BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • g73 8/4 pp. 10-13
  • Chocante registro de desumanidade

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • Chocante registro de desumanidade
  • Despertai! — 1973
  • Subtítulos
  • Matéria relacionada
  • Ninguém Foi Poupado
  • Revoltantes Ataques Sexuais
  • Irrompe novamente a perseguição brutal
    Despertai! — 1973
  • Ocorrências bestiais — quando terminarão?
    Despertai! — 1976
  • Elementos perniciosos zombam da constituição de Malaui
    Despertai! — 1976
  • O que acontece aos cristãos em Malaui?
    Despertai! — 1973
Veja mais
Despertai! — 1973
g73 8/4 pp. 10-13

Chocante registro de desumanidade

AS PESSOAS decentes, tanto em Malaui como em outras partes ficaram chocadas com as ações tomadas naquele país contra uma minoria indefesa.

A violência começou em escala pequena em meados de 1972. Alcançou proporções maciças no outono. Nessa época, o congresso anual do Partido Congressista Malaui, o único partido político do país, atiçou o espírito de violência amotinada. O congresso se encerrou com três resoluções fortemente redigidas que atacavam as testemunhas de Jeová. De julho em diante, os membros da militante Liga Jovem do partido e seu movimento de Jovens Pioneiros assumiram a liderança em vitimar as testemunhas de Jeová, e então travaram virtual guerra contra elas. Organizaram-se em grupos, indo de uma dúzia, mais ou menos, até cem pessoas. Daí, foram de povoado em povoado, armados de porretes, clavas, pangas e machadinhas, procurando e atacando as testemunhas de Jeová e suas propriedades.

Como observou o colunista Guy Wright do Examiner de São Francisco (17 de outubro de 1972), era “bem uma guerra unilateral, medindo-se a força com a fé”. Todavia, a fé deveras resultou mais forte, à medida que uma Testemunha após a outra demonstrava que sua fé não podia ser rompida pela brutalidade.

Eis aqui alguns dos relatórios de testemunhas oculares, dentre as centenas, das atrocidades cometidas:

● Típico do que se passou nos povoados é o seguinte relatório de David Banda, do Povoado de Kaluzi, Lilongwe: “Foi em 23 de setembro que o Sr. Gideon Banda, ministro do parlamento, veio falar a uma reunião pública. Eu pude ouvir a maior parte do que era dito através de alto-falantes, visto que minha casa distava apenas alguns metros do local de reunião. O Sr. Banda começou relatando à reunião o que fora considerado na reunião anual do partido. Daí, passou a discutir a questão das testemunhas de Jeová. Eu o ouvi dizer à reunião que o congresso anual resolvera tratar cruelmente as testemunhas de Jeová devido à sua recusa de comprar carteiras de filiação ao partido.

“Na noite de 25 de setembro, o irmão Swila veio me dizer que tinha visto grupos de jovens se ajuntando. Imediatamente alertamos os irmãos, mas, antes de podermos fazer algo, os jovens começaram seus ataques, quebrando vidraças e portas de nossas casas e então espancando os irmãos. Estávamos todos espalhados, de modo que não sabíamos o que realmente acontecia a cada um de nós e estava ficando muito escuro. Eu mesmo fui esconder-me e então, bem cedo de manhã, fui à polícia relatar o ocorrido. Ao invés de ouvirem minha queixa, a polícia me mandou embora. Enquanto ainda estava na delegacia, vi grupos de irmãos de outras congregações chegarem para relatar incidentes similares. A polícia lhes disse que voltassem para seus respectivos povoados.”

No entanto, as Testemunhas recusaram voltar sem proteção, indo ao invés para o mercado. David Banda relata o que aconteceu ali:

“Quando os jovens ouviram dizer que as Testemunhas tinham ido para o mercado, foram para lá e começaram a espancar os irmãos e as irmãs com varapaus e com seus punhos, e os chutavam por todo o corpo. A polícia nada fez para impedir os ataques. Daí, a violência encheu o inteiro povoado de Lilongwe. Não obstante, os irmãos conseguiram escapar, até que finalmente fugimos para Zâmbia.

● Evans Noah do Povoado de Mwalumo relata: “Em 18 de setembro de 1972, fui visitar um dos irmãos. Vimos um carro aproximar-se e reconheci o motorista como o Sr. Gamphani, membro do parlamento Malaui. Havia dois rapazes com ele. Parecia que estava procurando por mim, porque, logo que se aproximaram, ouvi um deles dizer: ‘Lá está ele.’ O carro parou e o Sr. Gamphani me mandou entrar nele. Daí, foi para a delegacia. Depois de me perguntar por que não possuía uma carteira de filiação política, fez com que a polícia me detivesse e me prenderam ali por sete dias. Não recebi nem comida nem água durante todos esses sete dias.

“Quando a polícia viu que estava ficando fisicamente debilitado, começaram a zombar de mim, me mandando transformar capim em comida. Por fim, quando viram que eram infrutíferos todos os esforços para me fazer comprar uma carteira de filiação política, soltaram-me, mandando que eu achasse meu próprio meio de ir para casa. Apesar de estar debilitado, por não ter comido, andei mais de trinta e cinco quilômetros e cheguei em casa em segurança.”

Todavia, não muito tempo depois, Evans Noah e dez outras Testemunhas se viram obrigadas a fugir de seu povoado e a partir de Malaui.

● Na área de Blantyre, a principal cidade de Malaui, Richadi Nyasulu, Greyson Kapininga e outras testemunhas de Jeová foram levadas à sede da Região Sul do Partido Congressista Malaui (P.C.M.) Perguntou-se-lhes por que não compraram carteiras de filiação política. Ao responderem que eram inteiramente apolíticos por causa de suas crenças bíblicas, as Testemunhas foram entregues a uns dezesseis Jovens Pioneiros e a membros da Liga Jovem. Estes se revezaram em espancar cada uma das Testemunhas. Quando estas ainda recusaram comprar carteiras políticas, os jovens esfregaram nos olhos delas uma mistura de sal e pimenta. Algumas foram espancadas nas costas e nádegas com uma tábua cheia de pregos. Quando qualquer uma mostrava sinais de dor, seus atacantes a espancavam com mais força, dizendo: “Que o seu Deus venha lhes salvar.” Em adição, quebraram uma garrafa e usavam as bordas para ‘fazer a barba’ de algumas Testemunhas homens. Em 22 de setembro, Jasteni Mukhuna, da região de Blantyre, foi espancada até que quebraram seu braço.

● Em Cabo Maclear, no extremo sul do Lago Malaui, a Testemunha Zelphat Mbaiko foi coberta de feixes de capim, amarrados nele. Derramaram gasolina no capim e tocaram fogo. Ele morreu em resultado das queimaduras.

Ninguém Foi Poupado

A selvageria dos atacantes era tamanha que nenhuma Testemunha foi poupada em virtude de idade ou sexo. Nem todos fugiram de Lilongwe, como, por exemplo, certa Testemunha, a Sra. Magola. Estando grávida e pesadona, não podia correr depressa. Os membros do P.C.M. a apanharam e a golpearam até que morreu, no mercado, à vista de muitos aldeões, ninguém a socorrendo. Quando se perguntou a um oficial de polícia por que não interveio, sua resposta foi que ‘tiraram todo o poder da polícia’.

● Na região de Ntonda, ao sul de Blantyre, Smith Bvalani, sua mãe idosa e outras testemunhas de Jeová, tanto homens como mulheres, foram espancados por membros da Liga Jovem até que ficaram desmaiados no chão. Um dos membros da Liga Jovem, remexendo nos bolsos deles, encontrou dinheiro em uma Testemunha. Então usou tal dinheiro para comprar carteiras de filiação política para cada um deles, escrevendo seus nomes nas carteiras e jogando-as no chão, perto das Testemunhas desmaiadas. A Liga Jovem então disse que as Testemunhas tinham cedido e transigido quanto a sua fé. Quando a mãe de Smith Bvalani recuperou os sentidos e viu tal carteira, ela lhes disse que não a aceitaria nem mesmo que isso significasse sua morte. Então a espancaram de novo até deixá-la inconsciente.

● Israel Phiri, com setenta e três anos, do Povoado de Khwele, Mchinji, relata: “No mês de julho de 1972, ouvimos um rumor de que o Partido Congressista Malaui planejava lançar uma campanha de verificação de carteiras de filiação através do país. Compreendendo que isso significaria dificuldades para as testemunhas de Jeová, decidimos deixar o povoado e esconder-nos na floresta. Éramos trinta Testemunhas ao todo. Permanecemos dois meses na floresta. No entanto, subitamente, em 5 de outubro, vimo-nos cercados por grande grupo de jovens. Eram todos rostos estranhos para mim.

