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  • O nosso auxílio está em nome de Jeová

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  • O nosso auxílio está em nome de Jeová
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1963
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1963
w63 15/3 pp. 188-191

’O nosso auxílio está em nome de Jeová’

Conforme relatado por AUGUST PETERS

MUITO se tem dito sobre a perseguição das testemunhas de Jeová na Alemanha nazista. O que sobreveio aos proclamadores das boas novas neste país foi uma prova de que o seu pensamento e a sua conduta cristã eram genuínos. Os cristãos esperam ser perseguidos, assim como Jesus o foi. (João 15:20) Mas talvez se pergunte: Poderia eu manter a minha integridade sob severa prova? A Palavra de Deus e as experiências dos nossos irmãos cristãos na Alemanha deverão capacitá-lo a responder confiantemente: Sim! Não pode haver dúvida de que Jeová nos fortaleceu durante momentos de grande perigo. A nossa posição intransigente a favor do seu reino provou ser o melhor proceder em cada caso. Sei isso por experiência pessoal.

INTERROGATÓRIO PELA GESTAPO

Quando irrompeu a tempestade da perseguição, eu tinha quarenta e três anos de idade e tinha quatro filhos. Ser brutalmente arrancado da minha família era em si mesmo uma provação. Na delegacia da polícia, um jovem agente da Gestapo, quase adolescente, fez-me diversas perguntas. Estava determinado a não fornecer nenhum pormenor aos “filisteus” acerca da congregação da qual eu era o superintendente. Os nazistas não queriam saber nada sobre Jeová, nem aprender nada dele. Eu recusei-me a entregar meus irmãos fiéis à espada. Diversos socos no rosto, dados por quatro homens robustos, não me fizeram mudar de atitude. A ficha que estavam fazendo permaneceu incompleta.

No dia seguinte, um agente da Gestapo voltou com o principal auxiliar da prisão da delegacia. Outra audiência seria realizada, desta vez no sótão, dentro de portas à prova de som. Conseguiriam completar a ficha hoje? As vinte e quatro horas que decorreram me tornaram ainda mais determinado. A minha recusa, como questão de princípio, de responder às perguntas que tinham que ver com a congregação dificultou-lhes achar base para queixa contra mim. Ficaram cada vez mais irados e se viram obrigados a marcar uma terceira audiência cerca de vinte e quatro horas mais tarde, no porão da Gestapo. Eu já tinha ouvido os gritos lastimosos que vinham do porão. Eram de prisioneiros políticos antinazistas. Agora era a minha vez.

No sábado de manhã; um secretário da Gestapo visitou-me e aconselhou-me de modo “amistoso” a dizer-lhes o que desejavam saber a fim de que eu pudesse ser solto e voltar para junto de minha família. Notando a minha determinação, ele encolheu os ombros e disse: “Está bem, se é assim que o deseja.” Daí, fui transferido para outra cela, onde fiquei com outro prisioneiro. Só uma parede fina separava a nossa cela da sala da guarda e podíamos ouvir tudo que se passava ali. Por volta da meia-noite ouvi a voz de minha esposa. Isto se destinava a acovardar-me. Descobri mais tarde que era apenas uma gravação que havia sido feita alguns dias antes quando ela fora interrogada na delegacia. Ouvi pesados passos no porão, seguidos de muito barulho de rastos de pés em preparação do meu próximo interrogatório. Inesperadamente, veio um mensageiro com um telegrama. Seguiu-se um telefonema, apos o que os executores arrumaram as coisas no porão e partiram. Respondendo a uma pergunta ansiosa de um prisioneiro ali perto, um guarda disse: “Não, não o podem mais fazer; acaba de chegar um telegrama.” O meu interrogatório no porão havia sido cancelado. Entretanto, para que pudessem entregar-me ao juiz do distrito tinham de terminar a ficha e assiná-la.

Na segunda-feira à tarde, seis pessoas, alguns altos oficiais, compareceram à minha audiência no edifício da administração da polícia. Fizeram muitas perguntas sobre assuntos pessoais, pontos doutrinais e organizacionais. Obtiveram respostas sobre dados pessoais e doutrinas bíblicas, mas não receberam nenhuma informação sobre a organização. O secretário da Gestapo declarou irado: “Deveríamos ter sabido disso antes. Então deixaríamos os outros [prisioneiros políticos] de lado e o tomaríamos ao invés deles.” Se tão-somente ele pudesse ter esmagado as pontas dos meus dedos no torcedor da máquina de lavar roupa ou espancado o meu corpo despido e molhado antes que aquele telegrama impedisse tal tratamento! Elevei o meu coração e a minha mente dando graças Aquele cujo braço nunca é curto demais para fazer parar uma gigantesca organização policial na sua pista.

Depois de comparecer perante o juiz do distrito, passei diversos anos num campo de prisioneiros. Após isso, sem o benefício de um julgamento justo, fui lançado num campo de concentração perto de Berlim. Ao passo que as autoridades policiais no setor de Emslandmoor estavam interessadas em reclamar terreno nesta região árida mediante trabalho árduo, os oficiais da SS que controlavam os campos de concentração estavam principalmente interessados em destruir a resistência ao regime nazista. Diariamente, e até de hora em hora, éramos oprimidos pelos homens da SS e também por presidiários estrela-verde. Contudo, Jeová provou estar conosco. Mesmo sob essas circunstâncias, sete ou oito prisioneiros se tornaram testemunhas de Jeová e foram batizados. Os oficiais do campo nunca ficaram sabendo o nome deles, a despeito da severa pressão feita sobre os “antigos Estudantes da Bíblia”.

TRAMA DE HOMICÍDIO EM MASSA

Logo após irromper a Segunda Guerra Mundial e a Polônia ter sido ocupada pelas tropas alemãs, escutei um prisioneiro dizer: “Ouviu? Todos os Estudantes da Bíblia vão ser levados embora.” Fiquei pensando nisto pelo resto do dia No dia seguinte, um prisioneiro que trabalhava na limpeza e servia os comandantes da SS às refeições chamou o guarda da SS no corredor: “Vigia chefe, quando é que os Estudantes da Bíblia vão ser levados embora” A resposta foi: “Provavelmente amanhã; as coisas deles já estão aqui”, querendo dizer que haviam sido trazidas do depósito. Então era verdade!

No terceiro dia o barulho das botas do comandante, ressoando com as esporas, ecoava através dos corredores. Gritos de “Heil Hitler!” da parte dos guardas foram seguidos pelos passos da comissão oficial. “Ainda continua a ser Estudante da Bíblia” “Sim.” “E pretende continuar a ser?” “Naturalmente!” Bum! A porta se bateu e fechou-se. Diversas celas mais adiante: “É ainda um Estudante da Bíblia?” O irmão deu um prolongado testemunho. A mesma coisa aconteceu na terceira cela. Daí, a cela 6, a quarta porta que continha instruções afixadas nela: “Estrita prisão celular!” Não se fizeram perguntas aqui. Ao invés, o comandante explicou à comissão: “O ocupante dela precisa ser mandado também sem falta, porque ele tentou desertar o seu grupo de trabalho desculpando-se de um guarda desmiolado e daí tentando ir pregar o evangelho.” O sinal de “polegares para baixo” em ambas as mãos do oficial da SS explicava tudo. Não havia engano, íamos ser levados embora. Mas para onde? Aqueles gestos com os braços e as mãos davam a entender que alguma coisa seria afundada na água ou num abismo. Significava isso que todos os 500 ou talvez mais dos nossos irmãos seriam assassinados?

Para a nossa surpresa nada aconteceu e a conversa sobre levar os Estudantes da Bíblia embora morreu. Quão estranho! Todos os planos haviam sido preparados, as listas estavam feitas, os planos para a marcha tinham sido projetados, instruções tinham sido dadas e agora tudo estava quieto. Cinco ou seis dias depois da visita do comandante, ouvimos uma voz alta que saia da cela 20: “Vigia chefe, já leu a última? Um inteiro transporte de prisioneiros de um campo de concentração sofreu um acidente nos pântanos da Polônia, causado por uma chave colocada em lugar errado. Todos os prisioneiros pereceram até o último.”

Um trem cheio de prisioneiros de um campo de concentração? Mortos nos pântanos da Polônia? O que estavam fazendo ali? Não poderiam ter sido Testemunhas, pois teríamos dado falta de um grupo tão grande. Será que o envio de prisioneiros marcado para ir após as testemunhas de Jeová foi primeiro por engano? Será que eles encontraram a morte que se tencionava a nós? Vieram-nos à memória as palavras de Jeová, em Isaías 43:4, 5, ALA: “Visto que foste precioso aos meus olhos, digno de honra, e eu te amei, darei homens por ti e os povos pela tua vida. Não temas, pois, porque sou contigo.”

Daria para encher diversos livros se se relatasse como se realizaram batismos secretos no campo, como o pão e o vinho do Memorial nos foram trazidos às ocultas, como Jeová proveu alimento espiritual que nos fortaleceu, e como muito sacrifício, vigilância e tato foram necessários. Mesmo sofrendo torturas indescritíveis, Jeová capacitou os seus servos a preservar a sua integridade. Ele proveu a miúdo escape das situações mais críticas.

Quão alegre me sentia de que nos anos antes de vir a tempestade havia usado todas as oportunidades de assistir às reuniões e de gravar na mente as diversas profecias bíblicas e os cumprimentos delas nos dias atuais! Escrevi-as e freqüentemente as citava durante discursos. Isto me ajudou a lembrá-las. Mais tarde, durante os anos de perseguição, eu tive muitas oportunidades de recontar muitas dessas coisas aos que tinham fome e sede do sustento espiritual. Os nazistas não conseguiram roubar-me as riquezas que havia ajuntado na mente, pois estas se tornaram parte de mim.

A queda do nazismo nos livrou de nossos atormentadores. Imediatamente começamos a desempenhar a nossa comissão de pregar em escala maior. Foi então que o meu desejo de ser ministro de tempo integral se tornou realidade, sem negligenciar as minhas responsabilidades familiares. Isto foi verdadeira causa de alegria. Meu ex-empregador ofereceu-me um cargo com boa remuneração, mas eu decidi que não haveria melhor trabalho do que servir ‘unicamente os interesses do Reino. Em 1946, tornei-me membro da família de Betel da Alemanha, e logo a minha esposa também chegou. Que maravilhoso privilégio é servir o Deus da eternidade aqui no lar de Betel em Wiesbaden, onde ainda vivemos!

Servir a Jeová é o caminho da felicidade imensurável, não importa que provações momentâneas se permita que sobrevenham aos cristãos fiéis. Não precisamos temer o que o homem pode fazer, pois vimos a verdade das palavras do salmista: “Se não fora Jehovah que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós: então nos teriam engulido vivos, quando a sua ira se accendeu contra nós. Bemdito seja Jehovah, que não nos entregou, como presa, aos dentes delles. A nossa alma, como um passaro, escapou do laço dos caçadores; quebrou-se o laço, e nós escapámos. O nosso auxilio está em o nome de Jehovah, que fez o céo e a terra.” — Sal. 124:2, 3, 6-8, VB.

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