Observando o Mundo
O ponto de vista da vítima
“As crianças que não recebem orientações nem amor dos pais sofrem um impacto grande da televisão, que oferece programas simples e fascinantes, em que os fortes são recompensados e os problemas, resolvidos facilmente”, explica o psicólogo Jo Groebel, conforme citado na revista Veja. Essa brutalidade influencia o modo como as pessoas se tratam, porque “a violência virou sinônimo de controle e poder”. De acordo com o psicólogo, “as pessoas acreditam que a violência é a melhor maneira — a mais fácil e rápida — de alcançar um objetivo e têm preguiça de buscar outras soluções”. Todavia, Groebel acrescenta: “Os pais devem explicar que a violência não é um divertimento, que ela machuca. Eles têm de dar às crianças a perspectiva da vítima e não a do agressor, normalmente enfocada nas telas.”
“Fila-bóia” em série
Um nova-iorquino já esteve na prisão mais de 31 vezes pelo mesmo crime: filar refeição. O homem de 36 anos entra num restaurante, pede um bom aperitivo e uma refeição especial, e termina com um cafezinho. Na hora da conta, ele informa o garçom de que está sem dinheiro e aguarda até ser preso. Por que faz isso? “É duro do lado de fora”, diz o homem, que não tem onde morar. Na prisão há ordem, come-se na hora certa e a comida é boa, argumenta. Também, ele não quer roubar nem ferir ninguém; só quer comer bem e ter uma cama limpa e um lugar para dormir em paz. Assim, ele sempre se declara culpado no tribunal e pleiteia a sentença máxima. Hospedá-lo na prisão custa aos contribuintes US$ 162 por dia. Sua recente refeição de US$ 51,31 custou US$ 14.580 para mantê-lo na cadeia durante a sentença de 90 dias. Ele já custou a Nova York mais de US$ 250.000 nos últimos cinco anos. “Os advogados da Legal Aid” (entidade que presta assistência jurídica aos pobres), diz o The New York Times, têm “visto um pequeno, mas crescente número de pessoas que cometem crimes menores com a intenção de ir para a prisão” para se “refugiarem da pobreza ou da fome”.
Pergunte ao dentista
Recente especulação sobre a possibilidade de se pegar o vírus da AIDS no consultório dentário está deixando as pessoas nervosas. Um estudo realizado pela Associação Americana de Higienistas Dentários revelou que 83% dos pacientes preocupam-se com a possibilidade de contraírem uma doença infecciosa durante o tratamento dentário. Segundo a revista American Health, os pacientes devem certificar-se não apenas de que o dentista e seus assistentes usem luvas e máscara, mas também de que eles as troquem antes de tratarem o próximo paciente. Os instrumentos reutilizáveis devem ser esterilizados por aquecimento depois de cada paciente. A American Health comenta que “as técnicas de esterilização a frio, como limpar os instrumentos com álcool, não são adequadas”. A revista acrescenta: “Se o dentista não quiser responder às suas perguntas, procure outro dentista.”
Viajantes contaminados
Entre 20% e 50% dos quatro bilhões de pessoas que viajam a cada ano são afetadas pela diarréia, em geral causada por alimentos ou água contaminados, calcula a OMS (Organização Mundial da Saúde). A fadiga de viagem, ou jet lag, ou a mudança de dieta e de clima talvez contribuam para o problema por enfraquecer a resistência dos viajantes. Para diminuir a possibilidade de diarréia, a OMS recomenda o seguinte: certifique-se de que os alimentos estejam bem cozidos e ainda estejam quentes quando servidos. Se houver risco de a água não ser potável, ferva-a ou desinfecte-a com comprimidos confiáveis à venda em farmácias. Evite alimentos crus exceto frutas ou vegetais que possam ser descascados. “Lembre-se da regra”, diz a OMS, “cozinhe, descasque ou não coma”.
Transgressões católicas
Segundo o The New York Times, o Papa João Paulo II está instando com os católicos que expiem suas transgressões cometidas contra a humanidade nos últimos 2.000 anos. O papa disse que a Igreja deve “conscientizar-se mais da pecaminosidade de seus filhos”. Evidentemente, essas transgressões estão relacionadas com o papel que os católicos desempenharam durante a horrível Inquisição Espanhola e o Holocausto Nazista. O Times comenta que “a questão da expiação dos erros católicos é sensível porque implica falibilidade na representação das verdades por parte da Igreja”. O jornal acrescentou que alguns cardeais acharam “mais importante examinar as falhas éticas atuais”.
Esportes competitivos
Para vencer, talvez por causa de um contrato lucrativo, ‘há atletas que pouco se importam com as conseqüências futuras e topam tudo, como, por exemplo, transfusões homólogas de sangue’, informa O Estado de S. Paulo. De acordo com o Dr. Eduardo Henrique De Rose, presidente da Federação Internacional de Medicina Esportiva, ‘alguns atletas até mesmo bebem urina de mulher grávida para aumentar a testosterona’. Ele acrescenta que o conceito de confraternização ‘deixou de existir a partir de 1936, quando Hitler relacionou os Jogos Olímpicos com uma situação política. Então ficou aquela história de que o atleta tem a obrigação de vencer a qualquer preço’. O Dr. De Rose também informa: ‘O maior número de doping ocorre em esportes individuais, como atletismo, ciclismo, natação e levantamento de peso, onde o doping tem efeito maior’.
Casais indianos sob ameaça
Na Índia, o casamento “está sendo ameaçado pelo que rapidamente vem se tornando uma sociedade do ‘primeiro eu’”, afirma a revista India Today. Um número maior e mais jovem de casais procura os tribunais para resolver suas desavenças. O Dr. Narayana Reddy, conselheiro matrimonial, informa que “o número dos que procuram aconselhamento profissional logo nos primeiros anos de casamento duplicou nos últimos cinco anos”, segundo a India Today. Alguns casais procuram ajuda profissional poucos dias depois de se casarem. De modo geral, não há nada de novo no que diz respeito aos fatores que vêm destruindo os casamentos indianos: adultério, alcoolismo, discussões sobre dinheiro e bens, desentendimentos com os sogros e problemas sexuais. O estresse “se tornou o intruso onipresente, invisível e malévolo no lar indiano”.
Rádio antimosquito?
Afirma-se que uma radiodifusora da Polônia tem um método inovador de combater a antiqüíssima praga do mosquito. A revista francesa sobre a natureza, Terre Sauvage, informa que durante a época da eclosão do mosquito na Polônia, milhares de ouvintes de rádio conseguiram combater esses insetos perturbadores sem inseticidas. Meramente sintonizaram o rádio numa estação chamada Rádio Zet. Segundo a Terre Sauvage, a radiodifusora transmitia um sinal contínuo que, embora inaudível para os humanos, podia ser ouvido pelos mosquitos. A transmissão era uma imitação eletrônica dos sons de alta freqüência emitidos por morcegos que se alimentam de mosquitos — suficiente para repelir qualquer mosquito ao alcance das ondas sonoras.
Aumenta o número de idosos
A família humana está ficando mais velha. A World Health, revista da Organização Mundial da Saúde, explica que “a cada mês, o presente total mundial de 360 milhões de pessoas com 65 anos ou mais aumenta em 800.000 pessoas”. Durante os próximos 30 anos, espera-se que o número de idosos alcance os 850 milhões. A Europa e a América do Norte estão tendo um dramático crescimento no percentual de idosos devido à “persistente baixa fertilidade e à crescente expectativa de vida” nesses países, diz a World Health. A revista observa que “a Suécia tem a população mais velha do mundo, com mais de 18% de cidadãos com 65 anos ou mais”.
Alimentação e saúde na Grã-Bretanha
“Os britânicos estão entre os europeus menos saudáveis”, afirma a revista britânica The Economist. Um estudo recente revelou que cerca da metade da população adulta da Grã-Bretanha está “clinicamente acima do peso, ou obesa — o que talvez explique por que os britânicos são, depois dos tchecos, mais suscetíveis a doenças do coração do que qualquer outra nação”, diz a The Economist. A Comissão Sobre Aspectos Médicos da Política de Alimentação, do governo, fez várias recomendações para melhorar a situação. As sugestões incluem comer mais “peixe, pão, hortaliças e batatas” e diminuir a ingestão de sal, açúcar e gordura.
Depleção do ozônio
A OMM (Organização Meteorológica Mundial), em Genebra, Suíça, prediz que, apesar dos esforços de diminuir os danos causados à camada de ozônio da Terra, a depleção da camada protetora continuará a acelerar pelo menos até o fim do século 20. Segundo o serviço de notícias France-Presse, as conclusões da OMM baseiam-se nas observações feitas por 266 cientistas durante os últimos quatro anos em 29 países. As medidas tomadas até o momento para reduzir as emissões industriais prejudiciais ao ozônio estão aparentemente começando a dar resultado. Mas o relatório da OMM revelou que há um “declínio global e contínuo” na integridade da camada estratosférica de ozônio da Terra e avisou que o período mais crítico “ainda está à nossa frente”.