Observando o Mundo
O flagelo das doenças infecciosas
Um terço dos 52 milhões de óbitos ocorridos no ano passado foram causados por doenças infecciosas, diz a Organização Mundial da Saúde (OMS). A maioria dos calculadamente 17 milhões que morreram de doenças infecciosas eram crianças pequenas. De acordo com o Relatório da Saúde Mundial 1996, emitido pela OMS, pelo menos 30 novas doenças infecciosas foram identificadas nos últimos 20 anos, incluindo o vírus da ebola e a Aids. Embora doenças importantes como a tuberculose, a cólera e a malária possam ser prevenidas ou tratadas a um baixo custo, elas estão voltando a atacar, cada vez mais resistentes a medicamentos. A razão disso, diz o relatório, é “o uso incontrolado e indevido de antibióticos”, somado a outros fatores, como as viagens internacionais e o aumento da população em regiões tropicais infestadas de mosquitos.
Casamento gay no Brasil?
O Congresso está debatendo uma proposta para permitir que casais homossexuais legalizem a sua união. No entanto, o ENI Bulletin diz que “a maioria dos congressistas do sexo masculino recusaram-se a participar da comissão que vai votar a proposta porque temem que a ala conservadora ache que eles são ‘pró-gays’”. Segundo um congressista que espera que o projeto seja rejeitado, “o homossexualismo é um desvio. Não podemos glorificá-lo”. Ademais, ainda de acordo com o ENI Bulletin, o bispo católico romano Arnaldo Beltrami teria dito que ‘os casais homossexuais são parte da realidade da vida, mas eles vão de encontro à natureza. É o mesmo que assassinato ou seqüestro: eles existem, mas isso não significa que tenhamos de legalizá-los.’
Nada se desperdiça
Uma vez retirados os cerca de 300 quilos de carne, o que acontece com o que resta da vaca? Alguns órgãos internos, como tireóide, pâncreas, pulmões, baço, glândulas supra-renais, ovários, glândula pituitária, bílis do fígado e da vesícula biliar, são usados para fazer remédios. O colágeno é extraído dos ossos, do casco e do couro, para ser usado em hidratantes e loções. A cartilagem e a gordura são utilizadas para a fabricação de componentes como o butil-estearato, PEG-150 distearato e glicol-estearato, usados em muitos cosméticos e produtos para o tratamento dos cabelos. A maioria dos sabões são à base de gordura animal. E os ossos e os cascos são moídos para a fabricação de gelatina, que entra na composição de centenas de produtos alimentícios, como sorvete, balas, e muitos outros produtos “sem gordura”. Da reciclagem da vaca resulta ainda uma longa lista de produtos como creiom, fósforos, cera, linóleo, anticongelante, cimento, herbicidas, celofane, papel fotográfico, artigos esportivos, estofamento e roupa. O preço mais alto é pago pelos cálculos biliares: US$ 600 a onça! Comerciantes do Extremo Oriente os compram como afrodisíaco.
Tragédia durante a gestação e o parto
Cerca de 585.000 mulheres morrem a cada ano durante a gravidez ou na hora do parto, diz uma pesquisa nova e abrangente do UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância). De acordo com o relatório O Progresso das Nações 1996, muitas das tragédias relacionadas com a gravidez e o parto são evitáveis. O relatório declara: “Na grande maioria dos casos, quem morre não são as doentes, as muito idosas, ou as muito jovens, mas mulheres saudáveis no primor da vida.” Umas 75.000 mulheres morrem todo ano em resultado de abortos malfeitos; 40.000 por aborto retido; 100.000 por infecção séptica; 75.000 por lesões no cérebro e nos rins provocados pela eclâmpsia (convulsões e hipertensão no fim da gravidez); e mais de 140.000 por hemorragia. A falta de assistência obstétrica em muitos países é tida como uma das principais causas. As autoridades do UNICEF dizem que os dados indicam que 1 em 35 mulheres no sul da Ásia e 1 em 13 na África subsaariana morre de causas relacionadas com a gravidez e o parto, em comparação com 1 em 7.300 no Canadá, 1 em 3.300 nos Estados Unidos e 1 em 3.200 na Europa. O número de óbitos é quase 20% superior à estimativa anterior de cerca de 500.000 mortes por ano.
