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Despertai! — 1977
g77 8/1 pp. 16-21

As Filipinas em miniatura

Do correspondente de “Despertai!” nas Filipinas

COMO um colar de pérolas derramado no oceano, as ilhas das Filipinas se estendem para o norte e para o sul por 1.850 quilômetros, formando lustroso limite entre o Oceano Pacífico e o Mar do Sul da China. Ninguém sabe exatamente quantas ilhas existem — vulcões em erupção criam constantemente novas ilhas e as ondas avassaladoras do mar destroem outras — assim, diz-se simplesmente que há “mais de 7.000”. Apenas cerca de 4.000 delas são habitadas. Muitas outras não têm nomes ou precisam ainda ser pisadas pelo homem.

Nestas incontáveis ilhas tropicais moram quarenta milhões de pessoas que falam mais de 87 dialetos e são de nada menos do que 81 grupos étnicos diferentes! As influências estadunidense, espanhola, malaia, chinesa e árabe, deixaram todas seus traços inequívocos sobre tais pessoas variegadas e interessantes.

Poucos de nós dispõem do tempo e do dinheiro para gastar meses conhecendo as pessoas e a cultura de outra terra. Mas, aqueles que conseguem ficar pelo menos um dia aqui nas Filipinas podem obter breve relance do inteiro arquipélago. A curta distância do Aeroporto Internacional de Manila há 35 hectares da Ang Nayong Pilipino — as Filipinas em “miniatura”.

Um grupo de seis fascinantes “povoados” representa as regiões básicas das Filipinas: muçulmana, visaia, Luzon do norte, província montanhosa, bicolana e tagala. Cada povoado mostra a arquitetura, o panorama, as artes e ofícios que se encontra num real povoado nativo daquela região determinada.

Transporte Variegado

Ao entrarmos no parque, confronta-nos uma escolha dos modos tipicamente filipinos de transporte — a kalesa e o jeepney (utilitário). A kalesa é um carro variegado, puxado a cavalo, que faz lembrar o período de regência espanhola, do século 19. Embora esteja desaparecendo nas grandes cidades, em favor dos veículos motorizados, a recente escassez de combustível e os aumentos de preços trouxeram cada vez mais as kalesas, honradas pelo tempo, de volta às apinhadas ruas dos povoados.

Mas, tomaremos um relativamente recém-chegado, o utilitário. Os utilitários ficaram na moda após a Segunda Guerra Mundial, quando a falta de veículos de transporte em massa correspondeu a um excedente de jeeps do exército estadunidense. Filipinos empreendedores verificaram que por adicionarem uma carroçaria mais longa, com dois bancos compridos no fundo, criavam uma lotação de quatro rodas que podia enfrentar com facilidade as estradas lamacentas e os riachos engrossados pelas chuvas. A capacidade do pequeno utilitário de levar passageiros — humanos, animais e vegetais — parece ilimitada. E, amiúde, é dirigido em estado de total abandono.

Fáceis de localizar, estes ônibus domésticos são pintados com desenhos vividamente coloridos e são ainda mais personalizados com letreiros igualmente coloridos, tais como “Eternamente Seu”, “Amor Verdadeiro”, ou “Namorado”, nos capôs, dos lados e nos pára-choques. Dentro deles, um texto bíblico pode adornar o painel, tal como “Prepara-te para encontrar o teu Deus”. Adicione-se mais ou menos meia dúzia de espelhos e buzinas reluzentemente cromados e aí tem o utilitário, fascinante mistura de praticabilidade, durabilidade e arte popular.

As Regiões Tagala e Ilocana

Nosso utilitário aqui na Ang Nayong Pilipino nos leva primeiro para uma réplica da região tagala, em Luzon central e meridional — o celeiro de arroz das Filipinas. Esta terra, plana na maior parte, bem regada e fértil, produz três safras colossais de arroz num bom ano.

