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  • Professor católico atrai o fogo papal

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  • Professor católico atrai o fogo papal
  • Despertai! — 1980
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g80 8/11 pp. 17-19

Professor católico atrai o fogo papal

Do correspondente de “Despertai!” da Alemanha

SÓ RARAMENTE um assunto religioso mereceu tanto espaço nos jornais, por tanto tempo, e captou tanto a atenção dos alemães, como o anúncio feito, em dezembro último, de que o Vaticano revogara a permissão dada a Hans Küng de ensinar teologia católica na Universidade de Tübingen, na Alemanha. Amplas e altamente emotivas expressões de protesto — bem como de apoio — logo se seguiram.

Certo semanário católico chamou “a condenação deste teólogo mundialmente famoso, controversial, agressivo e de mente arguta” de “profundo abalo” que seria sentido “por todo o mundo religioso ocidental”. O que moveu o Vaticano a dar esse passo?

Controvérsia de Longa Duração

Hans Küng, nascido na Suíça em 1928, estudou em Roma e foi ordenado sacerdote em 1954. Já em 1957, causou assombro entre os católicos ortodoxos com sua tese para obter seu grau de Doutor em Teologia. Nela, argüía que a doutrina da justificação cristã, conforme ensinada por Karl Barth, um dos destacados teólogos protestantes do século 20, na Europa, era compatível com o ensino católico.

Em 1967, Küng, então professor de dogmática e de teologia ecumênica na Universidade de Tübingen, publicou um livro intitulado “A Igreja”. Seus conceitos não-ortodoxos foram rapidamente rejeitados pelas autoridades do Vaticano, que o convidaram a ir a Roma elucidar esse assunto. Küng se recusou a ir, afirmando que a maneira autoritária da Hierarquia impediria uma audiência preliminar justa e aberta. Três anos depois publicou o livro Infalível? Uma Indagação, sincronizado para coincidir com o 100.º aniversário de adoção do dogma da infalibilidade papal, dogma este que Küng afirmava estar sujeito a questionamento.

No ínterim, seus livros vendiam bem. Os novos livros, publicados em 1974 e 1978, tornaram-se best-sellers. Alguns imaginavam que a controvérsia mostrava sinais de desvanecer-se quando, em seu livro de 1978, Küng lidou com um assunto “seguro”: provas da existência de Deus. Mas, na primavera setentrional de 1979, publicou um livro intitulado “A Igreja — Permanece na Verdade?” e também escreveu a introdução de um livro contra o Vaticano, de autoria da August Hasler, How the Pope Became Infallible (Como o Papa se Tornou Infalível). Atiçaram-se de novo as chamas da controvérsia religiosa, desta vez mais altas do que antes.

Assim, a decisão do Vaticano, embora demorasse a ser feita, não foi totalmente inesperada. Observa que “o Professor Hans Küng, em sua escrita, afastou-se da verdade integral da fé católica romana, e, por conseguinte, não mais pode ser considerado um teólogo católico, nem agir como tal num papel de ensino”.

O que isto realmente significa? Tal advertência situou-se bem longe da excomunhão, e até mesmo permitiu que Küng continuasse sendo sacerdote. Mas, retirou sua permissão de ensinar teologia católica e de educar homens para o sacerdócio.

Com Que Autoridade Agiu a Igreja?

Em 1933, uma concordata entre a Alemanha e o Vaticano foi assinada pelo Cardeal Eugênio Pacelli (que mais tarde tornou-se o Papa Pio XII), e o vice-chanceler de Hitler, Franz von Papen. Esta concordata dava à Igreja Católica na Alemanha certos direitos e favores em troca de certas concessões feitas pela Igreja ao governo. Em 1957, a Corte Constitucional Federal da Alemanha decidiu que tal concordata ainda era válida, sob a atual lei alemã.

A Seção 22 inclui provisões “para a nomeação de professores da religião católica . . . por acordo mútuo entre o bispo local e o governo estadual local”. Isto significa que ninguém pode ser nomeado para ensinar teologia católica sem a aprovação da Igreja, nem mesmo numa escola estatal.

Isto suscita a interessante pergunta: Pode Küng continuar a ensinar teologia como membro do corpo docente de teologia da universidade, embora não esteja oficialmente representando a Igreja? Ou tem a universidade de transferi-lo para outro departamento, para ensinar um assunto não-religioso?

Os membros do corpo docente de teologia católica de Tübingen pronunciaram-se em sobrepujante apoio a Küng, mas, em fevereiro, pediram que se demitisse da equipe de teologia. Küng, depois disso, cancelou suas aulas, mas disse que estava “triste por eles tomarem essa medida justamente agora”, depois de o apoiarem no início.

Conceito de Küng

Küng nega ser um herege descontente — deveras, a Igreja pouco faltou para acusá-lo de heresia. Na atualidade, ele nem rejeita a Igreja com seu papado, nem tenta desviar os católicos do catolicismo. Pelo contrário. Numa carta ao Papa Paulo VI, ele admitiu sua “crítica à nossa Igreja”, mas chamou-a de “crítica baseada em amor”. A base de sua crítica, afirma ele, é o desejo do Papa João XXIII, expresso no Concílio Ecumênico Vaticano II, de 1962, “de deixar entrar um pouco de ar fresco na igreja”.

