Os servos apascentam o rebanho
“Apascentai o rebanho de Deus”—1 Ped. 5:2, Almeida
1. De que maneira é Jeová o Grande Pastor do seu povo?
Jeová é o Grande Pastor de todo o seu povo. Não há ninguém maior do que ele na expressão de amor e sabedoria e no exercício de justiça e força para com o seu povo. Ele é mais fiel e justo nos seus tratos com seu rebanho do que qualquer pastor humano, mais terno e compassivo para com os seus pequeninos do que qualquer zagal deste mundo, mais poderoso e feroz na defesa do seu povo do que qualquer guardião de ovelhas naturais. Em todos os tempos Jeová protege os que são dedicados a ele dos inimigos bárbaros e brutais, enquanto ao mesmo tempo os provê de férteis prados de alimento espiritual e os conduz pelos cursos vitalizadores de águas refrescantes que emanam constantemente da sua Palavra da verdade. Certamente o Grande Pastor é Jeová!
2. Na designação de quem ele prova que é um pastor superior?
2 Não é de admirar-se achar que este Pastor Superior empregue métodos superiores e totalmente diferentes dos usados por outros, ao tratar do seu rebanho numeroso, zelar dele e cuidar das suas necessidades. Ao invés de introduzir mercenários, tais como papas, cardeais, arcebispos e bispos, dando-lhes títulos pomposos e altíssonos e exaltando-os para dominar sobre o rebanho, o Deus Todo-poderoso levanta do meio do seu próprio rebanho certos a quem Ele designa servos ou “escravos” para zelar de seus irmãos e se encarregar das necessidades deles conforme ele dirige. Fiéis à sua designação de servos, esses, que cuidam do rebanho, jamais tentam desviar o rebanho do caminho reto nem o explorar para proveito deles próprios, mas antes orientam e guiam as ovelhas do Senhor no caminho designado por Deus. É portanto Jeová Deus quem assume a plena responsabilidade e recebe o pleno crédito e louvor pela prosperidade atual do seu povo. Veremos do estudo das Escrituras que este é o modo ordeiro de providenciar o Senhor Deus as necessidades da sua organização teocrática.
3. Como se mostrou como pastor por meio de Moisés e David?
3 Nos tempos antigos foi o Grande Pastor Jeová que conduziu o seu povo Israel, junto com uma grande mistura de gente, fora do Egito através do deserto da península de Sinai para o país hostil atualmente conhecido como Palestina, e fez isso pelas mãos de tais fiéis servos como Moisés e Aarão. “Conduziste o teu povo, como um rebanho, pela mão de Moisés e de Aarão.” (Sal. 77:20) Era Jeová quem “fez partir o seu povo como ovelhas e guiou-os no deserto como um rebanho”. (Sal. 78:52) Quando apostatavam e estavam aflitos foi ao seu Grande Pastor Jeová que clamavam, dizendo: “Escuta, ó pastor de Israel, tu, que conduzes a José como a um rebanho, que estás entronizado sobre os querubins.” (Sal. 80:1) No decorrer do tempo Deus escolheu David dentre seus irmãos e o pôs sobre o rebanho de Israel para cuidar das suas necessidades particulares. Jehovah disse [a David]: Tu apascentarás o meu povo de Israel e tu serás príncipe sobre Israel.” (2 Sam. 5:2; 1 Crô. 11:2) Ora David era um homem humilde, segundo o coração de Deus, e ainda que se sentasse no “trono de Jehovah” nunca esqueceu que era meramente o servo do Grande Pastor. (1 Sam. 13:14, Atos 13:22; 1 Crô. 29:23) David entendeu que na realidade era Deus quem fornecia o necessário alimento, cuidado e orientação correta no caminho certo para seu povo escolhido, de modo que cantou: “Jehovah é o meu pastor, nada me faltará. Faz-me repousar em pastos verdejantes, conduz-me às aguas de descanso. Ele refrigera a minha alma, guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não recearei mal algum, porque tu és comigo: o teu cajado e o teu bordão, eles me confortam.”— Sal. 23:1-4.
4. Por que devem os servos conhecer o método de Deus em cuidar das suas ovelhas?
4 O “rebanho de Deus” hoje, como nos tempos passados, não consiste em animais laníferos de quatro pernas, os quais não têm juízo nem falam, mas, conforme dizem as Escrituras, são “homens”, homens de boa vontade, o povo do Senhor. “Vós, ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto, sois homens, e eu sou o vosso Deus, diz o Senhor Jehovah.” (Eze. 34:31) A maioria dos leitores desta revista, sendo humildes e dóceis e tendo disposição mansa semelhante a ovelhas, provam pela sua disposição de seguir o Grande Pastor Jehovah que já estão reunidos ou estão sendo reunidos no rebanho do Senhor. “Sabei que Jehovah é Deus: Foi ele quem nos fez e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pasto.” (Sal. 100:3) Por isso é importante que todos os desse rebanho saibam e entendam o método de Deus em cuidar das necessidades do seu povo. Deveriam apreciar que ele designou servos para os alimentar, auxiliar e confortar nestes tempos modernos. É bom também que esses servos compreendam e apreciem as grandes responsabilidades e obrigações que lhes são impostas pelo Senhor. Não devem negligenciar tais obrigações. Não devem abusar de tais privilégios. Têm de cuidar e zelar fielmente desses deveres assinalados por Deus em honra e glória ao Grande Pastor e para a bênção do seu rebanho.
0 PRINCIPAL SERVO E PASTOR
5. Quem é o Principal e Bom Pastor? Por que devemos olhar para ele?
5 Eis Cristo Jesus, a quem Deus designou tanto Pastor Principal como Bom Pastor sobre Seu rebanho! (1 Ped. 5:4; João 10:14) Olhem para “Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe foi proposto, suportou a cruz, desprezando a ignominia, e está sentado á destra do trono de Deus. Consideras, pois, atentamente aquele que tem sofrido tal contradição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos canseis, desfalecendo em vossas almas (Heb. 12:2, 3) Sim, olhem para este Filho de Deus como exemplo perfeito de alguém levantado de seus irmãos para ser servo sobre o rebanho. (Atos 3:22) Fielmente suportou toda espécie de perseguição e fadiga enquanto estava à procura das ovelhas perdidas e zelava por elas. A vergonha e vitupério que lhe causou este mundo de egípcios antitípicos, que o odiavam e desprezavam porque era o Pastor Principal. Filho do grande Pastor-Pai não o pararam nem o desviaram do seu assinalamento. “Porque todo o pastor de ovelhas é abominação para os Egípcios,” tanto típica como antitipicamente; mas isso não fez que Jesus trocasse a sua ocupação de principal servo e pastor de Deus.—Gên. 46:34.
6. Por meio de que três personalidades especiais foi ele prefigurado?
6 A profecia registrada séculos antes do nascimento de Jesus provou que ele estava destinado a ser o Pastor Principal de Jeová, e ele estava resolvido a desempenhar esse papel. Moisés, o pastor sobre Israel na carne, era tipo de Cristo o pastor do verdadeiro Israel de Deus. (Deu. 18:15; Atos 3:22) David, que pastoreava o povo eleito de Deus, prefigurava Cristo Jesus o David Maior, em quem a profecia de Ezequiel encontra cumprimento: “O meu servo David será rei sobre eles; e todos eles terão um só pastor.” (Eze. 37:24; Luc. 1:32, 33) Na profecia se fala também de Cristo o Pastor como o Ciro Maior, a quem Isaías predisse, dizendo: “Assim diz Jehovah . . . Cyro: Ele é meu pastor, e cumprirá todo o meu beneplácito”—Isa. 44:24, 28.
7. Como mostrou Jesus na terra compaixão das ovelhas, semelhante à de Deus?
7 Portanto, achamos “Jesus Cristo, grande pastor das ovelhas”, mostrando o mesmo amor e devoção e terna compaixão para com as ovelhas do Senhor que seu Pai exibiu. (Heb. 13:20, Almeida) Incessantemente o ungido Jesus ministrava às necessidades de seus irmãos, o rebanho de Deus incansavelmente procurava as ovelhas desviadas e famintas, e quando as achava, lhes dava de comer alimento que convinha à sua saúde e bem estar. “Jesus percorria todas as cidades e aldeias ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades. Vendo ele as turbas, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas sem pastor.” (Mat. 9:35, 36) O Bom Pastor não desprezou esta multidão de pessoas famintas e sedentos do pão da vida e da água da verdade. Talvez estivesse cansado e fatigado das suas extensas viagens por todas as cidades e aldeias, e da sua obra exaustiva de ensinar e pregar e curar os doentes e enfermos, ainda assim não negligenciou esta multidão nem a deixou sem pastor até algum tempo mais tarde. Quando viu que eram ovelhas que se desviavam, o registro diz que “começou a ensinar-lhes muitas coisas”, indicando-lhes o caminho reto que conduz à vida eterna. (Mar. 6:34) Sem dúvida muitos dentre essa multidão escutaram, desviaram-se do mau caminho e daí em diante continuaram a seguir o Bom Pastor, dando louvor ao Grande Pastor, Jeová. Todos os cristãos, diz-nos o apóstolo Pedro, estavam uma vez numa condição igual, sem esperança. “Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Superintendente das vossas almas”—1 Ped. 2:25, Almeida, margem.
8. Que passos deu ele para se tornar e provar pastor?
8 Ao tornar-se Servo Principal de Jeová, foi necessário que Jesus pusesse de lado a sua glória celestial anterior, de que tinha gozado como o Logos, e tomasse a forma de servo, até se humilhando para fazer o trabalho geralmente feito pelos escravos. Jesus tinha-se consagrado para fazer, não a sua vontade, mas a de seu Pai celestial; portanto, se era a vontade e propósito de Jeová que seu amado Filho se tornasse servo ou escravo de seus irmãos, quem era ele para achar falta ou rebelar-se contra esta designação ou se queixar dela? Ao invés de murmurar ou empenhar-se no serviço sem ânimo, Jesus trabalhou com zelo e energia feito escravo humilde no meio do rebanho de Deus. A sua comida e força era fazer ele a vontade de seu Pai celestial, não importando o desconforto ou fadiga pessoal que isso lhe acarretasse. (João 4:34; 6:38) Nisto ele é um nobre exemplo para todos os servos de Deus seguirem. Quem quer ser servo do Deus Altíssimo tenha esta mesma atitude de espírito e siga o mesmo proceder de humildade—este é o conselho do apóstolo Paulo. “Tende a mesma atitude que Cristo Jesus teve. Embora possuísse a natureza de Deus, não cobiçou a igualdade com Deus, mas a pôs de lado para assumir a natureza de escravo e se tornar igual aos outros homens. Tendo assumido a forma humana, humilhou-se ainda mais e levou sua obediência ao ponto de morrer, e morrer na cruz.”—Fil. 2:5-8, Uma Trad. Amer.
9. De que necessidade do seu rebanho após sua partida cuidou ele?
9 Assim como Moisés “foi fiel em toda a sua casa, como servo”, assim também o foi o Moisés Maior, Cristo Jesus.(Heb. 3:5, Almeida) Assim como “respondeu Moisés a Jehovah: Que Jehovah, Deus dos espíritos de toda a carne, ponha um homem sobre a congregação, o qual saia adiante deles, e entre adiante deles, e os faça sair e os faça entrar; para que a congregação de Jehovah não seja como ovelhas que não tem pastor”, assim também Cristo se preocupava com o contínuo bem-estar da congregação cristã após sua partida. (Núm. 27:15-17) Jesus sabia que quando se completasse o seu curto ministério na terra a congregação das ovelhas que ficasse teria necessidade de ser pastoreada e atendida. Ademais, o fato que Cristo foi designado Pastor Principal, por si só significava que era a vontade e propósito de Deus que outros pastores estivessem associados com Cristo e servissem debaixo dele. Por estas razões Cristo deu a seus apóstolos e discípulos instruções orais especiais bem como exemplos práticos de como se deviam comportar quais servos e pastores do rebanho. ‘Deem ouvidos às minhas palavras e sigam o meu exemplo’ foi a substância desta instrução.
10. Que regra estabeleceu o Bom Pastor para os seus conservos?
10 Numa ocasião Jesus chamou a si seus discípulos e lhes disse: “Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes delas se assenhoreiam, e os seus grandes usam de autoridade sobre elas, mas entre vós não será assim, antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso criado: e qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro será escravo de todos. Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mar. 10:42-45, Almeida, margem) Outra vez declarando a mesma coisa em menos palavras, está escrito : “Sentando-se, chamou os doze e disse-lhes : “Se alguém quer ser o primeiro, será o último de todos, e servo de todos”. (Mar. 9:35, Mat. 23:11) Os do rebanho de Deus que quisessem ser especialmente honrados com maiores privilégios de serviço deveriam ser servos e escravos dos outros, servindo e auxiliando seus irmãos de todo modo possível. “Lembrai-vos das palavras que eu vos disse: O servo não é maior do que seu senhor.” (João 15:20) Se o Senhor Cristo Jesus, qual pastor e servo de Deus se ocupou em apascentar o rebanho de seu Pai, atendendo-o e confortando-o, e de todo modo possível o ajudando, então não se espera menos dos servos de Cristo. ‘Se alguém me servir, siga meu exemplo,’ é a regra estabelecida por este Bom Pastor.—João 12:26.
11. Que demonstração fez ele na última páscoa? Por quê?
11 O ministério de Jesus aproximava-se rapidamente do fim. Só restavam algumas horas antes que fosse traído e pendurado na estaca cruel e amaldiçoada. Ele tinha de gravar na mente dos discípulos com a máxima eficácia a própria posição dos servos na congregação. De modo que se levantou da mesa onde celebrava a última páscoa, diz o relato, e, após tirar o seu manto, tomou uma toalha e uma bacia de água e começou a lavar os pés de seus irmãos. Feito isso, o Servo Principal disse: “Compreendeis o que vos tenho feito? Vós me chamais Mestre, e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Se eu, pois, sendo Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros, porque vos dei exemplo, afim de que, como eu diz, assim façais vós também. Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou. Se sabeis estas cousas, bem aventurados sois se as praticardes.”—João 13:12-17.
“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS“
12. Quando e como foram dispersas as suas ovelhas depois reunidas?
12 Destarte por mais de três anos este Pastor Principal mostrou tanto por exemplo como por preceitos de que maneira os servos no arranjo teocrático deveriam ministrar as necessidades de seus irmãos. O seu período de ministério na carne no meio das ovelhas do Senhor tinha acabado. Tinha chegado o tempo para ferir e matar o pastor em cumprimento da profecia de Zacarias, e, em consequência, era tempo para a dispersão temporária das ovelhas, o que foi também predito. Zac. 13:7; Mat. 26:31; Mar. 14:27) Que a dispersão dos que tinham seguido este pastor seria de curta duração está demonstrado pelos acontecimentos que sucederam após a ressurreição de Cristo. Em várias ocasiões Cristo apareceu aos selecionados para ser servos especiais, os apóstolos, a fim de fortalecê-los para a obra de recolher as ovelhas dispersas.
13. Como enfatizou Jesus com Pedro a necessidade de apascentar o rebanho?
13 Numa ocasião destas, cedo no dia, na hora do almoço, Jesus indagou de Pedro se este realmente o amava. Em réplica à pergunta Pedro disse: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo” A esta resposta Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros” De novo, “Segunda vez perguntou-lhe Jesus: Simão, filho de João, estás devotado a mim?” Esta vez Simão Pedro respondeu com mais ênfase, declarando em linguagem que não deixava dúvida, “Sim, Senhor, tu sabes que te amo.” A esta segunda resposta Jesus replicou: “Então seja pastor das minhas ovelhas” E ainda mais, pela terceira vez, Jesus propôs a pergunta: “Simão, filho de João, amas-me?” Ora, a esta altura Pedro ficou aflito e perplexo que o Senhor duvidasse repetidas vezes de sua devoção e amor. Não restava dúvida na sua mente sobre o assunto, por isso se diz que “Pedro entristeceu-se por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez se o amava.“ Portanto com muita seriedade e ênfase, Pedro declarou: “Senhor, tu conheces todas as coisas, tu podes ver que te amo.” Sem dúvida, a sinceridade de Pedro se manifestava tão visivelmente que tinha certeza de que Cristo podia até “ver” que o amava, mas o Senhor Jesus simplesmente repetiu a sua instrução: “Apascenta as minhas ovelhas” (João 21:15-18, Uma Trad. Amer.) O que Jesus realmente fazia era enfatizar pela repetição a necessidade de Pedro, e da mesma forma de outros que também seriam servos do rebanho, apascentarem as ovelhas se eles realmente quisessem provar que amavam o Principal Pastor Cristo Jesus e o Grande Pastor Jeová.
14. Quem, especificamente, tem de pregar e apascentar ovelhas? Segundo o exemplo de quem?
14 Pedro e os demais apóstolos sabiam o que Jesus queria expressar ao dizer que apascentassem as ovelhas do Senhor, porque enquanto o Bom Pastor ainda estava na terra ele os tinha enviado de cidade em cidade com instruções de ir “ás ovelhas perdidas da casa de Israel. Pondo-vos a caminho, pregai que está próximo o reino dos céus”. (Mat. 10:1-16) O registro diz que ele enviou setenta dos discípulos maduros e fiéis para empenharem-se nesta obra de pastorear. (Luc. 10:1-17) É verdade que a comissão de pregar este evangelho do Reino recai sobre cada um do povo de Deus, mas mormente sobre aqueles a quem o Senhor escolhe por servos na sua organização teocrática. Que este é o caso se prova por aquilo que aconteceu de Pentecostes em diante. Nessa ocasião uma considerável porção do poder e espírito santo do Senhor foi derramada sobre todos os assistentes, tanto irmãos como irmãs, idosos bem como jovens, tanto servos quanto os que não eram servos. Todavia, os apóstolos, como servos designados, eram particularmente zelosos em provar o seu amor a Deus e ao seu reino. Esforçaram-se ao máximo em procurar, achar e apascentar as ovelhas do Senhor. Conforme mencionaram Pedro, Tiago, João, Judas e Paulo na introdução das suas epístolas, eles apreciavam que no papel de guardiões do rebanho, eram servos do Senhor. (2 Ped. 1:1, Tia. 1:1; Apo. 1:1, Jud. 1; Fil. 1:1; Tito 1:1) Nesta posição Pedro exaltou Cristo como modelo e exemplo, e instou com seus servos companheiros que eles também fizessem assim. Paulo fez a mesma coisa, declarando “Tornai-vos meus imitadores, como eu o sou de Cristo.”—1 Pedro 2:21, 1 Cor. 11:1, 1 Tes. 1:6.
15. É fácil ser servo do rebanho? Como ilustrou Paulo isto?
15 Paulo escreve que não é fácil ser apóstolo e servo do rebanho. Ainda que as suas maiores responsabilidades e privilégios de serviço dessem a Paulo muito gozo e contentamento, também pareciam acarretar maior aflição e angústia à carne, conforme ele descreve: “Pois penso que Deus nos tem posto a nós, os apóstolos, pelos últimos; como sentenciados à morte; somos feitos espetáculo ao mundo, tanto a anjos como a homens. Nós somos estultos por amor de Cristo, mas vós sábios em Cristo; nós fracos, mas vós fortes; vós honrados, mas nós desprezados. Até esta hora padecemos fome, e sede, e nudez, e somos esbofeteados, e não temos morada certa, e fatigamo-nos, trabalhando com as nossas próprias mãos, quando vilipendiados, bendizemos; perseguidos, sofremos; difamados, rogamos; somos feitos como refugo do mundo, como escória de tudo até agora.” (1 Cor. 4:9-13) Certamente Paulo sofreu muito enquanto estava de serviço como fiel servo do rebanho; não na sua própria força, contudo, mas o suportou pela graça e força do Senhor, conforme ele escreve em outra ocasião: “O Senhor, porém, esteve ao meu lado e me confortou, para que fosse por mim cumprida a pregação, e ouvissem todos os Gentios. E fui livre da boca do leão.”—2 Tim. 4:17.
MERCENÁRIOS RELIGIOSOS APODERAM-SE DO REBANHO
16, 17. Quando se introduziram os falsos pastores, e como se comportavam?
16 Fielmente lidavam os apóstolos como servos no campo, buscando as ovelhas perdidas, apascentando-as ao acha-las, pelejando pelo rebanho contra todos os apóstatas e desordeiros e aqueles vorazes que tentavam causar divisão entre os irmãos. Sob essa organização teocrática o rebanho prosperava e crescia em números, e muitas ovelhas foram reunidas fora dos pastos deficientes e infrutíferos do paganismo nos férteis prados do genuíno cristianismo. Mas logo em seguida à saída dos apóstolos homens inúteis se exaltaram sobre o rebanho como os principais ou mais importantes. Sendo inteiramente negligentes quanto às obrigações que deviam ter desempenhado como servos, e sendo preguiçosos e indiferentes quanto às necessidades do rebanho, não só recusaram ir buscar as ovelhas perdidas, mas também não queriam apascentar e atender as já recolhidas. Chamavam a si mesmos pastores, contudo quando lobos entravam para destruir e devorar o rebanho estes impostores fugiam e recusavam pelejar pelas ovelhas. Em consequência, o feroz juízo de Jeová caiu sobre eles.
17 Foi uma condição triste, assim como o apóstolo Paulo tinha avisado que seria se os servos designados não fossem fiéis às suas designações: “Atendei por vós, e por todo o rebanho, sobre o qual o espírito santo vos constituiu superintendentes, para apascentardes a igreja do Senhor que ele adquiriu com seu próprio sangue. Eu sei que depois da minha partida se introduzirão entre vós lobos ferozes, que não pouparão o rebanho, e que dentre vós mesmos surgirão homens, falando coisas perversas, para atrair os discípulos após si. Portanto vigiai.” (Atos 20:27-31, Ver. Nor. Amer., margem) Já nos dias de Judas alguns se haviam insinuado “apascentando-se a si mesmos sem temor”. (Jud. 12, Almeida) Eram homens perversos e apóstatas. Cobiçando a aprovação e louvor dos homens, e desejando as ovelhas para si mesmos, eles invadiram o rebanho do Bom Pastor e levaram discípulos para seus próprios quartéis religiosos. “E estes cães são vorazes, não conhecem a fartura, e os mesmos pastores não conhecem o entendimento: todos eles se viraram para o seu caminho, cada um para a sua ganância, da sua banda.” (Isa. 56:11, Trinitária) Como pastores sem entendimento, tosquiavam as ovelhas mesmo no inverno. Como cães vorazes que nunca se satisfazem eles apascentam-se continuamente à custa das ovelhas.
18. De que modo se têm exaltado? Em que sistemas religiosos?
18 A posição importante ainda que humilde ocupada por um servo ou escravo na congregação do Senhor era olhada com escárnio e desdém por estes inchados e pomposos que presunçosamente assumiram o pastorato sobre as ovelhas. Orgulhosos e altivos, afastaram-se do privilégio de ser servos, instalaram-se como clérigos (uma classe não provida ou arranjada nem por Cristo nem pelos apóstolos), e assumiram títulos lisonjeiros, tais como bispo, arcebispo, metropolitano, papa, soberano pontífice, etc. (Mat. 23:5-11 ) Com força e com crueldade dominavam sobre os seus rebanhos. Foi esse o estado de coisas quando Constantino o Grande lançou o alicerce da igreja católica no quarto século E. C., e por todos os séculos desde então, as numerosas seitas e cultos da cristandade continuam a reter as pessoas semelhantes a ovelhas nos seus apriscos paroquianos, onde são despojadas, exploradas, tosquiadas e devoradas para o prazer e proveito dos falsos pastores. “Ovelhas perdidas têm sido o meu povo,” diz Jeová pela boca de Jeremias, “os seus pastores fizeram-nas errar, e voltar aos montes; do monte passaram ao outeiro, esqueceram-se do lugar do seu repouso. Todos os que os acharam, os devoraram, e os seus adversários disseram: Não somos culpados; porque pecaram contra Jehovah.”—Jer. 50:6, 7.
19, 20. Que fará Jeová para as ovelhas e aos falsos pastores?
19 Eles talvez não pensem assim, mas o Grande Pastor Jeová culpa os falsos pastores por desviarem as ovelhas de seu rebanho, e a sua fúria ardente e ira feroz estão inflamadas contra todos eles, conforme ele diz: “já se acendeu a minha ira contra os pastores, e castigarei os bodes; por que Jehovah dos exércitos tem visitado o seu rebanho.” (Zac. 10:3) Sim, há muito Jeová prometeu que no seu tempo ele visitaria o seu rebanho de ovelhas dispersas e puniria justamente os falsos pastores.
20 Jeová o Grande Pastor pela mão do seu Pastor Principal, o David Maior, tem plena capacidade de separar as ovelhas dos cabritos. De modo que, quando veio livrar o seu rebanho do poder dos pastores iníquos ele também o separou dos opressores de cornos que atacam a chifradas os doentes e fracos e que pisam a mensagem do Reino e turvam as claras águas da verdade. Livrando as suas ovelhas de todos esses males Jeová as introduz em bons pastos nas alturas de seu monte do Reino.—Ezequiel 34.
A REUNIÃO DO REBANHO DISPERSO
21. Como se realizou a profecia de Ezequiel acerca do “um só pastor”?
21 Os fatos que se passaram no “dia nublado e de escuridade” deste século vinte mostram além de dúvida que o cumprimento completo da profecia de Ezequiel já se efetuou no nosso dia. Jeová já reuniu o “resto” do seu povo dos países longínquos da cristandade onde foi espalhado. Sobre eles Deus suscitou “meu servo” Cristo Jesus o David Maior, e este “um só pastor”, o Pastor Principal, apascenta-os. Durante algum tempo antes de 1918 E. C. se preparava o caminho diante do Senhor e daí de repente o Senhor veio a seu templo, para ali ajustar contas com os seus servos, recompensando os fiéis e punindo os infiéis. Jesus nos descreve isto na sua grande profecia acerca do “fim do mundo” em Mateus 24:42-51. Conforme Malaquias predisse, seria a época de juízo ardente e duraria por algum tempo, até que todos os servos maus fossem purgados e purificados dentre o restante do Senhor.—Mal. 3:1-3.
22. Como desde 1918, foi restaurada a organização teocrática?
22 A reunião do restante, a visitação do mal sobre os seus opressores e a instalação do Principal Pastor como Rei, e o restabelecimento da organização teocrática conforme ela existia nos tempos apostólicos foram preditos também por mais um profeta, a saber, Jeremias. (Jer. 23:1-8) Sendo Cristo o Rei-Pastor encarregado desde a reunião do restante depois de 1918, as coisas moveram-se rapidamente na direção do estabelecimento entre eles duma organização teocrática similar em desígnio à que existia há 1.900 anos. Isto significava que todos eles reconheciam o fato que Jeová é o Grande Pastor acima de todos; que Cristo Jesus, o entronizado Rei do governo celestial teocrático, é o Pastor Principal de Jeová; que aqui sobre a terra a organização do “servo fiel e prudente” foi encarregada de todos os inte- resses do Reino, e que nesse arranjo teocrático irmãos fiéis e maduros foram designados como os vários servos para atender as ovelhas do Senhor, servi-las e cuidar das suas necessidades.
23, 24. Como explicamos o grande rebanho hodierno? Quem os apascentam?
23 No princípio o rebanho que seguia Cristo Jesus era escasso, apenas um “pequeno rebanho”, e quando se começou a obra de reunir, após a vinda do Senhor ao templo em 1918, havia apenas um pequeno restante deste pequeno rebanho que estava ainda na terra. (Luc. 12:32) Todavia, atualmente há um grande e poderoso rebanho de ovelhas, pessoas mansas e dóceis, que seguem o Bom Pastor, exatamente conforme disse Jesus que haveria. “Tenho também outras ovelhas que não são deste aprisco [não do aprisco do “pequeno rebanho”], estas também é necessário que eu as traga, elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um pastor” (João 10:16) A parábola das “ovelhas e dos cabritos” revela que Cristo Jesus começaria a reunir e “trazer” estas “outras ovelhas” após sua entronização como Rei em 1914 e sua vinda ao templo para juízo em 1918. “Quando vier o Filho do homem na sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono de sua glória. Todas as nações serão reunidas diante dele, e separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.”—Mat. 25:31, 34.
24 Nessa obra de separação, já em progresso entre as nações, os da classe das “outras ovelhas” estão postos ao lado direito do favor do Rei. A visão do Apocalipse dada a João descreve estas “outras ovelhas” como uma “grande multidão” de pessoas de boa vontade que foram congregadas nos anos recentes e agora cantam jubilosamente: «Salvação a nosso Deus que está sentado sobre o trono, e ao Cordeiro.” Eles não terão fome nem sede jamais, “porque o Cordeiro que está no meio do trono os pastoreará e os conduzirá às fontes da água da vida.” (Apo. 7:9-17) Há ovelhas que estão nesta organização de um só rebanho do Senhor vinte ou trinta anos, outras por um tempo muito mais curto, e ainda outras, como cordeirinhos recém-nascidos, estudam agora esta revista A Sentinela pela primeira vez. Jeová e Cristo Jesus apascentam as “ovelhas” porém, todas juntas, sejam novas ou velhas. «Eis que o Senhor Jehovah virá como um valente,. . . Como pastor ele apascentará o seu rebanho, entre os seus braços [“com o seu braço”; Seu braço direito Cristo Jesus (Trinitária)] ajuntará os cordeirinhos, e os levará no seu seio, e guiará meigamente as paridas.”—Isa. 40:10, 11.
25. Que fazem os clérigos atualmente, mas que fazem os fiéis servos?
25 Esta reunião das quase famintas “outras ovelhas” das sequiosas fortalezas da cristandade pelo Bom Pastor tem progredido tão rapidamente desde a vinda do Senhor ao templo que encheu de medo e angústia o clero e os principais do rebanho e os tem feito uivar de raiva amarga. Veem que esta obra justa do Senhor está separando e tirando dos seus redis eclesiásticos todas as “ovelhas”, deixando apenas os “cabritos”, de modo que choram e blasfemam e rangem os dentes de ira sobre esta perda de membros e renda. “Uivai, pastores, e clamai, revolvei-vos em cinzas, vós que sois os principais do rebanho, pois estão cumpridos os vossos dias em que haveis de ser mortos, e far-vos-ei em pedaços, e caireis como vaso precioso. Os pastores não terão para onde fugir, nem os principais do rebanho para onde escaparem. Eis os gritos dos pastores e os uivos dos principais do rebanho! porque Jehovah está devastando o pasto deles.” (Jer. 25:34-36) Melhor é que uivem agora, pois em-breve, quando for completada esta obra, a matança dos falsos pastares da cristandade no Armagedon os silenciará para sempre! Portanto todos vós, servos fiéis, apascentai agora o rebanho!