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  • Como descobriram suas vitaminas
  • Despertai! — 1977
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Despertai! — 1977
g77 22/7 pp. 16-20

Como descobriram suas vitaminas

AS PERNAS do marinheiro estavam tão inchadas que ele não conseguia andar. Seu capitão, esperando acabar com a disseminação da temível ‘infecção de escorbuto’, colocou tal homem numa desolada ilha do Atlântico. O pobre miserável estava destinado a morrer, achava o capitão, mas talvez o restante da tripulação pudesse ser salvo dessa forma.

O homem abandonado mascou grama fresca que conseguiu achar nas moitas aqui e acolá na ilha. Para surpresa sua, em questão de dias já conseguia andar um pouco! Suas forças logo retornaram e, por fim, conseguiu pegar um navio que passava e voltou para sua casa em Londres. Imagine só o choque que tiveram seus antigos colegas de navio quando o viram de novo — era como se ele tivesse ressuscitado!

A história do marujo que ‘comeu grama como um animal e viveu apresentou grande interesse para um cirurgião escocês, o Dr. James Lind. Tendo estado com a armada inglesa, estava cônscio de que milhares de marujos haviam morrido, anualmente, de escorbuto. A questão de Lind era: Será que a grama continha algo que a dieta normal do homem não contém? Havia alguma ligação entre o escorbuto e a dieta? Decidindo fazer experiências, Lind tornou-se responsável por importante capítulo na história de ‘como descobriram suas vitaminas’.

Não que o Dr. Lind estivesse procurando uma vitamina. A palavra nunca tinha sido ouvida antes de 1911. A descoberta da maior parte das vitaminas foi realmente acidental, no sentido que os pesquisadores combatiam doenças específicas, e não estudavam alimentos ou nutrição.

Ademais, esta história não contém nenhum herói específico, mas envolve os esforços de homens de muitos países. Esses pioneiros com freqüência não se beneficiaram das descobertas uns dos outros, visto que não possuíam os benefícios das comunicações modernas. Todavia, às vezes, apesar da zombaria dos médicos e cientistas contemporâneos, os esforços desses homens constituem uma história de coragem, perseverança e, por fim, de êxito.

A História da Vitamina C

“Em 20 de maio de 1747, aceitei vinte pacientes com escorbuto . . . Seus casos eram tão similares quanto consegui obtê-los” inicia o relatório do Dr. Lind. Suas conclusões mostravam “que os mais súbitos e melhores efeitos visíveis foram percebidos através do uso das laranjas e dos limões; aqueles que os haviam tomado ficando aptos para seu dever no fim de seis dias”.

Regozijou-se o mundo médico de seus dias? Não. Ao invés, a idéia de que a dieta provocava o escorbuto sofreu zombaria e repúdio. Não tomavam limão as tripulações de alguns navios e, ainda assim, contraíam escorbuto? Infelizmente, isto era verdade, mas tinham fervido o suco de limão, destruindo o que agora conhecemos como vitamina C.

Por fim, cerca de quarenta e sete anos depois, o Almirantado inglês permitiu que Lind repetisse suas experiências. Forneceu-se a toda uma frota suficiente suco de limão cru para uma viagem de vinte e três semanas. Os resultados foram tão espetaculares que um ano depois, em 1795, o suco de limão (mais tarde substituído por suco de lima) tornou-se parte da dieta regulamentada dos marujos ingleses. O escorbuto não mais era o ‘senhor das ondas’, e até mesmo hoje em dia os marujos britânicos são apelidados de “limeys” (abreviatura de bebedor de suco de limão)!

No entanto, só ocorreu lentamente o progresso em isolar-se a razão da eficácia dos limões, e de outros frutos e legumes. Em 1905, um holandês, o Professor Pekelharing, depois de suas experiências com camundongos, escreveu: “Há uma substância desconhecida, contida no leite, que mesmo que ingerida em dose muito ínfima, é de importância capital para a nutrição.” Ele mostrou que, mesmo diante da aparente abundância de alimentos (gorduras, proteínas, carboidratos), se faltasse tal “substância desconhecida”, os camundongos morreriam. Infelizmente, seu relatório foi publicado apenas em holandês e não gozou de circulação geral.

Malgrado esses obstáculos, a idéia de haver ‘elementos misteriosos’ necessários, por fim foi publicada e se creu nela. Podia-se ingerir grandes quantidades de ‘bons alimentos’ e, ainda assim, não obter os ‘elementos necessários’. Não constituíam combustível para o corpo, mas, de alguma forma, eram necessários para ele em sentido químico. Poderia algum deles ser isolado?

Por volta do início dos anos 1900, várias equipes de cientistas estavam ‘perto da pista’ da misteriosa substância de combate ao escorbuto. Em 1931, fez-se um concentrado de suco de limão 20.000 vezes mais potente que o suco original! Então ocorreram esforços intensivos de discernir a natureza exata deste composto vital. Uma vez determinada a sua “cadeia” ou estrutura molecular, poder-se-ia sintetizá-lo e produzi-lo em massa. E assim aconteceu que, em 1935, a vitamina C (também chamada apropriadamente de ácido ascórbico) tornou-se a primeira vitamina “pura” disponível ao público por meio da produção em larga escala.

Na busca da cura do escorbuto, porém, descobriu-se mais de uma vitamina. O homem aprendeu que uma moléstia nem sempre é provocada pelo ataque de alguma infecção ou bactéria. Às vezes é causada pela dieta deficiente.

A Família do Complexo B

Os primeiros indícios da existência das vitaminas B surgiram na luta contra a temível doença beribéri, que ataca os nervos e o coração. O beribéri também influi no sistema digestivo. Nossa história nos leva de novo ao mar.

No início dos anos 1880, sob a direção de jovem oficial médico nipônico, Kanehiro Takaki, dois navios partiram do Japão em viagens similares, mas com diferentes dietas. O primeiro navio servia a costumeira alimentação de arroz, com alguns legumes e peixe. O segundo, contudo, também servia trigo e leite à tripulação, além de mais carne do que era servida no primeiro navio. Os resultados foram convincentes. O beribéri grassou no primeiro navio, causando vinte e cinco mortes. Não houve mortes no segundo navio. Takaki logo teve êxito em persuadir o Almirantado japonês a adotar nova dieta para a inteira marinha.

Quando as notícias disso foram publicadas na Inglaterra, seria de se esperar profundo interesse, mas tal coisa não se deu. Antes, coube a um jovem holandês, Christiaan Eijkman, convencer o mundo ocidental do valor da nutrição no combate ao beribéri.

Trabalhando em Java, onde grassava o beribéri, Eijkman fez uma observação que mudou todo o enfoque do problema. Algumas galinhas de laboratório tinham sido expostas ao que então se pensava ser a ‘infecção’ do beribéri. Todavia, ao invés de morrerem, elas, com o tempo, se recuperaram. Como podia acontecer isso, ponderou Eijkman? Ele verificou toda variante possível e só encontrou um indício. Por certo tempo, as galinhas se alimentavam de arroz ‘branco’ refinado, mas, daí, voltaram à sua ração comum, o arroz nativo, ‘marrom’, integral.

Fazendo testes com humanos, Eijkman logo estabeleceu que os que comiam arroz não-refinado não contraíam beribéri, ao passo que os que comiam o supostamente melhor arroz refinado o contraíam. Inicialmente, esta resposta aparentemente ‘simples demais para se crer’, foi rejeitada, mas Eijkman persistentemente apoiou suas afirmações por meio de mais e mais pesquisas.

A plena vindicação de seu enfoque, contudo, coube a outros. A “substância vital” contida na casca do arroz foi por fim isolada pelo químico polonês, Casimir Funk. Daí, R. R. Williams, químico estadunidense, gastou anos determinando a estrutura molecular e sintetizando a vitamina que foi chamada Tiamina.

Ainda assim, grande parte do tamanho e das funções daquela complexa família B não chegou a ser avaliada com a descoberta da tiamina. Mas, a batalha contra a pelagra iria abrir tal porta.

Em italiano “pellagra” significa “pele grossa”. Esta moléstia, porém, provoca muito mais do que isso. Por fim leva à insanidade e à morte. Como não raro se dá na história das vitaminas, muitos pioneiros, de per si, ligaram a doença à nutrição. No entanto, mesmo em meados de 1880, desde que se descobriu a pelagra principalmente entre a população pobre das zonas rurais que comiam mormente milho, teorias populares a atribuíam ao “veneno do milho” e à “infecção”.

Em 1915, mais de 10.000 pessoas morreram de pelagra apenas nos Estados Unidos. Com sua rápida disseminação, o Departamento de Saúde Pública dos Estados Unidos enviou o Dr. Joseph Goldberger bem para o sul, onde esta praga tinha atingido proporções epidêmicas.

O que Goldberger encontrou foi estarrecedor — as vítimas eram apáticas, abatidas, cobertas de manchas. Em vista da pouca higiene entre muitos, proliferando as moscas por toda a parte, ele podia facilmente ter despercebido qual era a causa real. Mas, Goldberger suspeitava que a resposta estava na dieta deficiente. Tinha observado que, nos asilos estaduais, os pacientes contraíam pelagra, mas a equipe hospitalar não. Por quê? Havia freqüente contato entre os dois grupos. Mas, a equipe ingeria leite, carne e ovos, ao passo que os pacientes comiam principalmente cereais.

Todavia, até mesmo enquanto os jornais publicavam resultados de seus estudos quanto à necessidade de proteínas, uma comissão publicava o conceito de que a pelagra era doença infecciosa causada pela picada da mosca-picadora! Goldberger ficou horrorizado. Cria firmemente que até que se reconhecesse que a nutrição era a causa, as pessoas continuariam a morrer aos milhares. Que faria para provar que a causa não era a infecção?

Ele anunciou que, sob supervisão médica, ele e quinze outros voluntários se ‘infeccionariam’ por receber em seu corpo o muco de vítimas da pelagra. Para grande surpresa de muitos, nenhum dos voluntários contraiu a pelagra. Daquele tempo em diante, foram aceitas as conclusões de Goldberger de que uma dieta consistente, na maior parte, de farinha de milho, arroz e gordura de porco leva à pelagra.

Todavia, Goldberger jamais encontrou a substância exata que impedia a doença que combatia. Vez após vez, ela lhe escapou. Podemos reconhecer suas dificuldades quando avaliamos que a vitamina B é realmente uma família de substâncias complexas, que não são facilmente separadas umas das outras. Não foi senão em 1937 que outro pesquisadora, o Dr. Conrad Elvehjem, trabalhando com concentrados de fígado, isolou o ácido nicotínico, melhor conhecido como niacina.

Atualmente, a niacina é considerada “essencial à dieta”. Sem a niacina, as outras vitaminas B não podem operar corretamente no corpo. E, o complexo ou família da vitamina B ainda se acha sob intensas investigações, havendo sido reconhecidos, presentemente, cerca de quinze membros distintos. Concorda-se, em geral que, ao impedirem a pelagra, trabalham melhor como “equipe”.

A Vitamina K — Êxito Instantâneo

Mas, nem todas as vitaminas foram descobertas como “cura” para a praga. Nos anos recentes, a pesquisa das vitaminas assumiu nova direção. Tem sido feita em termos de nutrição — como qualquer vitamina recém-detectada pode ajudar no combate de várias doenças diferentes ou os perigos para a saúde. A vitamina K é bom exemplo disso. Sua existência foi suspeitada, pela primeira vez, em 1929, logo foi “isolada” e tem sido usada de forma ampla desde 1939. Isso só levou dez anos. Considerando-se a história das vitaminas, poderíamos chamar a vitamina K de êxito instantâneo!

A vitamina K foi descoberta em experiências com galinhas. Verificou-se que, em certas dietas, perdiam sua capacidade de coagulação do sangue. Daí, observou-se que o sangue das galinhas se coagulava mais rápido quando em dietas que continham brotos de soja. Por fim, veio a lume o papel da vitamina K como essencial para a coagulação normal. Esta vitamina, entre outros usos, tem ajudado muitos recém-nascidos, que com freqüência apresentam problemas de coagulação do sangue, a terem bom início na vida.

Virão Mais?

Quando o químico Funk cunhou inicialmente a palavra “vitamina”, baseou-se na idéia de que a substância que encontrara era uma amina (contendo nitrogênio e vita (necessária à vida). Ao passo que nem todas vitaminas contêm nitrogênio, o tempo provou que ele estava certo no aspecto mais importante. Embora uma vitamina típica, tal como a tiamina, talvez só constitua 0,001 por cento da dieta adequada, é vital.

No entanto, reconhecer isso não significa que toda a controvérsia sobre as vitaminas se torne simples história; o debate continua. Atualmente, as diferenças giram em torno da dosagem recomendada e da diversidade de aplicações. Por exemplo, talvez tenha lido no jornal local notícias conflitantes sobre os méritos da terapia megalovitamínica (grandes doses de vitaminas para específicas condições de saúde).

Em geral, porém, concorda-se que os homens que descobriram suas vitaminas encontraram algumas “amigas”. E os cientistas admitem prontamente que a lista de cerca de vinte e cinco vitaminas “reconhecidas” provavelmente crescerá. Mas, acautelam, não há base para se crer que as vitaminas sejam uma panacéia para todos os nossos problemas de saúde. Com efeito, doses excessivas de algumas podem ser prejudiciais.

Assim, achamo-nos mais ou menos na situação daquele marujo inglês abandonado. Ele não encontrou a ‘fonte da juventude’ em sua ilha desolada. No entanto, quão grato deve ter ficado pelas forças renovadas que aquela grama rica em vitaminas lhe proveu! Semelhantemente, nós também devíamos ser gratos pelo nosso conhecimento limitado daqueles diminutos compostos necessários à vida — nossas vitaminas.

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