Descendo do utilitário, verificamos que nossa atenção se fixa em várias casas pitorescas, de teto de colmo, construídas sobre estacas, a cerca de 1,80 metros do solo. Ao passo que as chuvas pesadas são boas para a produção de arroz, as enchentes são freqüentes, e as casas elevadas mantêm as famílias e as propriedades no alto e secas. Paredes e assoalhos de tabuinhas, bem como amplas janelas, permitem o máximo de arejamento, senão o máximo de privatividade.

Subimos as escadas e entramos na cabana dum lavrador. O chão afunda com cada passo. Depois de alguns momentos de ansiedade, porém, compreendemos que o assoalho de tiras de bambu não se romperá. Lá dentro, verificamos que os rizicultores utilizam bem o tempo entre seus três plantios e colheitas anuais. Em exibição há excelente tecido, quase alegre, de piña, feito da planta do abacaxi, e roupa jusi, feita de fibras de bananas, bordados intrincados, cerâmica, e artigos de couro, feitos de couro de búfalos, ou búfalo-da-índia. Lindas mesas e arcas feitas de madeira nativa, chamada narra (mogno filipino) são delicadamente incrustadas com ossos de búfalo. Este artesanato amiúde embeleza lojas de móveis caros ao redor do mundo. Tão ampla é esta chamada “indústria doméstica” que se tornou uma das maiores indústrias das ilhas.

Ao passarmos por pequeno lago, ruidoso com os grasnidos dos patos, lembra-se-nos a principal indústria do povoado de Pateros, Rizal: o balut. O balut é um ovo de pato incubado por cerca de duas semanas e então cozido pouco antes de ser rompido. Os vendedores ambulantes fazem excelentes negócios vendendo baluts aos transeuntes famintos, que se deliciam em comer o patinho inteiro de um só bocado, junto com as penas. A maioria dos filipinos consideram o balut como verdadeira iguaria, porém poucos estrangeiros acostumam-se ao seu sabor.

Seguindo caminho até a região dos ilocanos, passamos por mais de 300 variedades filipinas de bananas e a planta intimamente relacionada, o abacá, da qual se produz o famoso cânhamo-de-manila, mundialmente conhecido. Os laboriosos e parcimoniosos ilocanos do estreito vale logo ao norte de Manila retêm a arquitetura formal e sólida do período espanhol. A casa grande, que aqui vemos em Nayon, foi transportada, tijolo por tijolo, de seu local original na região ilocana.

A Região Bicol

A réplica, em escala, do Vulcão Mayon, de 2.438 metros de altitude, domina a área, como o próprio vulcão domina a região bicol. Diz-se que o Mayon tem a forma cônica mais perfeita do mundo. Em 1814, sua fúria explosiva soterrou a inteira aldeia de Cagsawa sob 6 metros de pedra e lava derretida, e destruiu várias outras aldeias e milhares de pessoas. Um aguilhão solitário de igreja esgueirasse no meio da lava endurecida, lembrando-nos silenciosamente aquele cataclismo. “Sim, o vulcão ainda esta ativo”, diz-se-nos. Entrou em erupção pela última vez em 1968, e como muitos dos cinqüenta outros vulcões filipinos, ainda solta seu quinhão de vapor.

No meio do tempestuoso cinturão de tufões, ventos uivantes fazem tanto parte da vida dos bicolanos que estes, jocosamente, lembram que uma tempestade não é um tufão, a menos que possa sacudir um coqueiro dividido, envergando-o. Os ventos são ainda mais temidos do que as enchentes, de modo que as casas precisam ser firmemente fincadas no solo, podendo resistir a tufões de 200 quilômetros horários. Muito embora as tempestades inevitavelmente destruam todas as casas, exceto as mais sólidas, os filipinos, felizes por natureza, apenas ajuntam alguns materiais de construção nativos prontamente disponíveis e começam tudo de novo.

