Observando o Mundo
“Afligida Pela Discórdia”
“Jesus orou, na noite antes de ser crucificado, para que seus seguidores fossem ‘todos um. . . aperfeiçoados em unidade’ ”, declara a revista U.S.News & World Report. Ela acrescenta: “Todavia, a igreja cristã, na maior parte de sua história, tem sido afligida pela discórdia.” Como prova disto, a sétima assembléia do Conselho Mundial de Igrejas, realizada em Canberra, na Austrália, em fevereiro último, terminou dando “poucos sinais de progresso em direção à ‘unidade de fé, vida e testemunho’, que ela tem buscado por mais de quatro décadas”. “O movimento ecumênico, em suma, parece parado”, conclui a revista. “A verdadeira unificação das igrejas é improvável no futuro previsível.” No fim da conferência, os delegados de mais de 300 igrejas representadas não só estavam mais divididos, mas muitos também se sentiam desgostosos. Houve até incidentes de assédio sexual, “tantos, de fato, que uma tenda especial chamada ‘Womanspace’ (Espaço Feminino) foi montada, como abrigo para as mulheres que fugiam das atenções dos auto-intitulados homens de Deus”, comenta o jornal The Sunday Times, da Inglaterra.
Convocação Missionária Feita Pelo Papa
Numa encíclica de 153 páginas intitulada “Sobre a Validade Permanente do Mandato Missionário” da Igreja, o Papa João Paulo II recentemente convocou os católicos a disseminarem sua fé em todo o mundo. Ele instou com as nações que se opõem à atividade missionária e proíbem o proselitismo: “Abri as portas a Cristo!” A encíclica é a primeira grande declaração sobre o trabalho missionário feita pela Igreja desde 1959. O papa indicou que, nos últimos 25 anos, o número de conversos em potencial duplicou e continua a crescer. Ele criticou fortemente aqueles que ele achava mostravam simpatia demais por outras religiões, sem tentar converter os membros delas, e atacou duramente a crença de que ‘uma religião é tão boa quanto outra’. Entre as dificuldades que confrontam a campanha missionária da igreja, comentou o papa, acha-se “a divisão passada e presente entre os cristãos, a descristianização em países cristãos,. . . e o contratestemunho de crentes e de comunidades cristãs que deixam de seguir o modelo de Cristo em sua vida”.
Era Uma Santa?
Eis a pergunta que confronta a Igreja Católica Romana quanto à Rainha Isabel I, uma rainha da Espanha, no século 15. Segundo o jornal francês Le Monde, existe um movimento em curso na igreja para beatificar Isabel, que seria o primeiro passo para sua canonização. Isabel é famosa por ter dado apoio às expedições de Cristóvão Colombo, que resultaram na descoberta européia da América, em 1492. Ao passo que o Vaticano estuda uma petição a favor da beatificação de Isabel, circulam folhetos que a descrevem como modelo a ser imitado pelas adolescentes, pelas mães e até mesmo por mulheres que são chefes de Estado. Judeus e muçulmanos, contudo, sentem-se ultrajados. Foi enquanto Isabel reinava junto com o marido que começou a brutal inquisição Espanhola; centenas de milhares de judeus e muçulmanos foram obrigados a converter-se, ou sofreriam o exílio. Milhares de pessoas foram torturadas e queimadas vivas.
Aumenta de Novo a Tuberculose
A tuberculose está aumentando em todo o mundo, noticia o jornal francês Le Monde; atualmente mata quase três milhões de pessoas por ano. Depois de décadas de declínio, o que fez com que algumas autoridades médicas predissessem que virtualmente desapareceria no fim do século, 20 milhões de pessoas em toda a Terra acham-se agora afligidas por casos ativos dessa doença infecciosa, e 8 milhões de novos casos são notificados por ano. Embora se creia que um terço da população mundial seja portadora da bactéria que provoca a tuberculose, a maioria jamais contrairá tal doença, a menos que seu sistema imunológico sofra algum dano. Diz-se que o presente salto no número dos casos ativos de tuberculose está diretamente relacionado com a disseminação do vírus da AIDS, porque as pessoas que têm AIDS são mui suscetíveis à tuberculose e podem transmiti-la a outros.
Traduções da Bíblia
Com o acréscimo de quatro novas línguas, em 1990, a Bíblia completa acha-se agora disponível em 318 línguas e dialetos, relata o Dr. John D. Erickson, eleito secretário-geral das Sociedades Bíblicas Unidas. As novas línguas são: chimborazo quíchua, do Equador; rongmei naga, da Índia; e ranau dusun e Kayan, ambas da Malásia. A Bíblia, em todo ou em parte, acha-se atualmente publicada em 1.946 línguas, um aumento de 18 em comparação com o ano anterior.
Usem-nas ou as Perderão
Quase a metade das 6.000 línguas do mundo estão “condenadas a desaparecer nos próximos 75 a 100 anos”, diz a revista Science. Isto se dá porque não existem crianças que falem agora tais línguas. Ademais, outros 45 por cento também estão ameaçados de extinção, à medida que os grupos que as falam desaparecem ou são absorvidos por outros grupos. Isso deixa seguras apenas 300 línguas — 5 por cento das línguas existentes. A Sociedade Lingüística da América, que apresentou tais estatísticas em sua reunião anual, no início do ano, considerou meios de preservar as línguas ameaçadas. Uma das soluções propostas foi “estabelecer centros lingüísticos, em que se ensine a crianças as línguas ameaçadas, e elas sejam incentivadas a usá-las”.
