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g77 8/5 pp. 5-9

Manifesta-se o “terceiro mundo”

Do correspondente de “Despertai!” em Sri Lanka

A MAIORIA das nações do mundo atual são relativamente pobres. Dentre os 145 países que constituem a Organização das Nações Unidas, mais de 100 acham-se nessa categoria. Os líderes mundiais, jeitosamente, chamam a tais nações mais pobres de “subdesenvolvidas”, ou de nações “em desenvolvimento” ou “emergentes”.

São também mencionadas como o “terceiro mundo”. Por quê? Originalmente essa frase era usada para descrever as nações politicamente neutras, não-alinhadas. Isto é, não tinham compromissos de apoiar o bloco comunista de nações nem o bloco ocidental. Daí, eram consideradas um “terceiro mundo”.

Mas, nos anos recentes, os blocos comunista e ocidental se fragmentaram. Ademais, algumas das nações comunistas, e algumas ocidentais, também são pobres. Assim, agora o termo “terceiro mundo” em geral veio a ser aplicado aos países não altamente desenvolvidos, em sentido econômico, ou em qualquer grau considerável de outra forma. E a maioria deles ainda se consideram não-alinhados.

Influência Política

Ao passo que tais terras podem ser subdesenvolvidas em sentido econômico, desenvolveram certa medida de influência política. Não raro, ampla maioria do terceiro mundo vêem as coisas de forma similar, como grupo. Assim, votam juntos em várias questões apresentadas à Assembléia Geral das Nações Unidas. E votam de forma independente da vontade dos países desenvolvidos. Não mais seguem simplesmente os ditames das nações industriais mais poderosas ou das que certa vez possuíam impérios coloniais.

Destarte, em muitas questões, os países ocidentais se vêem confrontados por esta “nova maioria” nas Nações Unidas. E, amiúde, os conceitos do terceiro mundo são apoiados pelos países comunistas.

Isto resultou numa situação completamente diferente em comparação com os primeiros anos das Nações Unidas. Naquele tempo, os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, dominavam a votação na Assembléia Geral daquele organismo mundial.

Mas, isso agora é algo do passado. Como declara U. S. News & World Report “A maior fonte de antagonismo na [Assembléia Geral da ONU] provém do conflito de interesses políticos e econômicos entre o ‘terceiro mundo’ — os países menos desenvolvidos da Ásia, África e América Latina — e o Ocidente industrializado. Usando sua chamada tirania da maioria, o terceiro mundo pode sobrepor-se, e realmente sobrepõe-se, nas resoluções da Assembléia, às objeções das nações mais desenvolvidas.”

Esta publicação comenta que a votação da maioria da ONU agora “quase que automaticamente se alinha com os conceitos de Moscou” sobre o anticolonialismo, o anti-imperialismo e o anti-racismo. E acrescenta: “Que os Estados Unidos acabam do lado perdedor em quase toda discussão da ONU é um bônus bem recebido para os líderes do Cremlin.”

Reuniões de Cúpula Soletram Problemas

Nos anos recentes, as nações do terceiro mundo realizaram várias conferências de cúpula para falar sobre seus problemas. No verão setentrional passado, por exemplo, 86 destas nações se reuniram aqui em Sri Lanka, antes conhecido como Ceilão. Esta era a quinta de tais reuniões como grupo. Conferências de cúpula foram anteriormente realizadas em Belgrado (1961), Cairo (1964), Lusaca (1970) e Argel (1973).

Também, na primavera setentrional de 1974, o terceiro mundo patrocinou uma sessão especial da Assembléia Geral das Nações Unidas. Durante três semanas, esta sessão concentrou-se na luta das nações mais pobres.

Em todas essas reuniões, surge uma queixa básica. Tem que ver com as dificuldades econômicas dessas nações em relação com os países mais ricos. O terceiro mundo acha que as matérias-primas que produzem são adquiridas a preço baixo pelas nações industriais, e que os produtos industrializados são revendidos às nações mais pobres por preços altos demais. O dilema é especialmente grave para os países pobres que são terras agrícolas e que dispõem de poucas ou de nenhumas reservas alimentares para vender, e de nenhuma fonte de matérias-primas de qualquer substância para exportação.

Ademais, o terceiro mundo aponta que o abismo que existe entre as nações ricas e as pobres não está sendo sanado. Está alargando-se. O número total de pessoas que estão famintas, pobremente vestidas, inapropriadamente abrigadas e desempregadas está aumentando e não diminuindo.

Onde isto é possível, e a demanda de matérias-primas por parte das nações industriais é suficiente, as nações com recursos naturais exportáveis elevam os preços de seus produtos. Exemplo disso é o sêxtuplo aumento do preço do petróleo, por parte dos países exportadores de petróleo.

No entanto, na atualidade, não são muitas as matérias-primas produzidas pelos países pobres que se acham em grande demanda a ponto de os preços poderem ser dramaticamente elevados. Deveras, nos anos recentes, os preços de muitas matérias-primas do terceiro mundo, inclusive alguns produtos agrícolas, decresceram. Todavia, os preços dos produtos industriais acabados, vendidos pelos países mais ricos, continuaram a subir, devido à inflação.

Preparação Para a Cúpula

Estes problemas estiveram em foco na mais recente conferência de cúpula realizada em Colombo, capital de Sri Lanka. Milhares de delegados e muitos chefes de estado compareceram a ela. O escopo da conferência podia ser visto de que 86 nações que compareceram representavam mais da metade dos países do mundo.

Mas, antes de começarem as sessões, outros problemas tiveram de ser enfrentados em preparação para tal reunião. Vencê-los era um empreendimento gigantesco para este pequeno país em desenvolvimento, com pouco mais de 64.750 quilômetros quadrados de tamanho, cerca da metade do tamanho do Estado de Nova Iorque, EUA, ou pouco maior que a Paraíba, Brasil.

Por exemplo, a segurança era grande problema. Em vista dos muitos seqüestros, raptos, bombas e assassínios nos anos recentes, teve-se de dar estrita atenção ao peneiramento de todos os possíveis elementos indesejáveis.

Restringiu-se severamente o trânsito regular de turistas nos períodos anteriores e posteriores, e durante a conferência. Todos os cidadãos estrangeiros tiveram de deixar o país se seus vistos não foram renovados.

Com mais de um ano de antecedência, pessoal treinado do serviço de inteligência saiu em campo investigando todos que pudessem, de algum modo, estar ligados à vindoura reunião. Isto incluía empregados de hotéis, do aeroporto, e todas as instituições envolvidas na cúpula. Os empregados que, de qualquer forma, mostrassem ser suspeitos, recebiam licença, o que os afastava da área. Até mesmo os moradores que habitavam no trajeto do aeroporto para o salão de conferência foram investigados.

Em adição, mais de 10.000 criminosos, pequenos ladrões e outros ‘indesejáveis’ foram fotografados e tiraram-se suas impressões digitais. Manteve-se cerrada vigilância sobre suas atividades. Alguns dos criminosos ‘famosos’ que não estavam atrás das grades foram levados em prisão cautelar no período da conferência.

Também, centenas de veículos foram importados de vários países para ser usados pelos delegados e pelo pessoal da segurança. Houve necessidade de se ampliarem estradas ou de se construir novas. Ergueram-se mais hotéis para alojar os delegados. Por fim, tudo estava pronto. E a nação inteira ficou bem cônscia de que importante evento estava ocorrendo em seu pequeno país.

Manifestam-se os Delegados

O discurso de abertura foi proferido pela Primeira-Ministra de Sri Lanka, Sra. Sirimavo Bandaranaike. Ela fora eleita antes como presidente da conferência. Seu nome fora proposto pelo presidente egípcio, Anwar Sadat, e apoiado pela Primeira-Ministra da Índia, Sra. Indira Gandhi, e pelo presidente de Chipre, Arcebispo Makarios.

Em sua preleção, no que chamou de “mensagem às nações desenvolvidas”, a Primeira-Ministra Bandaranaike afirmou que “as não-alinhadas não consideram nenhuma nação ou nenhum povo como seu inimigo. Sua luta tem sido contra a injustiça, a intolerância e a desigualdade”.

Em seu comentário sobre o discurso inaugural, disse o Times de Nova Iorque: “Acolhendo os vietnamitas como membros do movimento não-alinhado, ela recebeu um dos maiores aplausos do dia, ao dizer: ‘Sua luta contra o poderio e a sofisticação militares de uma das maiores potências, até à vitória completa e final, constitui brilhante inspiração para todas as nações que lutam em favor da libertação nacional, contra a intervenção, o domínio e a opressão estrangeira.’”

A presidente também comentou o estabelecimento de uma nova ordem econômica internacional. Propôs o estabelecimento dum banco para os países do terceiro mundo, declarando: “Se real e verdadeiramente queremos neutralizar as armas do imperialismo e do colonialismo, temos certamente de criar armas que as contrabalancem, em forma de moeda, apoiada pelo imenso potencial econômico dos países não-alinhados e outros países em desenvolvimento.” Ela pensava que tal banco habilitaria os países do terceiro mundo a entrar numa área de atividade econômica internacional que até agora permanecia sendo monopólio de alguns bancos particulares multinacionais das nações ricas.

No mesmo dia, o Presidente Kenneth Kaunda, de Zâmbia, soou um tema comum: “Cremos na partilha do poder como importante garantia de paz no seio da comunidade internacional.” Outros oradores também exigiram nova ordem econômica e social que desse ao terceiro mundo maior quinhão das riquezas da terra.

Estatísticas que mostravam a necessidade de nova ordem econômica foram pormenorizadas na conferência. Exemplificando: foi indicado que, em 1970, o bilhão de pessoas mais pobres ‘do mundo tinha uma renda anual per capita de apenas US$ 105 (Cr$ 1.575,00). Mas, as dos países desenvolvidos dispunham duma renda per capita anual de US$ 3.100 (Cr$ 46.500,00). Para 1980, projetava-se que o mesmo bilhão de pessoas pobres aumentaria sua renda em insignificantes três dólares (Cr$ 45,00) por pessoa, em comparação com o aumento de 900 dólares (Cr$ 13.500,00) para cada pessoa nos países ricos.

Ademais, nos países pobres, cada dia cerca de 10.000 pessoas, em média, morrem de fome ou de doenças relacionadas à subnutrição. E, nestes países, diz-se que há mais crianças em idade escolar sem escolas do que há nas escolas.

Malgrado todas essas necessidades, amplos recursos do mundo estão sendo canalizados, não para fins construtivos, mas para a fabricação de armas cada vez mais sofisticadas. O mundo gasta agora cerca de US$ 300 bilhões (Cr$ 4.500 bilhões) por ano com tais armas.

Todavia, o Sr. Kurt Waldheim, secretário-geral das Nações Unidas, reconheceu em seu discurso perante a conferência de cúpula: “Não se fez nenhum progresso no sentido do desarmamento genuíno, que reduzisse os gastos com armas e permitisse a transferência de recursos para usos mais construtivos. A tendência tem sido na direção inversa.” Também comentou que o “perigo da proliferação nuclear não só permanece, mas aumentou”.

Avisadas as Nações Ocidentais

Após quatro dias de reuniões, a conferência chegou ao fim. No último dia, o terceiro mundo adotou pungente aviso para as nações ricas do mundo. A mensagem era que têm de ceder mais de suas riquezas para uma nova ordem econômica. O comunicado fazia urgente apelo para ajudar a frear o abismo ampliante entre os ricos e os pobres.

O relatório comentava que a posição econômica das nações do terceiro mundo se deteriorara nos últimos anos. Triplicaram seus déficits combinados do balanço de pagamentos. Sua dívida para com os países ricos aumentou em bilhões de dólares. A inflação galopante não raro frustra seus empenhos de melhorar sua situação econômica.

Comentou o Times de Nova Iorque: “Os países não-alinhados estão firmemente convictos de que nada, a não ser o completo reajuste das relações econômicas internacionais, colocará os países em desenvolvimento em posição de alcançar aceitável nível de desenvolvimento.”

O Times também comentou a tendência geral ‘para a esquerda’ entre muitas das nações do terceiro mundo. Disse: “Aos olhos dos europeus ocidentais e dos estadunidenses, o não-alinhamento amiúde parece ter primariamente um tom anti-ocidental e anti-norte-americano.” Comentou, para exemplificar, que o comunicado final condenava a presença norte-americana na Coréia do Sul, exigia a independência de Porto Rico, condenava Israel, e saudava “a vitória histórica e total do povo do Vietnã em sua luta contra o agressivo imperialismo dos Estados Unidos”.

Às vezes, porém, até mesmo as nações comunistas foram castigadas por alguns oradores por apoiar movimentos subversivos no terceiro mundo. Mais amiúde, porém, o tom foi conforme declarado por U. S. News & World Report: “Os E. U. A. e outras nações industrializadas do Ocidente continuaram a receber seus golpes, sendo culpadas de virtualmente todo mal econômico e político das nações pobres.”

Assim, de novo se manifestou o terceiro mundo. E, mais uma vez, o que disse não foi favorável às nações ocidentais, que constituem o coração do que é chamado comumente de “cristandade”.

[Foto na página 5]

As nações do “terceiro mundo” manifestaram-se em sua conferência realizada em Colombo, Sri Lanka, no Salão Comemorativo Internacional de Conferências Bandaranaike.

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