Os católicos “progressistas” apoiaram prontamente as sugestões de Küng para a reforma de assuntos tais como o controle da natalidade, mulheres no sacerdócio e celibato sacerdotal. Também, por questionar doutrinas tais como a infalibilidade papal, a doutrina de que Cristo e Deus são “um em substância” e a doutrina do nascimento virginal, ele tocou em assuntos que muitos católicos acham difíceis de crer. Seu brado em favor de maior formato democrático do governo da Igreja, permitindo-se que os bispos tenham maior quinhão em modelar as diretrizes da Igreja, tem encontrado amplo apoio.

Küng afirma nunca ter pretendido ser um porta-voz oficial da Hierarquia. Antes, “como teólogo católico dentro da Igreja”, ele se vê como porta-voz “dos interesses legítimos de numerosos católicos”. Ele indaga: “Quando é que os representantes do aparato da Igreja financeiramente bem lubrificado e perfeitamente administrado reconhecerão finalmente na partida silenciosa de centenas de milhares de católicos . . . um sinal de alarme que clama por um auto-exame crítico?”

Conceito da Igreja

O Cardeal Joseph Ratzinger, de Munique, explica o conceito da Igreja, dizendo: “Todo o mundo tem direito de desenvolver suas próprias idéias e de expressá-las . . . Mas nem todos têm o direito de dizer que suas idéias são expressão do que a Igreja Católica ensina . . . Deve-se permitir que [Küng] investigue e estude. Deve-se permitir que a Igreja o rejeite como intérprete de seus ensinos.”

A Igreja afirma que não se deve ousar permitir que uma pessoa da proeminência de Küng questione abertamente a sua autoridade. Pôr ele em dúvida os dogmas da Igreja gerou confusão e suscitou inquietação entre os católicos. Tal medida, segundo alguns, demorou demais. A revista Time citou uma das autoridades do Vaticano como afirmando em particular: “João Paulo II está passando uma descompostura neles, e ele está pegando primeiro os grandes.” Outros “embaraços” para a Igreja, tais como teólogos dos Países-Baixos, Schillebeeckx e Schoonenberg, ou o professor de teologia do Brasil, Leonardo Boff, podem ser os próximos.

Quem Está Certo — a Igreja ou Küng?

Com toda a honestidade, deve-se admitir que, considerados de seu ponto de vista, ambos têm certos argumentos válidos. Mas duas coisas são perturbadoras: o modo anticristão em que levam a efeito sua controvérsia, e deixarem de recorrer à sólida evidência bíblica em apoio de suas posições.

O semanário católico Christ in der Gegenwart (O Cristão Contemporâneo) sob o subtítulo “Erros de Ambos os Lados”, disse que a Igreja cometeu “lamentáveis erros” ao lidar com o assunto, mas acrescentou: “Até certo ponto, o Professor Küng, também, deve ser culpado . . . Sua linguagem cortante ajudou a destruir a confiança fraternal.”

The Hamburger Abendblatt foi mais direto: “Não se tratava duma disputa moderada entre santos, nem uma disputa caraterizada pela persuasão, por se ouvir, por se empenhar pela verdade, no espírito de amor. Foi uma disputa caraterizada por espancamento e punhaladas.”

É isso o que uma pessoa esperaria normalmente de uma Igreja que afirma basear-se em Cristo, que “ultrajado, não retribuía com idêntico ultraje” (1 Ped. 2:23, Centro Bíblico Católico) ou de um de seus mais destacados teólogos, cuja “crítica”, segundo afirma, está “baseada em amor”?

É evidente que a Igreja, confrontada com elementos divisórios em suas fileiras, tenta arduamente manter sua autoridade. Küng luta arduamente para remodelar a Igreja para que se torne o que ele acha que ela devia ser.

Mas ambos falharam. Em que sentido? Nas centenas de páginas de material apresentado em defesa de suas posições, o sólido argumento bíblico foi obrigado a ficar em segundo plano diante da tradição da Igreja, da opinião popular, da sabedoria humana e das sutilezas filosóficas. Isto jamais deveria acontecer.

Se o leitor, como católico sincero — ou protestante sincero, se for o caso — às vezes se sente inseguro quanto ao no que deveria crer, se se sente ‘atirado dum para outro lado e como joguete de todo o vento de doutrina’, por assim dizer, então, volte-se para a Bíblia em busca da verdadeira orientação. Leia-a, estude-a, aceite a ajuda de pessoas que se dispõem a ajudá-lo a entendê-la. A Bíblia, e somente a Bíblia, é “inspirada por Deus, é útil para ensinar, para persuadir, para corrigir e formar na justiça”. — Efé. 4:14; 2 Tim. 3:16, Centro Bíblico Católico.

“Exorto-vos agora, irmãos, por intermédio do nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que todos faleis de acordo, e que não haja entre vós divisões, mas que estejais aptamente unidos na mesma mente e na mesma maneira de pensar.” — 1 Cor. 1:10.

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