilhação e calamidade sofrida por esse povo?
7 Além da franca perseguição, que tipo de exemplo moral deram os países “cristãos” ao restante do mundo? Pouco mais do que guerras, Cruzadas e “santas” Inquisições. Até mesmo a Primeira e a Segunda Guerra Mundial tiveram início em terras “cristãs”. Pode-se dizer que a moralidade “cristã” tem sido exemplar? A AIDS, por exemplo, grassa em países onde a maioria da população professa o cristianismo. Os escândalos entre o clero da cristandade são notórios. Televangelistas imorais que acumulam milhões de dólares e vivem como reis, bem como clérigos homossexuais, alguns dos quais chegaram a ser processados por abusarem sexualmente de menores do sexo masculino, são só algumas das coisas que os não-cristãos crêem que caracterizam o cristianismo — frutos que maculam o nome de Jesus, a quem os “cristãos” alegam seguir.
8-10. (a) Por que a cristandade não pode de direito afirmar representar Jesus e o verdadeiro cristianismo? (b) Que advertência deram as Escrituras sobre uma apostasia dos ensinos verdadeiros de Jesus?
8 Adicionalmente, tanto o judaísmo como o islamismo sentem justificadamente repulsa pela idolatria que predomina na cristandade. Muitas das doutrinas não-bíblicas da cristandade, tais como a veneração de Maria como “Mãe de Deus”, também são objetáveis a essas religiões. A doutrina da Trindade, em especial, é encarada com desprezo pelos judeus como óbvia contradição da essência do judaísmo — o conceito monoteísta incorporado nas palavras: “OUVE, Ó ISRAEL: O SENHOR NOSSO DEUS, O SENHOR É UM SÓ.” — Deuteronômio 6:4, JP.
9 As perseguições praticadas pela cristandade, suas guerras, sua imoralidade, sua hipocrisia e suas doutrinas blasfemas são imperdoáveis, não só aos olhos dos não-cristãos, mas também aos olhos do Deus Todo-Poderoso. Por esse motivo as Testemunhas de Jeová, embora sigam a Jesus Cristo, não fazem parte da cristandade. A cristandade, por outro lado, não faz parte do verdadeiro cristianismo. Praticamente a única similaridade que há entre a cristandade e os primitivos cristãos é o uso do nome Jesus. Mas, se os ensinos de Jesus eram assim tão notavelmente bons e práticos, como surgiu tal apostasia?
10 Realmente, o próprio Jesus e os escritores das Escrituras Gregas Cristãs, erroneamente chamadas de Novo Testamento, profetizaram o surgimento de falsos cristãos e a apostasia dos ensinos verdadeiros de Jesus. (Atos 20:29, 30; 2 Tessalonicenses 2:1-12; 1 Timóteo 4:1-3; 2 Pedro 2:1, 2) De acordo com Mateus 7:21-23, o próprio Messias julgará esses apóstatas pelo que são, e lhes dirá: “Nunca vos conheci! Afastai-vos de mim, vós obreiros do que é contra a lei.” — NM; compare com Mateus 13:24-30, 37-43.
Por que Eram Necessárias Escrituras Adicionais?
11, 12. (a) O que são as Escrituras Gregas Cristãs? (b) Quem escreveu essas Escrituras? (c) Por que foi necessário Deus inspirar esses escritos?
11 De início, todos os seguidores de Jesus eram judeus. De fato, milhares de judeus no primeiro século, incluindo “uma grande multidão de sacerdotes”, aceitaram Jesus como o ‘profeta semelhante a Moisés’, o Messias. (Atos 2:5, 37, 41; 4:4; 6:7; Deuteronômio 18:18) Esses mesmos judeus tornaram-se o alicerce dum novo grupo internacional de adoradores de Jeová Deus, legalmente estabelecido à base dum “novo pacto”, mediado por esse profeta semelhante a Moisés. — Jeremias 31:31-34.