“Ao tentar afastar-me, alguns deles me seguraram e começaram a me espancar com varapaus e a chutar por todo o corpo. Era impossível ver o que acontecia com os outros irmãos. Por fim, me deixaram desmaiado no chão. Depois de recobrar os sentidos, tentei procurar os outros irmãos, mas não os encontrei. Decidi partir de Malaui para Zâmbia. Apesar de todo o meu corpo estar inchado e meus olhos estarem cheios de sangue, com a ajuda de Jeová consegui andar muitos quilômetros para chegar ao hospital Thamanda, em Zâmbia.”

● No sudeste de Blantyre, no Povoado de Kavunje, todas as Testemunhas, homens e mulheres, foram terrivelmente espancados e obrigados a andar nus pela estrada. Um de seus filhos morreu em virtude do espancamento recebido. Na região norte de Malaui, em Nkhotakota, uma Testemunha grávida foi despojada de sua roupa e terrivelmente espancada. O líder local do P.C.M. mandou que crianças pequenas a chutassem no estômago, visando provocar um aborto.

Revoltantes Ataques Sexuais

Ataques sexuais contra mulheres de testemunhas de Jeová eram numerosos demais, além de repugnantes demais para ser declarados explicitamente aqui. Os seguintes foram típicos:

● Rahabu Noah, de dezessete anos, do Povoado de Mtontho, Kasungu, relata: “Em 26 de setembro de 1972, recebemos aviso de que os jovens iam de povoado em povoado atacando as testemunhas de Jeová de forma física e destruindo suas casas e propriedades. Os irmãos sugeriram que devíamos fugir e esconder-nos na floresta, e então, de noite, fugir para Zâmbia. Éramos cinco irmãs e três irmãos. Partimos bem do povoado, mas, ao entrarmos numa pequena trilha, encontramos um grupo de uns vinte. Começaram a pedir nossas carteiras. Nenhum de nós podia apresentar uma e, assim, começaram a nos espancar com varapaus e nos dar socos. Em seguida, desnudaram-nos e então continuaram a nos espancar. Um grupo de uns dez jovens me puxaram de lado e me levaram para longe dos outros. Enquanto alguns seguravam minhas mãos e minhas pernas, os outros me violaram. Vi oito deles se revezando em me violar, um após outro. Não havia ninguém com rosto conhecido no seu grupo. Depois de nos espancarem selvagemente, abandonaram-nos. Mais tarde, soube que as outras quatro irmãs em nosso grupo também foram violadas.”

● Funasi Kachipandi, do Povoado de Nyankhu, Lilongwe, fornece sua experiência: “Em 1.º de outubro de 1972, depois de ouvir relatórios dos ataques contra as testemunhas de Jeová, resolvi fugir e cruzar a fronteira para Zâmbia. Parti imediatamente com minha filha de 19 anos, Dailes Kachipandi. No entanto, não demorou muito até que fomos capturadas por um grupo de jovens desconhecidos. Exigiram as carteiras de filiação ao partido, que não podíamos apresentar. Fizeram-nos voltar e nos levaram a seu escritório perto do mercado de Chileka. Em minha presença, cinco jovens se revezaram em violar minha filha. Então, um deles me segurou e me lançou no chão. Tentei suplicar a ele que não tentasse violar-me, visto que estava no nono mês de gravidez, e estava muito fraca, mas ele não mostrou nenhum sinal de bondade humana. Ele me violou, fazendo isso na presença de minha filha. Daí, deixaram-nos. Eu relatei tais assuntos à polícia. Tomaram declarações, mas não fizeram nada. Na manhã seguinte, dei à luz um filho e então parti no mesmo dia para Zâmbia, descansando de vez em quando até chegarmos a Zâmbia.”

Em muitos outros casos, os nomes dos atacantes eram conhecidos das vítimas. Alguns detinham posições oficiais no Partido Congressista Malaui.

● No Povoado de Kamphinga, Matilina Chitsulo, do Povoado de Gwizi, foi violada pelo presidente do diretório do partido, Kachigongo. No Povoado de Mkombe, em 2 de outubro de 1972, Velenika Hositeni foi mantida num quarto do escritório do P.C.M. por uma noite inteira pelo presidente do diretório local e pelo secretário, e ambos a violentaram. Sete homens violaram outra testemunha chamada Nezelia no mesmo escritório. Ao fugirem para Zâmbia, ambas as mulheres foram hospitalizadas em Misale devido ao abuso físico que tinham sofrido.

Repetimos: Tais incidentes não constituem exceção. São apenas alguns das centenas de casos no arquivo.

Todavia, houve outra caraterística do ataque sobre as Testemunhas em todo o país, uma que o tornou de ainda mais grave conseqüência do que a perseguição que sofreram a partir de 1967.

    Publicações em Português (1950-2025)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar