Viver agora como sociedade do novo mundo
“O reino do mundo passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e êle dominará como rei para todo o sempre.” — Apo 11:15, NW.
O artigo que segue foi proferido em forma de discurso pelo presidente da Watch Tower Bible and Tract Society perante a Assembléia da Sociedade do Novo Mundo das Testemunhas de Jeová, no Estádio Ianque, na cidade de Nova Iorque, E.U.A, segunda-feira à tarde, 20 de julho de 1953.
1. Por que é o velho mundo ainda o mesmo desde 1914, mas o que emergiu e atraiu a atenção da humanidade?
QUANDO os grandes canhões da Primeira Guerra Mundial começaram a abrir fogo, no verão de 1914, chegou a época do nascimento da sociedade de um novo mundo. Nos aproximadamente quarenta anos desde então, as coisas passaram por uma notável transformação. O mapa do globo foi mudado, muitos governos trocaram sua feição política e grandes massas de pessoas ficaram desarraigadas e deslocadas ou vieram a estar sujeitas a indesejáveis poderes de opressão. Não há mais estabilidade, tudo parece estar num estado de incerteza, a humanidade está sendo arrastada na corrente irresistível dos eventos. A raça humana não sabe mais para onde vai, mas avança e espera sem alento que seu avanço a leve para um mundo renovado de vida melhor, um mundo feito pelo homem. Mas, apesar das mudanças políticas, sociais, culturais, econômicas, científicas e religiosas desde 1914, este é ainda o mesmo velho mundo. Só a superfície mudou, como qualquer exame mais detido mostra. Seu espírito ainda é o espírito do velho mundo, suas divisões egoístas ainda estão presentes com as fendas ameaçando abrir mais ainda; suas pretensões de autoconfiança e autodeterminação ainda existem; e, o mais sinistro de tudo, as fôrças invisíveis, sobre-humanas, que motivam as ações deste mundo, ainda estão ali e estão febrilmente ativas. Não obstante todos os fatores a favor da perpetuação do velho mundo, emergiu a sociedade dum novo mundo, crescendo de tal modo, que atraiu a atenção do velho mundo. Essa procedeu duma direção inesperada e bem improvável, e o velho mundo a olha com pouca amizade, para ver o que resultará disso.
2, 3. Quem, somente, pode receber o crédito pela produção desta sociedade do Novo Mundo e por quê?
2 Como, pois, veio à existência esta sociedade do Novo Mundo? Os lemas políticos usados durante a Primeira Guerra Mundial, tais como: “Fazer o mundo seguro para a democracia” e as propostas feitas pelos regentes, homens de negócios e clérigos para a era do após-guerra, nunca poderiam ter produzido esta sociedade do Novo Mundo. Assim como ela é hoje, só o poder e a sabedoria de Deus podem receber o crédito de tê-la produzido de acordo com seu maravilhoso propósito. Só ele poderia ter inspirado seus adoradores obedientes com a visão do seu novo mundo prometido e dar-lhes um entendimento dos requisitos dele; e isto fez por meio da sua Palavra escrita, a Bíblia Sagrada.
3 Por décadas antes da Primeira Guerra Mundial, Deus esteve preparando um povo para constituir essa sociedade completamente diferente, dos nossos dias. Expôs-lhes os ensinos da sua Palavra, da qual os clérigos religiosos se haviam desviado, junto com suas congregações, a fim de se deleitar em ouvir sabedorias, tradições e filosofias mundanas. Acordou-os à realização de que estava próximo o tempo para o estabelecimento do Reino pelo qual muito se orou. Com muita antecedência expôs-lhes, pela sua Palavra, que a ocasião para o Reino assumir o poder no céu e na terra era o ano de 1914 E.C., pois seria nessa época que terminaria o tempo permitido para a dominação ininterrupta da terra pelas nações gentias, tempo que começou na primeira destruição de Jerusalém em 607 A.C. Tornou-se de grande urgência que seu povo informado se preparasse para o exercício do poder universal do reino de Deus por parte do seu Filho glorificado, Jesus Cristo. Esforçaram-se sinceramente para fazer isso, e, assim como lhes foi ensinado, a tribulação sôbre a organização mundial do Diabo começou no ano de 1914.
4. Porque pensavam os inimigos uma vez que não se devia esperar nada dos adoradores de Jeová no período do após-guerra?
4 Quatro anos depois, quando um repentino armistício paralizou a Primeira Guerra Mundial, estes dedicados adoradores e servos do Deus Altíssimo jaziam atordoados em uma condição bastante desolada. Não só havia a guerra internacional interrompido o contato com seus irmãos através da terra, mas eles sofreram anos de violenta perseguição às mãos do povo irritado, às instigações do clero religioso, intolerante. Proscreveu-se a literatura bíblica deles, até os próprios exemplares da Bíblia, muitos dos seus membros foram detidos em prisões e estabelecimentos militares, e os principais funcionários da sua corporação legal jaziam na penitenciária sob pesadas sentenças, negando-se-lhes todo apelo a um julgamento justo e correto. Êles eram o alvo de grande ódio da parte de todas as nações. Seus inimigos pensavam que haviam definitivamente acabado com eles. Pouco ou nada de importante seria de se esperar deles no período do após-guerra, pensavam os inimigos.
5, 6. Como foi congregado o restante depois da Primeira Guerra Mundial e como vieram a estar reorganizados?
5 Mas, onde há vida há esperança. O pequeno restante dos fiéis sobreviventes destas experiências da guerra mundial ainda se apegava ao seu Deus, “a quem só pertence o nome de Jeová“. (Sal. 83:18, Al) Ainda tinham fé na sua Palavra e não a esqueceram ou abandonaram. A fúria do inimigo não quebrantara os laços que os uniam a seus irmãos, e, apesar do que todos os inimigos pudessem fazer, êsses laços os uniriam novamente. Viram, então, o significado das suas perseguições durante a guerra mundial, sim, o próprio significado daquela guerra e seus acompanhantes, fome, peste, terremotos e angústia das nações. Estas coisas eram prova de que havia chegado o fim dêste mundo e que o reino de Deus por seu Cristo era agora um fato. Isso deu razão a uma mensagem surpreendente, a de que uma multidão bastante grande, “milhões”, conforme estimaram, de pessoas que agora vivem, jamais morreriam. O período do após-guerra ofereceu uma oportunidade para servir ainda mais a Jeová Deus, e, enquanto tivessem alento, estariam determinados a louvá-lo perante tôdas as nações.
6 Deus leu o coração do seu povo leal que se achava em aflição. Foi êle quem os preservou através das provações ardentes durante a Primeira Guerra Mundial. Ele tinha um propósito para assim fazer. Em harmonia com êste, por sua providência estranha, libertou-os do cativeiro dos seus adversários. Pelo poder do seu espírito livrou-os dos grilhões do mêdo de homens e de organizações humanas. Reorganizou-os e lhes expôs a sua obra, fazendo-os saber que êste era o tempo predestinado em que “será pregado este Evangelho do reino por todo o mundo em testemunho a todas as nações” e que êste evangelho eram as boas novas todo-importantes de que o reino de Deus fôra estabelecido. — Mat. 24:14.
7. De que modo veio à existência a hodierna sociedade do Novo Mundo e por que não poderá ser eliminada?
7 Hoje podemos ver que o propósito de Deus foi levado a cabo. Estas boas novas do reino de Jeová foram e estão sendo pregadas por todos os meios de comunicação. Tem-se distribuído literatura às centenas de milhões de exemplares, em muitas línguas, publicamente e de casa em casa. A esses sermões impressos adicionaram-se as vozes dos anunciadores do Reino em testemunhos pessoais, pela instrução bíblica nos lares e por conferências públicas perante assistências visíveis e pelo rádio. Centenas de milhões ouviram a mensagem dêste govêrno divino do novo mundo, muitos dêstes a ouviram repetidas vêzes no decorrer dos anos. Milhares de leitores e ouvintes reconheceram que esta é a mensagem vitalizadora de Deus para êste dia. Atenderam-na com alegria e dedicaram as vidas a êle, por meio de Jesus Cristo, e uniram-se em manter destacado êste brilhante sinal do Reino a tal ponto, que hoje há anunciadores do Reino, organizados, que relatam atividade, em todos os continentes e em muitas ilhas do mar. Todos juntos, somando agora centenas de milhares, formam uma sociedade que não faz parte dêste velho mundo. As nações dêste mundo nunca serão capazes de eliminar esta sociedade. Ela crescerá e viverá para sempre, pois é a “plantação de Jehovah” e êle não a arrancará pela raiz. (Isa. 61:3; Mat. 15:13) No meio do fogo da perseguição êle fundiu seu povo nessa sociedade do Novo Mundo por intermédio da sua Palavra Sagrada e seu espírito e pela obra que lhes comissionou.
PROBLEMAS ATUAIS DA VIDA EM SOCIEDADE
8. Por que é ela corretamente chamada uma “sociedade” e por que continuará após o Armagedon?
8 É correto chamar a ela de “sociedade”? Sim, pois é um grupo de pessoas, pessoas cristãs, organizadas e trabalhando juntas numa obra comum, que se reúnem regularmente e adoram o único Deus verdadeiro e se esforçam a viver segundo uma norma comum, a norma de Deus. Esta sociedade não é incorporada de acôrdo com qualquer estado político e seu código de leis. Nenhum estado tem competência para aprovar os estatutos de tal sociedade. Seus membros se espalham além das fronteiras de qualquer nação ou império e seu poder de contrôle. Estatutos feitos pelo homem não poderiam manter unida tal sociedade, nem mantê-la em funcionamento. É criação de Deus por meio da sua verdade e espírito. É fato que ela cooperou até agora com a corporação legal, a Watch Tower Bible and Tract Society [Sociedade Tôrre de Vigia de Bíblias e Tratados] de Pensilvânia, como seu servo administrativo, editorial e legal. Mas, ela não cessará quando a Watch Tower Society perder o registo dos seus estatutos ou fôr dissolvida por um govêrno hostil, como sucedeu à filial na Alemanha Oriental, primeiro dissolvida pelos nazistas e agora, recentemente, pelo govêrno comunista, nem mesmo quando o govêrno que regista os estatutos cessar de existir na batalha do Armagedon. Uma espécie de Watch Tower Society existiu e difundiu a mensagem de Deus mesmo antes de ser incorporada a Zion’s Watch Tower Tract Society [Sociedade Torre de Vigia de Tratados de Sião] em 1884 sob as leis do estado de Pensilvânia, E.U.A. Depois que a batalha do Armagedon tiver obliterado êste velho mundo, a sociedade do Novo Mundo continuará, pois será aprovada e autorizada pelo único govêrno então em poder, o govêrno divino. Formará a base, o núcleo, ao redor do qual há de crescer a população da “nova terra” e encher êste planêta. —2 Ped. 3:13.
9. Por que nós, como membros da sociedade do Novo Mundo, teremos forçosamente nossos problemas agora, durante êste período de transição?
9 Como membros da sociedade do Novo Mundo forçosamente teremos agora problemas a enfrentar. Ainda não saímos dêste velho mundo. Os “tempos designados das nações” terminaram em 1914, mas isso não acabou com o velho mundo; apenas iniciou-se o “tempo do fim“ do mundo. Após aquela data, Satanás, o Diabo, e seus demônios foram expulsos do céu, mas isso não destruiu seu mundo; apenas limitou à terra a atividade das fôrças espirituais invisíveis que controlam êste mundo. O velho mundo ainda está presente. Seus interêsses estão em conflito com os do novo mundo entrante. Portanto, isso nos causa dificuldades neste período de transição.
10. Como podemos evitar de vir a ser “condenados com o mundo” e como, em vez disto, podemos ‘condenar o mundo’?
10 Agora mesmo estamos cercados por um mundo cheio de controvérsias, ódios raciais e religiosos, tradições nacionais, orgulhos e rivalidades e incontáveis outras coisas que causam divisão. Os membros da sociedade do Novo Mundo vêm de tôdas as nações e tribos, mas não podem trazer consigo à sociedade tais coisas perturbantes. Não serão levadas através do Armagedon. Devem terminar e terminarão ali mesmo. Por isso não nos fará bem apegarmo-nos a tais coisas ou intrometermo-nos nelas agora. Temos de abandonar estas formas mundanas de egoísmo, êstes ciúmes, invejas, ambições egotístas, guerras religiosas e sectárias, perseguições de uns aos outros e outras manifestações do espírito do Diabo, “o deus deste sistema de coisas”. Não queremos ser responsáveis perante Deus pelos sistemas governantes e conflitos destrutivos deste velho mundo. Não queremos participar com a raça humana na sua responsabilidade comunal pelas coisas opostas a Deus e em conflito com seu reino. Se não nos mantivéssemos limpos da sua política e controvérsias, seríamos “condenados com o mundo”. É o nosso privilégio copiar o exemplo de Noé antes do Dilúvio, que, “divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, mostrou temor piedoso e construiu uma arca para o salvamento da sua família, e por esta fé condenou o mundo”. —1 Cor. 11:32 e Heb. 11:7, NW.
11, 12. De que modo encontramo-nos na mesma posição de Jesus, quando esteve na terra, e por que temos de ser assim?
11 Como cristãos, encontramo-nos na mesma posição de Jesus, nosso Chefe, quando esteve na terra. (João 17:14, 16; 15:19) Estamos neste mundo, mas não fazemos parte dele e não somos amigos dele. Somos amigos do novo mundo de Deus; exaltamos seu governo divino, estabelecido nos céus. Por causa disso, o mundo talvez nos considere seus inimigos, mas não há outro modo para sermos amigos de Deus. Amamos o novo mundo e esperamos por êle, pois isso significa que o amor do Pai celestial está em nós. Tem de ser dêste modo, porque se nos ordena, em 1 João 2:15-17 (NW): “Não ameis o mundo nem as coisas no mundo. Se alguém amar o mundo, não está nele o amor do Pai; porque tudo o que há no mundo — o desejo da carne, o desejo dos olhos e a exibição ostentosa dos meios de vida da pessoa — não se origina com o Pai, mas se origina com o mundo. Além disso, o mundo passa e também o seu desejo, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.”
12 Neste mundo prosseguem as guerras, lutas, desejos ardentes de prazeres sensuais, homicídios e cobiças. O discípulo Tiago denunciou todos os cristãos que retrocederam a essas coisas como tendo relações ilícitas com o mundo: “Adúlteras, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquêle, pois, que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus.” (Tiago 4:1-4, ARA, margem) Não havia amizade entre o apóstolo Paulo e êste mundo. O mundo o considerou criminoso amaldiçoado, condenado à morte torturante numa estaca; mas o apóstolo, por sua vez, considerou o mundo como também amaldiçoado e condenado. Por isso êle disse: “Nunca aconteça que eu me vanglorie, exceto na estaca de tortura do nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual o mundo, para mim, foi cravado no madeiro e eu para o mundo.” —Gál. 6:14, NW.
13. (a) Que mundo precisamos amar e por quê? (b) Por que não significa isto que odiamos a humanidade e todo mundo?
13 Quão maravilhoso será sobreviver à batalha do Armagedon e viver num mundo que podemos amar, um mundo ao qual podemos ter amizade, em que podemos entrar e ser parte dele sem nos tornarmos inimigos de Deus! Esse é o mundo que Jeová Deus amou tanto que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquêle que nêle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3:16) Temos de amar o mundo que Deus amou tanto. Nosso amor nunca ficará, então, desapontado, pois êsse novo mundo justo nunca cessará. O fato de não amarmos êste velho mundo nem sermos seus amigos não quer dizer que odiamos a humanidade, que odiamos a todos; não o fazemos mais do que os discípulos João, Tiago e Paulo, que se expressaram conforme se lê nos seus escritos. Se odiássemos a todos, então evitaríamos o contato com as pessoas, como o fazem freiras e frades religiosos, e não andaríamos de porta em porta, levando ao povo o aviso de Deus pelo testemunho falado e pela página impressa, nem instaríamos com eles: “Rogamos que vos reconcilieis com Deus.” (2 Cor. 5:20) O maior mandamento que nos foi dado é o de que precisamos amar a Deus em primeiro lugar, isto é, com tôda nossa mente, coração, força e alma; e, ao expressarmos esse amor a Deus, temos de obedecer ao seu segundo grande mandamento, o de amar ao nosso próximo como a nós mesmos. Isto tentamos fazer por deixar nossos lares confortáveis e ir visitar nossos próximos nos seus próprios lares transmitindo-lhes a mensagem de Deus, para que se salvem e entrem no novo mundo, assim como nós.
14. Por que não podemos olhar para trás a este mundo, tendo em mente o exemplo de quem?
14 Mas, quanto a tornarmo-nos amigos dêste mundo nos seus desejos, pretensões, ambições, política, sistemas, religiões e filosofias, nunca o poderíamos fazer sem nos tornar hipócritas religiosos, odiados por Deus. Respondemos à sua chamada de sair deste mundo; olharmos agora para trás, como se tivéssemos negado a nós mesmos alguma coisa que valia a pena ter, nos tornaria inimigos de Deus e nos condenaria à destruição. Jesus disse: “Lembrai-vos da mulher de Lot.” Por quê? Porque, enquanto fugia de Sodoma, quando a destruição ardente choveu do céu sobre a cidade, ela, em desobediência, olhou para trás, diminuiu o passo da sua fuga e ficou envolvida em sal sufocante, tornando-se uma coluna de aviso para todos os transfugas e renegados. —Luc. 17:32, 33.
15. Embora dividido entre si, contudo, contra que está unido o mundo e por quê?
15 Vivemos hoje no meio duma comunidade internacional, dividida em dois grandes blocos, um bloco republicano, comunista, e um bloco democrático. Divididos entre si política, econômica e socialmente, há, contudo, prova que mostra estarem eles unidos contra a sociedade do Novo Mundo. Por quê? Porque ela não segue o padrão de nenhum dos dois blocos. A sociedade do Novo Mundo é teocrática, assim como o será o novo mundo justo. Reconhece a Deus como regente legítimo, soberano supremo do céu e da terra. Apega-se a esse fato na sua organização e funcionamento e apega-se à sua Palavra, a Bíblia Sagrada, como fonte da lei suprema. No ano de 1914 os “tempos designados das nações” terminaram e ele fêz nascer o reino do seu Filho Jesus Cristo. Por isso temos de dizer agora, na linguagem da profecia de Isaías, escrita para nosso dia: “Jehovah é o nosso juiz, Jehovah é o nosso legislador, Jehovah é o nosso rei: ele nos salvará.” —Isa. 33:22.
ESTAMOS AGORA SOB O REINO
16. Sob que fatores governantes precisamos viver agora e como precisamos proceder sob tais condições?
16 É um verdadeiro reino, debaixo do qual vivemos agora. Naturalmente, os reinos e repúblicas deste mundo também vivem debaixo dele, mas não operam como seus representantes ou como a expressão política dele, nem como seus súditos leais. Antes, são seus inimigos, recusam reconhecer sua existência e soberania e, por isso, estão enfurecidos contra ele. Em consequência disso se destinam à destruição pela vara de ferro do Rei ungido de Jeová, Jesus Cristo. Entrementes, enquanto o Rei permite a existência destes poderes políticos, terrestres, e escolhe governar no meio dos seus inimigos, a sociedade do Novo Mundo precisa viver sob tais fatôres governantes, visíveis. Precisa viver pacificamente e não se empenhar em quaisquer atos subversivos. A Palavra de Deus nos exorta a obedecermos a tôdas as leis a favor da justiça feitas pelo homem. Mas, onde surgir um conflito entre a lei de Deus e a de ditadores humanos ou legislações humanas, temos de mostrar, então, que reconhecemos a soberania de Jeová sôbre a terra e o céu e temos de seguir o exemplo teocrático, estabelecido pelo apóstolo Pedro, que declarou perante o Supremo Tribunal de Jerusalém: “Temos de obedecer a Deus por governador antes que aos homens.” — Atos 5:29, NW.
17. Por que é razoável que demos o primeiro lugar ao governo e às leis de Deus e rendamos a César só o que lhe pertence?
17 Esta é uma atitude razoável. Embora vivemos sob o governo direto dos sistemas políticos deste mundo, contudo precisamos perguntar: Debaixo de que vivem esses sistemas políticos? Ainda que tentem estar no tempo do mundo, não estão eles debaixo dos mesmos céus e, portanto, debaixo do mesmo governo dos céus? Certamente que sim! A regência do céu significa agora a regência de Deus por meio do seu Filho entronizado, Jesus Cristo. Portanto, em vista deste fato determinante, reconhecemos a soberania superior de Jeová Deus e damos a primazia ao seu governo e leis. Aos fatores governantes, humanos, apenas pagamos de volta ou rendemos o que lhes devemos pelos serviços e benefícios limitados que usufruímos deles. Isso é tudo o que lhes cabe. Esta geração enfrenta a guerra universal do Armagedon, e esses fatores governantes, mundanos, não protegerão nem a nós, nem tampouco a nossa propriedade, durante essa guerra. Não poderão fazer-nos passar pelo Armagedon ao novo mundo, pois eles mesmos não poderão passar, mas serão despedaçados. —Sal. 2:1-9.
18. Quando cessarão as nossas dívidas a César, que dividas pagarão os governos políticos a Deus e por quê?
18 É a Jeová Deus que temos de dar e pagar de volta o que pertence a Deus, se quisermos sobreviver à guerra do Armagedon ou, caso morramos antes, se quisermos ser ressuscitados à vida no seu novo mundo após o Armagedon. Não deveremos, então, absolutamente nada a “César”, pois a regência política deste mundo terá cessado. A dívida que contraíram com Jeová Deus, por perseguirem seu povo fiel, será por eles paga com a sua existência. (Mat. 22:21) Era correto, de fato, um dever paternal, que Jeová expressasse aborrecimento para com seu povo por suas faltas e os castigasse durante o período da Primeira Guerra Mundial. Mas, não era correto que os sistemas políticos, como espada dos sistemas religiosos, oprimissem, perseguissem e tentassem maliciosamente destruir o povo de Jeová, e depois, ao invés de parar, continuassem isso depois de terminar a Primeira Guerra Mundial. “Assim diz Jehovah dos exércitos: Zelo a Jerusalém e a Sião com grande zelo. Eu com grande indignação estou indignado com as nações que estão em descanso; porque eu estava um pouco indignado, mas eles auxiliaram o mal.” —Zac. 1:14, 15.
19, 20. Por que é o Reino, embora celestial, mais real para nós do que as Nações Unidas com a sua capital e edifícios?
19 O Reino estabelecido em 1914 nos céus invisíveis talvez seja irreal para os políticos mundanos, mas para nós é real, de fato, mais real do que as Nações Unidas. As Nações Unidas têm agora uma capital, edifícios do secretariado e de assembleia na margem ocidental do East River, na cidade de Nova Iorque, e o leitor talvez pergunte: Como poderia o Reino ser mais real sem tais coisas visíveis e tangíveis? Em resposta dizemos: Não há necessidade de edifícios oficiais de tijolos, pedras, concreto e aço, construídos por mãos de homem, a fim de provar a existência de um governo. O governo universal de Jeová pode funcionar sem edifícios materiais nesta terra. No paraíso do Éden, o casal humano, perfeito, Adão e Eva, não tiveram edifícios feitos pelo homem, nas margens dum rio do Éden, para simbolizar o governo teocrático de Jeová sôbre eles, nem estiveram sobrecarregados de impostos para a manutenção desses edifícios. Muito depois, a cidade santa de Jerusalém possuía um templo material, dedicado a Jeová Deus e marcado pelo seu nome; mas desde Cristo, os verdadeiros cristãos, que adoram a Deus com espírito e verdade, não precisavam construir tal templo terreno para exercer sua pura adoração ou simbolizar sua existência.
20 A realidade dum governo se mostra por haver súditos que se sujeitam ao seu poder. Reconhecermos um governo ou estarmos sujeitos a ele se demonstra pela nossa obediência leal a ele. A realidade e o poder do Reino nos impressionam vividamente, não por edifícios materiais, uniformes oficiais, bandeiras, emblemas e insígnias, mas pelos sinais visíveis na terra. A Palavra de Deus, a Bíblia, predisse que estes apareceriam em evidência do estabelecimento e funcionamento do Reino, sinais tais como a Primeira Guerra Mundial, que começou em 1914, seguida de intermináveis tribulações para os povos e perplexidade das nações, que não sabem para onde se virar para encontrar um caminho de saída desta crise sem paralelo. O que ainda mais impressiona é que a obra do Reino, conforme predita na profecia divina, está sendo efetuada irresistivelmente antes que venha o fim no Armagedon. —Mat. 24:3-14.
