Observando o Mundo
Estatísticas mal interpretadas
Por décadas, grupos em prol dos direitos dos gays nos Estados Unidos vêm afirmando que os homossexuais compõem 10 por cento da população. A alta porcentagem tem servido de meio conveniente para se exercer pressão política. Mas esses 10 por cento, baseados nos estudos de Alfred Kinsey sobre a sexualidade humana na década de 40 e de 50, têm sido submetidos ultimamente a um escrutínio cada vez mais minucioso. A revista Newsweek diz: “Os mais recentes estudos situam mais ou menos entre 1 e 6 por cento a proporção de gays e de lésbicas na população.” Por que a estimativa de Kinsey era tão alta? Parece que suas pesquisas direcionavam-se em grande parte para instituições como escolas, presídios e hospitais, que podem não representar a população como um todo. Segundo Newsweek, Pepper Schwartz, sociólogo da Universidade de Washington, disse sobre aqueles 10 por cento: “Simplesmente não é um número real.”
Úlceras e fumo
“De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 10% da população mundial teve, tem ou terá úlcera”, diz o gastroenterologista Dr. Thomas Szego, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, conforme citado no Jornal da Tarde. Embora a gastrite possa causar úlceras, “uma gastrite superficial faz parte do processo de envelhecimento normal do estômago”. Todavia, coisas como estresse, jejum prolongado e abuso de álcool ou de medicamentos podem irritar o estômago. Contudo, segundo o Dr. Szego, “se eu tivesse de escolher um fator como o mais prejudicial ao estômago, escolheria o cigarro: é péssimo para a mucosa gástrica”. Ele acrescenta: “O fumante engole junto com a saliva resíduos do cigarro, aumentando a secreção de ácido e diminuindo as defesas do estômago.”
Nunca se é velho demais
‘Nunca se é velho demais para aprender.’ Como que para ilustrar esse antigo ditado, Bernabé Evangelista, um animado homem de 93 anos de idade, espera concluir seus estudos universitários dentro de dois anos. Ele estuda Belas Artes na Universidade de Valencia, Espanha, e sua dedicação aos estudos já lhe valeu um prêmio por notáveis realizações acadêmicas. “Estudar é a coisa mais bonita que existe”, explica Bernabé, que chega à universidade todo dia às oito horas da manhã e cujas aulas noturnas muitas vezes só terminam às nove da noite. Bernabé acredita que os mais velhos têm uma oportunidade de ouro de estudar. “É a época da vida quando se tem tempo para isso”, diz ele. Sua esposa acrescenta que a atividade dá a ele objetivo na vida.
Degelamento e poluição
O degelamento de aviões e pistas de pouso, tão crucial para vôos seguros, acarreta um efeito colateral indesejável: poluição. A revista britânica New Scientist noticia que anualmente se usam mais de 50 milhões de litros de fluidos degeladores nos aeroportos do mundo, e o escoamento dos fluidos não raro contamina lençóis freáticos e vias navegáveis, causando o crescimento excessivo de algas tóxicas e matando peixes. Vários aeroportos europeus criaram meios engenhosos de combater essa poluição. No aeroporto de Estocolmo, veículos que atuam como aspiradores retiram o excesso de fluido degelador dos aviões. O aeroporto de Munique utiliza uma máquina gigantesca que passa por cima do avião como um lavador automático de carro, borrifando o fluido e coletando o excesso, que é reciclado. As pistas de pouso de Munique coletam as substâncias químicas escoadas, fazendo-as passar por barreiras subterrâneas de cascalho e areia, onde são tratadas com bactérias que as dissolvem e tornam inofensivas.
Espelho espacial
Um conceito que talvez soe mais como ficção científica do que como ciência tornou-se realidade em fevereiro deste ano quando cosmonautas russos lançaram e abriram um espelho de 20 metros a partir da estação espacial Mir, em órbita. Alguns cientistas sugerem que espelhos no espaço poderiam ser usados para refletir a luz solar para a Terra à noite, desta forma poupando contas de eletricidade e até estendendo o período de crescimento das safras. O espelho, feito de uma folha fina de Mylar, refletiu um feixe de luz solar para a Terra, onde observadores na Rússia, França e Canadá relataram tê-lo visto. Os cosmonautas russos localizaram e seguiram a trilha do feixe de luz de quatro quilômetros de largura que o espelho lançou sobre o planeta escurecido abaixo deles. Um engenheiro do projeto declarou que a experiência foi um sucesso e sugeriu que o próximo passo seja um espelho de 200 metros com seu próprio sistema de direção.