Índios brasileiros
De acordo com a Fundação Nacional de Assistência aos Índios [Funai], calcula-se que existam 325.000 índios no Brasil. Dez por cento deixaram as aldeias, e, das mais de 200 tribos indígenas, 30 já perderam a sua língua nativa. A revista Veja diz que “a migração para as cidades é uma tentativa de fugir da miséria”. Nas aldeias, a expectativa de vida não chega a 46 anos. As causas mais comuns de morte são “malária, diarréia e infecções respiratórias, doenças que seriam facilmente tratadas se houvesse um posto de saúde próximo”. Depois de um longo declínio, “a população indígena no Brasil voltou a aumentar. A taxa de crescimento demográfico entre os índios é de 1,7%, um pouco acima da média nacional, estimada em 1,5%. Hoje, eles correspondem a 0,2% da população do país”.
Cuidado com o excesso de velocidade
O excesso de velocidade mata 1.000 pessoas e fere outras 77.000 por ano na Grã-Bretanha, diz o The Daily Telegraph, de Londres. Em certas circunstâncias, nem mesmo manter-se dentro dos limites de velocidade garante segurança. Mais de 10% dos acidentes em pistas de rolamento são causados por se dirigir colado ao veículo da frente. O Código Britânico das Rodovias recomenda que se mantenha uma distância de dois segundos do carro da frente, mas esse espaço deve ser dobrado quando a pista está molhada ou escorregadia, ou quando há pouca visibilidade. Andar colado não só viola as regras de segurança, mas cansa e é estressante. Os motoristas com freqüência se queixam de que, quando mantêm uma distância segura, outro carro entra na frente. Contudo, a única saída segura para isso é reduzir a velocidade e voltar a manter distância. Uma freada brusca pode provocar acidentes; por isso, olhe à frente para prevenir possíveis riscos. O fato de o carro estar equipado com um sistema de freio anti-trava não reduz a distância necessária para fazer o veículo parar. Paul Ripley, instrutor de direção, diz: “A velocidade segura para determinadas circunstâncias é geralmente muito menor do que a maioria dos motoristas pensa.”
Cirurgiões, cuidado com o que falam
Pesquisadores da Universidade de Erasmus, na Holanda, descobriram que pacientes que estão em cirurgia podem “ouvir”, mesmo sob anestesia geral. Depois da cirurgia, proferiu-se a 240 pacientes a primeira sílaba de uma palavra que havia sido dita durante a cirurgia e pediu-se que a completassem, dizendo a primeira palavra que lhes viesse à mente. Mesmo depois de 24 horas, a maioria dos pacientes conseguiu lembrar-se de palavras que haviam sido mencionadas apenas uma vez. Isso sugere, dizem os pesquisadores, que pacientes sob anestesia conseguem “ouvir” o que se diz durante a intervenção cirúrgica e podem ser sensíveis a comentários negativos ou ofensivos. O informe Relatórios de Pesquisas da Holanda, lançado pela Organização de Pesquisas Científicas da Holanda, conclui: “A equipe médica precisa, portanto, medir as palavras durante as operações.”
“Doença da vaca louca”
◼ O surto da “doença da vaca louca” na Grã-Bretanha trouxe à tona uma prática pecuária de longa data. O gado, naturalmente herbívoro, foi transformado em carnívoro por ser alimentado com ração com ingredientes de origem animal. Sangue desidratado, pó de osso e farinha de carne, ou ração, que inclui tripa, espinha, cérebro e outros órgãos internos (como o pâncreas, traquéia e os rins) triturados, são usados rotineiramente num esforço de economizar recursos, aumentar os lucros e acelerar o crescimento dos animais. Ao atingir 6 meses de idade, um bezerro típico terá consumido 12 quilos de ração feita de restos de outros animais, diz o Dr. Harash Narang, um dos especialistas que primeiro deram o alerta sobre a doença. “Fiquei espantado”, disse ele, referindo-se à visita que fez a um matadouro. “Estávamos na verdade reciclando gado para alimentar gado. Para mim, isso é canibalismo.”
◼ Por outro lado, usando a criatividade, certo pecuarista britânico achou uma maneira de utilizar as vacas velhas que não consegue vender por causa do medo da “doença da vaca louca”. Conforme a Newsweek, ele está usando-as para portar cartazes de propaganda. Ele afixa anúncios no seu gado que pasta ao lado de uma rodovia movimentada, e consegue semanalmente uns US$ 40 por vaca. “Precisamos procurar novas fontes de renda”, disse o pecuarista. “Achei que seria uma boa maneira de elas pagarem as suas despesas.”