Caminhando por ali, podemos quase que imaginar estar no meio de uma das cênicas plantações bicolanas, cercados pelo rei das árvores tropicais, o coqueiro. Mais valioso do que até mesmo o dinheiro, o coqueiro é uma cornucópia de boas coisas para a família filipina. As veias do centro das folhas constituem excelentes vassouras; o seu tronco pode ser uma ponte durável, um poste, um barato cano d’água; as raízes fornecem abundante lenha. As donas-de-casa filipinas até mesmo colocam meia casca de coco sob os pés e esfregam-na em seus assoalhos de madeira, deixando atrás um lindo lustre! Cascas de cocos transformam-se em utensílios de cozinha, violões esculturas, carvão e mecanismos de primeira qualidade. Manteiga, sabão e óleo se derivam da polpa do coco.

Muitos lavradores plantam seis coqueiros quando nasce um filho na família. Quando o jovem está pronto para ir para a escola, as árvores começam a dar frutos, que pagam as despesas de escola do jovem. À medida que as árvores envelhecem, seus produtos frutíferos fornecem ao rapaz ou a moça um bom começo na vida.

Região Visaia

No coração do arquipélago acham-se as charmosas Ilhas Visaias, vicejando na prosperidade da crescente indústria açucareira. Setenta e cinco por cento de todo o açúcar produzido nas Filipinas é cultivado aqui, especialmente na ilha de Negros. Casas de estilo espanhol, com varandas de treliças, fornecem ao visitante uma idéia do modo de vida de antanho.

A ilha mais densamente habitada, Cebu, é o centro de vívido passado histórico. Em 1521, o explorador português, Fernão de Magalhães, pisou na vizinha ilha de Homonhon. De início, recebeu calorosas boas-vindas, mas os impostos pesados logo acabaram com a hospitalidade nativa. Uma batalha entre o Rei Lapu-Lapu, o chefe de Cebu, e o exército de Magalhães, resultou na morte de Magalhães.

Os colonizadores espanhóis de Cebu, mais tarde, erigiram grande cruz para relembrar Magalhães por ter trazido a religião ocidental para as Filipinas. Com o tempo, gente supersticiosa veio a crer que a cruz possuía poderes curativos. Teve até mesmo de ser protegida dos fanáticos religiosos num quiosque ou santuário, pois eles queriam ficar com um pedaço da cruz “milagrosa”. Até os dias atuais, aqueles que crêem em seus poderes pagam a dançarinos profissionais para acender velas e dançar diante do quiosque. Uma réplica deste símbolo bem conhecido da região visaia acha-se em exibição aqui na Nayong Pilipino.

Região Muçulmana

Vislumbrando o fascinante povoado muçulmano adiante de nós, esquecemos quão cansados estão nossos pés, ao descermos a trilha que conduz a ela. Em agudo contraste com as casas menos variegadas das demais regiões, esta aldeia parece estar viva com suas cores. As casas enfeitadas de entalhes ornamentais de madeira, pintadas com cores brilhantes — algumas em estacas que saem bem das margens da água — todas rodeiam uma mesquita branca, com cinco minaretes vermelhos. Segundo a crença muçulmana, o minarete central representa o deus islâmico, Alá, e os menores, nos cantos, seus quatro auxiliares. Dentro da mesquita central, em cada aldeia, um grande gongo de bronze, semelhante a um disco, é soado em intervalos regulares cada dia. Todos os aldeões o acatam por se voltarem em direção à mesquita, para orar.

Anos antes de os espanhóis virem às Filipinas, missionários árabes tinham viajado até as ilhas de Mindanau, Palauã e Sulu, fazendo muitos conversos. Ao passo que, atualmente, tais pessoas constituem apenas cerca de 4 por cento da população filipina, seus costumes certamente dão uma pincelada de variedade a ela. Os distintivos pequenos gorros ou turbantes de veludo dos homens, chamados kopia, e as longas saias soltas das mulheres, ou kantio, são uma parte atraente da vívida exposição.

Alguns muçulmanos passam toda a sua vida na água, quer pescando quer procurando pérolas, morando em casas sobre estacas fincadas na água, e até mesmo comprando itens alimentícios de bancas ou barcos flutuantes que passam por ali regularmente. Tatayas, pontes de madeira, ligam tais casas umas às outras, tornando convenientes as visitas.

Nem todas as aldeais de Mindanau, porém, são construídas sobre a água. Muitas casas são erguidas em solo seco, como a ornamentada aqui em Nayon. Os muçulmanos afirmam que os entalhes caprichados em torno das beiradas expulsam os “maus espíritos”. Mas, que dizer de outros entalhes coloridos que emergem dos lados da casa quais gigantescas asas de borboletas? Estes olir proclamam publicamente a posição superior do Datu, ou regente muçulmano da comunidade, que mora com seus filhos “sultões”. As duas casas menores, próximas, são onde moram as esposas do Datu. A crença muçulmana permite ao Datu quatro esposas legais e quatro concubinas, se ele puder sustentá-las. As oito esposas têm de viver no que é chamado de “competição amigável”.

As lápides muçulmanas também são notáveis. Algum objeto, que simboliza a vida do morto, é colocado em cima de cada uma delas. Sobre o túmulo dum pescador, por exemplo, pode-se encontrar um barco. O túmulo duma mulher é freqüentemente adornado com um espelho, indicando vaidade!

Província Montanhosa

Da grande ilha meridional de Mindanau, viajamos todo o caminho até a Província Montanhosa ao norte da Ilha de Luzon. São precisos apenas alguns passos, aqui na Nayong Pilipino. Bem alto nas montanhas dessa província vive um grupo robusto que, no meio das temperaturas frias das montanhas, contrárias às tropicais, e às encostas íngremes, criaram uma das maravilhas do mundo: os famosos terraços de arroz de Banawe. Há centenas de anos, instrumentos simples, trabalho árduo e paciência esculpiram arrozais dispostos em terraços, modelados segundo as encostas de montanhas quase que verticais, cada um sendo regado por intricado sistema de quedas d’água que fluem de um terraço para o outro. Se colocados ponta a ponta, seriam dez vezes mais compridos do que a Grande Muralha da China, alcançando cerca da metade do globo — 22.530 quilômetros!

As casas cobertas de colmos desta região são construídas sobre quatro fortes estacadas, com grande bloco redondo de madeira na extremidade superior de cada uma para atuar como empecilho para os ratos.

Se encontrarmos baixada a escada da casa, os visitantes são bem-vindos, de modo que vamos subir. Lá dentro constrói-se uma fogueira, a comida é preparada e a família dorme. Durante a parte quente do dia, passam a maior parte do tempo embaixo da casa, tecendo e esculpindo madeira. Em especial, são populares as esculturas de búfalos e das antigas máscaras guerreiras, fazendo lembrar os dias em que caçar-cabeças era parte aceita da vida.

A casa é pequena, porque os filhos não moram aqui por muito tempo. Na puberdade, os rapazes são transferidos para dormitórios masculinos chamados atos e as moças para dormitórios separados chamados ulog. Com o tempo, o casamento experimental é arranjado, mas se o casal se provar incompatível, ou sem filhos não é formalizado. Apenas se as coisas derem certo é que se declara um casamento formal.

Agora, porém, já é noite e é hora de partirmos da Nayong Pilipino — vimos as Filipinas em miniatura. Nossa mente reflete sobre as coisas diversas e incomuns que são aqui exibidas. Desde a vida movimentada citadina de Manila, até às tribos da Província Montanhosas, não se pode deixar de sentir o encanto magnético da vida simples, porém fascinante, das Filipinas.

[Foto na página 17]

Casa típica da região tagala.

[Foto na página 19]

Casas da Província Montanhosa.

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