Corte européia decide a favor das Testemunhas de Jeová na Grécia
Em 25 de maio de 1993, as Testemunhas de Jeová obtiveram importante vitória jurídica numa decisão da Corte Européia dos Direitos Humanos, que se reúne em Estrasburgo, França. O processo era duma Testemunha de Jeová de 83 anos de idade, Minos Kokkinakis, que havia sido condenado por proselitismo ilegal. Em 20 de março de 1986, ele foi sentenciado a quatro meses de prisão pelo tribunal criminal de Lasithi, em Creta. No entanto, a decisão da Corte Européia revogou a condenação num veredicto de seis contra três. Por décadas, o governo da Grécia, fortemente influenciado pela Igreja Ortodoxa Grega, fez com que milhares de Testemunhas de Jeová fossem presas sob a acusação de proselitismo ilegal. Neste processo, a Corte Européia constatou que o governo grego violara os direitos do Sr. Kokkinakis sob a Convenção Européia. As mais de 26.000 Testemunhas de Jeová na Grécia têm esperança de que essa decisão ponha fim à perseguição que sofrem e lhes permita efetuar em paz seu ministério lícito.
Lepra na Itália
A antiga praga da lepra, ou hanseníase, continua a fazer vítimas na Europa moderna. Dados do Ministério da Saúde da Itália indicam que, só na Itália, há umas 410 vítimas conhecidas dessa doença, sendo que quatro ou cinco novos casos manifestam-se todo ano. Numa conferência sobre saúde, realizada em Lecco, Itália, revelou-se que em meses recentes 20 casos haviam sido registrados entre imigrantes de países em desenvolvimento onde a hanseníase é muito comum. De acordo com Antonio Sebastiani, diretor do Instituto de Doenças Infecciosas e Tropicais, da Universidade La Sapienza, em Roma, “ainda existem certas regiões na Sardenha, na Toscana e na Ligúria em que a doença persiste”.
Missa para os bichos
Parece que os animais estão recebendo atenção especial do clero italiano ultimamente. A ordem religiosa dos franciscanos acusou há pouco tempo os jesuítas de serem “hereges” e “inimigos da criação” por dizerem que os animais eram “incapazes de amar”. O prelado católico Mario Canciani comenta assim o conceito da Igreja: “A Igreja [Católica] está aberta para todas as criaturas.” Portanto, segundo o jornal italiano La Repubblica, os freqüentadores de igreja em Roma há muito podem procurar bênçãos para seus “amiguinhos domésticos”. Anunciando uma dessas ocasiões, o jornal explica que, “além daqueles que podem mais apropriadamente ser chamados de cristãos, gatos, cachorros, papagaios, coelhos e toda a fauna para a qual se deseje uma bênção também podem entrar”.
Combate à cólera
Alimentos e água contaminados pelo vibrião colérico ainda fazem vítimas. Contudo, o vinagre de vinho tinto pode impedir a disseminação da cólera. Segundo a revista Manchete, “num teste realizado pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, ficou demonstrado que o vinagre de vinho tinto é 100 vezes mais eficaz que a água sanitária na desinfecção de verduras contaminadas com vibrião colérico”. A revista diz que o vinagre diminuiu em 10.000 vezes a concentração de bactérias da cólera em folhas de alface, ao passo que a água clorada em apenas 100 vezes. Para combater a cólera, a sugestão é: “cinco colheres de sopa de vinagre para cada litro de água”.
Pesticidas ameaçam o país do vinho
Na região de Mosela, na Alemanha central, que produz vinhos de fama mundial, cada vez mais vinhateiros sofrem de distúrbios nervosos. Jardineiros, agricultores e guardas-florestais apresentam sintomas similares, segundo Peter Binz, neurologista de Trier. Há também alta incidência de câncer dos brônquios ao longo do curso do vale de Mosela. Por quê? “Na opinião de Binz, a causa na maioria dos casos é o uso de pesticidas agrícolas”, diz o jornal alemão Süddeutsche Zeitung. Investigações têm revelado que “até 90 por cento dos pesticidas aplicados por borrifamento ou dum helicóptero evapora no ar da redondeza dentro de poucas horas e é inalado por pessoas na região”.
“Morar sozinho”
“Cada vez mais os canadenses vêm sendo atraídos pela idéia de morar sozinhos”, afirma o jornal The Toronto Star. “Para muitos, existe agora um nítido atrativo em morar sozinho”, indicou um relatório de Estatísticas do Canadá, realizado em 1992. Entre 1981 e 1991, o desejo de morar sozinho aumentou em 43 por cento entre os solteiros, 16 por cento entre os divorciados e 18 por cento entre os viúvos. Durante esse mesmo período, “as uniões consensuais . . . aumentaram em 111 por cento”, de acordo com o Star. Famílias uniparentais agora respondem por 20 por cento das famílias canadenses. Apesar do atrativo de morar sozinho, o índice de nascimentos está no nível mais elevado em 14 anos.