Atividade e vida contra inatividade e morte
“Peleja pela vitória na peleja correta da fé.” – 1 Tim. 6:12,NM
1. Como consideravam os antigos gregos seus eventos e heróis atléticos e como agiam neste respeito?
DESEJAIS ver um estádio superlotado, cheio de pessoas emocionadas? Então, dirigi a vossa mente para trás, ao tempo da antiga Corinto e do seu gigantesco estádio atlético. Cada dois anos, aquela cidade — a maior, a mais rica e a mais festiva de tôda a Grécia — se tornava o cenário das nacionalmente famosas competições atléticas ístmicas. Durante muitos dias, as competições eram o centro de atenção de tôda a Grécia. Os jogos não eram apenas esporte. Tinham um fundo religioso. Além disso, o povo considerava os atletas como símbolos da prontidão militar. Cada soldado tinha de ser um atleta altamente treinado. Os esportes dominavam a atenção nacional até mais do que hoje em dia. Durante os jogos era impossível obter mais lugares; todo lugar para se ficar em pé estava superlotado. Agora, os atletas marcham para a arena, cêrca de duas vêzes maior em tamanho do que o campo de esporte do Estádio Ianque, na cidade de Nova Iorque! A multidão está tôda excitada ao aquilatar os competidores. Ao começarem os eventos intensamente disputados, cada pescoço nas vastas multidões se estica para não perder nem um detalhe. Lançam-se gritos de encorajamento para os campeões em disputa. Fortes lamentos de desespêro traem a perda de favoritos. Aplauso ensurdecedor saúda aquele que se saiu por fim vencedor! Depois, a grande multidão inunda as ruas de Corinto, falando durante dias só dêstes eventos. O vencedor é mais honrado do que qualquer outra pessoa no istmo inteiro. Idolatrado como herói nacional, êle tem uma coroa de louros, ou, em tempos posteriores, de folhas de pinheiro. Dádivas são derramadas sôbre êle e a cidade lhe dá uma ampla pensão para o resto da vida. Cícero disse que as cidades gregas festejavam mais seus vencedores atléticos do que Roma festejava seus maiores generais na volta dêles da conquista duma nação.
2. Por que era tão apropriada a referência de Paulo aos jogos gregos?
2 Sabendo tudo a respeito dos jogos em Corinto, Paulo comparou as atividades dos cristãos primitivos, do povo de Jeová, com as competições atléticas. Por fazer referência aos corredores, aos lutadores e aos boxadores nas competições atléticas, êle ilustrou vivamente as recompensas da atividade e o perigo da inatividade. Os cristãos aos quais escreveu conheciam bem os jogos. Sem dúvida, alguns dêles, numa ocasião ou noutra, tinham estado entre a multidão gritante no estádio. Não podiam deixar de conhecer os jogos, pois eram o assunto das conversações para onde quer que fôssem. Os requisitos exigidos dos competidores produziram poderosos exemplos que se aplicam aos cristãos de hoje em dia. Os modernos jogos olímpicos, derivando seu nome das antigas competições olímpicas da Grécia, fazem-nos lembrar fortemente da aplicação atual das palavras de Paulo referentes aos antigos jogos. — 1 Cor. 9:24-27; Fil. 3:13, 14.
3. De que modo estabelece a vida dum atleta vitorioso um padrão para nós? E, com respeito a que questão?
3 Paulo considerava a cada cristão como competidor num gigantesco estádio, como ‘espetáculo perante homens e anjos’. Satanás, o Diabo, tinha desafiado o Deus Todo-poderoso que os homens na terra não podiam manter a integridade para com Jeová. Paulo lembrou-se de que Jeová tinha alistado o fiel Abel e muitos outros depois dêle ao Seu lado na competição. Êle mostrou que Jeová era o fundador da equipe cristã, chefiada por Cristo Jesus. (1 Cor. 4:9; Heb. 11:4; 12:1, 2) Os cristãos coríntios conheciam bem que os atletas aspirantes dedicavam tôda a sua vida a ganharem o prêmio. Antes de se apresentarem no estádio, êles executavam regularmente façanhas tão difíceis quanto as da competição. Não obtinham a beleza dos seus corpos, a graça da execução, a fôrça e a perseverança em apenas algumas semanas de preparação. Para que o atleta estivesse suficientemente preparado, requeriam-se anos de trabalho árduo, por êle fazer realmente as coisas feitas nos jogos. Exigia-se dêle que levasse uma vida muito estrita, com hábitos corretos. A vida despreocupada de dissipação, à qual se entregavam muitos coríntios, tinha de ser evitada. De muitos modos, como todos os cristãos coríntios podiam entender, a vida do atleta vitorioso estabelecia um padrão apropriado para o cristão seguir.
