BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • g92 8/12 pp. 13-15
  • Lenha — esvai-se o futuro em fumaça?

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • Lenha — esvai-se o futuro em fumaça?
  • Despertai! — 1992
  • Subtítulos
  • Matéria relacionada
  • Por Que a Escassez?
  • O Impacto Sobre as Pessoas
  • O Que Está Sendo Feito
  • Perspectivas Futuras
  • Por que construir com madeira?
    Despertai! — 1995
  • Fogão a lenha — interessa-lhe?
    Despertai! — 1982
  • Uma terra sem florestas — será isso que o futuro nos reserva?
    Despertai! — 1987
  • Madeira Fragrante
    Estudo Perspicaz das Escrituras, Volume 2
Veja mais
Despertai! — 1992
g92 8/12 pp. 13-15

Lenha — esvai-se o futuro em fumaça?

Do correspondente de Despertai! na Nigéria

O SOL desce e avermelha o céu africano. Sampa cozinha arroz para o marido e os filhos. Tira água de um balde e a despeja numa panela de alumínio enegrecida pela fumaça. Uma pequena fogueira, alimentada por três paus grossos, crepita sob a panela.

Há mais lenha amontoada ali perto. Sampa a compra dos homens que a buscam nas montanhas. A lenha é essencial. Sem lenha, não há fogo. Sem fogo, não dá para cozinhar arroz.

O filho mais velho de Sampa diz: “Quando não temos lenha, não comemos.” Ele acena em direção às casas dos ricos na colina. “Naquelas casas há eletricidade. Há fogões elétricos e fogões a gás.” Ele se volta para a fogueira, dá de ombros e diz: “Nós usamos lenha.”

Nesse respeito, a família de Sampa não é a única. Nos países em desenvolvimento, 3 de cada 4 pessoas dependem de lenha como única fonte de combustível para cozinhar e para aquecer a casa. Mas há uma enorme escassez de lenha.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), as dimensões da crise de lenha são realmente assombrosas. Cerca de um bilhão de pessoas nos países em desenvolvimento enfrentam a escassez de lenha. Se a tendência atual continuar, esse número poderá facilmente dobrar até o fim do século. Um representante da FAO disse: “Pouco adianta fornecer alimento aos famintos do mundo se eles não têm os meios de prepará-lo.”

Por Que a Escassez?

Desde os tempos antigos, a humanidade usa madeira como combustível. Por quê? É tão prático! Não é preciso equipamentos caros nem tecnologia sofisticada para ajuntá-la. A menos que haja exploração em demasia, o suprimento pode ser conservado pelo crescimento de novas árvores. Para cozinhar e para aquecer a casa com lenha não é preciso fogões e aquecedores. E, melhor ainda, a lenha é de graça e está à disposição na árvore mais próxima. Foi só nos últimos duzentos anos que as nações mais ricas do mundo passaram a utilizar outros combustíveis, como o gás, o carvão e o petróleo. As demais continuaram com a lenha.

Alguns especialistas dizem que o cerne do problema hoje é o extraordinário crescimento populacional. À medida que aumenta o número de pessoas, derrubam-se florestas para expandir povoados, ampliar a agricultura e fornecer madeira para a indústria e para combustível. O rápido desmatamento ocorre no desenvolvimento de quase todo país. A América do Norte e a Europa passaram por essa fase.

Mas a população atual aumenta num ritmo alarmante. Já existem uns cinco bilhões e meio de pessoas no planeta. Nas nações em desenvolvimento, a população dobra a cada 20 a 30 anos. Com o aumento no número de pessoas, aumenta também a demanda de lenha. É como se a população se tivesse tornado uma gigantesca fera devoradora de florestas, com apetite insaciável, uma fera que dia a dia fica maior e mais faminta. Assim, o suprimento de lenha é consumido antes de ser reposto. Segundo a FAO, mais de cem milhões de pessoas em 26 países já não conseguem obter suficiente lenha para atender nem mesmo às suas necessidades mais básicas.

Todavia, nem todos os que vivem em países de escassez aguda são atingidos igualmente. Quem tem suficientes recursos simplesmente recorre a outros combustíveis, como querosene ou gás engarrafado. A crise de lenha é uma crise dos pobres, cada vez mais numerosos.

O Impacto Sobre as Pessoas

Em anos recentes, o custo da lenha tem dobrado, triplicado e, em alguns lugares, quadruplicado. Atualmente, os preços continuam a subir à medida que as áreas em torno das cidades são desmatadas. Muitas cidades na Ásia e na África acham-se agora cercadas de áreas em que o desmatamento foi quase total. Algumas cidades têm de trazer lenha de mais de 160 quilômetros de distância.

Os preços crescentes aumentam o fardo dos que já são desesperadamente pobres. Há estudos que mostram que, em partes da América Central e da África Ocidental, as famílias da classe trabalhadora gastam até 30 por cento de sua renda total em lenha. Tudo o mais — alimento, roupa, moradia, transporte, educação — tem de ser tirado do que sobra. Para eles, é veraz o ditado: “O que vai embaixo da panela é mais caro do que o que vai dentro.”

Como enfrentam a situação? Onde a lenha é escassa ou cara, as pessoas tomam menos refeições quentes. Compram alimentos baratos ou menos alimentos, o que resulta numa dieta menos equilibrada. Também cozinham menos os alimentos. Os germes e os parasitas não são mortos, e o corpo absorve menos nutrientes. Não fervem a água de beber. Vão à cata de tudo que queime.

Milhões de pessoas recorrem a combustíveis de baixa qualidade, como palha, hastes de plantas ou esterco seco. Onde a lenha é cara e o esterco não, parece economicamente sensato usar esterco no fogo em vez de no campo. Muitas vezes há poucas opções. Mas o custo disso é que o solo fica privado de valiosos materiais orgânicos. Com o tempo, o solo perde a fertilidade e resseca.

Embora os que residem em zonas rurais em geral não precisem pagar pela lenha, a escassez aumenta muito o tempo gasto em ajuntá-la. Em partes da América do Sul, as mulheres passam 10 por cento do dia ajuntando lenha. Em alguns países africanos, a coleta de um dia inteiro dá um suprimento de apenas três dias. Às vezes, as famílias incumbem uma criança de trabalhar por tempo integral na procura de combustível.

Com muita freqüência, o meio rural é sacrificado para suprir as necessidades da cidade. Corta-se e vende-se madeira mais rápido do que ela cresce. Assim, os suprimentos minguam, e as famílias mudam-se para as cidades ou gastam mais tempo ajuntando lenha para seu uso.

Assim, milhões de pessoas gastam mais tempo e dinheiro para suprir sua necessidade básica de combustível. Que opções existem? Para os pobres, comer menos, passar frio e ficar sem luz à noite.

O Que Está Sendo Feito

Há alguns anos, a intensidade da crise de lenha passou a receber atenção internacional. O Banco Mundial e outras organizações investiram em projetos de reflorestamento. Embora nem todos os projetos tenham tido êxito, aprendeu-se muito. A experiência mostrou que a solução para a crise de lenha não era simplesmente plantar mais árvores. Um dos problemas era que os planejadores às vezes não levavam em conta os sentimentos do povo local. Assim, em certo país da África Ocidental, os aldeões destruíram mudas por terem sido plantadas em terras dedicadas tradicionalmente ao pasto.

Outra dificuldade era o reflorestamento ser um projeto de longo alcance. Pode levar 25 anos para que as árvores produzam lenha em base auto-sustentável. Isso significa uma defasagem entre investimento e lucro. Significa também que o replantio em nada contribui para suprir a demanda atual.

Existem projetos de reflorestamento em execução em muitos países. Mas atenderão às demandas futuras? Especialistas em florestas dizem que não. As árvores são cortadas com muito mais rapidez do que são repostas. Uma pesquisadora do Worldwatch Institute escreve: “Infelizmente, em grande parte do Terceiro Mundo tropical faltam a vontade política e o comprometimento dos recursos necessários para romper o ciclo fomentado pelo desmatamento. No momento, planta-se apenas um hectare de árvores para cada dez hectares devastados. A lacuna é muitíssimo maior na África, onde a proporção entre desmatamento e replantio é de vinte e nove para um. Para atender às necessidades de lenha previstas para o Terceiro Mundo no ano 2000 seria preciso um aumento de treze vezes no ritmo atual de replantio para fins não-industriais.”

Perspectivas Futuras

Atualmente, há muitas pessoas sinceras empenhadas ativamente na solução do problema da escassez de lenha. Mas suas estimativas para o futuro muitas vezes são pessimistas. Pesquisadores da organização Earthscan dizem em seu livro Fuelwood—The Energy Crisis That Won’t Go Away (Lenha — A Crise de Energia Que não Passará): “Todas essas medidas juntas [para combater a crise de lenha] não podem aliviar totalmente os fardos que a escassez de combustível e os crescentes preços da lenha imporão aos pobres.” A cartilha da FAO, The Fuelwood Crisis and Population—Africa (Crise de Lenha e População — África), diz: “Qualquer iniciativa terá pouca chance de sucesso até que o crescimento populacional seja contido.” A mesma publicação mostra, porém, que a população continuará a aumentar “porque os pais de amanhã são mais numerosos do que os pais de hoje. Os pais de amanhã já nasceram”.

Em contraste com essas predições sombrias, as profecias bíblicas mostram claramente que o Deus Todo-Poderoso intenciona nada mais nada menos do que a restauração completa do Paraíso na Terra. (Lucas 23:43) Os problemas complexos concernentes a lenha, população e pobreza não estão além de Sua capacidade de resolver. — Isaías 65:17-25.

Esvai-se o futuro em fumaça? De modo algum! Em breve se cumprirão as palavras que envolvem nosso amoroso Criador: “Abres a tua mão e satisfazes o desejo de toda coisa vivente.” — Salmo 145:16.

[Destaque na página 14]

‘Pouco adianta fornecer alimento sem os meios de prepará-lo.’

    Publicações em Português (1950-2025)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar