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  • g96 22/11 pp. 24-27
  • Os peregrinos e a sua luta pela liberdade

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  • Os peregrinos e a sua luta pela liberdade
  • Despertai! — 1996
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  • Fuga para a Holanda
  • O Mayflower faz-se ao mar!
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Despertai! — 1996
g96 22/11 pp. 24-27

Os peregrinos e a sua luta pela liberdade

DO CORRESPONDENTE DE DESPERTAI! NA HOLANDA

EM 1620, um grupo de puritanos ingleses que havia embarcado em Delfshaven, perto de Roterdã, na Holanda, estabeleceu o primeiro assentamento permanente de europeus na Nova Inglaterra — a Colônia de Plymouth — no sudeste do atual Estado de Massachusetts, nos EUA. O que induziu essa gente profundamente religiosa a arriscar-se numa viagem tão longa e penosa no traiçoeiro oceano Atlântico a bordo do pequeno navio Mayflower? Como vieram parar na Holanda? Por que partiram de lá?

A situação religiosa na Inglaterra

Nos anos 1500, a Igreja Católica Romana foi abalada pela Reforma. Surgiram igrejas protestantes por toda a Europa, incluindo a Inglaterra. Na Inglaterra, a ruptura definitiva com Roma veio após a recusa do papa de atender ao pedido do Rei Henrique VIII de dissolver o seu primeiro casamento. A igreja inglesa separou-se de Roma e, em 1534, o Parlamento inglês reconheceu oficialmente Henrique como “Chefe Supremo na Terra, inferior apenas a Deus, da Igreja da Inglaterra”. Sua filha Elizabeth, nascida em 1533, foi criada como protestante e, depois que se tornou Rainha Elizabeth I, conferiu à Igreja Anglicana um forte cunho protestante. Não obstante, havia grupos protestantes menores que discordavam da predominante Igreja Anglicana. Muitos desses vieram a ser chamados de puritanos, pois desejavam “purificar” a Igreja Anglicana de todo vestígio do catolicismo romano. Um dos grupos puritanos foi considerado especialmente radical, pois rompeu com a hierarquia de bispos e sacerdotes da Igreja. Consideravam-se uma congregação totalmente independente, dirigida pelos seus próprios anciãos.

A Rainha Elizabeth temia perder o controle do povo, se os puritanos não fossem reprimidos. Assim, ela baixou severas leis contra eles. Apesar disso, os vários grupos puritanos continuavam a se reunir, mas secretamente, em casas particulares. E distribuíam muitos panfletos religiosos, explicando as suas crenças. Os puritanos de Londres nomearam seu próprio corpo de anciãos, composto na maioria de ministros anglicanos afastados do cargo. Os grupos que desistiram de reformar a Igreja Anglicana e romperam com ela eram chamados de “separatistas”.

O Rei Jaime I, sucessor da Rainha Elizabeth, seguiu a política religiosa da rainha, ameaçando “forçar [os puritanos] para fora do país”. Ao mesmo tempo, autorizou uma nova tradução inglesa da Bíblia, a Versão Rei Jaime, concluída em 1611. Essa nova versão induziu muitos a ler a Bíblia. O resultado? Ainda mais pessoas começaram a discordar da igreja estatal. Que teria feito você caso vivesse naqueles dias? Sob a ameaça de perseguição, teria acomodado suas crenças religiosas? Teria se apegado às suas convicções, independentemente do custo? Muitos puritanos fizeram isso e negaram-se a transigir.

Fuga para a Holanda

Um dos grupos de separatistas que não transigiu era de uma pequena cidade inglesa chamada Scrooby. Eles se reuniam secretamente na casa do agente do correio William Brewster, seu “Ancião Dirigente”. Outro de seus associados era John Robinson, ex-sacerdote anglicano. Além de defender o governo da igreja por anciãos, em vez de por sacerdotes e bispos, o grupo de Scrooby rejeitava o uso de vestes sacerdotais e grande parte dos rituais da Igreja Anglicana, embora tais coisas fossem exigidas por lei.

Sob crescente pressão, esse pequeno grupo decidiu fugir para a Holanda, na época o único lugar na Europa em que as suas opiniões e práticas seriam toleradas. Mas, a emigração era ilegal. Assim, o mais secretamente possível, eles venderam suas casas e tudo o mais que não pudessem carregar e, em 1608, foram para Amsterdã, de navio. Foi na Holanda que os separatistas começaram a considerar-se “peregrinos”.

Um ano depois, os peregrinos mudaram-se para Leiden, no mesmo ano em que foi decretada uma trégua na guerra entre a Espanha e a Holanda. Essa trégua resultou para os peregrinos num clima de maior tranqüilidade. Aos poucos, mais fugitivos chegavam da Inglaterra, e o grupo aumentou para umas 300 pessoas. Por fim, compraram uma casa grande que servia de residência para John Robinson e sua família e de local de reuniões.

Depois de uns dez anos em Leiden, os peregrinos começaram a sentir-se deslocados. A trégua com a Espanha estava para acabar e eles temiam que, se a Inquisição Espanhola ganhasse o controle na Holanda, estariam em pior situação do que sob o Rei Jaime. Ademais, eles tinham desacordos doutrinais com seus vizinhos holandeses, mais liberais, e preocupavam-se com a associação de seus filhos com os jovens holandeses, que reputavam dissolutos. O que deveriam fazer? Planejaram mais uma enorme mudança: dessa vez para a América!

O Mayflower faz-se ao mar!

O maior desafio era financiar uma viagem tão longa. Outro grande problema era que a permissão para a expedição tinha de ser obtida do rei da Inglaterra — o mesmo rei de quem haviam tentado escapar quando fugiram para a Holanda! Os peregrinos venceram a resistência do Rei Jaime pela insistência de seus pedidos, e ele acabou permitindo. Por fim, um grupo de comerciantes londrinos financiou a aventura.

Chegou, enfim, o dia da partida! Os da Igreja dos Peregrinos de Leiden, que decidiram mudar, embarcaram no navio Speedwell e, em 22 de julho de 1620, partiram de Delfshaven para a Inglaterra, onde mais membros embarcariam. Os peregrinos ocuparam dois navios, o Speedwell e o Mayflower. Contudo, graves vazamentos no casco do Speedwell forçaram os navios a voltar à Inglaterra, onde os passageiros e o abastecimento do Speedwell foram transferidos para o Mayflower. Finalmente, em 6 de setembro, o pequeno Mayflower, de 27 metros, zarpou solitário de Plymouth, na Inglaterra, com 24 famílias a bordo, num total de 102 passageiros e 25 tripulantes. Quanta coragem exigiu desses viajantes noviços fazer uma viagem marítima de 5.000 quilômetros! O navio estava supercarregado e tinha de enfrentar as perigosas condições climáticas do Atlântico Norte. Imagine a emoção dos a bordo quando, depois de nove longas semanas no oceano, avistaram terra!

A fundação da colônia

Antes de desembarcar, os peregrinos selaram um acordo entre eles a respeito do futuro governo da nova colônia. Por esse acordo, assinado por 41 homens do grupo, os peregrinos constituíram-se num “Corpo Político Civil” e assumiram o compromisso de fazer e cumprir leis que governassem todos os aspectos de sua vida. Embora alguns historiadores tenham chamado esse documento de primeira constituição americana, a Grote Winkler Prins Encyclopedie diz que os peregrinos que o formularam “pretendiam estabelecer uma autoridade de cunho religioso”. Seu objetivo era compromissar todos os membros da colônia a permanecerem juntos, física e religiosamente.

Depois de inspecionar a costa e enviar expedições para o interior, no frio mês de dezembro o grupo estabeleceu-se no lugar que chamaram de Nova Plymouth, mais tarde chamado de Colônia de Plymouth. Encontraram campos cultivados por índios. Mas, a enorme população indígena que havia sido observada ali por exploradores apenas alguns anos antes havia sido devastada pelas doenças dos exploradores, como a varíola e o sarampo. Se não fosse isso, os índios talvez tivessem resistido às intenções dos peregrinos de fundar uma colônia.

Os peregrinos começaram construindo uma casa comunal e várias outras, particulares. Era um começo difícil, pois haviam chegado no inverno e restava pouca comida das reservas do navio. Naquele primeiro inverno, 52 morreram de doenças, incluindo 13 dos 24 maridos e 14 das 18 esposas. Entre as fatalidades estava seu primeiro governador, John Carver. Mas os sobreviventes decidiram permanecer em Nova Plymouth. O governador seguinte, o animado William Bradford, escreveu em detalhes a história da jovem colônia, sendo por isso considerado o primeiro historiador da América.

Os peregrinos e os índios

Os primeiros peregrinos que chegaram a Nova Plymouth fizeram um acordo de paz com Massasoit, chefe supremo dos índios wampanoags. Por esse acordo, os peregrinos e os wampanoags se comprometiam a não causar dano mútuo e votaram proteção recíproca em caso de guerra com forasteiros. Sem a amizade de Massasoit, dificilmente um peregrino teria sobrevivido. Esses índios deram aos colonos milho nativo para comer e plantar, e a aliança com eles contribuiu para que os peregrinos não fossem mortos por outras tribos.