12 Com o novo pacto surgiu a necessidade de mais escritos inspirados que fornecessem informações adicionais necessárias para os que serviriam a Deus sob esse novo pacto. Esses escritos, as Escrituras Gregas Cristãs, foram todos feitos por judeus. Relatam a vida e os ensinos de Jesus, fornecem detalhes sobre muitas profecias registradas nas Escrituras Hebraicas, e esclarecem pontos sobre o Messias e seu papel no propósito divino. Além disso, incluem cartas que servem de conselho e encorajamento para o novo corpo internacional de adoradores.a
Foi Jesus o Prometido Messias?
13-16. O que convenceu muitos judeus do primeiro século que Jesus era o Messias?
13 Mas não foi Jesus rejeitado pelos líderes religiosos dos seus dias? Sim, e estes, por sua vez, influenciaram as massas. Mas não foram Jeremias e outros profetas também rejeitados pelos líderes religiosos de seus dias? (Jeremias 7:25, 26; 20:1-6; 2 Crônicas 36:15, 16) Os da geração de Jesus, que creram nele, que tiveram a oportunidade direta de examinar seus ensinos e suas obras, bem como as profecias a respeito dele, não foram dissuadidos pela oposição dos líderes religiosos, que viram seu monopólio religioso ameaçado. O que aqueles judeus sinceros testemunharam convenceu-os de que as profecias messiânicas se cumpriram em Jesus. Quais foram as fortes provas que fizeram com que aqueles judeus do primeiro século se dispusessem a arriscar tudo, até mesmo a vida, por declararem crer em Jesus como o prometido Messias? — João 9:22; 16:2.
14 Em primeiro lugar, a época se enquadrava. A profecia de Daniel, capítulo 9, sobre o Messias, indicava que ele surgiria antes da destruição do segundo templo.b — Daniel 9:24-27.
15 Em segundo lugar, o próprio homem se enquadrava. Ele pertencia à tribo de Judá e era descendente do Rei Davi. (Gênesis 49:10; 1 Crônicas 17:11-14; compare com Mateus 1:1-16; Lucas 3:23-31.) Também, nasceu em Belém, que, conforme os judeus do primeiro século comumente entendiam, era o local designado do nascimento do Messias.c (Miquéias 5:1 [5:2, NM]]; compare com Mateus 2:4-6; Lucas 2:1-7; João 7:42.) Todas essas eram importantes credenciais que os judeus dos dias de Jesus esperavam que o Messias tivesse como meio de identificá-lo.
16 Depois, o ensino do homem se enquadrava. Não era político ou legalista, mas espiritual e ético.d Expresso de forma bem simples, ele chegava ao âmago dos assuntos. Ademais, ousou valer-se apenas das Escrituras como autoridade final, e não dos dizeres de anteriores líderes religiosos, como era costume. Isso pasmava as multidões, pois “ele as ensinava como quem tinha autoridade, e não como seus escribas”. (Mateus 7:29, NM) Os relatos da vida de Jesus revelam uma personalidade tão vigorosa, e um ensino tão claro, que historiadores citam isso como um dos motivos pelos quais se pode afirmar que ele não foi nenhum personagem mitológico.e
17-20. (a) Que profecias das Escrituras Hebraicas falavam do tempo da vinda do Messias e de sua morte sacrificial? (b) Por que era necessário que o Messias morresse?
17 Várias profecias das Escrituras Hebraicas, há muito aceitas como messiânicas, cumpriram-se no sofrimento e na morte de Jesus. Tais profecias ligam a morte do Messias ao perdão de pecados. Nas Escrituras Gregas Cristãs, essa expiação fornecida pela morte do Messias é mencionada como ‘sacrifício de resgate’. (Mateus 20:28; Romanos 3:24) Quais foram algumas de tais profecias?
18 Note as palavras da profecia de Daniel 9:24, 25 (JP): “Setenta semanas são decretadas sobre o teu povo e sobre tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, e para pôr fim ao pecado, e para perdoar a iniqüidade, e para introduzir justiça eterna . . . até um ungido [“Messias”, em hebraico: Ma·shí·ahh], um príncipe.” Não se pode deixar de notar o elo estabelecido no texto entre o “Messias” (o Ungido) e o ‘cessar da transgressão e o pôr fim ao pecado.’ O versículo 26 de Daniel 9 prossegue dizendo que “após as sessenta e duas semanas um ungido [“Messias”, em hebraico: Ma·shí·ahh] será decepado”, em outras palavras, será morto. (Veja o quadro “Quem Foi o ‘Ungido’? Quando Viria Ele?”.)
19 Outro texto relacionado com o ‘decepamento’, ou a morte, do Messias como sacrifício expiatório, acha-se em Isaías 52:13 a 53:12. (Veja o quadro “‘Meu Servo’ — Quem É Ele?”.) Rabinos do primeiro século aplicavam esse texto ao Messias, assim como Rambam e outros da Idade Média. O texto deixa perfeitamente claro que o perdão está ligado ao Messias e à sua morte.
20 Pelos motivos supracitados, o ensinamento de que a morte do Messias possibilitaria o completo perdão de pecados à vista de Deus foi prontamente entendido por muitos dos judeus do primeiro século. Eles sabiam que as Escrituras falavam da imperfeição inerente ao homem. (Eclesiastes 7:20) A necessidade dum sacrifício para expiar os pecados era uma lição percebida diariamente; estava implícita na própria estrutura e natureza do pacto da Lei. Os eventos descritos nos relatos da vida de Jesus o apresentam como homem perfeito cuja morte podia fornecer expiação para os pecados da humanidade.f (Mateus 20:28; Lucas 1:26-38) Quando as Escrituras Gregas Cristãs destacavam que os diversos sacrifícios da Lei prefiguravam esse um só sacrifício final e completo, deu-se um significado mais completo à inteira estrutura da Lei, bem como a outros trechos das Escrituras.g — Hebreus 10:1-10.
Semelhante a Moisés — Um Profeta Fidedigno
21, 22. (a) Como é que os eventos históricos sobre a destruição de Jerusalém provam que Jesus foi um profeta verdadeiro? (b) Como é que eventos históricos nos nossos dias também provam isso?
21 Além de explicarem a morte de Jesus como sacrifício de resgate, as Escrituras Gregas Cristãs também destacam seu papel como ‘profeta semelhante a Moisés’. (Deuteronômio 18:18; veja a seção “Qual É o Propósito de Deus para a Humanidade?,” parágrafos 17 a 19.) Como tal, ele profetizou a destruição de Jerusalém e instruiu seus discípulos a fugir da cidade quando a vissem cercada por exércitos. (Mateus 23:37-24:2; Lucas 21:20, 21) Mas como se pode fugir duma cidade quando ela está sitiada por tropas? O historiador judeu Yoseph ben Mattatiyahu (Josefo), ele próprio testemunha ocular dos eventos, registra a resposta: “Céstio [o comandante romano, em 66 EC] . . . subitamente retirou seus homens, abandonou a esperança, embora não tivesse sofrido nenhum revés, e, indo contra toda a lógica, retirou-se da Cidade.”13 Essa foi a oportunidade que os cristãos necessitavam para fugir da cidade. Quatro anos depois, em 70 EC, as tropas romanas, então sob o comando do general Tito, retornaram e sitiaram novamente a cidade. A respeito da cidade, Jesus profetizara que o inimigo construiria ‘uma fortificação de estacas pontiagudas e a cercaria, e a afligiria de todos os lados’. (Lucas 19:43, NM) Josefo confirma que Tito construiu tal fortificação de estacas pontiagudas, de quase 8 quilômetros de extensão, cortando todas as árvores dos campos num raio de cerca de 16 quilômetros. As profecias de Jesus instruíram de forma precisa como evitar a destruição às mãos dos romanos, e sua veracidade é provada pelo fato de que a vida de todos os que as acataram foi salva. — Lucas 21:20-24.
22 Jesus também profetizou que no futuro Deus acabaria com toda a iniqüidade e com os que a causam. Em Lucas 21:24 (NM), ele mencionou “os tempos designados das nações”, indicando que Deus estabelecera um limite sobre até que ponto toleraria o governo humano.h Jesus também predisse que os últimos dias do governo do homem seriam marcados por guerras, fome, terremotos, pestilência, crime e violência, e que antes do fim do governo humano se realizaria uma obra educacional no mundo inteiro para informar a pessoas de todas as nações que o governo de Deus já estava operando nos céus. (Veja Mateus 24:3-14; Lucas 21:10, 11.) As Testemunhas de Jeová crêem que esse grande sinal composto tem estado em evidência desde 1914, quando findaram “os tempos designados das nações”. Muito antes desse tempo elas já vinham anunciando que 1914 seria uma data marcante na história humana. Quando em agosto daquele ano teve início a Primeira Guerra Mundial, suas expectativas foram confirmadas. Na realidade, nenhuma das Testemunhas recebera quaisquer visões divinas; foi seu estudo diligente das Escrituras Sagradas que as levou a essa conclusão.
Nações Instruídas nos Caminhos da Paz
23. Como podia Jesus tornar-se o Rei nomeado do Reino de Deus?
23 Todavia, o valor do papel do Messias em prover um sacrifício de resgate e ser um profeta semelhante a Moisés seria apenas limitado se o aspecto final de seu papel na realização do propósito de Deus não se cumprisse — tornar-se ele o Rei nomeado do Reino de Deus. (Isaías 9:5, 6 [9:6, 7, NM]) Mas como poderia Jesus deter essa posição se ele morreu? Em harmonia com as profecias sobre o Messias, Deus ressuscitou Jesus no terceiro dia após sua morte. (Salmo 16:8-11; Isaías 53:10, 12; compare com Mateus 28:1-7; Lucas 24:44-46; Atos 2:24-32; 1 Coríntios 15:3-8.) Deus o trouxe de volta à vida, não como homem, visto que oferecera sua vida humana perfeita em sacrifício, mas como poderosa criatura espiritual, à direita de Deus, aguardando instruções adicionais. — Salmo 110:1; Atos 2:33-35; Hebreus 10:12, 13.
24-26. De que forma participam as Testemunhas de Jeová do cumprimento da profecia de Isaías??
24 O Rei Davi escreveu que quando o Messias começasse a reinar, o ‘povo de Deus se ofereceria voluntariamente’. (Salmo 110:3) Embora as condições do mundo tenham passado de mal a pior desde aquele ano marcado de 1914, também tem-se cumprido o aspecto positivo da profecia; o povo de Deus tem oferecido voluntariamente seu tempo para pregar ‘as boas novas do reino em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações’. (Mateus 24:14, NM) Por exemplo, todo ano as Testemunhas gastam centenas de milhões de horas falando às pessoas sobre o Reino de Deus e dirigindo estudos bíblicos domiciliares gratuitos com os que se interessam em examinar os fatos.
25 Todo esse tempo é dado gratuitamente. Os que realizam essa obra procedem de todas as camadas sociais, de todas as idades e praticamente de todas as profissões imagináveis. Esses são os descritos em Isaías 2:3 pelas palavras: “Os muitos povos irão e dirão: ‘Vinde, subamos ao Monte do SENHOR [hebraico: יהוה, Jeová].’” Não se trata duma mera campanha para “ganhar almas”. Trata-se dum programa educacional mundial que tem dois objetivos: (1) Informar as pessoas de todas as nações de que o Reino de Deus está operando e dizer-lhes exatamente o que ele fará em breve, e (2) instruir, gratuitamente, todos os que desejarem examinar os fatos e servir ao Deus vivente conforme ele deseja. O êxito da obra e do cumprimento da profecia é certo. Por quê? Porque o próprio Jeová Deus está apoiando essa obra. — Zacarias 4:6.
