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  • A mesa dos demônios contra a mesa de Jeová

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  • A mesa dos demônios contra a mesa de Jeová
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1956
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w56 1/2 pp. 23-31

A mesa dos demônios contra a mesa de Jeová

“Não podeis beber do cálice de Jeová e do cálice dos demônios; não podeis participar da mesa de Jeová e da mesa dos demônios”. - 1 Cor.10:21, NM.

1. Por que é a “mesa“ de Jeová chamada por êste nome, e que queixa tinha êle contra os que serviam nela?

O ALTAR de Jeová é chamado “mesa”, porque o sacrifício oferecido sobre êle se compara a alimento. (Eze. 41:22) Portanto, são os sacerdotes os que servem nesta mesa sacrificial: “Os sacerdotes Levitas, filhos de Zadok, que cumpriram as funções prescriptas do meu santuário, quando os filhos de Israel se desviaram de mim, eles se chegarão a mim para me servirem; e estarão diante de mim para me oferecerem a gordura e o sangue, diz o Senhor Jehovah. Eles entrarão no meu santuário, e se chegarão à minha mesa para me servirem.” (Eze. 44:15, 16) Numa queixa contra os sacerdotes que não cumpriram seu dever, êle disse: “Ofereceis sobre o meu altar pão profano, e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa de Jehovah é desprezível. Quando oferecerdes em sacrifício um animal cego, isso não é mau? e quando oferecerdes o que é coxo e doente, isso não é mau? . . . o meu nome é grande entre os Gentios, diz Jehovah dos exércitos. Mas vós o profanaes, nisto que dizeis: A mesa de Jehovah está profanada, e o seu fruto, isto é, a sua comida, é desprezível.” — Mal. 1:7, 8, 11, 12.

2. Por que devem os sacerdotes provar que são santos, e como tem de ser o alimento sacrificial a fim de ser aceito?

2 Os sacerdotes que apresentam o alimento de Deus no seu altar têm de ser limpos nos hábitos: “Êles devem provar que são santos para seu Deus e não devem profanar o nome do seu Deus, porque são os que apresentam as ofertas de Jeová feitas por fogo, o pão do seu Deus, e êles têm de provar que são santos.“E o sacerdote precisa fazê-lo fumegar sôbre o altar como alimento, oferta feita por fogo a Jeová.” Para ser aceito na mesa do altar de Jeová, o alimento sacrificial tem de ser sadio, sem defeito. — Lev. 21:6, 21; 3:11; 22:21, 25, NM.

3. O que é a “mesa dos demônios“, e quem foi Induzido incorrretamente a sacrificar a êles?

3 A mesa dos demônios é o altar sôbre o qual se lhes oferece sacrifício. Os demônios são inteligências espirituais invisíveis, iníquas, e os antigos israelitas ficaram repetidas vêzes tentados a oferecer sacrifícios a êles. “Foram sacrificar aos demônios, não a Deus, a deuses que não tinham conhecido, novos que apareceram recentemente.” “Sacrificaram seus filhos e filhas aos demônios, e derramaram o sangue inocente, o sangue de seus filhos e filhas, que eles sacrificaram aos ídolos de Canaan: a terra foi manchada com sangue.” — Deu. 32:17, NM; Sal. 106:37, 38.

4. A que prova foram submetidos os cristãos do primeiro século, e como decidiu o corpo governante sôbre a questão?

4 No primeiro século da era cristã, os seguidores de Cristo, em países pagãos, foram submetidos à prova quanto a animais sacrificados a ídolos pagãos. Parte do animal sacrificado era oferecida sôbre o altar do ídolo, uma porção era designada aos sacerdotes do ídolo, e o resto da carne era consumido pelos adoradores, numa festa, quer no templo, quer num lar. No entanto, por causa de necessidades financeiras ou para lucro egoísta, alguns davam a carne aos açougueiros para a venderem no mercado de carne ou açougue. Visto que esta carne tinha sido oferecida a ídolos e aos demônios que representavam, os antigos israelitas consideravam como algo detestável e profanador comer de tal carne. Neste assunto, que deviam fazer os gentios que se tornavam cristãos? O corpo governante dos cristãos do primeiro século reuniu-se para discutir a questão e daí decidiu que as “coisas necessárias” eram: “Que vos conserveis livres das coisas sacrificadas a ídolos, e de sangue, e das coisas mortas sem que se deixasse escorrer seu sangue e da fornicação.” — Atos 15:22-29, NM.

5. Contra comer que alimentos admoestou Paulo os cristãos? Por que é por causa do nosso irmão?

5 Na antiga cidade pagã de Corinto, na Grécia, havia uma sinagoga dos judeus, e, em resultado da pregação de Paulo, alguns dêles, inclusive o oficial que presidia à sinagoga, e sua família, tornaram-se cristãos. Muitos outros coríntios se tornaram também cristãos. Em Corinto havia um açougue, ou mercado de carne, onde se vendia carne de animais que tinham sido primeiro oferecidos cerimonialmente a ídolos. Na sua primeira carta aos cristãos coríntios, começando com o capítulo oito, o apóstolo Paulo fala sôbre a questão “quanto ao comer de alimentos oferecidos a ídolos”. Êle admoesta que não se coma de tais, para que os cristãos que não tivessem o correto conhecimento e entendimento não ficassem chocados ao verem isso, nem fôssem feitos tropeçar para fazerem algo contra a sua consciência. “Porque se alguém te vir a ti, com teu conhecimento, reclinado para a refeição no templo dum ídolo, não se animará a consciência daquele que é fraco, ao ponto de êle comer alimentos oferecidos a ídolos? Realmente, pelo teu conhecimento, o homem que é fraco está sendo arruinado, teu irmão, em prol do qual Cristo morreu. Mas, quando vós, povo, assim pecais contra vossos irmãos e feris a sua consciência que é fraca, estais pecando contra Cristo.” — 1 Cor. 8:1, 4, 10-12, NM.

6. Que mais havia além da consciência, e por que devem os cristãos santificados evitar o perigo?

6 Havia, porém, mais do que apenas a questão da consciência. Havia o perigo da possibilidade de se cometer o pecado da idolatria, por se comer coisas oferecidas a ídolos. Apresentando argumento contra cometer-se idolatria desta maneira, o apóstolo Paulo usa o fato de que aquêles cristãos santificados, aos quais escreveu, celebravam a “refeição noturna do Senhor”, ou, “a ceia do Senhor”, conforme é chamada, o memorial anual da morte do Senhor Jesus. — 1 Cor. 11:20, NM.

7. Portanto, o que diz o apóstolo Paulo em 1 Coríntios 10:6-22 no seu argumento, no qual se refere à refeição noturna do Senhor?

7 A direção do argumento de Paulo lança luz sôbre o significado da refeição noturna do Senhor, e chegamos à verdade por segui-lo. Diz êle: “Ora, estas coisas tornaram-se nossos exemplos, para que nós não sejamos pessoas que desejam coisas prejudiciais, assim como êles as desejaram. Nem vos torneis idólatras, como alguns o fizeram; assim como está escrito: ‘O povo sentou-se para comer e beber, e levantaram-se para divertir-se com algazarra [diante do bezerro de ouro].’ Nem pratiquemos fornicação, como alguns dêles cometeram fornicação, [em ligação com a adoração de Baal de Peor,] apenas para caírem, vinte e três mil dêles em um só dia. . . . Portanto, meus amados, fugi da idolatria. Falo como a homens de discernimento; julgai vós mesmos o que digo. O cálice de bênção que abençoamos, não é a participação no sangue do Cristo? O pão que partimos, não é a participação no corpo do Cristo? Porque há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque todos participamos dêsse um só pão. Vêde o que é Israel no sentido carnal: Os que comem os sacrifícios, não são porventura participantes do altar? Que, então, hei de dizer? Que aquilo que é sacrificado a um ídolo é alguma coisa, ou que o ídolo é alguma coisa? Não; mas digo que as coisas que as nações sacrificam, as sacrificam a demônios e não a Deus, e não quero que vos torneis participantes com os demônios. Não podeis beber do cálice de Jeová e do cálice dos demônios; não podeis participar da ‘mesa de Jeová’ e da mesa dos demônios. Ou ‘estamos incitando Jeová ao ciúme’? Somos, porventura, mais fortes do que êle?” — 1 Cor. 10:6-22, NM.

8. Assim, por que é bom evitar ir ao templo dum ídolo para comer ou por que é bom não comer quando um irmão cristão mostra que a carne foi primeiro oferecida a ídolos?

8 Portanto, seria aconselhável que o cristão não fôsse ao templo dum ídolo para comer uma refeição, a carne da qual tinha sido oferecida ao ídolo do templo. Por quê? A fim de evitar que se dê a ideia, aos observadores de mente fraca, de que se está adorando o ídolo e para evitar o perigo de se ceder, em transigência, à adoração de ídolos. Quanto à carne que se vende no mákellon, ou mercado de carne, Paulo prossegue a dizer: “Tudo que se vende num mercado de carne continuai a comer, não fazendo indagação por causa da vossa consciência, pois ‘a terra pertence a Jeová, e bem assim a sua plenitude’. Se alguém dos descrentes vos convidar [ao seu lar ou a uma festa] e desejais ir, passai a comer de tudo que é pôsto diante de vós, não fazendo indagação por causa da vossa consciência. Mas, se alguém [não vosso hospedeiro descrente, mas um irmão de consciência fraca] vos disser: ‘Isto é algo oferecido a um deus’, não comais por causa daquele que o revelou e por causa da consciência. ‘Consciência’, digo eu, não a vossa, mas a da outra pessoa. Pois, por que devia a minha liberdade ser julgada pela consciência de outra pessoa? Se eu participo [de carne]com agradecimentos [a Deus], por que se deve falar de mim difamatoriamente em razão daquilo pelo qual dei graças? Portanto, quer comais, quer bebais, quer façais alguma outra coisa, fazei tôdas as coisas para a glória de Deus.” — 1 Cor. 10:25-31, NM.

PARTICIPANDO COM OS DEMÔNIOS

9. Por comer carne em honra dos demônios, o que está fazendo a pessoa? Que ilustração disso tira Paulo dos sacrifícios oferecidos pelos israelitas?

9 Quando alguém come carne que fôra oferecida a ídolos e êle faz isso com a ideia de honrar o ídolo pelo seu comer, o que está fazendo? Êle está participando da mesa dos demônios; êle está tendo comunhão ou participação com êles. Como assim? Examinai de novo os versículos acima citados (1 Cor. 10:18-21, NM) e vereis que o apóstolo Paulo usa o Israel carnal como ilustração e pergunta: “Os que comem dos sacrifícios, não são porventura participantes do altar?” Os que comiam dos sacrifícios não eram apenas os sacerdotes, mas também os israelitas que forneciam os sacrifícios. Acêrca dos sacerdotes, Paulo pergunta no capítulo precedente: “Não sabeis que os homens que desempenham deveres sagrados comem as coisas do templo, e os que servem constantemente no altar [a mesa de Jeová] têm, para si mesmos, um quinhão no altar?” (1 Cor. 9:13, NM) No entanto, quando os israelitas ofereciam sacrifícios de ofertas pacíficas ou sacrifícios de comunhão, então também os israelitas comiam parte do sacrifício. (Lev. 7:11-37) O sangue do sacrifício de comunhão era aspergido sôbre o altar de Jeová e a gordura era queimada sôbre o altar, como a parte do sacrifício que pertencia diretamente a Jeová. A gordura do sacrifício era seu “pão” ou “alimento”. (Lev. 3:11; 7:14, 22-26; 9:18-20; 17:5-7; 21:6; 22:25) O peito e a espádua do sacrifício de comunhão pertenciam ao sacerdote que oficiava o sacrifício. (Lev. 7:28-36; 9:21; 10:14, 15) O resto da carne era comido pelos israelitas que apresentavam o sacrifício de comunhão. — Lev. 7:15-21; 19:5-8.

10. Por comerem do sacrifício de comunhão, o que tinham os israelitas? Assim, o que podemos dizer sôbre o nome do sacrifício?

10 Dêste modo, os israelitas que comiam do sacrifício de comunhão participavam do altar ou tinham comunhão com o altar sôbre o qual fôra sacrificado. Êste altar pertencia a Jeová Deus; era a mesa de Jeová sôbre a qual seus sacerdotes lhe ofereciam seu alimento. Portanto, por comerem do mesmo sacrifício de comunhão, cuja gordura era oferecida como alimento a Jeová Deus, os israelitas tinham comunhão ou uma refeição em comum com êle. Já eram seu povo por êle os ter escolhido e pelo pacto que tinha feito com êles, por intermédio do mediador Moisés. Mas agora, por participarem do sacrifício de comunhão junto com seu sacerdote e seu altar, êles tinham comunhão especial com Jeová Deus. Participavam da “mesa de Jeová” típica. Daí a propriedade do nome “sacrifício de comunhão”, embora a Versão dos Setenta grega das Escrituras Hebraicas o chame de sacrifício de paz e de sacrifício de salvação.— 1 Sam. 10:8; 11:15; 13:9; 1 Reis 3:15; 8:63, 64; 9:25; Lev. 3:1; 22:21, Versão dos Setenta.

11. A fim de gozar desta comunhão com Deus, o que eram os israelitas obrigados a fazer, conforme mostra Levítico 17:5-7?

11 Para gozarem desta comunhão especial com Deus, à sua mesa, proibiu-se os israelitas de sacrificar aos demônios: “Êles têm de trazer [seus animais] a Jeová, à entrada da tenda de reunião, ao sacerdote, e êle têm de sacrificar êstes como sacrifícios de comunhão a Jeová. E o sacerdote tem de aspergir o sangue sôbre o altar de Jeová, à entrada da tenda de reunião, e êle tem de fazer fumegar a gordura como cheiro de apaziguamento para Jeová. Portanto, não mais devem sacrificar seus sacrifícios aos demônios em forma de cabrito.” — Lev. 17:5-7, NM.

12. É porque o ídolo e o animal sacrificado a êle importa em alguma coisa, ou, por que é que Paulo admoesta contra comer de tal sacrifício, em 1 Coríntios, capítulo 10?

12 Por uma razão semelhante, o adorador do Deus verdadeiro e vivo deve evitar sacrifícios aos ídolos, argumenta Paulo. Não que o ídolo em si mesmo seja mais do que o ouro, a prata, a pedra, a madeira ou outro material do qual é feito. Nem que a coisa sacrificada ao ídolo assuma qualquer nova qualidade ou valor que a mude da condição de ser ainda criação de Jeová Deus. Mas aquêle ídolo material, sem vida, representa um demônio. “Todos os deuses dos povos são ídolos; Jehovah, porém, fez os céus.” (Sal. 96:5) “Todos os deuses das gentes são demônios [diabos]; porém o Senhor é que fêz os céus.” ([95:5] Soares; Figueiredo; e Versão dos Setenta, Thomas; Bagster [em inglês]) De modo que, quando um adorador, numa festa sacrificial, comia parte do animal sacrificado ao ídolo, êle participava da “mesa dos demônios”, pois o altar do ídolo pertencia aos demônios. Quando bebia do cálice de vinho, em tal festa sacrificial, êle bebia do “cálice dos demônios”. Êle se tornava ‘participante com os demônios’, tendo comunhão com êles. Foi por isso que Paulo disse aos cristãos em Corinto: “As coisas que as nações sacrificam, as sacrificam a demônios e não a Deus, e não quero que vos torneis participantes com os demônios. Não podeis beber do cálice de Jeová e do cálice dos demônios. Não podeis participar da ‘mesa de Jeová’ e da mesa dos demônios.” Jeová tem ciúme; êle exige devoção exclusiva.

13. Com que estão ligados o “cálice de Jesus” e a “mesa de Jeová”, conforme mostra o apóstolo Paulo ali?

13 Mas, a que se refere Paulo aqui por falar dêste “cálice de Jeová” e desta “mesa de Jeová”? Êles estão ligados ao cálice e ao pão que Paulo usa no seu argumento sôbre o motivo por que os cristãos devem evitar qualquer confusão sôbre “alimentos oferecidos a ídolos”. Diz êle: “O cálice de bênção que abençoamos, não é a participação no sangue do Cristo? O pão que partimos, não é a participação no corpo do Cristo?” (1 Cor. 10:16, NM) Paulo se refere aqui ao cálice e ao pão que o Senhor Jesus Cristo usou quando instituiu a “refeição noturna do Senhor”, ou “a ceia do Senhor”, usualmente chamada de “comunhão” através da cristandade. Portanto, antes de usarmos o argumento de Paulo para a sua aplicação a nós hoje, voltemos atrás, dezenove séculos, àquilo que Jesus fêz no ano de 33 (E.C.).

“A REFEIÇÃO NOTURNA DO SENHOR”

14. Onde fêz Jesus arranjar a celebração da sua última páscoa? Com quem, e por que com êstes?

14 Quatro dos discípulos de Jesus, Mateus, Marcos, Lucas e Paulo, nos fornecem descrições pormenorizadas daquilo que aconteceu então. Mateus estêve presente pessoalmente como um dos doze apóstolos. Paulo recebeu a sua informação sôbre ela “do Senhor”, por revelação direta. (1 Cor. 11:20, 23) Todos os relatos diferem algo em linguagem e em alguns pormenores, mas todos estabelecem unidamente as particularidades principais. Como judeu fiel segundo a carne, Jesus deu instrução para a celebração da páscoa em Jerusalém, a cidade santa, sôbre a qual Jeová havia colocado seu nome. (Deu. 16:1-7) Com quem celebrou Jesus esta sua última páscoa aquela noite? Não como em anos anteriores, com sua família, isto é, com Maria, sua mãe terrena, e com os filhos dela, os meio-irmãos de Jesus. Naturalmente, ela e seus filhos estavam em Jerusalém para a páscoa, pois na tarde seguinte Maria estava junto à estaca de tortura sôbre a qual Jesus fôra pendurado e êle falou dali a ela. Seus outros filhos, sem dúvida, haviam-na levado a Jerusalém para páscoa. No entanto, visto que os grupos para a celebração da páscoa em Jerusalém eram pequenos, tendo geralmente cêrca de dez pessoas, Jesus fêz arranjos para celebrar esta última páscoa com seus doze apóstolos. À mesa, êle lhes disse: “Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes de eu sofrer; pois digo-vos: Não comerei dela de novo até que se cumpra no reino de Deus.” De modo que Jesus estava pensando em algo especial para esta noite de páscoa. O que era? O estabelecimento duma nova ceia ou refeição noturna para êles.

15. Qual é a descrição que Mateus fornece da refeição noturna do Senhor?

15 Aqui está o que ocorreu e o que Jesus disse, segundo Mateus, que estava presente: “Enquanto continuavam a comer, Jesus tomou um pão e, tendo pronunciado uma bênção, êle o partiu e, dando-o aos discípulos, disse: ‘Tomai, comei. Isto significa meu corpo.’ Também tomou um cálice e, tendo dado graças, êle deu-lhos, dizendo: ‘Bebei dêle, todos vós; pois isto significa meu “sangue do pacto” que há de ser derramado a favor de muitos para a remissão de pecados. Mas, digo-vos, que daqui em diante de nenhum modo beberei dêste produto da videira até aquêle dia em que o beberei, novo, convosco no reino de meu Pai.’ Finalmente, tendo cantado louvores, saíram para o monte das Oliveiras.” — Mat. 26:26-30, NM.

16, 17. (a) Que fêz Jesus com o pão? (b) Por que não transmudou ou transubstanciou Jesus o pão em sua própria carne?

16 O pão inteiro que Jesus tomou era pão ázimo, um bolo não fermentado. Não se permitia legalmente nenhum fermento nas casas judaicas, na páscoa, nem por sete dias depois dela. (Êxo. 12:8, 15, 17-21; 13:6-10) Jesus não cortou o pão com uma faca. O pão não levedado era chato e quebradiço. De modo que o partiu, conforme o modo usual quando se comia pão em tôdas as refeições, naqueles dias. (Mat. 15:36; 14:19; Mar. 8:6, 19; Luc. 24:30; Atos 27:35) Primeiro, porém, êle pronunciou uma bênção; êle abençoou a Deus. É por isso que Lucas e Paulo, nos seus relatos, dizem que êle ofereceu agradecimentos: ‘Também tomou um pão, deu graças, partiu-o e lhos deu, dizendo: ‘Isto significa meu corpo que há de ser dado em vosso favor. Continuai a fazer isto em memória de mim.”’ (Luc. 22:19, NM; 1 Cor. 11:23, 24) Portanto, não se precisa atribuir nenhum significado especial ao partir do pão por êle; êle fêz isso a fim de distribuí-lo a êles, assim como quando alimentou os cinco mil e depois os quatro mil.

17 Mas, Jesus deu significado especial ao pão que êle partiu e lhes deu: “Isto significa meu corpo que há de ser dado em vosso favor.” Por meio destas palavras êle não fêz um milagre, transmudando ou transubstanciando o pão, convertendo-o da massa não levedada em carne humana. Êle ainda possuía tôda a sua própria carne; êle tinha de ter tôda a sua carne, sem mácula, dela não se tendo tirado nada, a fim de oferecer-se como sacrifício perfeito. Seu corpo tinha de ser como o cordeiro pascoal do qual acabavam de comer e que o representava, “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” Em que sentido? Neste: “O cordeiro . . . será sem defeito, macho de um ano.” Sim, “Cristo, como de um cordeiro sem defeito e imaculado”. Assim, êle não transmudou o pão, mas apenas o usou para simbolizar seu corpo. — João 1:29; Êxo. 12:5 e 1 Ped. 1:19.

18. A que corpo se referiu Jesus por dizer “meu corpo”?

18 Seu corpo? Sim; seu próprio corpo, seu corpo inteiro, cabeça e tudo, que devia dar por êles. Jesus se referiu ao seu próprio corpo, o corpo com o qual, a seguir, associou seu próprio sangue ao falar do cálice. Por trinta e três anos e meio êsse corpo havia contido o sangue que seria derramado na estaca de tortura, no Calvário. A vida daquele corpo carnal era seu sangue. Ao se apresentar a João, para que êste corpo fôsse batizado, Jesus citou o Salmo 40:6-8 e o aplicou a si mesmo: “Por isso, ao entrar no mundo, êle diz: ‘“Não desejaste sacrifício nem oferta [de animais], mas preparaste para mim um corpo. Não aprovaste ofertas queimadas e sacrifício pelo pecado inteiros.” Então eu disse: “Vê! Eu venho (no rôlo do livro está escrito a meu respeito) para fazer a tua vontade, ó Deus.”’” — Heb. 10:5-7, NM.

19. O que levou Jesus naquele corpo? Por meio dêle, o que abriu êle para seus discípulos?

19 Visto que aquêle corpo havia de ser dado a favor dos seus discípulos, êle não o tomou de volta por ocasião da sua ressurreição dos mortos, mas o Deus Todo-poderoso, seu Pai celestial, lhe preparou outro corpo, não na terra, mas no céu, um corpo espiritual, ‘de Deus um edifício, . . . eterno, nos céus’. (2 Cor. 5:1) No seu corpo natural, terreno, Jesus levou os vitupérios procedentes dos lábios dos opositores. “Cristo sofreu na carne”, e, apesar de tudo isso, êle manteve imaculada a sua integridade para com Deus. O apóstolo Pedro diz também: “Até Cristo sofreu por vós, deixando-vos modêlo para seguirdes de perto as suas pisadas. Êle não cometeu pecado, . . . Êle próprio, por imputação, levou nossos pecados em seu próprio corpo sobre a estaca.” (1 Ped. 4:1; 2:21, 22, 24, NM) Êle renunciou à sua existência humana, sua existência na carne, a favor dos seus discípulos. Assim abriu-lhes o caminho para irem ao céu, ‘para entrarem no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus, pelo caminho que êle nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu, isto é, através da sua carne’. — Heb. 10:19, 20, NTR.

20. Que papel havia de desempenhar o sangue de Jesus, e como indicou isto Jesus na refeição noturna?

20 Jesus não era apenas carne, alguma encarnação ou materialização exangue. Ele veio para resgatar os filhos humanos de sangue e carne, e assim está escrito: “Visto que os ‘filhos jovens’ são participantes de sangue e carne, êle participou também similarmente das mesmas coisas, para que, pela sua morte, pudesse destruir aquêle que tem os meios de causar a morte, isto é, o Diabo.” (Heb. 2:14, NM) Portanto, ao instituir esta refeição noturna, que seus discípulos haviam de celebrar em memória dêle, Jesus chamou atenção ao papel desempenhado por seu sangue. Êle tomou o cálice, cheio daquilo que êle disse era o “produto da videira”. Daí: “Tendo dado graças, êle deu-lhos, dizendo: ‘Bebei dêle, todos vós; pois isto significa meu “sangue do pacto” que há de ser derramado a favor de muitos para a remissão de pecados.”’ (Mat. 26:27, 28, NM; Mar. 14:23, 24) “Êste cálice significa o novo pacto em virtude de meu sangue, que será derramado em vosso favor.” (Luc. 22:20, NM) Jesus comentou assim sobre o uso especial para o qual seu sangue servia, a saber, para pôr em vigor o novo pacto com o perdão dos pecados de muitos discípulos. De modo que deu por êles sangue e carne.

21. Por que não comparou Jesus aqui seu sangue ao do cordeiro pascoal, mas as palavras de quem citou Jesus aqui?

21 Queira notar-se que, pelas suas palavras, Jesus não estava comparando seu sangue com o do cordeiro pascoal. É verdade que o cordeiro pascoal tipificava Jesus, “o Cordeiro de Deus”. É também verdade que o sangue do cordeiro pascoal, no antigo Egito, foi aspergido sobre as ombreiras e vergas das portas das casas dos israelitas, para que o anjo destruidor de Jeová o visse e passasse por cima das suas casas, sem matar seus filhos e animais primogênitos dentro delas. Do mesmo modo, os discípulos do Cordeiro de Deus precisam ter “os corações aspergidos de má consciência” e confessar abertamente seu sangue. (Êxo. 12:7, 21-23; Heb. 10:19, 20, 22; 9:14, ARA, margem) Assim, também, são resgatados “pelo sangue precioso de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e imaculado”. (1 Ped. 1:19) No entanto, não foi o sangue do cordeiro pascoal que pôs em vigor o pacto da lei do qual Moisés era mediador. Não foi o sangue do cordeiro pascoal que se aspergia sôbre o livro da lei do pacto e sôbre o povo, Moisés dizendo então: “Eis o sangue do pacto que Jeová concluiu convosco com respeito a tôdas estas palavras.” (Êxo. 24:7, 8, NM) Não, foi o sangue de animais diferentes; e, porque Jesus estava indicando a conclusão dum novo pacto entre Jeová Deus e seus discípulos, êle citou as palavras de Moisés, “sangue do pacto”, e aplicou estas palavras a seu próprio sangue.

22. Segundo o apóstolo Paulo, que animais foram mortos na inauguração do “pacto anterior”, no Monte Sinai?

22 Que animais foram mortos na inauguração do “pacto anterior” no Monte Sinai? Sôbre êles, o apóstolo Paulo escreve: “Um pacto é válido sôbre vítimas mortas, visto que não está em vigor em qualquer tempo enquanto o pactuante humano vive. Consequentemente, tampouco foi o pacto anterior inaugurado sem sangue. Pois quando todo o mandamento segundo a Lei tinha sido falado por Moisés a todo o povo, êle tomou o sangue dos novilhos e dos bodes, com água, e lã púrpura, e hissôpo, e aspergiu o próprio livro e todo o povo, dizendo: ‘Êste é o sangue do pacto que Deus vos impôs como encargo.’” (Heb. 9:17-20, NM) Bodes, bem como novilhos, foram mortos para fornecer sangue.

23, 24. (a) Segundo Moisés, que espécie de sacrifícios foi oferecida para a Inauguração do antigo pacto da lei? (b) Que se fêz com a carne e que se fêz com o sangue, e o sangue de quem foi representado por este?

23 Agora, note-se a espécie de sacrifícios que ofereceram para inaugurar o antigo pacto da lei, no terceiro mês depois da páscoa: “Depois disso [Moisés] enviou homens jovens dos filhos de Israel e êles ofereceram ofertas queimadas e sacrificaram touros como sacrifícios, como sacrifícios de comunhão a Jeová. Moisés tomou então metade do sangue e o pôs em bacias, e metade do sangue aspergiu sobre o altar [a mesa de Jeová]. Finalmente, êle tomou o livro do pacto e o leu aos ouvidos do povo. Depois disseram: ‘Tudo o que Jeová tem falado estamos dispostos a fazer e a obedecer.’ Assim, Moisés tomou o sangue e o aspergiu sôbre o povo, e disse: ‘Eis o sangue do pacto que Jeová concluiu convosco com respeito a tôdas estas palavras.”’ — Êxo. 24:5-8, NM.

24 Note-se que não somente havia ofertas queimadas, mas também ofertas de comunhão. Estas últimas eram usualmente constituídas de gado miúdo, tal como ovelhas ou bodes, e Paulo mostra que estas ofertas de comunhão incluíam bodes. Isto significa que não somente Jeová obtinha a gordura de tais sacrifícios de comunhão, mas também os sacerdotes recebiam a perna e a espádua direita dêles, e, se os sacerdotes não recebiam todo o resto de tais sacrifícios de comunhão nesta ocasião, então os representantes de Israel, os “setenta anciãos de Israel”, comiam o resto dos sacrifícios de comunhão. Assim todo o Israel, por meio dos seus sacerdotes e seus representantes, tinha comunhão com Jeová Deus no seu altar, ao se inaugurar o antigo pacto da lei. O sangue de todos aquêles touros e bodes mortos ali no Monte Sinai representava o sangue de Jesus Cristo, o mediador do novo pacto de Jeová, pois o sangue dêstes animais era misturado em bacias e era depois aspergido sôbre o livro da lei e sôbre o povo. De Jesus está escrito: “Êle entrou no lugar santo, não, não com o sangue de bodes e de novilhos, mas com o seu próprio sangue, uma vez para sempre, e obteve para nós livramento eterno.” (Heb. 9:12, NM) Jesus morreu sacrificialmente para fornecer seu sangue.

25. Que prometeu fornecer Jeová, em Jeremias 31:31-34, e por que era necessário sangue como base para isso?

25 Jeová prometeu abolir o antigo pacto da lei e fornecer um novo pacto, por meio dum profeta maior do que Moisés. Isto êle declarou em Jeremias 31:31-34. Quanto à sua parte no novo pacto, Jeová disse: “Perdoarei a sua iniquidade, e não me lembrarei mais dos seus pecados.” Ora, para que se perdoasse a iniquidade e se removesse legalmente o pecado, era necessário algo como base para êste novo pacto. O quê? Sangue derramado. Hebreus 9:22, que segue ao relato da inauguração do pacto anterior, diz: “Sim, quase tôdas as coisas são purificadas com sangue, segundo a lei, e, a menos que se derrame sangue, não há perdão.” — NM.

26. Portanto, o que disse Jesus corretamente na refeição noturna do Senhor? Quem, então, bebe corretamente do cálice?

26 Portanto era necessário que o sangue de Jesus, como sacrifício humano perfeito, fôsse derramado, a fim de livrar-nos da condenação dos pecados e da transgressão, da qual não podíamos ser livrados pelos sacrifícios de animais sob o anterior pacto da lei. (Heb. 9:15, NM) Visto que o novo pacto prometia o perdão de Deus para os pecados, e visto que o vinho no cálice representava o sangue vital, puro e perfeito de Jesus, necessário àquele novo pacto, Jesus disse corretamente: “Isto significa meu ‘sangue do pacto’ que há de ser derramado a favor de muitos para a remissão de pecados.” (Mateus 26:27, 28, NM) Os cristãos que são introduzidos no novo pacto e que assim se tornam israelitas espirituais são apropriadamente os cristãos que têm direito de beber do cálice da refeição noturna do Senhor.

BEBENDO SEU SANGUE

27. Por beberem dêste cálice, êles se representam como estando em que pacto e sendo afetados de que modo?

27 Por beber do cálice, os israelitas cristãos espirituais representam a si mesmos como estando no novo pacto e como recebendo o benefício dêle, o perdão de Deus para os pecados, por intermédio do sangue de Jesus. Por beberem daquele cálice representam a si mesmos como bebendo seu sangue. Por beberem daquele cálice representam a si mesmos como sendo beneficiados, não condenados. Por beberem do sangue de Jesus daquele modo pictórico, bebem, não a condenação para si mesmos, mas, ao invés disso, os benefícios de vida, pois há vida naquele sangue. Por beberem figurativamente do seu sangue, por meio de fé, êles não são condenados à morte, assim como por comerem figurativamente do seu corpo, sua carne, por meio de fé, não podem ser condenados como que comendo de alimento proibido, para a sua morte. Ao invés, beneficiam-se com a vida eterna.

28. Como apresentou Jesus o assunto dêste ponto de vista em João, capítulo 6?

28 Jesus apresentou o assunto dêste ponto de vista, quando disse aos judeus, muitos dos quais ficaram chocados: “Deveras vos digo: Aquêle que crê tem vida eterna. Eu sou o pão da vida. Vossos antepassados comeram o maná no deserto, contudo morreram. Êste é o pão que desce do céu, para que qualquer um coma dêle e não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer dêste pão, viverá para sempre; e, de fato, o pão que eu darei é minha carne em favor da vida do mundo. . . . A menos que comais a carne do Filho do homem e bebais seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem se alimenta de minha carne e bebe meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia; porque minha carne é verdadeiro alimento, e meu sangue é verdadeira bebida [não bebida mortífera, ilegal]. Quem se alimenta de minha carne e bebe meu sangue permanece em união comigo, e eu em união com êle. Assim como o Pai vivente me enviou e eu vivo por causa do Pai, assim, quem de mim se alimentar, também viverá por causa de mim. Êste é o pão que desceu do céu. Não é como quando vossos antepassados comeram, contudo morreram. Aquêle que se alimentar dêste pão viverá para sempre.” Simão Pedro disse que estas eram “declarações de vida eterna”. — João 6:47-58, 68, NM.

29. Que dois essenciais deu Jesus pela vida dos seus seguidores? Para corresponder ao significado do cálice, o que tem de significar o pão?

29 Jesus deu tanto carne como sangue em favor da vida dos seus seguidores. Êle simbolizou ambos estes essenciais para se ganhar a vida eterna pelo pão e pelo cálice de vinho na refeição noturna que estabeleceu. Êle declarou que o cálice de vinho representava o sangue literal necessário para a validação do novo pacto. De maneira paralela, o pão que êle partiu e distribuiu, do mesmo modo, tem de ter um valor humano literal; tem de significar seu corpo de carne que êle deu pela vida dos que alcançam o novo mundo.

30. Que significa beber o seu sangue, mas o que fizeram os judeus que ficaram chocados com tal ideia?

30 Beber seu sangue não significa assumir a responsabilidade pela sua morte, mas significa aceitá-lo gratamente pela fé e beber os benefícios do seu sangue vital derramado em sacrifício. Os que exigiam a morte de Jesus por pendurá-lo na estaca de tortura foram os que ficaram chocados com a ideia de beber seu sangue e êles recusaram bebê-lo por meio de fé. Foram êstes homens que assumiram a responsabilidade pela sua morte, depois de o governador Pôncio Pilatos haver dito: “Estou inocente do sangue dêste.” Êles disseram: “Caia sobre nós o seu sangue, e sôbre nossos filhos!” (Mat. 27:24, 25, ARA) Mais tarde, o Supremo Tribunal judaico objetou aos apóstolos: “Quereis lançar sôbre nós o sangue dêsse homem [Jesus]”, contudo recusaram beber o sangue de Jesus de modo figurativo e assim mostrar que eram inocentes. — Atos 5:27, 28 ARA.

31. Que diz Paulo referente aos sacerdotes judaicos que recusaram beber? Assim, quem está habilitado a beber de modo emblemático o sangue de Jesus, na refeição noturna do Senhor?

31 Por assim, sem fé, recusarem beber seu sangue, êstes judeus não foram introduzidos no novo pacto e não beberam a única “verdadeira bebida” vitalizadora para a salvação. Muitos eram sacerdotes. Por isso, o apóstolo fala dêstes sacerdotes que recusaram o sacrifício de Jesus e que continuaram a servir no altar material no templo de Herodes em Jerusalém: “Temos um altar, do qual os que prestam serviço sagrado na tenda não têm autoridade de comer. Pois os corpos daqueles animais [do dia da expiação] cujo sangue é levado ao santo lugar pelo sumo sacerdote [judaico], pelo pecado, são queimados fora do acampamento [de Israel]. Por isso também Jesus, a fim de que santificasse o povo com o seu próprio sangue, sofreu fora do portão [de Jerusalém]. Saiamos, pois, a êle, fora do acampamento, levando o vitupério que êle levou.” (Heb. 13:10-13, NM) Os que saem a êle, fora dêste velho sistema de coisas, bebem figurativamente seu sangue, pela fé. Estão habilitados a bebê-lo de modo emblemático do cálice da “refeição noturna do Senhor”. Cada um dêles aprecia plenamente o “sangue do pacto pelo qual foi santificado”. (Heb. 10:29, NM) Êles comem dignamente do pão emblemático, porque podem dizer: “É nessa vontade [de Deus] que temos sido santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez para sempre.” — Heb. 10:10, NTR.

ANTES PARTICIPANTES COM JEOVA DO QUE COM OS DEMÔNIOS

32, 33. (a) Por comerem do sacrifício de comunhão, com quem tinham comunhão os israelitas, e por quê? (b) De que modo participavam os adoradores de ídolos com os demônios e bebiam o cálice dêles?

32 Harmoniza-se o que foi dito nos parágrafos precedentes com as palavras de Paulo em 1 Coríntios 10:16-21? Devia harmonizar-se; e harmoniza-se mesmo? Ali Paulo está falando sôbre sacrifícios, os oferecidos a demônios e os a Jeová Deus. Êstes sacrifícios tinham a natureza de sacrifícios de comunhão, e os altares sôbre os quais eram oferecidos eram comparados a ‘mesas’, porque se oferecia alimento sacrificial sôbre êles. Aquêle sôbre o qual se ofereciam sacrifícios a Jeová Deus, Êle mesmo chama de “a mesa de Jehovah”. (Mal. 1:7, 12) Quando se oferecia um sacrifício de comunhão a Jeová, ordenava-se também que fôsse acompanhado duma oferta de libação de vinho, a ser derramada sôbre o altar. (Núm. 15:8-16; Êxo. 29:40; 30:9) Quando os adoradores comiam sua porção concedida do sacrifício de comunhão, êles estavam ‘participando da “mesa de Jeová”’ e estavam ‘participando com graças’. Por comerem dos sacrifícios, a gordura dos quais havia sido queimada sôbre o altar, o sangue sendo aspergido sôbre êle, eram “participantes do altar”. Êsse altar pertencia a Jeová Deus; era a sua mesa sôbre a qual se oferecia alimento. Portanto, por participarem dum sacrifício com Jeová, em realidade participavam com Jeová; estavam tendo comunhão com êle, gozando juntos do alimento.

33 Assim, também, quando os adoradores idólatras sacrificavam aos demônios e comiam sua porção do sacrifício, estavam ‘participando da mesa dos demônios’. Eram assim “participantes com os demônios”; tinham comunhão, companhia, associação com os demônios, gozando de alimento junto com êles. Quando bebiam dum cálice de vinho numa festa em honra dos demônios, estavam ‘bebendo do cálice dos demônios’. Isto mostra o que ocorre quando se participa da refeição noturna do Senhor.

34. Por esta comparação, como se deve considerar a refeição noturna do Senhor? Portanto, o pão e o cálice de vinho devem ser discernidos como significando o quê?

34 Por fazer a comparação acima, o apóstolo Paulo indica que a refeição noturna do Senhor deve ser considerada como refeição sacrificial. Como, então, se deve entender o significado do “pão que partimos” e do “cálice de bênção que abençoamos”? O pão não levedado deve ser discernido como sendo o “corpo do Cristo”, que êle deu a Deus pela vida do mundo, sua carne sem pecado, que é “verdadeiro alimento”. O cálice de vinho sôbre o qual Jesus deu graças deve ser discernido como sendo o “sangue do Cristo”, com o qual êle validou o novo pacto, e que é “verdadeira bebida”. Êste completo sacrifício do Cristo é considerado aqui como sendo semelhante ao sacrifício de comunhão na inauguração do pacto, a gordura do qual se fêz que fumegasse sôbre o altar de Jeová e o sangue do qual foi dividido, metade sendo aspergido sôbre o altar de Deus e a outra metade dêle sendo aspergida, primeiro sôbre o livro da lei de Deus, e depois sôbre o povo aceito no pacto. O grande arranjo, semelhante a um altar sôbre o qual se oferece o sacrifício de Cristo, o apóstolo Paulo chama de “mesa de Jeová”, e é desta “mesa” que os cristãos no novo pacto participam. O cálice do sangue de Cristo, que é aspergido sôbre o grande arranjo do altar de Jeová e sôbre o livro simbólico do seu novo pacto, é o “cálice de Jeová”, e é simbolizado pelo cálice de vinho da refeição noturna do Senhor.

35. Por participarem do pão e do cálice, de que coisas maiores, representam a si mesmos os cristãos como participando? Com quem na terra têm êles participação visível?

35 Os cristãos no novo pacto, que bebem do cálice de vinho e comem do pão não levedado, mostram por êste ato que estão participando do sacrifício humano de Cristo, tanto do seu sangue como da sua carne. Representam assim como estão ‘bebendo do cálice de Jeová’ e ‘participando da “mesa de Jeová”’, sendo “participantes do altar”. Êles representam como estão participando do benefício do perdão dos pecados e da salvação por meio do sacrifício de sangue e carne de Cristo. De modo que a grande questão agora é: Com quem participam ou têm êles comunhão, companhia, associação, ao fazerem isso pela fé cada dia e, simbolicamente, cada ano na refeição noturna do Senhor? “O cálice de bênção que abençoamos, não é a participação [em grego: koi-no-nía] no sangue do Cristo? O pão que partimos, não é a participação [koi-no-nía] no corpo do Cristo?” Sim, mas a participação nestas coisas com quem? Naturalmente é a participação com tôda a “congregação de Deus”, com todos os que ‘têm sido santificados em união com Cristo Jesus, chamados para ser santos’. (1 Cor. 1:2, NM) Quer dizer, com todos os israelitas espirituais que estão no novo pacto.

36. Mas, com quem participam êles principalmente, e de que coisas? E, como se aplica isto também ao esclarecimento divino?

36 Mas, é isso tudo? É êste o limite do argumento do apóstolo Paulo? Não! Porque estamos também participando com Jeová Deus, e principalmente com êle. Assim como a participação, em adoração, de sacrifícios oferecidos a ídolos significa tornar-se “participantes com os demônios”, assim a nossa participação do único grande sacrifício oferecido a Jeová, o sacrifício de Cristo, uma vez para sempre, significa tornar-nos participantes com Jeová, ter comunhão com êle. Aceitamos como sacrifício a favor de nós o sacrifício de Cristo que foi oferecido a Jeová. Naturalmente, Jeová não participa do pão não levedado literal e do cálice literal de vinho, na refeição noturna do Senhor, mas êle participa da verdadeira carne e sangue dos quais o pão e o cálice são apenas símbolos. Por participarmos juntos dêste único sacrifício aceitável a Deus, cujos benefícios êle nos faz disponíveis, nós e Êle somos as partes do único novo pacto. Sim, e temos participação mútua, comunhão, parceria com êle, exatamente assim como temos no assunto do esclarecimento divino. Sôbre isso está escrito: “Aquilo que vimos e ouvimos também relatamos a vós, para que vós, também, possais ter parceria [koi-no-nía] conosco. Além disso, esta parceria [Koi-no-nía] nossa é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Se fizermos a declaração: ‘Temos parceria [koi-no- nía] com êle’, contudo continuamos a andar na escuridão, estamos mentindo e não estamos praticando a verdade. No entanto, se andarmos na luz, assim como êle mesmo está na luz, temos realmente parceria [koi-no-nía] uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, limpa-nos de todo o pecado.” — 1 João 1:3, 6, 7, NM.

37. Portanto, os que comem da refeição noturna do Senhor precisam estar todos a favor de quem? Por quê?

37 A escolha, então, é entre Jeová Deus e os demônios. Nenhum proceder de transigência, nem ser indiferente, nem andar vacilante, com duas opiniões diferentes, como em muletas, pode ser aceitável. Precisa haver adoração plena e indivisa, quer do único Deus verdadeiro, Jeová, quer dos falsos deuses demoníacos. Se os cristãos no novo pacto se reunem para “comer a refeição noturna do Senhor”, fazendo isso em memória dêle, e daí participam dos emblemas, o pão e o cálice de vinho, então declaram que estão participando da “mesa de Jeová” e que são “participantes do altar” de Jeová. Por esta razão têm de estar inteiramente a favor dêle. Não podem dividir a sua adoração e serviço. Não podem também participar dos sacrifícios que as nações dêste mundo (inclusive a cristandade) estão oferecendo aos muitos ídolos de várias espécies, nesta era moderna.

38. Como pode a participação dos emblemas da refeição noturna do Senhor ser a encenação duma mentira, e a que incitaria isso a Jeová? Com que consequências?

38 Ao mesmo tempo, vós os que celebrais a refeição noturna do Senhor, “não podeis beber do cálice de Jeová e do cálice dos demônios; não podeis participar da ‘mesa de Jeová’ e da mesa dos demônios”. Assim diz o apóstolo Paulo. “Não vos prendais a um jugo desigual com os descrentes. Pois . . . que associação [koi-no-nía] tem a luz com a escuridão? . . . E que acordo tem o templo de Deus com ídolos? Pois nós somos o templo do Deus vivo.” (2 Cor. 6:14-16, NM) Por tentar dividir o vosso amor, vossa devoção, vossa adoração e vosso serviço entre Jeová Deus e os demônios, estais então encenando uma mentira se assistis à refeição noturna do Senhor e participais dos emblemas. Assim estais pretendendo ter associação com o Deus da luz e participar com êle, mas, realmente não estais fazendo nada disso. Estais enganando a vós mesmos. Estais agindo hipócritamente. Estais ’andando na escuridão,. . . estais mentindo e não praticando a verdade’. Estais “incitando Jeová ao ciúme”, pois “êle é um Deus que exige devoção exclusiva”. Êle não aceita um amor dividido. (Êxo. 34:14, NM) Incitá-lo assim leva a sérias consequências. Por quê? Porque, conforme pergunta Paulo, “somos, porventura, mais fortes do que êle?” (1 Cor. 10:22, NM) Não, não somos. Portanto, não temos nenhuma medida de fôrça para resistir e vencer a destruição que êle traz sôbre nós por incitarmo-lo ao ciúme. — Sal. 78:58-64.

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