Nos primeiros tempos, os colonos receberam muita ajuda dos índios. Segundo o governador William Bradford, um índio chamado Tisquantum ensinou os colonos “a plantar milho, a encontrar pontos de pesca e a localizar outras utilidades, e foi também seu guia para conduzi-los a lugares desconhecidos em benefício deles”. A primeira safra de milho indígena foi boa, e os peregrinos ficaram peritos em caçar aves. Sentiam-se gratos a Deus e decidiram realizar uma festa de três dias, em comemoração da colheita. Massasoit e 90 de seus guerreiros compareceram, contribuindo com cinco veados para o banquete.

Como a própria colônia, a celebração teve forte cunho religioso. Embora os peregrinos não tivessem realizado a festa no ano seguinte, por causa de uma colheita ruim, o Dia de Ação de Graças mais tarde tornou-se uma celebração anual nacional e religiosa nos Estados Unidos, no Canadá e em alguns outros países. Hoje, o Dia de Ação de Graças na América do Norte é tipicamente uma ocasião para a família banquetear-se com peru, molho cranberry e torta de abóbora-moranga mas, em princípio, continua sendo “uma ocasião para séria reflexão religiosa, cultos e orações”. — The World Book Encyclopedia, 1994.a

Acontecimentos posteriores

Em 1622, vieram outros peregrinos de Leiden e da Inglaterra. Mais tarde, chegaram mais navios com concrentes da Europa. Em 1630, o último grupo de peregrinos de Leiden juntou-se à colônia, elevando seu número para uns 300. A colônia, com o tempo, fundiu-se com a bem maior Colônia da Baía de Massachusetts, não muito ao norte. Esses colonos também tinham crenças puritanas. No ínterim, porém, aumentavam as tensões entre os colonos e seus vizinhos indígenas. Os puritanos, que criam que Deus os predestinara a dominar a nova terra, tornaram-se cada vez mais arrogantes. Vendo isso, os índios ressentiram-se ainda mais contra eles. Infelizmente, apenas 55 anos depois do acordo com os wampanoags, a colônia de Plymouth, aliada a três outras colônias inglesas e alguns outros índios, foi à guerra contra o filho de Massasoit. Ele e cerca de três mil homens, mulheres e crianças indígenas foram mortos, e os puritanos venderam centenas deles como escravos. Os wampanoags tornaram-se extintos.

O legado dos peregrinos

Na Holanda, ainda hoje pode-se visitar a área de Leiden em que os peregrinos viviam, bem como Delfshaven, o porto de onde partiram para a América. Na atual cidade de Plymouth, Massachusetts, EUA, você pode ver a Colônia Plymouth, uma reconstrução da aldeia original construída pelos peregrinos, além de um museu peregrino e uma réplica do Mayflower. Na aldeia, atores interpretam os habitantes originais. Eles informam que o nome de Deus é Jeová e que “a igreja” não é um edifício de pedras, mas sim composta de pessoas. À pergunta “quantos anciãos tem na sua igreja?”, eles respondem: “Tantos quantos cumprirem os requisitos bíblicos.”

Os peregrinos tentaram modelar a sua sociedade “o mais de perto possível às doze tribos de Israel, sob Moisés”, segundo o livro The Puritan Heritage—America’s Roots in the Bible (A Herança Puritana — Raízes da América na Bíblia). Às vezes, porém, os puritanos iam a extremos. A sua reputação de laboriosidade, por exemplo, deve-se em parte a sua crença de que a prosperidade material é sinal da bênção de Deus. E, embora amassem de verdade seus filhos, muitos dos primeiros puritanos criam que deviam “ocultar suas . . . afeições descomedidas”. Assim, “puritanismo” veio a ser símbolo de austeridade, severidade e rigidez excessiva. Apesar de suas imperfeições, porém, os peregrinos tinham certo grau de fortitude moral, eram devotos e tentavam viver à altura das normas da Bíblia. Obviamente, qualidades assim mantinham a coesão dos peregrinos e os sustentavam em muitas de suas provações.

[Nota(s) de rodapé]

a Os cristãos genuínos não precisam de um feriado especial para agradecer a Deus. Para mais informações, veja Despertai! de 22 de maio de 1977, páginas 9-13.

[Foto na página 26]

Os índios wampanoags ajudaram os peregrinos

[Crédito]

Harper’s Encyclopædia of United States History

[Crédito da foto na página 24]

Acima: Model van de Mayflower

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