26 Não é razoável encarar a obra das Testemunhas de Jeová como cumprimento dessa profecia de Isaías 2:3? Conhece alguém mais que realiza essa obra? Ou acha que é simples coincidência que milhões de pessoas arranjam tempo em sua vida para falar da mensagem profetizada uns dois mil anos atrás, uma mensagem que havia de ser anunciada num tempo de convulsões sem precedentes? Sim, nestes últimos dias, as Testemunhas de Jeová é que se tornaram a “luz das nações”. (Isaías 42:6; 49:6) São a única fraternidade internacional que serve unida e pacificamente a Jeová Deus sob a direção do Messias, “a raiz de Jessé”, a quem proclamam qual ‘sinal’ para as nações. — Isaías 11:10, NM, JP.
As Testemunhas de Jeová, duas delas vistas aqui à beira do mar da Galiléia, em Israel, estão ativas também no mundo inteiro, convidando pessoas de todas as nações a aprender mais sobre os propósitos e os requisitos de Deus.
a Alguns alegam que esses escritos se contradizem ou contradizem as Escrituras Hebraicas. Contudo, o exame dessas supostas contradições prova que isso não é verdade. De fato, aplica-se aqui o mesmo princípio que se aplicou às supostas contradições contidas nas próprias Escrituras Hebraicas. (Veja a seção “A Bíblia — Inspirada por Deus?,” parágrafos 9 a 12.) Visto que todos os primeiros cristãos, incluindo os que escreveram os livros que constituem as Escrituras Gregas Cristãs, eram judeus, não fomentaram o anti-semitismo, como tampouco o fizeram os anteriores profetas judeus que denunciaram os líderes religiosos dos seus dias.
b Entre os judeus do primeiro século, era consenso geral que essa profecia se cumpriria nos seus dias. (Lucas 3:15) Em sua obra De Termino Vitae (Sobre o Fim da Vida), um rabino do século 17, Menasseh ben Israel, escreveu: “Alguns aceitariam essas 70 semanas como significando que, depois de seu término, o Messias viria e os constituiria regentes do mundo inteiro. Deveras, todos que portavam armas contra os romanos naquele tempo eram dessa opinião.”
c A antiga paráfrase aramaica, judaica, ou Targum, de Miquéias 5:1 declara: “De ti [Belém] sairá o Messias diante de mim.”
d O historiador judeu Joseph Klausner escreveu: “Um homem como Jesus, para quem o ideal ético era tudo, era algo até então desconhecido do judaísmo daqueles dias. . . . Assim, seu ensino ético, pelo visto vai mais além do que o de Pirkē Aboth e o de outras publicações talmúdicas e midráxicas. Não se perde num mar de prescrições legais e de itens de informação secular.”12
e Para um relato completo da vida e do ministério de Jesus, consulte o livro Jesus — O Caminho, a Verdade e a Vida.
f O apóstolo Paulo referiu-se a Jesus como o ‘segundo Adão’, cuja morte trouxe a expiação pelo pecado herdado de Adão. (1 Coríntios 15:45-47; Romanos 5:12, 15-19) Para mais informações sobre por que tal provisão era essencial, veja a seção “Qual É o Propósito de Deus para a Humanidade?,” parágrafos 15 a 16 e nota.
g Nesta luz, a inteira história de Abraão assume um novo significado. Deus não pedia a Abraão para matar seu filho só para testar sua fé, mas também para encenar um drama pictórico, a fim de que os homens entendessem que o próprio Deus iria fornecer um sacrifício, alguém que lhe era querido, para o benefício eterno da humanidade. A pessoa fornecida seria a própria Semente de Abraão, por meio de quem Deus prometera que ‘todas as nações da Terra abençoariam a si mesmas’. (Gênesis 22:10-12, 16-18; compare com João 3:16.) A similaridade e a idéia são claras e específicas demais para serem coincidência ou uma invenção engenhosa de homens.
h Ao mencionar “os tempos designados das nações”, Jesus evidentemente se referia à profecia de Daniel 4:10-34 (4:10-37, NM). Para uma explicação cabal dessa profecia, consulte o assunto ““Como a profecia de Daniel predisse a chegada do Messias”, no apêndice do livro O Que a Bíblia Realmente Ensina?.
