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  • Solitária, mas nunca abandonada
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1995
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1995
w95 1/7 pp. 26-29

Solitária, mas nunca abandonada

CONFORME NARRADO POR ADA LEWIS

Eu sempre tive inclinação para ser solitária. Sou também muito decidida — que outros às vezes chamam de obstinada — em tudo o que faço. Sei igualmente como é fácil falar sem rodeios, e esta tendência me tem causado problemas no decorrer dos anos.

TODAVIA, sou grata a Jeová Deus de que ele não me rejeitou por causa das falhas da minha personalidade. Pelo estudo da Sua Palavra, pude mudar de personalidade e assim sirvo os interesses do Seu Reino já por uns 60 anos. Desde a infância, gosto muito de cavalos, e a ajuda que Deus me deu em controlar minha tendência um pouco obstinada muitas vezes me faz lembrar como o freio pode ser usado para controlar o cavalo.

Nasci em 1908, perto dum belo lago azul em Mount Gambier, na Austrália Meridional. Meus pais tinham uma fazenda de gado leiteiro, e eu era a mais velha das filhas numa prole de oito. Nosso pai faleceu quando todos éramos ainda bem jovens. Assim, recaiu sobre mim grande parte da responsabilidade de administrar a fazenda, visto que meus dois irmãos mais velhos tiveram de trabalhar fora para sustentar a família. A vida na fazenda era dura, exigindo muito trabalho.

O primeiro contato com a verdade bíblica

Nossa família freqüentava a Igreja Presbiteriana, e nós éramos membros ativos, praticantes. Tornei-me instrutora de escola dominical e tomava muito a sério a responsabilidade de ensinar às crianças o que eu cria ser espiritual e moralmente correto.

Em 1931, faleceu meu avô, e entre os seus pertences havia vários livros do então presidente da Sociedade Torre de Vigia (dos EUA), J. F. Rutherford. Comecei a ler A Harpa de Deus e Criação, e quanto mais eu lia, tanto mais surpresa ficava ao aprender que muitas das coisas em que eu cria e que tinha ensinado às crianças não tinham apoio bíblico.

Foi um choque saber que a alma humana não é imortal, que a maioria das pessoas não vai para o céu ao morrer, e que para os iníquos não há nenhum sofrimento eterno num inferno de fogo. Perturbou-me também descobrir que o semanal domingo sabático não é um requisito cristão. Assim me vi confrontada com uma decisão séria: continuar com os ensinos convencionais da cristandade ou começar a ensinar a verdade bíblica. Não levei muito tempo para decidir desligar-me de toda a associação com a Igreja Presbiteriana.

Então realmente solitária

Minha família, meus amigos e meus anteriores conhecidos na igreja não se agradaram nada quando anunciei minha intenção de abandoná-la e de não mais ensinar na escola dominical. E quando descobriram que eu me estava envolvendo com a chamada gente do Juiz Rutherford, aumentou ainda mais a tagarelice maldosa a meu respeito. Não fiquei realmente isolada, mas a maioria da minha família e as anteriores amigas, para dizer o mínimo, esfriaram na sua atitude para comigo.

Quanto mais eu estudava e verificava os textos bíblicos alistados nos livros que lia, tanto mais passava a reconhecer a necessidade de pregar em público. Fiquei sabendo que as Testemunhas de Jeová iam de casa em casa como parte do seu ministério público. Mas naquele tempo não havia Testemunhas em nosso distrito. Assim, ninguém me incentivava a pregar as boas novas do Reino de Deus ou me ensinava como fazê-lo. (Mateus 24:14) Sentia-me muito solitária.

No entanto, a ordem bíblica de pregar a outros ressoava nos meus ouvidos, e decidi que eu tinha de começar a pregar de alguma forma. Depois de muitas orações, decidi começar a visitar as casas de alguns vizinhos, simplesmente para dizer-lhes o que aprendi dos meus estudos e para tentar mostrar-lhes essas coisas na sua própria Bíblia. A primeira casa que visitei foi a do meu anterior superintendente da escola dominical. Sua reação fria e seus comentários negativos a respeito de eu ter deixado a igreja certamente não foram um começo animador. Mas, senti uma sensação boa e uma estranha força íntima ao sair da casa dele, e assim continuei a visitar outras casas.

