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  • g95 22/9 pp. 15-18
  • Os mistérios da migração

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  • Os mistérios da migração
  • Despertai! — 1995
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  • Respostas a algumas perguntas
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Despertai! — 1995
g95 22/9 pp. 15-18

Os mistérios da migração

DO CORRESPONDENTE DE DESPERTAI! NA ESPANHA

UMA antiga canção fala do regresso das andorinhas à velha Missão San Juan Capistrano, em San Juan Capistrano, na Califórnia, EUA. Diz que, sem falta, no dia 19 de março de cada ano, elas retornam aos seus ninhos ali.

As andorinhas européias seguem um cronograma parecido. Certo ditado espanhol prediz que até 15 de março, seu canto será ouvido outra vez.

No hemisfério norte, os camponeses sempre saudaram o regresso das andorinhas, tradicional prenúncio da primavera. Mas algumas pessoas curiosas também se perguntavam onde as andorinhas tinham passado o inverno. Havia quem achasse que elas hibernavam. Outros sugeriram que elas iam à lua — alguém calculou que elas levavam dois meses para chegar lá. Um arcebispo sueco do século 16 afirmou que as andorinhas passavam o inverno embaixo d’água, amontoadas no fundo de lagos e brejos. Seu tratado tinha até uma ilustração de pescadores puxando uma rede cheia de andorinhas. Por mais esdrúxulas que essas idéias soem hoje, a verdade revelou-se quase tão estranha quanto a ficção.

Em nosso século, os ornitólogos anilharam milhares de andorinhas. Uma percentagem pequena, mas significativa, dessas aves foi localizada em sua “pousada” de inverno. Por incrível que pareça, andorinhas da Grã-Bretanha e da Rússia foram encontradas invernando juntas a milhares de quilômetros de casa — na extremidade sudeste da África. Algumas andorinhas norte-americanas chegam a voar até a Argentina ou o Chile. E as andorinhas não são as únicas aves a fazer essas jornadas épicas. Centenas de milhões de aves do hemisfério norte invernam no hemisfério sul.

Os ornitólogos se surpreenderam ao descobrir que um pássaro tão pequeno como a andorinha seja capaz de fazer uma viagem de ida e volta de 22.500 quilômetros, regressando ao mesmo ninho na primavera seguinte. Saber para onde vão as andorinhas apenas fez surgir mais perguntas perplexas.

“Andorinha, por que abandonas o ninho?”

O que leva uma ave a viajar para o outro lado do planeta? Ou, como expressa um ditado espanhol: “Andorinha, por que abandonas o ninho?” É por causa do frio ou em busca de alimento? Sem dúvida, a razão é a necessidade de um suprimento certo de alimentos, e não a chegada do inverno, visto que muitos passarinhos que têm dificuldade de sobreviver a invernos rigorosos não migram. Mas a migração das aves não é apenas uma peregrinação a esmo em busca de alimento. Ao contrário dos migrantes humanos, as aves não esperam a situação ficar ruim para se mudar.

Os cientistas descobriram que são os dias mais curtos que acionam o impulso migratório. No outono, as aves em cativeiro ficam irrequietas quando o número de horas de claridade do dia diminui. Isso acontece mesmo quando o efeito é produzido artificialmente e com aves criadas por pesquisadores. Os pássaros em gaiolas chegam a virar-se para a direção que instintivamente sabem que devem tomar durante o vôo migratório. Está claro que o impulso de migrar numa época específica do ano e em certa direção é inato.

Como é que as aves conseguem voar sem perder o rumo por distâncias tão grandes? Muitas atravessam oceanos e desertos sem acidentes geográficos reconhecíveis, tanto de dia como de noite. Em algumas espécies, as aves ainda novas viajam sozinhas, sem a ajuda de aves adultas experientes. De algum modo, permanecem na rota certa apesar de tempestades ou ventos laterais.

A arte da navegação — especialmente através de vastos oceanos ou desertos — não é nada fácil. O homem levou milhares de anos para dominá-la. Sem dúvida, Cristóvão Colombo jamais teria se aventurado a ir tão longe no oceano sem instrumentos de navegação como o astrolábio e a bússola.a Mesmo assim, quase no fim de sua primeira viagem, foram as aves que lhe mostraram o caminho para as Bahamas. Seguindo o costume dos marinheiros antigos, ele alterou seu curso para o sudoeste ao ver aves migratórias terrestres voando naquela direção.

O êxito da navegação depende de um sistema que mantenha o curso constante e também de um meio de determinar posições. Em termos simples, você precisa saber onde está em relação ao seu destino e que direção deve tomar para chegar a ele. Os humanos não conseguem realizar essa tarefa sem instrumentos — mas as aves evidentemente foram dotadas dos meios necessários para isso. Com muita paciência, os cientistas reuniram dados que explicam como as aves determinam em que direção devem voar.

Respostas a algumas perguntas

O pombo-correio é a cobaia preferida de cientistas determinados a desvendar os mistérios do sistema de navegação das aves. “Óculos” com lentes foscas foram colocados em pombos muito dóceis para que não enxergassem nenhum ponto de referência. Outros levavam ímãs para impedir que se orientassem pelo campo magnético da Terra. Alguns até foram levados drogados para o ponto de soltura, para garantir que não tivessem meios de saber o caminho de volta. Cheios de recursos, os pombos superaram as dificuldades uma a uma; porém, quando certos obstáculos eram combinados, não conseguiram voltar para casa. É óbvio que as aves não dependem de um único sistema de navegação. Que métodos usam?

Experimentos que simulam o sol ou o céu noturno demonstram que as aves podem orientar-se pelo sol durante o dia e pelas estrelas à noite. E se o céu estiver nublado? Os pássaros também podem traçar sua rota usando o campo magnético da Terra, como se possuíssem uma bússola embutida. Para regressar ao mesmo ninho ou pombal, também precisam ser capazes de reconhecer pontos de referência familiares. Os pesquisadores também descobriram que as aves são muito mais sensíveis a sons e a odores do que os humanos — embora não saibam até que ponto esses sentidos orientam o seu senso de navegação.

O mistério do “mapa das aves”

Embora a pesquisa tenha contribuído muito para explicar como as aves conseguem seguir certo rumo, ainda resta um problema desconcertante. Uma coisa é ter uma bússola confiável; mas, para se chegar em casa, é preciso ter também um mapa — primeiro para determinar onde se está e depois para traçar a melhor rota.

Que mapas as aves usam? Como sabem onde estão depois de serem levadas para um lugar desconhecido, a centenas de quilômetros de casa? Como calculam a melhor rota, quando, ao que tudo indica, não têm mapas nem placas para orientá-las?

O biólogo James L. Gould diz que “é provável que o ‘mapa’ das aves continue a ser um dos mistérios mais insondáveis e intrigantes do comportamento animal”.

A mente por trás do mistério

Não há dúvida de que a migração é um comportamento instintivo. Muitas espécies de aves são geneticamente programadas para migrar em certa época do ano, e nascem com as habilidades e os sentidos necessários à navegação. De onde vem essa habilidade instintiva?

É lógico que essa sabedoria instintiva só pode vir do sábio Criador, capaz de “programar” o código genético das aves. Deus perguntou ao patriarca Jó: “É você quem ensina o gavião a voar e abrir as asas no seu vôo para o Sul?” — Jó 39:26, A Bíblia na Linguagem de Hoje.

Depois de cem anos de muita pesquisa sobre a migração, os cientistas passaram a respeitar o minúsculo cérebro das aves. Após cartografar as principais rotas migratórias, ficaram maravilhados com as incríveis distâncias percorridas por algumas aves. Geração após geração, na primavera e no outono, milhões de aves migratórias cruzam o globo. De dia se orientam pelo sol e, de noite, pelas estrelas. Quando o céu está nublado, usam o campo magnético da Terra, e logo aprendem a reconhecer paisagens familiares. É até possível que se orientem pelo olfato ou por ondas infrasônicas.

Ainda é um mistério como “mapeiam” a viagem. Sabemos aonde vão todas as andorinhas; mas não sabemos como chegam lá. Não obstante, ao vermos bandos de andorinhas no outono, temos que parar para maravilhar-nos com a sabedoria de Deus, que tornou possível a migração.

[Nota(s) de rodapé]

a O astrolábio era usado para calcular a latitude.

[Quadro na página 18]

Campeões mundiais de migração

Distância. No verão de 1966 (hemisfério norte), um trinta-réis-do-ártico (também chamado andorinha-do-mar-ártico) foi anilhado no norte do País de Gales, na Grã-Bretanha. Em dezembro do mesmo ano, ele apareceu — mui apropriadamente — em Nova Gales do Sul, na Austrália. Voou mais de 18.000 quilômetros em seis meses, um feito provavelmente bastante normal para o trinta-réis. No decorrer de um ano, algumas dessas aves regularmente circunavegam o globo.

Velocidade. É bem possível que os maçaricos-do-campo sejam os migrantes mais rápidos. Algumas dessas aves cruzam os 3.200 quilômetros de oceano que separam o Havaí das ilhas Aleútes, no Alasca, em apenas 35 horas — uma velocidade média de 91 quilômetros por hora!

Autonomia de vôo. A mariquita-estriada, de apenas 20 gramas, é a maior maratonista das pistas aéreas. A caminho da América do Sul, ela voa 3.700 quilômetros sem escalas atravessando o Atlântico em apenas três dias e meio. Essa extraordinária autonomia de vôo foi comparada a um homem correr sem parar 1.900 vezes um quilômetro em quatro minutos. Seu vôo também é o sonho dos vigilantes do peso — a mariquita queima cerca da metade de seu peso.

Pontualidade. Além da andorinha, outra ave famosa pela pontualidade é a cegonha (ilustrada acima). O profeta Jeremias falou da cegonha como ave que “conhece bem seus tempos designados” e seu tempo de “entrada”. (Jeremias 8:7) Quase meio milhão de cegonhas ainda passam por Israel a cada primavera.

Senso de navegação. Para o bobo (puffinus puffinus), não há lugar melhor do que o lar. Uma fêmea tirada do ninho na Grã-Bretanha foi solta a uns 5.000 quilômetros de Boston, EUA. Ela cruzou o Atlântico em 12 dias e meio e chegou em casa antes da carta aérea que fornecia detalhes de sua soltura. O mais surpreendente dessa façanha é que esses pássaros nunca cruzam o Atlântico Norte em suas viagens migratórias.

[Foto na página 16]

A cegonha regressa pontualmente ao ninho todos os anos

[Foto na página 17]

Grous migrando numa típica formação em V

[Crédito da foto na página 15]

Foto: Caja Salamanca y Soria

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