4-6. Como se demonstrava naquele tempo a importância de se observarem as regras? Como se aplica isto aos cristãos?
4 A importância de observar as regras para a equipe e de se treinar rigorosamente tinha de ser permanentemente impressionada na mente dos competidores bem sucedidos. Cada um dêles fazia um voto de aderir estritamente a tôdas as regras e requisitos do treinamento. Sua vida regulada era dedicada inteiramente a sessões de exercício e de treino. Uma vida criminosa e manchada desqualificava a pessoa. A desobediência às regras excluía a pessoa da competição. Assim também nós precisamos cumprir tôdas as regras. Era possível que um atleta chegasse primeiro à meta, contudo, se não cumpriu tôdas as regras, perdia o prêmio. Mesmo que nós corréssemos até o fim da corrida, ainda poderíamos perder o prêmio por não observar as regras. Paulo deu ênfase a isso ao dizer: “Por mêdo de que, de algum modo, eu corresse ou tivesse corrido em vão.” — Gál. 2:2, NM.
5 Juízes juramentados faziam vigorar as regras nas antigas competições. Conviviam com os competidores dia e noite, desde o início do treinamento, para fornecerem garantia contra fraude. Faziam cumprir um treinamento rigoroso. Os requisitos do treinamento induziram Paulo a usá-los para ilustrar os pontos apresentados nas suas cartas. Poderia alguém participar no evento sem ter primeiro treinado fielmente? Não! Paulo deu ênfase a tal treinamento para nós, dizendo: “Treina-te com a devoção piedosa por teu alvo. Pois o exercício corporal é benéfico para pouco, mas a devoção piedosa é benéfica para tôdas as coisas, visto que tem a promessa da vida presente e da que há de vir.” — 1 Tim. 4:7, 8, NM.
6 A organização teocrática, semelhante a uma equipe, observa as regras de Jeová. Ela sai vencedora com a coroa do triunfo. Mas, será cada um dos participantes um vencedor? Os concorrentes ascendem a milhares. Nem todos saem vencedores. Alguns saem perdendo porque não obedecem às regras. O que vemos na arena da competição? Muitos desobedecem às regras por não se treinarem ou por não correrem. Será que êles podem vencer sem obedecer às regras? Paulo respondeu: “Se alguém combater nos jogos públicos, não é coroado, sem que tenha combatido segundo as regras.” (2 Tim. 2:5) A desobediência pela inatividade faz que êles abandonem a competição. — Mat. 10:22.
7. Antes de podermos obedecer às regras precisamos ter o quê?
7 Mas, precisais conhecer as regras antes de poder observá-las. Como poderíeis estar qualificados, a menos que conheçais as regras? São fáceis de ser conhecidas por todos, porque se encontram em vossa Bíblia. A organização de Jeová torna fácil para vós conhecerdes as regras, por publicar ajudas teocráticas. As regras podem ser aprendidas nas reuniões de congregação, nos centros de serviço e no estudo pessoal.
AS REGRAS
8. Como consegue a pessoa alistar seu nome na lista dos que competem do lado de Jeová?
8 Primeiro, a pessoa precisa inscrever seu nome na lista dos competidores. O patrocinador da prova, Jeová Deus, precisa conhecê-lo como lutador. Precisais reconhecer o capitão da nossa equipe, Jesus Cristo. (João 6:44) Precisais seguir nas pisadas de Jesus. O que fêz Jesus em primeiro lugar? Êle se dedicou a fazer a vontade de seu Pai. Disse: “Eis aqui venho para fazer a tua vontade.” (Heb. 10:7-9; Sal. 40:8) Portanto, precisais dedicar-vos e depois ser batizados. Estais dedicados e batizados? Senão, não estais incluídos na competição. Portanto, inscrevei primeiro vosso nome na lista dos lutadores de Jeová! — Isa. 55:6.
9. Quais são as regras essenciais, e o que faz que alguns abandonem a competição?
9 As regras essenciais são: Obtende conhecimento e sabedoria, e obedecei a êstes. A sabedoria não pode ser alcançada sem o conhecimento. O conhecimento e a sabedoria são defesa. (Ecl. 7:12) Isto significa estudo. Talvez não obtenhais um conhecimento perfeito de todos os pormenores minuciosos de muitas verdades reveladas. Mas, podeis e deveis entender, porém, as particularidades principais da verdade para entrar na competição. Deveis poder pregar os fundamentos da verdade em qualquer ocasião que se exigir isso, e agir como instrutor de outros. (1 Ped. 3:15; 2 Tim. 2:2) O conhecimento e a sabedoria impedirão que sigais em vosso próprio caminho. “Confia, de todo o teu coração, em Jehovah, e não te estribas no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.” (Pro. 3:5, 6) Muitos saem fora da faixa de corrida. Tentam resolver os problemas segundo a sabedoria dêste mundo e saem perdendo na corrida. (1 Cor. 3:19) O Rei Saul pensava que estava agindo certo quando seguiu a sua própria vontade. (Pro. 14:12; 16:25) Samuel repreendeu-o por não ter confiado em Deus: “O obedecer é melhor do que o sacrifício.” (1 Sam. 15:22) Portanto, sêde obedientes. Façai a obra de Jeová do modo de Jeová. É o modo que Jeová indicou por meio da sua organização. Esta é a única coisa que vale!
10, 11.(a) Como se aplicam a nós as antigas regras quanto à dieta? (b) Por que devemos agora alimentar-nos abundantemente das provisões espirituais?
10 Outra regra governa a alimentação. Os antigos competidores tinham de observar uma dieta estrita. O competidor teocrático deve comer só na mesa de Jeová. (1 Cor. 10:21; Mal. 1:12) A assistência às reuniões deve ser regular. A fim de se estar preparado, precisa-se comer “o sustento a seu tempo” provido por Jeová. (Mat. 24:45, ARA; 2 Tim. 3:16, 17) A pessoa precisa fixar sua atenção naquilo que se diz na Palavra de Deus. A participação nas reuniões de estudo é necessária para se digerir cabalmente o alimento. Sem isso, a pessoa não ficaria forte para a competição, e ela precisa de alimento sólido, não de líquido. Paulo disse aos cristãos imaturos: “Embora devésseis ser instrutores em razão do tempo, . . . vos tornastes tais que precisais de leite, e não de alimento sólido. . . . Mas o alimento sólido é para as pessoas maduras, para aquêles que, pela prática, têm suas faculdades perceptivas exercitadas para discernir tanto o bem como o mal.” — Heb. 5:12-14, NM.
11 Precisais comer o alimento na mesa do treinamento teocrático. Se comerdes em outro lugar, ou em nenhum lugar, não tereis fôrça. Pode vir o tempo em que não tereis disponível A Sentinela. A Bíblia poderá ser vossa única arma disponível. A menos que vos alimenteis abundantemente da Sentinela, não podereis talvez brandir a “espada do espírito”, portanto, não podereis vencer na competição. Talvez não a possais brandir porque deixastes de acumular força espiritual em vossa mente por estudar A Sentinela. Não espereis até a prova final para agarrar firmemente a “espada do espírito”. Paulo disse que, se vos apegardes a ela firmemente, ‘não correreis em vão, nem trabalhareis àrduamente em vão’. (Fil. 2:16, NM) Deveis encher vossa mente com a Palavra de Deus. Podereis recorrer então à força de Jeová para manter-vos vivos na prova final. “Pois a palavra de Deus é viva.” — Heb. 4:12.
12, 13. (a) Até quando temos de nos treinar para a corrida e correr nela? (b) Que táticas empregam os agentes de Satanás, e como frustra-as a organização teocrática?
12 Jeová não tem feito exceção a esta regra: Apegai-vos ao treinamento. Nenhum competidor — corredor, lutador ou boxador — pode deixar de treinar-se e esperar vencer. Não somente terá músculos doloridos por falta de treino, mas êle perderá também. A equipe de Jeová, de competidores justos, iniciou-se com Abel. A luta com as forças espirituais iníquas nos lugares celestiais só termina no Armagedon. A equipe teocrática é semelhante a uma equipe olímpica moderna. Ela não se dissolve no fim da primeira competição. Muitas outras competições se seguem ano após ano. Assim, também, uma equipe de futebol treina e depois realiza um prélio, treina e depois realiza outro prélio, até o fim da temporada. Não seria uma tragédia para a equipe, se, depois de iniciado o prélio, os jogadores não tivessem resistência e fracassassem logo no início do jôgo por falta de treino? De modo que nos precisamos treinar até o fim da temporada no Armagedon. Isto fazemos por sermos regulares na freqüência às reuniões, por sairmos no serviço várias vêzes por semana, ou cada dia, e pelo estudo pessoal.
13 Agora, vejamos claramente o quadro. A organização teocrática não se empenha apenas num prélio. Antes, há uma série contínua de prélios. Notai bem: é apenas imediatamente antes do Armagedon que a pressão mundial será exercida sôbre a organização mundial como um todo, em tôda a parte ao mesmo tempo. Antes, há uma série contínua de prélios. Notai bem: é em um país, no entanto, em outro país não há pressão. Em cada país se encontra uma divisão da equipe teocrática. Enquanto algumas divisões, falando-se figuradamente, correm ou lançam o disco, outras divisões estão empenhadas numa luta de box ou numa luta romana. Enquanto algumas se acham sob pressão, outras se aprontam para enfrentá-la mais tarde. Mas, tôdas as divisões da equipe estão sempre num estado de prontidão para a competição. Apenas acabamos de passar por uma competição, quando nos aprontamos para outra. Para a organização de Jeová,neste mundo, há sempre uma competição em algum lugar, e sempre há treinamento em progresso em alguma parte do mundo.
14. Que vitórias ganhamos? Contudo, o que não significa isso?
14 Há muitos triunfos nas diferentes partes do mundo; por exemplo, olhai para nossos irmãos nos campos de concentração na Alemanha. Êles passaram vitoriosamente pela Segunda Guerra Mundial. Nos Estados Unidos, no Canadá e em outras partes têm havido milhares de sentenças à prisão, agitações da populaça, proibições e proscrições, e, pela benignidade imerecida de Jeová, Suas testemunhas saíram-se vitoriosas. Mas, o triunfo numa competição, num país, não significa que ganhamos definitivamente e que a equipe está pronta para ser dissolvida.
O PERIGO
15, 16. Que proceder de alguns destaca que aviso bíblico?
15 Muitos dos que se saíram bem na competição durante os anos de perseguição, têm desde então violado a regra de treinamento contínuo. Estão agora fora da corrida e fora da equipe. Muitos sofreram a perda de empregos e a separação da família por sua disposição de suportar tôdas as coisas para obterem a aprovação de Jeová. Naquela luta, alguns dos que foram mandados à prisão ou a campos de concentração pensaram que tinha acabado a corrida quando foram soltos. Abandonaram o campo de prova e deixaram de se treinar. Correram, não a maratona, mas apenas a corrida de pequena distância, e depois se retiraram. Não há nada mais confrangedor do que ver um corredor abandonar a corrida por falta de treino. Fomos avisados pela Palavra de Deus de que estão próximas dificuldades em tôda a parte da terra. Lembrai-vos, fomos avisados de que o ataque viria de Gog e do “norte”. O treinamento é essencial para se agüentar além do ponto decisivo na corrida ou na competição.
16 Antigamente, todos nós esperávamos a volta das fiéis testemunhas da antiguidade como príncipes. Jeová revelou mais tarde que os que são príncipes — os servos da sua organização — estão agora aqui entre nós. Alguns perderam então o entusiasmo de ver os “príncipes” ressuscitados. Não mostra isso o que Jesus disse que aconteceria, que o amor de muitos “resfriar-se-á”? (Mat. 24:12) Muitos competidores que foram à prisão durante os tempos difíceis da perseguição juraram solenemente a Jeová que, ao serem soltos, lutariam e correríam na competição com tudo o que tivessem. Mas, quando se viram livres e capazes de cumprir isso, êles esqueceram sua promessa solene de dar seu tudo a Jeová Deus.
17. Que efeitos sôbre os cristãos tem muitas vêzes a perseguição?
17 Quando um setor ou uma divisão da organização teocrática tem uma grande luta com a perseguição num país, há proporcionalmente mais participantes ativos na equipe do que em tempos de treino. O ímpeto daquela divisão da equipe aumenta. Êles transbordam de zêlo. Lançam tudo o que têm, inclusive sua própria vida, na luta. Vêem que o que conta é a atividade e, por isso, são muito ativos. Esperam-se ansiosamente as últimas notícias da batalha teocrática. Não há tempo para indiferença, para negligência ou para mal-entendidos pessoais. Êles estão em plena competição. Ninguém se deixa reter pelo emprêgo ou pela propriedade. Lança-se fora todo o pêso que torne mais difícil a competição. Todos estão dispostos a fazer qualquer coisa para vencer, até mesmo a viver em tendas e suportar dificuldades. Fortalecem suas mentes para atividade. (1 Ped. 1:13, NM) Há mais voluntários para o serviço de tempo integral; o serviço de Betel tem uma longa lista de candidatos. Então há muitos principiantes; êles desejam entrar na competição e ajudar a vencer.
18. Que oportunidades trazem consigo as condições do tempo de paz? Mas, que rumo seguem muitos?
18 O perigo para muitos não é a luta da perseguição, mas o treinamento em tempo de paz. O que significa êste contraste? Será que pedimos a Jeová que traga mais perseguição? Certamente que não. Êste contraste é feito para enfatizar que precisamos sempre estar preparados para outras competições na frente. Atualmente, em muitos países temos a oportunidade de nos aprontar para a verdadeira luta. Mas, muitos são indolentes. Atenuam o treinamento. Apesar das maravilhosas oportunidades no serviço de tempo integral, vemos a equipe com falta de pioneiros, uma diminuição no aumento em publicadores de congregação e o serviço de Betel pedindo voluntários! Poucos respondem. Será que não podemos ver que êste período de aparente paz, em diversos países, não é ocasião para tal conduta? Ora, é suicídio, não é?
19, 20. Qual deve ser o treinamento maduro em tempo de paz? Por que e como foi isto ilustrado?
19 Podeis saber por certo que vosso treinamento em tempo de paz deve ser extremamente severo. Deve ser tão árduo como a própria competição final. Quanto mais árdua a preparação, tanto mais fácil será a vitória. Olhai para trás ao treinamento para os antigos jogos em Corinto. Os corredores punham pesos nos pés durante o treino. Os boxadores vestiam uniformes pesados e praticavam com sacos de areia. Para a competição, os corredores tiravam os pesos e se despiam. Observando isso, Paulo nos diz que nos dispamos “de todo o pêso e do pecado que tão fàcilmente nos enlaça, e corramos com perseverança a carreira que está posta diante de nós”. (Heb. 12:1, NM) Treinai-vos para as competições futuras com as provações, os perigos e os obstáculos. Vencereis ou perdereis, dependendo de como vos treinastes para a competição. Portanto, o treinamento em tempo de paz, antes de começar para vós a perseguição, significa para vós maior atividade, regularidade no serviço, assistir a tôdas as reuniões, estudo pessoal cabal. É fatal considerá-lo como tempo em que podeis afrouxar as mãos. — Sof. 3:16.
20 Considerai uma recente corrida moderna. Um bem conhecido corredor britânico correu uma milha em menos de quatro minutos. Um recorde mundial! Achais que êle o poderia ter feito se não tivesse treinado regularmente, não se poupando, mas dando seu tudo no exercício para a competição? Naturalmente que não. Sabeis que muitos naquela corrida não chegaram a consegui-lo? Faltou-lhes resistência. Um homem desfaleceu na pista. Se quisermos ganhar na competição final, precisamos treinar cabalmente agora.
21. Onde e como nos podemos treinar para competições mais severas no futuro?
21 Alguns evitam o treinamento atual por meio do testemunho ativo e regular de porta em porta e o estudo regular em grupo, porque o mundo não olha favoravelmente para tal treinamento. Êles sonham provar a sua integridade quando vier a prova futura numa prisão ou num campo de concentração. Serão vencidos, derrotados, porque não se treinaram para a competição estrênua. Treinar-se agora pelo estudo e pela pregação regular, aumentando-se de capacidade no ministério, é uma parte básica da própria competição. A obra de testemunho de Jeová está sendo feita hoje principalmente fora das prisões. Talvez venha o tempo em que se faça a obra de testemunho em tôda parte ocultamente ou em prisão. Mas, isto pode ser o prelúdio imediato do fim no Armagedon. (Isa. 43:10, 12; Apo. 2:10) For que esperar até que um ditador, um campo de concentração ou as grades duma prisão do Diabo vos cerquem? Podeis esperar até que a obra de testemunho, por Seu povo, tenha acabado, para fazê-la? Não, mil vêzes não! Entrai na competição agora, antes do “estranho ato” de Jeová no Armagedon! — Isa. 28:21, Al.
22. Qual é outra regra fixa para o treinamento, conforme mostrada por que palavras de Jeremias, de Jesus e de outros?
22 Uma regra fixa para o treinamento é que a palavra de Jeová precisa ser pregada. Nenhum dos profetas da antiguidade deixou para amanhã a pregação. Jeremias disse que a palavra de Deus era como um fogo que ardia dentro dos seus ossos e que não podia contê-la; êle tinha de falar — de pregar! (Jer. 20:9) Jesus, quem começou para nós a carreira, foi ungido por Jeová para pregar. (Luc. 4:18) Precisamos seguir nas suas pisadas e pregar. Nosso trabalho principal, semelhante ao dêle, deve ser o ministério. (1 Ped. 2:21) Paulo disse: “Estou arruinado se eu não pregar.” (1 Cor. 9:16, TA) Deixai de pregar agora, e a perda da vida dos iníquos vos será debitada. Pregai agora e não sereis responsáveis pela morte dêles. (Eze. 33:8, 9) Uma vez que nos alistamos, não podemos ficar ausentes na hora do treinamento. E a hora do treinamento é agora, irmãos, não amanhã. A inatividade significa que estamos pràticamente mortos. Deixai de treinar-vos e abandonai a carreira, e estareis mortos à vista de Deus. Não estejais mortos no pecado da inatividade. Sêde ativos agora e vivei amanhã, irmãos!
EM QUE SE DEVE FIXAR O ÔLHO
23, 24. (a) Em que devemos manter fixos os olhos? Por quê? (b) Qual é nossa meta, e por que não será alcançada por alguns?
23 Outra regra era manter o ôlho fixo no prêmio — a coroa de louros. Atualmente, alguns cristãos perdem de vista o prêmio que se lhes oferece. Não é errado manter o ôlho fixo na coroa da vida. A razão é que ela é oferecida por Deus. Jeová faz que surja em nossos corações o desejo da recompensa. Apropriai-vos dêle. A recompensa vale a participação na corrida. Não adianta dizer: ‘Eu me alegro tanto de estar na verdade e servirei a Jeová, quer ganhe uma recompensa, quer não.’ Sêde cuidadosos: não desprezeis a bondade de Deus. Êle colocou esta promessa diante dos vossos olhos por uma razão. Esta é para que estendais a mão e corrais até o fim para alcançá-la. Certificai-vos de que, em todo o tempo, vejais a recompensa. Como exemplo disto, suponhamos que um pai terrestre deseja que seu filho passe no exame escolar. Êle lhe promete uma bicicleta se fôr bem sucedido. Êsse rapaz se esforçará. Cada hora que tiver será usada para obter conhecimento, a fim de que passe no exame. Êle vê o prêmio enquanto estuda. Sonha com êle. É bem sucedido porque deseja a bicicleta. Jeová ofereceu a nós, seus filhos, um prêmio muito maior, a vida eterna. É correto que mantenhamos o prêmio perante os olhos, como incentivo para corrermos, pois a nossa corrida é muito difícil. Embora procuremos ganhar o prêmio, é ao dador do prêmio que amamos, e desejamos agradar-lhe.
24 Por que fracassam tantos? Porque não prestam atenção a êste alvo de vida eterna. Paulo escreveu: “Irmãos, quanto a mim, ainda não julgo que haja alcançado; mas uma coisa é certa: . . . procurando alcançar as coisas que estão adiante, prossigo em direção ao alvo para o prêmio da vocação de cima, a qual Deus oferece em Cristo Jesus.” (Fil. 3:13, 14, NM) A “vocação de cima” aplica-se àqueles da classe dos ungidos. Mas, a vocação das “outras ovelhas” é também ‘de cima’. A vida eterna na terra é para as “outras ovelhas” tão desejável como a vida no céu, “a coroa da vida”, é desejável para os ungidos, os chamados de Jeová. (Apo. 2:10) Qual é a diferença? Uma é um prêmio melhor, mas ambas trazem a vida eterna, e é a vida que desejamos. Alguns permitem que a visão do propósito de Jeová, do seu reino e da sua obra teocrática se obscureça. Não estudam em particular e não freqüentam as reuniões de estudo. Êles não têm visão. Êstes não atingirão a meta com bom êxito. Onde não há visão, o povo perece. (Pro. 29:18, RJ) Tendes perdido de vista o prêmio durante a corrida? Mantende o prêmio em vista e vos mantereis na pista, sem vos deixardes desviar pelo Diabo e sem perderdes a vida.
25. Por que não podemos olhar para trás?
25 Outra regra para a corrida é que o corredor não deve olhar para trás, nem olhar atrás de si mesmo ao correr. Alguns entram na corrida e correm bem por certo tempo. Mais tarde, porém, começam a sentir que deixaram algo para trás. Viram a cabeça e olham para trás para considerar se devem voltar para seu rumo anterior na vida. Os prazeres, os negócios, os amigos do velho mundo ou outras coisas, assediam sua memória e fazem que saiam da corrida de manter a integridade. Por causa de tal espécie de desvio, Jeová lançou a mulher de Lot fora da corrida. Estais olhando para trás às coisas que ficaram para trás? Se o fizerdes, tropeçareis e abandonareis a corrida. Não permitis que as coisas que ficaram para trás vos impeçam de avançar. — Fil. 3:13.
26, 27. Quem é nosso verdadeiro inimigo? Por que são os tempos atuais especialmente perigosos?
26 Os que participavam nas antigas competições de luta romana ou de boxe tinham de manter os olhos todo o tempo no adversário. Nas competições teocráticas modernas, não fazer isso enlaça a muitos hoje em dia. Em algumas das divisões da equipe de Jeová, muitos esperam que o adversário venha em forma de ditadores, de polícia de segurança ou de gente amotinada. Deixam de ver, na sua própria competição, que o verdadeiro adversário é invisível aos olhos humanos. Tendes ficado inativos? Se êste fôr o caso, deixastes de ver que não estamos lutando contra um inimigo de sangue e carne. Nós vemos nosso inimigo através dos olhos de Paulo. Êle disse que “temos uma luta, não contra sangue e carne, mas contra . . .as forças espirituais iníquas nos lugares celestiais”. — Efé. 6:12, NM.
27 Estais procurando um adversário de sangue e carne ao invés de um inimigo invisível? Então estais demonstrando que perdestes vossa vista espiritual. Fôstes atacados de tocaia pelo inimigo invisível. Os irmãos que estão alertas reconhecem que os dias atuais são mais perigosos do que quando os nazistas controlaram a Alemanha e gente amotinada dominava nos Estados Unidos, quando a perseguição era violenta quase em tôda a parte. Agora, como nunca antes, o Diabo e os demônios se opõem à obra de Jeová em países democráticos, bem como em nações ditatoriais. Semelhante a Paulo, Pedro avisa também: “Sêde sobrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda ao redor de vós, como leão rugindo, buscando a quem possa devorar.” (1 Ped. 5:8) O leão que ruge despista a prêsa que persegue por rugir com a cabeça perto do chão, para que a prêsa não possa determinar onde se acha o leão que ruge! Não vos estais deixando enganar e vêdes nitidamente o adversário invisível, semelhante a uma fera, que vos persegue de perto? Se o virdes, usareis tôda a vossa energia na corrida para a competição final; sim, mais energia do que se apenas virdes a polícia secreta atrás de vós ou uma gentalha amotinada à vossa porta! — Apo. 12:12.