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Um mundo sem guerra — você poderá alcançá-loHaverá Algum Dia um Mundo sem Guerra?
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Um mundo sem guerra — você poderá alcançá-lo
1-4. (a) Por que é este um tempo urgente de decisão? (b) O que é necessário para se tomar a decisão correta?
A INSPIRADORA profecia de Isaías, capítulo 2, deveras tem-se cumprido em nossos dias. Estamos na iminência dum mundo sem guerra. Milhões de Testemunhas de Jeová em toda a Terra já forjaram “das suas espadas relhas de arado, e das suas lanças, podadeiras”. Embora procedam de todas as nações e de todo tipo de formação, aprenderam a superar quaisquer preconceitos e ódios que tivessem antes, e aprenderam os caminhos do Deus da verdadeira paz, Jeová. (Isaías 2:4) Por adotarem essa posição de amor à paz, também sofreram nos campos de concentração junto com os judeus (1933-45).
2 Por mais brilhantes que sejam as perspectivas futuras, não são brilhantes para todos. Jeová não aguardará infindavelmente que todos os homens forjem de suas espadas relhas de arado. Há aqueles que não estão dispostos a fazer isso. O salmista não deixa dúvida quanto ao destino de tais pessoas: “Pois os homens perversos serão decepados, mas aqueles que esperam no SENHOR — estes herdarão a terra. Mais um pouco e não haverá nenhum homem iníquo; olharás onde ele estava — ele terá desaparecido.” (Salmo 37:9, 10) Sim, no futuro bem próximo, Jeová agirá, ‘pondo fim às guerras em toda a terra’. — Salmo 46:9-11 (46:8-10, NM).
3 A mesma profecia de Jesus que forneceu o sinal dos últimos dias também salientou a proximidade da intervenção de Deus. Jesus disse: “Esta geração de modo algum passará até que todas estas coisas ocorram.” (Mateus 24:34; Lucas 21:24, NM) Isso indica que agora é um tempo de decisão para toda a humanidade! Agora, nestes últimos dias, ou “fim dos dias” (JP), precisamos escolher se ‘subiremos ao monte de Jeová’ para ser ‘instruídos nos Seus caminhos’ ou não. Mas, como vimos nesta consideração, há muita coisa envolvida em chegar a conhecer o verdadeiro Deus, ‘em se ser instruído nos Seus caminhos, em andar nas Suas veredas’. (Isaías 2:2, 3, NM, Ta) Fazer isso não é simplesmente uma questão de ler uma brochura ou fazer um breve curso. Envolve instruções muito mais profundas que afetam o inteiro modo de vida da pessoa. Gostaria de saber mais sobre o Deus de paz?
4 As Testemunhas de Jeová estão prontas para ajudá-lo a fazer tal investigação séria. Nós o animamos a continuar examinando este assunto com toda a seriedade, para que também possa estar entre aqueles que ‘sobem ao monte de Jeová e são instruídos nos Seus caminhos’. Para obter ajuda adicional, contate as Testemunhas de Jeová num Salão do Reino ou filial próximos de sua casa. O resultado satisfatório é bem expresso pelo profeta Miquéias: “E realmente sentar-se-ão, cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os faça tremer.” Que o leitor também venha a estar entre aqueles que ‘andam no nome de Jeová para todo o sempre’ num mundo sem guerra! — Miquéias 4:4, 5, NM.
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