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  • g88 8/7 pp. 19-21
  • Voltei dum mundo sem ruídos

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  • Voltei dum mundo sem ruídos
  • Despertai! — 1988
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  • Penetrei no Meu Mundo sem Ruídos
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Despertai! — 1988
g88 8/7 pp. 19-21

Voltei dum mundo sem ruídos

ERA bem cedo, por volta das cinco horas da manhã. Eu e meu marido, Basil, estávamos bem quentinhos, por baixo das cobertas, quando ele me cutucou e disse, num sussurro suficientemente alto: “Querida, está chovendo.” Como eu gostava de ficar deitada e ouvir as pancadinhas da chuva sobre a casa! Mas, durante oito anos, era preciso que Basil me dissesse quando estava chovendo, porque eu não conseguia ouvir a chuva. Desta vez, contudo era diferente. Eu me sentei rápido na cama, em posição ereta. Estava conseguindo ouvir a chuva! Pela primeira vez em muitos anos, pude ouvir aquele lindo som!

Este não tinha sido meu primeiro encontro com sons familiares que eu não conseguia ouvir por muitos anos. A semana anterior tinha sido repleta de uma sinfonia de sons — o ronronar de um exaustor da lareira girando, o persistente “hum” do ruído dum dial de telefone, as brandas pisadas de meus próprios pés ao andar sobre o chão da cozinha. Tais sons, tão comuns para a maioria das pessoas, eram como música para meus ouvidos. Minha audição tinha sido restaurada! Deixe-me contar-lhe essa história.

Diagnóstico Inicial

Jovem e dedicada, iniciei minha carreira como instrutora da Bíblia por tempo integral em 1958. Agora, 30 anos depois, ainda continuo a seguir o mesmo proceder. No início da década de 70, à medida que eu e Basil ajudávamos as pessoas a obter a visão espiritual e a abrir alguns ouvidos surdos para as maravilhosas verdades da Palavra de Deus, minha própria audição física foi ficando incomodativamente ruim.

Em 1977, contatei um médico em San Pedro, Califórnia, que me fez conhecer a palavra “otosclerose”. Ele disse que era uma doença hereditária comum e que uma operação poderia melhorar minha audição. Mas depois de me contar os possíveis efeitos colaterais dessa operação, eu saí do consultório dele dizendo para mim mesma, com orgulho: ‘Eu não! Essas coisas não acontecem comigo.

Penetrei no Meu Mundo sem Ruídos

Nos próximos três anos, comecei a penetrar lentamente num mundo suave, sem ruídos — um mundo sem quaisquer ruídos de fundo. As pessoas pareciam surgir repentinamente por trás de mim, e aparecer de súbito. O familiar put-put do carro do meu marido, parando na entrada de automóvel, tinha desaparecido; subitamente, ele também aparecia na casa, assustando-me a ponto de quase me deixar louca! Quando as pessoas falavam e eu não conseguia ver os lábios delas, isso me deixava aborrecida, porque o som de sua voz parecia vir da direção oposta. Eu mesma notei que ficava olhando atentamente para suas expressões faciais quando elas me falavam, a fim de me certificar de não dar respostas erradas. Quando mastigava os alimentos, eu tinha de parar, a fim de ouvir a conversa. A pior coisa era o embaraço e o quase pavor que sentia ao dirigir estudos bíblicos com estudantes de voz suave, porque nem sempre conseguia entender os comentários deles. Eu me sentia esgotada — exausta — depois de apenas uma hora.

Um momento decisivo surgiu em 1980, quando fui convidada pela Sociedade Torre de Vigia (EUA) a cursar a Escola do Serviço de Pioneiro — um curso intensivo de duas semanas de instrução bíblica. Eu aguardava tal privilégio por muitos anos, mas se não pudesse ouvir com clareza, eu agora não teria condições de me beneficiar dessa escola. Foi então que resolvi fazer uma segunda consulta médica.

No consultório do médico, desta vez eu me vi sentada diante de um otologista alto, de cabelos ruivos. Ele tinha um rosto bondoso e um jeito acessível. “Concordo com o médico de San Pedro”, disse ele. “A senhora está com otosclerose.” Comecei a sentir confiança nele, porque ele ouvia minhas perguntas e certificava-se de entender o que eu realmente perguntava, antes de me responder. Era um bom ouvinte! Gastou tempo para me explicar o que é otosclerose, e me deu algumas publicações para ler. Visto que ele parecia importar-se comigo, eu me senti tranqüila.

O Que É Otosclerose?

As palavras oto (“ouvido”, em grego) e esclerose (“endurecimento”, em grego) me deram um indício do que estava acontecendo com meu ouvido. Já ouviu falar nos ossículos que há em seu ouvido médio — o martelo, a bigorna e o estribo? Talvez, como eu, nunca se preocupou com estas diminutas estruturas; e no entanto dependemos tanto delas. Não foi senão depois que fui pessoalmente afligida que vim a saber seus nomes corretos, malleus, incus e stapes. O estribo é o vínculo final da cadeia de transmissão do ouvido médio. Geralmente, a otosclerose se dissemina para o estribo, e, à medida que o osso ‘endurece’, tornam-se cada vez menos intensas as vibrações que ele comunica ao fluido do ouvido interno, resultando na perda da audição de transmissão. A otosclerose estapedial é um dos tipos de deficiência auditiva de transmissão que geralmente pode ser corrigida por cirurgia.

Uma das primeiras coisas que fiquei sabendo foi o que significa a deficiência auditiva de transmissão. Simplesmente, significa que os sons não são transmitidos pelo ouvido médio, devido a algum quadro clínico que os bloqueia. Mas caso ainda exista uma boa função nervosa, então a pessoa é bom candidato à cirurgia. Felizmente, eu apresentava boa função nervosa.

Remoção do Estribo

Eu imaginava que tudo seria sem ruídos na operação do estribo, mas aconteceu justamente o oposto. Sob anestesia local, ouvi ruídos altos, à medida que o médico, usando um microscópio e operando através do canal auditivo, removeu o estribo e substituiu-o por uma prótese de fio metálico. Daí, abruptamente, quando ainda me achava na mesa de operação, ouvi uma voz tão nítida quanto um sino — era o médico falando com a enfermeira. Em seguida, ele me perguntou: “Que acha disso?” “Estou ouvindo tudo!”, disse inadvertidamente. Ele me avisou, porém, que logo depois minha audição regrediria, devido à inchação no ouvido, e que poderia levar algumas semanas antes de se tornar de novo evidente a melhora da minha audição.

Antes de o médico deixar a sala de cirurgia, ele me passou meu estribo num pequeno receptáculo de plástico. Fiquei estupefata. É tão pequenino! Refleti, por um momento, em quão grande Jeová Deus é por ter feito coisas tão diminutas, mas importantes. Lembrei-me das palavras do salmista: “Meus ossos não te estavam ocultos quando fui feito às escondidas. . . . Teus olhos viram até mesmo meu embrião, e todas as suas partes estavam assentadas por escrito no teu livro.” Sim, até este pequenino estribo, o menor osso do corpo humano, foi levado em conta no útero. — Salmo 139:15, 16.

A capacidade de ouvir e de comunicar-se bem é maravilhosa dádiva de nosso Criador. Perder tal capacidade é deveras uma grande perda. Recuperá-la, depois de perdê-la, é uma emoção ainda maior. Quão grata sou de poder ter voltado do meu mundo sem ruídos! — Segundo narrado por Bette E. Sterrett.

[Diagramas na página 21]

(Para o texto formatado, veja a publicação)

Operação do Estribo.

Passo 1: otosclerose do estribo

Passo 2: estribo removido

Passo 3: fio metálico que substitui estribo

[Quadro na página 19]

Já Ouviu Falar?

Já ouviu falar nos seguintes progressos no tratamento da surdez?

◼ A doença de Menière, uma doença do ouvido interno que envolve graves problemas de equilíbrio e por fim a surdez, está sendo agora tratada cirurgicamente com a inserção dum tubinho de derivação criado pelo Dr. William House e o “House Ear Institute”, de Los Angeles, EUA.

◼ Para os profundamente surdos, a esperança talvez resida no que está sendo feito com implantes da cóclea. O implante consiste de um pequenino aparelho eletrônico implantado cirurgicamente no ouvido. É ativado por um microfone e um processador de linguagem usado no corpo. Estes aparelhos transformam as ondas sonoras em corrente elétrica. Através do implante, a corrente estimula as fibras do nervo auditivo a transmitir mensagens ao cérebro, que, por sua vez, reconhece tais estímulos como som. Assim, o paciente implantado sai do mundo do silêncio e entra no mundo dos sons. Embora consigam apenas um reconhecimento muito limitado da linguagem, o paciente, contudo, é posto em contato com seu ambiente. Isto o ajuda a comunicar-se, a distinguir os sons ambientais e a controlar sua própria voz. Até agora, aproximadamente 400 pacientes obtiveram alguma forma de implante da cóclea. O futuro parece brilhante quanto a ainda maiores aprimoramentos que empregam tal implante.

[Quadro na página 20]

Como Comunicar-se com o Deficiente Auditivoa

◼ Comece por dizer à pessoa o teor de sua mensagem, e prossiga por passar-lhe uma nota contendo os pontos especialmente importantes.

◼ Fale com clareza e um pouco mais devagar, mas num tom normal de voz.

◼ Fale encarando a pessoa, preferivelmente com o rosto em luz brilhante.

◼ Ao falar, não mastigue, nem ponha as mãos no rosto.

◼ Evite falar de outro aposento, ou quando houver barulho de fundo evitável, tal como água corrente.

[Nota(s) de rodapé]

a Sugestões de Jane E. Brody, perita em questões de saúde, para o jornal The New York Times.

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