Não havia realmente nenhuma oposição direta, mas fiquei surpresa com a indiferença geral dos anteriores associados na igreja, quando os visitava. Para minha surpresa e meu desapontamento, sofri a oposição mais forte da parte do meu irmão mais velho, o que lembrou as palavras de Jesus: “Sereis entregues até mesmo por pais, e irmãos, e parentes, e amigos, . . . e vós sereis pessoas odiadas por todos, por causa do meu nome.” — Lucas 21:16, 17.

Eu me havia tornado uma cavaleira experiente quando ainda bem jovem, de modo que decidi que a maneira mais rápida de chegar às casas das pessoas era a cavalo. Isto me possibilitou ir mais longe no vizinho território rural. Mas, numa tarde, meu cavalo tropeçou e caiu numa estrada escorregadia, e eu sofri uma grave fratura no crânio. Por algum tempo, havia temores de que eu não sobrevivesse. Depois daquela queda, quando as estradas ficavam escorregadias, eu viajava de charrete em vez de a cavalo.

Contato com a organização

Algum tempo depois do meu acidente, um grupo de pregadores de tempo integral, agora chamados pioneiros, visitou o distrito de Mount Gambier. Assim, pela primeira vez, pude conversar face a face com concrentes. Antes de partirem, incentivaram-me a escrever à filial da Sociedade Torre de Vigia e a indagar como podia participar na pregação pública de forma mais organizada.

Depois de escrever à Sociedade, recebi livros, folhetos e um cartão de testemunho impresso, usado para me apresentar às portas. Sentia-me um pouco mais achegada aos meus irmãos espirituais, por causa do contato por correio com a filial. Mas, quando o grupo de pioneiros foi embora e se mudou para outra cidade, senti-me ainda mais solitária.

Em resultado das voltas que eu dava todo dia para dar testemunho — andando principalmente de charrete — eu fiquei bem conhecida no distrito. Ao mesmo tempo, conseguia cuidar das minhas tarefas na fazenda. Minha família já ficara então resignada com esta rotina e não interferia. Por quatro anos, servi assim como proclamadora isolada e não-batizada das boas novas.

Congresso e, por fim, batismo

Em abril de 1938, o irmão Rutherford visitou a Austrália. A forte oposição do clero resultou no cancelamento do contrato do salão da prefeitura em Sydney. Todavia, na última hora, conseguiu-se permissão para usar o Campo de Esporte. Esta mudança forçada dos planos mostrou até ser vantajosa, visto que muitos milhares adicionais de pessoas puderam ser acomodadas no Campo de Esporte maior. Vieram cerca de 12.000, e parece que o interesse de muitos tinha sido despertado pela oposição do clero à nossa reunião.

Relacionado com a visita do irmão Rutherford, realizou-se também um congresso de vários dias num subúrbio de Sydney. Foi ali que por fim eu simbolizei minha dedicação a Jeová Deus pelo batismo em água. Pode imaginar a alegria que senti por finalmente estar reunida com centenas de irmãos de todas as partes do vasto continente australiano?

Retorno a Mount Gambier

Retornando para casa, sentia-me terrivelmente solitária, mas estava ainda mais decidida a fazer o possível na obra do Reino. Pouco depois cheguei a conhecer a família Agnew: Hugh, sua esposa e seus quatro filhos. Eles moravam na cidade de Millicent, a uns 50 quilômetros de Mount Gambier, e eu viajava de charrete 50 quilômetros, na ida e na volta, a fim de dirigir para eles um estudo bíblico regular. Quando aceitaram a verdade, minha solidão ficou aliviada.

Em pouco tempo formamos um grupo para o testemunho organizado. Então, felizmente, minha mãe começou a se interessar e a acompanhar-me na viagem, ida e volta, de 100 quilômetros, para estudar com este grupo recém-formado. A partir de então, mamãe sempre me animou e ajudou, embora levasse alguns anos até ela ser batizada. Eu não estava mais solitária.

Nosso pequeno grupo produziu quatro pioneiras: as três filhas de Agnew — Crystal, Estelle e Betty — e eu. Mais tarde, no começo dos anos 50, essas três irmãs cursaram a Escola Bíblica de Gileade da Torre de Vigia. Foram designadas como missionárias para a Índia e para Sri Lanka, onde ainda servem fielmente.

Em janeiro de 1941, a atividade das Testemunhas de Jeová foi proscrita na Austrália, de modo que agimos rapidamente. Colocamos tudo o que usávamos no ministério — publicações, fonógrafos portáteis, gravações de discursos bíblicos, e assim por diante — num grande baú de metal. Esse baú foi então colocado num galpão, e trouxemos de carroça cargas de feno para cobri-lo.

Apesar da proscrição, continuávamos com nossa pregação de casa em casa, mas com cautela, usando apenas a Bíblia ao conversar com os moradores. Eu escondia as revistas e os folhetos debaixo da sela do meu cavalo, e os tirava apenas quando encontrava interesse genuíno na mensagem do Reino. Por fim, em junho de 1943, anulou-se a proscrição, e pudemos novamente oferecer abertamente as publicações.

Novas designações

Em 1943, passei a ser pioneira, e no ano seguinte, deixei Mount Gambier para outra designação. Primeiro, fui convidada para servir por algum tempo na filial da Sociedade em Strathfield. Depois, recebi sucessivamente designações em cidades pequenas no sul da Nova Gales do Sul e no oeste de Vitória. No entanto, uma das designações espiritualmente mais satisfatórias foi junto duma grande congregação na cidade de Melbourne. Sendo eu originária duma pequena cidade rural, aprendi muito servindo ali.

Na minha designação em Gippsland, distrito na região baixa de Vitória, minha companheira pioneira, Helen Crawford, e eu dirigíamos muitos estudos bíblicos, e, em pouco tempo, vimos formar-se uma congregação. Aquele distrito tinha um grande território rural, e como condução tínhamos um carro velho, nada confiável. Às vezes andávamos nele, porém, muitas vezes o empurrávamos. Que saudades eu tinha dum cavalo! Ocasionalmente, eu dizia até: “Eu daria tudo (exceto o Reino) por um cavalo!” Na maioria das cidades daquele distrito há hoje congregações fortes e Salões do Reino excelentes.

Em 1969, fui designada para Camberra, capital da Austrália. Era um lugar pitoresco, onde dar testemunho era um desafio, visto que freqüentemente contatávamos pessoas das muitas embaixadas estrangeiras. Eu ainda sirvo aqui, mas, nos últimos anos, concentro meu testemunho na zona industrial da cidade.

Em 1973, tive o privilégio de assistir a congressos grandes nos Estados Unidos. Outro ponto alto da minha vida, em 1979, foi ser congressista e visitar Israel, bem como a Jordânia. A visita aos próprios locais mencionados na Bíblia, e meditar sobre os acontecimentos ali, foi deveras uma experiência emocionante. Pude sentir o que é flutuar no mar Morto, de densa água salgada, e, durante a nossa visita a Petra, na Jordânia, tive a oportunidade de mais uma vez montar a cavalo. Isto me fez lembrar aqueles dias antigos, em que os cavalos me possibilitavam levar a mensagem do Reino a lugares dispersos e rurais.

Contínuo serviço de tempo integral

Meu desejo de continuar no serviço de tempo integral, apesar da idade avançada, tem sido mantido aceso por provisões especiais, tais como a Escola do Serviço de Pioneiro, e as reuniões de pioneiros realizadas em conjunto com assembléias de circuito, bem como pelo contínuo encorajamento recebido de superintendentes viajantes. Posso deveras dizer que Jeová providenciou bondosamente que meus dias como solitária fossem coisa do passado.

Tenho agora 87 anos, e, depois de uns 60 anos de serviço prestado a Jeová, quero dar um encorajamento a outros que talvez também costumem falar sem rodeios e que são muito independentes: sujeitem-se sempre à orientação de Jeová. Que Jeová nos ajude a controlar nossa maneira de falar sem rodeios, e que ele sempre nos lembre que, embora freqüentemente nos sintamos solitários, ele nunca nos abandona.

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