21. De que modo seguimos o proceder de Abraão, de andar por fé, e como suportamos as presentes consequências, semelhantes a Moisés?
21 À face de tais coisas reais, por que não deveríamos considerar real o Reino? Andamos por fé, assim como o antigo patriarca Abraão. Êle não confiou nos edifícios materiais da cidade de Ur dos caldeus como base para um governo permanente. Sob a direção de Jeová abandonou Ur e dirigiu-se à Terra Prometida. “Pela fé ele residiu temporariamente na terra da promessa como numa terra estranha e morava em tendas com Isaac e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem verdadeiros fundamentos, da qual o edificador e criador é Deus.” Encontramo-nos hoje numa situação melhor do que Abraão, Isaac e Jacó: “Todos estes morreram na fé, embora não alcançassem o cumprimento das promessas, mas viram-nas de longe e as aclamaram, declarando publicamente que eram estrangeiros e residentes temporários no país. . . .Mas, agora se esforçam em alcançar um lugar melhor, isto é, um que pertence ao céu. Por isso Deus não se envergonha deles, de ser chamado seu Deus, pois aprontou para eles uma cidade.” (Heb. 11:8-10, 13, 14, 16, NW) Assim como esses fiéis patriarcas, nós, os da sociedade do Novo Mundo, confessamo-nos estrangeiros e residentes temporários neste velho mundo. Não temos nada de nos intrometer na sua política e rixas sangrentas, especialmente agora que vemos que o Reino, a cidade com verdadeiros fundamentos, edificada e criada por Deus, foi estabelecido em poder e está governando. Embora soframos o ódio internacional por esta atitude de não-intromissão, o suportamos com a fôrça de Deus. Tendo presente a visão do Reino, procedemos como o fiel Moisés: “Ficou firme como quem vê aquele que é invisível.” — Heb. 11:27.
AGORA É O TEMPO DE SE OBEDECER
22, 23. (a) Desde 1914, o que precisam tomar em consideração as criaturas e organizações no céu e na terra? (b) Que exemplo dos israelitas, antes de terem um rei visível, não podemos seguir agora?
22 Quer estejam dentro ou fora da sociedade do Novo Mundo, saibam todos o seguinte: O fato de o reino de Jeová ter sido estabelecido com seu Rei Ungido no trono, coloca-nos sob uma responsabilidade especial. De acordo com a nossa fé trataremos seriamente de nos desincumbir dela. Um novo poder entrou em operação no universo. É o há muito prometido governo teocrático, a organização capital do universo dedicada à vindicação da soberania de Jeová. Tôdas as criaturas, todas as organizações, no céu e na terra, precisam agora tomar em consideração esta nova entidade, o Reino. Não nos podemos arriscar como fizeram os israelitas da antiguidade. Por centenas de anos depois de terem atravessado o Jordão e se estabelecido na terra da Palestina, seu Regente invisível, seu Rei, era Jeová. Não tiveram um rei visível da linhagem real de Davi, mas Deus suscitou para eles juízes, que os governavam e libertavam dos inimigos. (1 Sam. 8:7; 12:12) Havia muita interpretação particular e desprezo da lei teocrática contida no seu pacto nacional com Jeová. A descrição daqueles tempos diz: “Naqueles dias não havia rei em Israel; cada qual fazia o que bem lhe parecia.”—Juí. 17:6; 21:25.
23 Enquanto isso se fazia dentro do arranjo do pacto da Lei com Deus, não havia nada de anormal. Mostrava o grau de liberdade de ação. Mas, deixar Deus de lado e estribar-se no seu próprio entendimento e fazer o que parecia bem aos seus próprios olhos era errado, não teocrático, mesmo antes de haver um rei visível em Israel. Moisés, no seu discurso de despedida aos israelitas, ao outro lado do Jordão, admoestou contra isso, dizendo: “Não procedereis em nada como hoje procedemos aqui, fazendo cada um tudo o que bem lhe parece aos seus olhos; pois até agora não entrastes no descanso e na herança que Jehovah vosso Deus vos está dando.“ (Deu. 12:8, 9) O estabelecimento dum reino visível sôbre os israelitas significava para eles arranjos novos, com instruções mais específicas e mais exigências impostas a eles. Significava um estreitamento compacto da organização nacional, sentindo eles mais acentuadamente o poder e a autoridade do regente.
24. Como era similar a situação entre os cristãos antes de 1914 e a quem temos agora sôbre nós?
24 Antes de se estabelecer o Reino nas mãos do Filho glorificado de Davi, Jesus Cristo, a situação entre o povo fiel de Jeová Deus era bem semelhante à dos israelitas antes de receberem o reino davídico: Os cristãos estavam acostumados a fazer o que lhes parecia bem aos seus próprios olhos. Pensando que o sistema democrático de governo e a vida exemplificada nas democracias ocidentais do mundo era a melhor maneira para se organizarem e operarem as congregações tentavam misturar a democracia com as instruções das Sagradas Escrituras. Isto resultou em grande variedade de interpretações particulares das Escrituras e predições pessoais do futuro, e em muito mando local, espírito de partido, contendas e rivalidades pelas posições oficiais. Mas agora, desde 1914, e especialmente desde o reajuntamento do povo de Jeová depois da Primeira Guerra Mundial, essa maneira de tratar as coisas, segundo o que parece bem aos olhos da pessoa ou duma congregação, não será seguido por qualquer um que seja leal ao reino de Jeová. Não é mais como nos dias dos juízes de Israel. Agora há um Rei sôbre nós! Este Rei, “pela graça de Deus”, é mais alto do que todos os reis da terra. Disse Jeová Deus: “Eu o farei meu primogênito, o mais excelso dos reis da terra.” (Sal. 89:27; também AS, RS, AT, Mo) Êle não é apenas um testa-de-ferro, um mero símbolo nacional, tendo um primeiro ministro para agir como verdadeiro regente e um Congresso ou Parlamento para atuar como legislador em seu lugar, o poder judicial lhe dizendo o que é legal e constitucional e o que não. Ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores, por decreto de Jeová. Êle é um monarca absoluto debaixo de seu Deus, Jeová. Se quisermos viver, precisamos respeitar êsse fato!
25. Por que é agora diferente com o restante dos fiéis cristãos do que no tempo em que o restante judeu voltou de Babilônia?
25 A teocracia de Jeová, sua soberania universal, funciona agora por meio de realeza, a regência real do seu Filho, Jesus Cristo. Os “tempos designados das nações”, os tempos dos gentios, terminaram e as nações políticas dêste velho mundo enfrentam agora o “tempo do fim” que rapidamente passa. Desde o término da Primeira Guerra Mundial em 1918, um restante de fiéis cristãos retornou à adoração de Jeová no seu templo espiritual. Agora, porém, é diferente do tempo em que o restante dos adoradores judeus voltou de Babilônia, nos dias de Zorobabel, com a permissão e pelo decreto do imperador persa, Ciro. Naquela ocasião, os “tempos designados das nações” apenas haviam começado e decorrido só 70 dos 2.520 anos que durariam, e a recém-nascida nação de Israel dependia da potência mundial, persa. Mas agora, Jeová suscitou um Ciro Maior, assim como profetizou, e êste Rei libertou o povo de Deus dêste mundo babilônico. (Isa. 44:28 até 45:13) Estamos endividados com o Reino celestial e dependemos do Ciro Maior, Jesus Cristo, que agora governa no meio dos seus inimigos, os poderes gentios cujos “tempos designados” expiraram em 1914.
26. Desde 1914, tem o Filho de Deus apenas um reino espiritual sôbre os seus seguidores e, portanto, por que não podemos agir independentemente?
26 Portanto, agora, a nossa situação como cristãos tem de ser diferente do que era antes de 1914, antes do nosso livramento da Babilônia moderna. Antes disso, dos dias dos apóstolos em diante, era verdade acêrca de nós cristãos que “o Pai. . . nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor”. (Col. 1:12, 13, ARA) Mas agora, êsse Filho do amor de Deus possui mais do que um reino espiritual sôbre seus seguidores. Êle foi entronizado para dominar no meio dos seus inimigos, no céu e na terra, e para despedaçar as nações no Armagedon, assumindo o controle literal de tôda a terra. Foi-lhe concedido o direito à terra e seu domínio. Êle põe em vigor a teocracia, aplica a regência de Deus, a soberania de Jeová sôbre esta terra. Ele pune rapidamente aquilo que não é teocrático. Precisamos, portanto, tomar cuidado com êle no Armagedon. Não nos atrevemos agir independentemente quanto a assuntos religiosos. Não podemos fazer o que queremos. Temos de ser teocráticos em pensamentos, atos, adoração e organização, dando preferência à regência de Deus antes que à regência do povo. Não podemos ser isolacionistas, individualistas, sentindo-nos incomodados pelas obrigações e restrições da organização, objetando a sermos organizados, com Deus em cima e nós embaixo.
27. Que representa agora o Reino para o povo de Deus na terra e por que não podemos ser agora separatistas?
27 Se tivermos fé no Reino, se formos amorosamente leais ao Rei ungido de Deus, teremos prazer em obedecer às suas instruções e arranjos transmitidos através da sua organização teocrática, visível. O Reino significa uma organização mais compacta para o povo de Deus na terra. Isto é vitalmente necessário se quisermos resistir às fôrças combinadas ao inimigo e vencer êste mundo. Ninguém pode fazê-lo sozinho, e o Rei não acompanhará tal individualista. Êle vai com o rebanho, seus súditos organizados. Se recusarmos as instruções da organização, se deixarmos de congregar-nos com nossos irmãos, para evitar a organização e suas obrigações, aonde poderíamos ir depois do Armagedon? Haverá separatistas depois do Armagedon, cada um fazendo a sua própria sociedade e vivendo como ermitão numa terra espaçosa, evitando contato humano e preferindo associar-se com os animais? Para alguém abandonar a congregação organizada dos que se destinam a sobreviver ao Armagedon significa que êsse tal nunca passará o Armagedon para o novo mundo e seu sistema teocrático. Semelhantes à família de Noé, temos de entrar agora na arca, todos juntos!
28. Que precisamos fazer acêrca de dificuldades internas entre nós agora e por quê?
28 Estarmos agora intimamente ligados numa organização, enquanto ainda somos imperfeitos e temos nossas preferências e tendências egoístas, pode resultar em um pouco de fricção e dificuldade por certo tempo. Mas, se tentarmos adotar a atitude mental e o espírito de Cristo e tolerar nossos irmãos em amor, seremos capazes de endireitar nossas dificuldades e manter-nos unidos numa só suprema causa comum. Não saímos do velho mundo e suas controvérsias apenas para nos lançarmos em controvérsias entre nós mesmos. Por isso, precisamos aprender a vencer as dificuldades internas e endireitá-las agora. Melhor isso do que ter de suportar tais coisas entre nós após o Armagedon. Paulo disse: “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao Diabo.” (Efé. 4:26, 27) Bem podemos dizer agora: Que não venha o Armagedon como ladrão, enquanto estiver irado, sentindo-se irritado contra seu irmão. A coisa a fazer é procurar agora a paz e harmonia com seu irmão. O Livro da sociedade do Novo Mundo, a Bíblia, instrui como fazê-lo. — Mat. 18:15-17.
A LINGUAGEM COMUM DA SOCIEDADE
29. Terão os sobreviventes divisões nacionalistas após o Armagedon e que se pode dizer quanto à sua língua?
29 Imediatamente após a batalha do Armagedon, viverão os sobreviventes debaixo de governos nacionalistas, com lealdade dividida, pretensões rivais, tradições orgulhosas e ódios e suspeitas antigas? Não; não depois de o Rei ter brandido o cetro contra as nações iradas. Os sobreviventes serão os que saíram deste mundo e que se ergueram acima destas coisas egoístas, cultivadas pelo “deus deste sistema de coisas”. Por certo tempo haverá grupos linguísticos. Não obstante, todos juntos constituirão uma só família teocrática — assim como agora são “um rebanho e um pastor”. (João 10:16) Não haverá nações, mas todos serão cidadãos do novo mundo, debaixo de um só Rei. Será então assim como o é agora com o corpo de Cristo, “onde não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, estrangeiro, cita, escravo, livre, mas Cristo é tudo e em todos”. (Col. 3:11, NW) Jeová Deus já deu ao seu povo, procedente de tôdas as nacionalidades, uma “língua pura”, e essa será a única língua que todos falarão desde o início do novo mundo, a saber, a verdade teocrática do Reino.
30. Que requisito essencial se nos impõe agora, assim como foi imposto aos israelitas libertos de Babilônia?
30 A fim de continuar na sociedade do Novo Mundo, um dos requisitos essenciais é que se fale a verdade. Satanás o Diabo é o “pai da mentira”, e mentir é uma das características do sistema de coisas do qual ele é deus. (João 8:44) Uma das nossas maiores lutas é a de nos livrarmos das mentiras que herdamos por termos sido parte do seu velho mundo, especialmente das mentiras religiosas. Depois de os antigos israelitas terem sido libertos da poderosa Babilônia, a ordem que Jeová Deus lhes enviou por seu profeta Zacarias, para que tivessem prosperidade, foi a seguinte: “Estas são as coisas que fareis: falai a verdade, cada um com o seu próximo; julgai nas vossas portas juízo de verdade e de paz; nenhum de vós intente no seu coração o mal contra o seu próximo; e não ameis o juramento falso; porque todas estas são coisas que aborreço, diz Jehovah.” Por esta fidelidade à verdade ao falar com o próximo, e por julgar e proferir decisões sem parcialidade nos portões da cidade e não prestar juramento falso, com o fim de prejudicar o próximo contra o qual intentamos o mal, a cidade de Jerusalém seria chamada “cidade da verdade”. (Zac. 8:16, 17, 3) O apóstolo Paulo viu que este era um requisito para os cristãos do seu dia. Após dizer-lhes para não continuarem a andar conforme às nações mundanas, na inutilidade das suas mentes, mas para se revestirem de uma nova personalidade, êle falou-lhes acêrca de como fazê-lo e disse: “Portanto, agora que abandonastes a falsidade, falai a verdade cada um ao seu próximo, porque somos membros uns dos outros.” —Efé. 4:25, NW.
31. Que significa para nós hoje ’falar a verdade’ e, se fizermos isso, a organização ficará conhecida como que?
31 Este mesmo requisito aplica-se hoje à sociedade do Novo Mundo, cujos membros foram libertos do velho mundo falso, hipócrita. Também nós precisamos insistir em falar a verdade. Isso quer dizer que precisamos livrar-nos das mentiras do velho mundo e da prática da falsidade para fins egoístas. Significa que temos de nos livrar das mentiras da falsa religião, que blasfemam o nome de Deus e desvirtuam seu propósito e maneira de salvação e levam a humanidade à destruição no Armagedon. “A verdade vos tornará livres”, disse Jesus, e essa verdade encontramos na Palavra de Deus. E essa verdade que temos de falar uns aos outros na sociedade do Novo Mundo, para nos edificarmos uns aos outros na nossa santíssima fé. (Judas 20) É a verdade que devemos publicar fora da sociedade do Novo Mundo, para que outros que tem fome pela verdade e justiça possam entrar na sociedade e se satisfazer e ser livres. Isto é especialmente necessário em países onde pequenas comunidades se tornaram membros da sociedade do Novo Mundo cem por cento. Não se atrevem a ficar isolados, para gozar a verdade e paz só para si mesmos, deixando de lado as durezas do trabalho de testemunho. A fim de evitar o egoísmo, êles têm de sair e pregar àqueles que ainda estão em escravidão ao êrro e precisam, também, apoiar a divulgação da verdade por outros. Por falarmos assim persistentemente a verdade teocrática aos nossos próximos, longe e perto, a sociedade do Novo Mundo ficará realmente conhecida como uma organização da verdade.
32, 33. (a) Como restaurou Jeová juízes e conselheiros em nosso favor como o fizera antes? (b) Que pacto concluiu Jeová com os israelitas em Moabe que os exortou Moisés para fazerem?
32 Profetizando acêrca dos gloriosos dias de restauração do povo de Jeová ao modo teocrático de organização e atividade, Isaías proferiu esta promessa de Jeová: “Restituirei os teus juízes como foram dantes, e os teus conselheiros como no princípio; depois serás chamada a cidade da justiça, a cidade fiel.” (Isa. 1:26) Havendo entronizado seu Rei para ser nosso Juiz e “Maravilhoso Conselheiro”, Jeová Deus restaurou as coisas como eram antes, no tempo em que Jesus Cristo estava visivelmente presente na terra, em carne, e gozamos agora, como nunca antes, os conselhos da Palavra revelada de Deus. Cabe-nos provar que somos uma sociedade fiel, leal representante da Jerusalém celestial de Deus, a “cidade fiel” de cima. Estamos agora numa posição semelhante à dos israelitas no deserto de Moab, pouco antes de cruzarem o rio Jordão à Terra Prometida. Moisés, sabendo que morreria dentro de um mês, reuniu os israelitas e lhes deu uma repetição do pacto da Lei feito com êles por Jeová no monte Horeb, na Arábia, junto com todas as mudanças que entrariam em vigor sob as novas condições na Terra Prometida.
33 Depois de Moisés ter repetido a lei teocrática, ali em Moab, lemos: “Estas são as palavras do pacto que Jeová ordenou a Moisés que fizesse com os filhos de Israel na terra de Moab, além do pacto que fizera com êles em Horeb.” (Deu. 29:1, NW) Este costumava ser chamado um “pacto de fidelidade”; mas foi realmente um pacto da lei repetida, com revisões do pacto feito em Horeb, para ajustá-lo aos arranjos que entrariam em efeito na Terra Prometida. Por isso, o livro bíblico que contém esta repetição da lei é chamado Deuteronômio. Corrobora e reforça o pacto da lei dado à nação de Israel em Horeb ou monte Sinai. Foi depois disso que Moisés exortou os israelitas a serem fiéis ao pacto, tomando céu e terra por testemunhas contra êles que lhes havia proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição: deviam, portanto, escolher a vida, por guardar o pacto em fidelidade, para que pudessem continuar a viver no favor e bênção divina.
34. Como são novamente declarados a nós a lei e os requisitos teocráticos de Jeová agora e, sob as condições presentes, por que devemos escolher o caminho à vida?
34 Hoje, desde o nosso livramento da Babilônia moderna em 1919 e antes de entrarmos no novo mundo após o Armagedon, a lei e os requisitos teocráticos de Jeová são novamente declarados a nós de uma maneira tal como nunca se fêz na história cristã. A Bíblia inteira está sendo exposta. Esta é a obra do Moisés Maior de Jeová, Jesus Cristo. Estamos sendo treinados nos requisitos da sociedade do Novo Mundo, para que saibamos agora como escolher o caminho à vida e continuar a viver no favor e bênção de Deus; pode ser que sejamos preservados através do Armagedon para o início do novo mundo. Cabe-nos agora fazer a nossa decisão, à luz da revelada lei teocrática. É agora que temos de preencher os requisitos teocráticos, agora, neste “tempo do fim”, e não apenas após o Armagedon. Após aquela guerra não haverá vizinhos pagãos para nos cercar, como aconteceu com os israelitas depois da morte de Moisés e após terem êles atravessado o Jordão à Terra Prometida. Não, no mundo novo não haverá pagãos nem vizinhos de religião falsa que tenham sobrevivido ao Armagedon, para nos afligir e tentar com a adoração dos seus deuses falsos, oferecendo-nos seus filhos em casamento, se oferecermos os nossos a êles e assim levando-nos a fazer pactos e alianças para o nosso próprio perigo. É agora que temos de enfrentar tais coisas. É por isso que o Moisés Maior declarou de novo e amplificou a lei e os requisitos de Deus para nós.
35. A que conduzirá agora a nossa firmeza sob a adversidade e a que proceder nos exorta agora o Moisés Maior?
35 É agora que temos de decidir a manter integridade e ser fiéis à teocracia, a fim de provar que somos dignos do vindouro mundo do único Deus verdadeiro. Se ficarmos firmes agora, sob a adversidade dêste velho mundo hostil, seremos induzidos a ficar fiéis depois, no meio da ininterrupta prosperidade espiritual e material, sem as tentações do Diabo e do seu mundo depravado e egoísta. Esta é uma época favorável para nós, membros da sociedade do Novo Mundo, fazermos nossa escolha final entre os dois modos de proceder que o Moisés Maior nos propõe. Sua admoestação urgente é: “Escolhe a vida para que vivas, tu e a tua semente, amando a Jehovah teu Deus, obedecendo à sua voz e apagando-te a ele; pois [êle, NW] é a tua vida, e o prolongamento dos teus dias.” —Deu. 30:19, 20.
PASSOU O TEMPO DA TRISTEZA
36. Por que não podemos ficar tristes com o mundo? Em vez disso, para fazermos o que é agora o tempo?
36 Ajudar-nos-á a manter nossa decisão de alcançar a vida no novo mundo, que representamos como sociedade, se mantivermos os olhos sempre dirigidos à frente, ao novo mundo que ilumina nosso horizonte. Hoje, êste mundo moribundo se lamenta por causa dos seus sofrimentos, perdas e desapontamentos, mas não está triste de um modo pio, que indique um arrependimento que leva à salvação. Não há nada no mundo que deixamos atrás e do qual o Deus Todo-poderoso nos livrou que vale a pena lamentar. Não podemos adotar a atitude mental existente no mundo e a sua avaliação das coisas. Participar com o mundo na sua tristeza egoísta não é saudável para nós: “A tristeza do mundo produz morte.” (2 Cor. 7:9, 10) Como indivíduos, fomos pecadores no passado. Fizemos nossos erros e transgredimos a lei de Deus ou até nos opusemos a êle e perseguimos seu povo. Ora, o próprio restante dos herdeiros do Reino celestial errou em tempos passados e foi culpado de proceder errado, faltas e fracassos, durante a Primeira Guerra Mundial, e Jeová irou-se contra êles e os deixou sofrer no cativeiro babilônico a êste mundo. Mas, por que estar triste agora por causa do passado morto? Deus livrou agora o restante e com êles também uma “grande multidão” de amantes da verdade e justiça e dêles formou uma sociedade do Novo Mundo. Tristeza que levou ao arrependimento, e arrependimento que levou à libertação, são agora coisas do passado. Chegou para nós o tempo, não de continuar tristes e ficar grandemente abatidos para o nosso desencorajamento, mas para nos regozijarmos pela presente salvação que gozamos pela misericórdia de Jeová.
37. Por que está Jeová Deus alegre no tempo presente e por que nos devemos alegrar com êle?
37 Amargura, tristeza e lamentação enfraquecem, mas a alegria fortalece. Jeová, nosso Deus, está bem alegre neste tempo. Começou o reino do seu Filho amado Jesus Cristo; seus inimigos, Satanás e os demônios, tolerados por muito tempo, foram expulsos do céu para a terra; êle libertou seu povo da escravidão a êste mundo e fêz dêles uma sociedade dos anunciadores do Reino; e agora se aproxima mais e mais o tempo da grande guerra para a vindicação derradeira da sua soberania universal, com a vitória certa. Cabe-nos sair da contemplação triste e introvertida de nós mesmos e pensar naquilo que Deus fêz, está fazendo e fará para a sua glória imortal e para a bênção do seu povo fiel. Por que deveríamos ficar tristes com o inimigo de Deus, êste mundo? Por que deveria o povo de Jeová estar triste quando êle está alegre, transbordando de alegria justa? Seu Filho está aqui como Noivo alegre e as “bodas do Cordeiro” estão prestes a se realizar. (Apo. 19:7) Jeová está congregando todas as coisas no céu e na terra em uma unidade debaixo da sua soberania. Encontramo-nos no antítipo da antiga festa teocrática da colheita, a festa da ceifa da lavoura do ano, a festa mais alegre de todo o ano. Deixemos de lado, pois, tôda lamentação e tristeza inútil por causa do passado. Este é o tempo de nos regozijarmos com Jeová, como seus amigos que o amam, pois, na linguagem de Neemias, “a alegria de Jehovah é a vossa fortaleza”. — Nee. 8:10.
38. De que modo alcançamos alegria e gôzo eterno e por que não faz diferença o presente sofrimento?
38 A sociedade do Novo Mundo deve continuar como o povo mais alegre e otimista na face da terra. Gozamos de alegria eterna no conhecimento de que o reino da vindicação de Jeová está aqui para permanecer e que nós somos seus anunciadores. Pela entrada na sociedade do Novo Mundo alcançamos gozo e alegria, e a tristeza e os suspiros fugiram, apesar do ódio e da perseguição internacional que temos de sofrer por um tempo. Consideramos uma honra sofrer pela sua causa. — Isa. 35:10.