Solução Para a Poluição?
“A Cidade do México bem que pode apresentar o ar mais sujo do mundo”, declara a revista The Economist. “Situa-se a 2.300 metros acima do nível do mar, de modo que determinado volume de ar contém apenas cerca de um terço do oxigênio que conteria ao nível do mar.” As indústrias, incluindo uma refinaria de petróleo e três milhões de carros, lançam diariamente no ar cerca de 1.200 toneladas de poluição. A situação piora no inverno, quando o ar frio enreda os poluentes e os impede de ultrapassar as montanhas circundantes. Visto que as infecções respiratórias provocam o maior número de mortes na Cidade do México, 25 casietas de oxygiena (cabines de oxigênio), um tanto parecidas a cabines telefônicas, foram instaladas no centro da Cidade do México. Por um pouco menos de US$ 2, moradores que se sentem asfixiados podem entrar nelas e respirar oxigênio puro por um minuto. Embora isto seja um gesto nobre, “uma cabine de oxigênio para cada 800.000 pessoas não curará ninguém”, comenta The Economist.
Apreciadores de Peixe
“Os japoneses apreciam muito seu sushi”, diz a revista Asiaweek. “Comem cinco vezes mais peixe por pessoa do que os americanos, e cerca de oito vezes mais do que os indonésios.” Para satisfazer sua ânsia de peixe, o Japão pesca cerca de 11,5 milhões de toneladas de peixe cada ano, em águas profundas e costeiras, retira outras 250.000 toneladas de rios interiores e fazendas de criação de peixes, e importa 2 milhões de toneladas adicionais. A União Soviética vem em segundo lugar, com 11,2 milhões de toneladas, seguida pelos 9,4 milhões de toneladas da China, que é o maior produtor de peixes de água doce, a maior parte sendo produzida em lagoas dos povoados. Os Estados Unidos são os maiores exportadores de peixe, bem como o maior importador, depois do Japão. Com respeito a um tipo popular de peixe, a sardinha, a revista comenta: “Muitas espécies pequenas podem ser chamadas de sardinhas. O sabor característico provém de ervas e de óleos.” Abraços das Baleias
Na África do Sul, por vários meses todo ano, as pessoas que moram ao longo da costa do cabo da Boa Esperança se deleitam em observar enormes baleias-lisas (geralmente com cerca de 18 metros de comprimento) à deriva e brincando juntas em grupos familiares, perto da praia. Recentemente, muitos observadores ficaram sensibilizados com as brincadeiras entre uma baleia e seu filhote. O filhote brincalhão, de seis toneladas, repetidas vezes subia nas costas da mãe, tentava equilibrar-se ali e despencava. Toda vez, a mãe então girava o corpo para ficar de barriga para cima e apertava o filhote contra o ventre, com as nadadeiras. Foi “um dos maiores espetáculos deste século”, disse um morador da localidade.
Solucionar Conflitos com a Lei Judaica
Nos subúrbios de Jerusalém, um pequeno prédio abriga o Instituto de Ciências e da Halachá (Lei oral), “onde 15 engenheiros e peritos religiosos empenham-se em encontrar meios de reconciliar a tecnologia moderna e a Halachá, o conjunto de leis religiosas judaicas que já data de 3.500 anos”, informa The Wall Street Journal. “Muitos dos problemas intrigantes apresentados ao Instituto dizem respeito ao Sábado, quando a Torá impede os judeus cumpridores dela de realizarem certos tipos de trabalho e de gastarem energia.” O uso de elevadores representava especial problema. Ao passo que fazer com que o elevador parasse automaticamente em cada andar resolvia o problema de ter de apertar um botão, descobriu-se que se criava energia, sendo canalizada para uso em outra parte, quando um elevador repleto reduzia sua velocidade na descida. Agora um sistema especialmente projetado impede que tal energia seja usada no Sábado. Outras soluções: um telefone que interrompe, em vez de criar, uma corrente quando se apertam as teclas; uma tinta que desaparece depois de três dias, de modo que os hospitais possam vencer a restrição de escrever (definido como uma marca permanente) desnecessariamente; e uma “casa” de papelão para caixões, de modo que possam ser transportados em aviões em que viaje um membro dos Kohanim (casta dos sacerdotes), uma vez que se lhes proíbe estar junto, no mesmo cômodo ou recinto fechado.
Violência Inesperada
A violência “pode explodir no trânsito, nos campos de futebol, nos lugares mais inesperados — e pelos motivos aparentemente mais fúteis”. Com estas palavras, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, então Secretário de Segurança Pública de São Paulo, num editorial de O Estado de S. Paulo, descreve ‘a violência que emerge subitamente do homem comum — o nosso vizinho, amigo ou parente. O homem acima de qualquer suspeita, de quem não se esperaria nunca qualquer delito’. Visto que o respeito e a solidariedade não raro cedem lugar ao desejo de levar vantagem, acrescenta ele, ‘o que se precisa, acima de tudo, mais do que a recuperação da economia, como geralmente se pensa, é a recuperação moral, ética e social’. Conclui ele: “Na verdade, a sociedade precisa ser repensada.”