‘Seja Feita a Tua Vontade na Terra’ — Parte 38 da série

O longo conflito, de milhares de anos de duração, entre o rei do norte e o rei do sul, conforme predito na profecia de Daniel, capítulo onze, havia de terminar depois que Miguel, o Príncipe celestial que se levantou a favor do povo de Daniel, se levantasse no poder do Reino. Sendo o Príncipe Miguel o próprio Senhor Jesus Cristo, agora glorificado, então, levantar-se Miguel no seu Reno celestial deu-se no fim dos “tempos designados das nações”, em 1914 E. C. Depois do fim da primeira guerra mundial na terra, que marcou o início do seu reinado celestial ele levantou o restante dos seus fiéis seguidores dó seu sono de inatividade na morte e os pôs a esclarecer os povos de todas as nações por meio da pregação das boas novas do Reino estabelecido. Sob a influência esclarecedora do espírito santo de Deus, estes cristãos despertos percorriam as páginas da Palavra de Deus e ele os abençoou com um crescente conhecimento espiritual. A sua ordem dada por meio de Miguel, eles se levantaram e começaram a transmitir a luz da verdade revelada de Deus, brilhando assim como o sol, com gloriosa luminosidade, para encaminhar uma grande multidão de “outras ovelhas” para a justiça.

“TEMPOS” E “DIAS” PROFÉTICOS

9. Onde se achava Daniel quando teve esta visão, e que pergunta ouviu?

⁹ Quando Daniel recebeu a visão final, no terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, ele se achava junto ao rio mesopotâmico chamado Tigre, antigamente chamado Hidequel. (Dan. 10:4) Depois da visão, ele recebeu medidas de tempo que são de grande interesse para nós os que buscamos a felicidade durante o “tempo do fim” deste mundo. Diz ele: “Depois eu, Daniel, olhei, e eis que estavam em pé outros dois, um desta banda do rio e o outro da outra banda do rio. E um disse ao homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio: Quanto tempo levará até o fim destas maravilhas?” (Dan. 12:5, 6, Leeser, em inglês) O anjo que parecia um homem vestido de linho e estava milagrosamente sobre as águas do rio Tigre, foi o associado de Miguel, o anjo que trouxera a visão a Daniel, em resposta à sua oração. Dois anjos apareciam, um da mesma banda do rio em que Daniel estava. Em benefício de Daniel, mas especialmente para o nosso hoje em dia, um deles perguntou ao anjo que trouxera a Daniel a visão, exatamente quanto tempo decorreria até “o fim destas maravilhas”, isto é, quanto tempo passaria até que os maravilhosos pormenores da visão se cumprissem completamente. Ouçamos com Daniel:

10. Que resposta ü pergunta ouviu Daniel, e de que maneira foi o cumprimento da resposta tornado mais certo?

¹⁰ “Ouvi, então, o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio; e ele levantou a sua mão direita e a sua mão esquerda para os céus, e jurou pelo Eternamente Vivo que depois de um tempo, tempos e uma metade, e quando houver fim do esmagamento do poder do povo santo, todas estas coisas terão de terminar.” (Dan. 12:7, Leeser) Esta predição de tempo foi jurada em nome do Deus Imortal, do Rei da eternidade, Jeová. Tendo sido jurada com ambas as mãos levantadas para o céu pareceria fazer o juramento duplamente forte. Entretanto, levantarem-se ambas as mãos no juramento tornou possível que de cada lado do rio Tire se visse uma mão levantada. Tendo sido jurada assim, o cumprimento desta profecia de temo é tão certo como é que Jeová vive imortalmente.

11. Que contagem de tempo precisa aqui ser tomada em consideração? É ela literal ou simbólica? E antes de que tempo não podia começar?

¹¹ Aqui é preciso tomar em consideração a contagem de um “tempo, tempos e uma metade”. A palavra hebraica traduzida aqui “tempo” foi anteriormente traduzida “tempo determinado” em Daniel 8:19 (VB), e significa um espaço de tempo. Que espaço de tempos Uma Tradução Americana, em inglês, verte a inteira expressão hebraica como “um ano, anos e metade dum ano”; a tradução de James Moffatt diz “três anos e meio”. (Veja-se a observação da tradução de M. Soares.) Este período inteiro de tempo cai dentro do “tempo determinado do fim, que começou em 1914 (E. C.), e deve ser um período de três anos e meio literais. Não podia ser começado a contar antes do início do “tempo determinado do fim” no outono daquele ano de 1914.

12. A que período de tempo em Daniel 7:25 corresponde este período de tempo mencionado aqui? E como foi, na culminação dele, devastada a obra da organização dum modo sem paralelo?

¹² Ao findarem estes três anos e meio, deve findar o esmagamento do poder do povo santo de Jeová Deus, os seus santos, sua classe do santuário.a Este período de tempo corresponde sem dúvida ao período de tempo igual indicado em Daniel 7:25 (Al, nova revisão) a respeito do chifre simbólico, a dupla potência mundial anglo-americana, e seu abuso da classe do santuário: “Magoará os santos do Altíssimo, . . . e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade dum tempo.” Verificamos que estes três anos e seis meses começaram na primeira metade de novembro de 1914 e findaram em 7 de maio de 1918.b Nesta última data, o rei do sul, combinando a Grã-Bretanha e os Estados Unidos como aliados na guerra, foi ao extremo de desferir um golpe devastador sobre a classe do santuário de Jeová por atingir a própria cúpula da organização consagrada, visível, de Jeová, a sede em Brooklyn, Nova Iorque, apoderando-se do presidente da Watch Tower Bible & Tract Society (Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados), junto com o secretário-tesoureiro, e rompendo a ligação da sede da Sociedade em Brooklyn com as filiais e congêneres em outros países. Em 20 de junho de 1918, os mencionados funcionários, junto com seis outros de destaque na obra publicitária da Bíblia, foram sentenciados a oitenta anos de prisão. Todos os seus irmãos na classe do santuário, em toda a terra, ficaram chocados, tristes e abatidos. Isto frustrou a obra organizada do santuário de Jeová dum modo como nunca mais aconteceu desde então, nem mesmo durante a Segunda Guerra Mundial.

13. Quem estava atrás da obra de devastação, e que indica agora que o seu poder de devastar chegou ao fim?

¹³ O principal responsável atrás desta devastação dos santos de Jeová foi Satanás, o Diabo, que afirma estar de posse de todos os reinos deste mundo e de sua glória. (Mat. 4:8, 9; Luc. 4:5, 6) Em 1914, quando Miguel se levantou, começou no céu a guerra ara expulsar o Diabo e seus demônios. Ele foi derrotado por Miguel, e há razão bíblica para se crer que até o tempo da celebração anual da refeição noturna do Senhor em 26 de março de 1918 Satanás, o Diabo, tinha sido lançado para baixo à terra. Visto que ele sabe que lhe resta “pouco tempo” antes de ser ferido na cabeça na batalha do Armagedon, ele tem grande ira, especialmente contra o restante da classe do santuário. Contra esta ele tem travado guerra com todos os meios à sua disposição. (Apo. 12:7-17) Mas, até a data falhou em mostrar o poder para despedaçar que se lhe permitiu mostrar em 1918. Nem conseguirá devastar o santuário de Jeová na sua “terra gloriosa”, quando ele desempenhar o papel de Gog de Magog e vier do norte, com todas as suas hostes visíveis e invisíveis, para destruir o santo restante e as “outras ovelhas”. Ele mesmo será ferido. Seu poder de devastar terá chegado ao fim. — Eze. 38:1 a 39:16.

14. Ao terminarem os três tempos e meio, que outras coisas tinham de terminar no tempo devido, e por que não recebeu Daniel um entendimento das coisas ouvidas, até agora?

¹⁴ Visto que o período de três tempos e meio terminou em 1918, as outras coisas importantes da visão “terão de terminar” ou cumprir-se no seu tempo determinado. O profeta Daniel, naquele tempo, não podia decifrar o significado das coisas observadas na visão. Ele confessou: “Quanto a mim, eu ouvi, mas não entendi: de sorte que eu disse: Meu Senhor, que será a conclusão destas cousas? E [ele] disse: Vae, Daniel: porque as palavras estão cerradas e selladas até ao tempo do fim. Muitos se purificarão, e se branquearão, e ficarão afinados; e os impios obrarão impiamente, e nenhum dos impios terá intelligencia [entenderá, Al]: terão porém os entendidos intelligencia.” (Dan. 12:8-10, Trinitária) Daniel foi, à morte, algum tempo depois de ter escrito a visão por volta de 537 A. C., cerrando as palavras e selando o livro.

15. Quem foi usado para desimpedir as palavras e desselar o livro para nós? Que precisamos fazer a fim de estar entre os inteligentes que entenderão?

¹⁵ Jesus Cristo, na terra, revelou grande entendimento do livro de Daniel. Neste “tempo do fim” desde 1914, é ele a quem Deus usa para abrir ou desimpedir as palavras como fonte de conhecimento e de informação, e para desselar o livro em todo o seu significado. (Apo. 5:1-5) Queremos entender o livro com todas as suas maravilhosas referências aos nossos dias? Então, com a ajuda de Jeová, através de Cristo, precisamos purificar-nos deste mundo, precisamos embranquecer-nos com a justiça por meio do sangue do Cordeiro e precisamos ficar afinados ou refinados em nossa devoção sincera a Jeová Deus e seu reino. Somente aos biblicamente inteligentes será permitido entender o livro de Daniel e todo o resto da Bíblia. Todavia, nenhum dos ímpios ou iníquos poderá entendê-lo e ganhar a salvação. Nestes tempos críticos, difíceis de manejar, eles prosseguirão na sua iniqüidade, especialmente contra as testemunhas de Jeová, até serem destruídos como malogrados lutadores contra Deus. — 2 Tim. 3:1-5, NM.

1.290 DIAS

16, 17. (a) Para quem é este o “tempo do fim”? (b) A partir de quando se devem contar os 1.290 dias?

¹⁶ A devastação ou o esmagamento do poder do povo santo de Jeová em 1918 não deu cabo deles. Este é o “tempo do fim”, não da classe santa do santuário, mas do rei do norte e do rei do sul, e de todas as nações neutras. É um tempo de libertação para a classe do santuário e para as “outras ovelhas” que adoram junto com eles. Depois de dizer que estes espiritualmente inteligentes entenderiam, o anjo de Jeová acrescentou: “E desde o tempo em que o contínuo sacrifício for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias.” — Dan.12:11, Al.

¹⁷ Este tirar do contínuo sacrifício de louvor a Deus já fora predito em Daniel 8:11. Deu-se em 1918, quando se cumpriram o tempo, tempos e metade dum tempo.c A condição da ausência do sacrifício diário ou contínuo durou até o ano seguinte, até 26 de março de 1919, data em que se deu o livramento do presidente da Watch Tower Society (Sociedade Torre de Vigia), do secretário-tesoureiro e de seis outros companheiros de prisão, sob fiança. O estabelecimento da “abominação desoladora” deu-se quando foi estabelecida a “imagem da besta-fera”, a abominável falsificação do reino de Deus, a Liga das Nações, por parte das organizações religiosas da cristandade. Em vista da ação do Conselho Federal das Igrejas de Cristo na América, isto data desde o fim de janeiro de 1919.d Nesta última data, ambas estas coisas mencionadas já tinham ocorrido. Conseqüentemente é este o momento a partir do qual se deve contar.

18. Com relação aos 1.290 dias, quando libertou Miguel o seu povo, e que período são este 1.290 dias contados em tempo solar?

¹⁸ Depois de se iniciar a contagem dos 1.290 dias, Miguel, seu grande Príncipe, libertou o seu povo em março de 1919. Em 13 de abril de 1919 houve mais de 17.961 que celebraram em toda a terra a refeição noturna do Senhor.e Durante o resto dos 1.290 dias, a obra da ‘organização santa de Deus foi reorganizada, melhorada e fortalecida para o testemunho global que tinha de ser dado antes de vir o fim completo deste velho sistema de coisas. O que aconteceu, no tempo devido, para destacar especialmente o fim destes dias divinamente enumerados? Os 1.290 dias devem ser tratados do ponto de vista do calendário lunar. A profecia divina trata por isso o mês como sendo de trinta dias, em média. Os 1.290 dias são exatamente trinta dias ou um mês lunar mais do que 1.260 dias na profecia. Apocalipse 11:2, 3 mostra definidamente que 1.260 dias são quarenta e dois meses. Quarenta e dois meses são três anos e seis meses. Na profecia, estes três anos e seis meses não são afetados por qualquer ano bissexto ou por qualquer ano Veadar judaico, em que se acrescentava um décimo terceiro mês lunar ao calendário judaico, para harmonizar a série de anos lunares com a duração da série de anos solares. Visto que 1.260 dias na profecia são três anos e seis meses, então 1.290 dias são iguais a três anos e sete meses. Contados a partir do fim de janeiro de 1919, quando terminam estes três anos e sete meses?

19. Que mensagem emocionante foi proferida perto do fim dos 1.290 dias, e que obra de julgamento foi trazida à nossa atenção?

¹⁹ Eles nos levam ao fim de agosto e o princípio de setembro de 1922. Foi na primeira metade de setembro de 1922 que ressoaram as palavras emocionantes: “Sede testemunhas fiéis e verdadeiras do Senhor. Avançai na luta até que o último vestígio de Babilônia esteja desolado. Proclamai a mensagem em toda a parte. O mundo precisa saber que Jeová é Deus e que Jesus Cristo é Rei dos reis e Senhor dos senhores. Este é o dia de todos os dias. Eis que o Rei reina! Vós sois os seus agentes de publicidade. Portanto, anunciai, anunciai, anunciai o Rei e o seu reino.” Isto se deu em O Dia (8 de setembro) do congresso internacional de nove dias realizado pelas testemunhas de Jeová em Cedar Point, Ohio, E. U. A., na conclusão do discurso do presidente da Sociedade Torre de Vigia (dos E. U. A.) sobre o assunto “O Reino”. Neste discursa, J. F. Rutherford provou com as Escrituras e os fatos que o “mensageiro do pacto”, de Jeová, tinha vindo ao templo, ao santuário espiritual, na primavera de 1918, para uma obra de julgamento. O julgamento que havia de ‘começar com a casa de Deus’ estava assim em progresso! (1 Ped. 4:17; Mal. 3:1-5, Ver. Normal Americana, em inglês) Adotou-se uma resolução em expressão deste juízo sobre os cristãos.

20. Que expressão de juízo sobre os professos cristãos foi então enviada? Que série começou assim?

²⁰ Na tarde do domingo, 10 de setembro, o Presidente Rutherford proferiu o seu discurso público sobre o tema disputado “Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão”. No fim do seu discurso ele apresentou uma resolução intitulada “Um Desafio aos Governantes do Mundo”, que foi adotada por aclamação pelos 18.000 a 20.000 presentes. Isto foi um aviso às nações de que os “tempos designados das nações” tinham terminado em 1914; que o reino de Deus, por Cristo, tinha sido estabelecido no céu; que a Liga das Nações era uma fraude e que “tinha de fracassar, porque Deus decretou assim”; que o reino do Mensageiro de Jeová era o remédio total para os males da humanidade; e que, por obedecerem às leis daquele reino justo, os homens continuariam a viver e nunca morreriam na terra.f Esta resolução franca foi a primeira duma série de sete resoluções adotadas em assembléias gerais, anuais, das testemunhas de Jeová, de 1922 a 1928. Estas resoluções foram derramadas como pragas sobre a cristandade apóstata. Daquela resolução inicial, “O Desafio”, distribuíram-se, por fim 45.000.000 de exemplares, em todo o mundo, em muitos idiomas.

(Continua)

[Nota(s) de rodapé]