Sementes que deram frutos muitos anos depois
Recebemos a seguinte carta após a publicação do artigo “Os desafios e as bênçãos de criar sete filhos homens”, na “Despertai!” de 8 de janeiro de 1999.
Prezados irmão e irmã Dickman,
Acabei de ler sua história, e tinha de lhes escrever. Conheci sua família anos atrás no Mississippi (EUA). Aliás, eu ia à escola junto com seus filhos, e várias vezes visitei sua casa e brinquei com os garotos. Mas não são essas as coisas que ficaram mais gravadas em minha mente juvenil. Mesmo sendo tão nova, fiquei muito impressionada porque os garotos não saudavam a bandeira na escola por razão de consciência. Embora eu pertencesse à Igreja Batista de Grandview, quando um dos meninos me explicou sua posição, eu sabia que ele estava certo.
Um deles me deu o livro Do Paraíso Perdido ao Paraíso Recuperado,a ou eu o roubei. Não me lembro bem; mas li todo ele. Para mim, na época, era só um livro de belas histórias. Mal sabia que haviam sido plantadas sementes da verdade que permaneceriam dormentes por anos.
Minha família se mudou para o norte em 1964, e eu parei de ir à igreja. Fiquei desiludida com a hipocrisia na religião. Daí, por muitos anos, não queria ter nada a ver com religião organizada.
Anos depois, quando comecei a pensar seriamente no objetivo da vida, descobri que eu queria ter um relacionamento com o Criador. Queria esse relacionamento sem a hipocrisia da religião. Aquelas sementes da verdade semeadas anos antes estavam começando a brotar; eu só não sabia disso ainda.
Sentia-me angustiada por não querer ir para o céu; queria viver aqui mesmo, na Terra. Achava este planeta uma criação linda e maravilhosa; então, por que Deus iria destruí-lo? Eu também não achava que Jesus fosse Deus. Se fosse, então seu sacrifício teria sido uma farsa. Eu não conseguia conciliar esses pensamentos, sentimentos e convicções, se quiser chamá-los assim, com o que aprendera na Igreja Batista. Assim, comecei a orar, orar de verdade, e Jeová agiu depressa. As Testemunhas de Jeová estavam na minha porta poucos dias depois, e um estudo bíblico foi iniciado de imediato. Embora não tivesse tido nenhum contato com as Testemunhas de Jeová desde que conheci sua família, nunca perdi o respeito por seus filhos e por sua posição corajosa a favor do que é certo. Depois que comecei a estudar e assimilar conhecimento, tudo se encaixou. Levei um ano e meio para ajeitar minha vida, sendo por fim batizada em 1975.
Sempre que consideramos informações sobre como nossa conduta pode dar testemunho mesmo sem nos darmos conta disso, me lembro de sua família. Quando consideramos a importância de semear muitas sementes do Reino porque não sabemos onde ou quando elas germinarão, sei por experiência própria que isso é verdade.
Quero lhes agradecer por estarem entre o povo de Jeová e terem sido fiéis a suas crenças naquela época. Sem saber, vocês me ajudaram a encontrar a verdade. A conduta e a convicção de vocês e de seus filhos deram um forte testemunho. Achei que jamais saberia com certeza o que aconteceu com vocês e que nunca conseguiria agradecer-lhes. Mais uma vez, obrigada.
Com muito amor cristão,
L. O.
[Nota(s) de rodapé]
a Publicado pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados em 1958; não é mais impresso.