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  • Cumprindo meu propósito na vida
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1961
w61 15/6 pp. 380-383

Cumprindo meu propósito na vida

Conforme relatado por Giovanni DeCecca

CALITRI, na Itália, é o lugar onde nasci, em dezembro de 1879. Meus pais religiosos me fizeram batizar e mais tarde confirmar como católico romano. Pouco esperávamos que hoje, à idade de oitenta anos, eu olhasse carinhosamente para trás aos cinqüenta e quatro anos passados como uma das testemunhas de Jeová.

Depois da minha confirmação, eu queria saber, e finalmente perguntei ao nosso sacerdote: “O que preciso eu, como cristão, fazer para agradar a Deus” Ele respondeu: “Ser um homem bom, assistir regularmente à missa, ir à confissão, rezar o rosário, contribuir tudo o que puder para a igreja e fazer o que ela manda.” A resposta dele não me satisfez. Parecia egoísta e errado estar interessado apenas em mim mesmo. Por que não tentar ajudar outros e melhorar o mundo?

Por volta deste tempo, meu pai trouxe para casa uma Bíblia, e começou a lê-la para nós. Eu nunca tinha visto uma antes, e perguntava-me se esta me ajudaria a ser bom cristão. Conforme meu pai a lia para nós, dia após dia, comecei a interessar-me profundamente e eu mesmo queria lê-la. Visto que eu fora pastor de ovelhas, desde a idade de cinco anos, sem ter ido à ‘escola, não sabia ler. Quando meu pai me ensinou a ler, passei muitas horas felizes lendo o bom Livro. Embora muitas coisas não me estavam claras, cheguei a reconhecer que aquilo que os sacerdotes me diziam não estava de acordo com a Palavra de Deus. Fiquei muito desapontado quando procurei falar com o sacerdote sobre a Bíblia. Ele me disse que não me cabia entender e ensinar a Bíblia; que isto era o serviço dele! Ele me diria tudo o que eu precisasse saber para ser um verdadeiro cristão. Disse-me então a ir fazer a minha confissão. Fui, mas não tinha nada para confessar. Muito descontente, meu sacerdote falou de coisas terríveis sobre o purgatório e o tormento eterno, e ainda sobre outras coisas que não eram próprias para os ouvidos dum menino de menor idade. Eu fiquei bastante revoltado. Quando me disse que pusesse algo na caixa de coleta, para pagar os serviços do sacerdote, contribuí com dois centavos, e mais tarde me arrependi disso.

Ao continuarmos a ler a Bíblia, meu pai decidiu que não iríamos mais à missa. Sua decisão resultou em grande oposição de nossos parentes e antigos amigos. Os sacerdotes disseram-lhes que não tivessem nada que ver com nós, porque nós os iríamos desencaminhar. Ingressamos na igreja batista da localidade, onde ficamos sabendo que o purgatório nem mesmo é mencionado na Bíblia, nem falava ela qualquer coisa sobre a missa ou orar aos “santos”. O ministro disse-nos que devíamos orar a Deus e confessar a Ele os nossos pecados. Fiquei alegre de saber estas coisas, mas a doutrina do tormento eterno ainda me incomodava. Nosso ministro não soube dar uma resposta bíblica satisfatória. Isto foi um grande desapontamento para mira, porque me afligia muito o pensamento de sofrer para sempre num lugar de tormento. Continuei a ler a Bíblia, na esperança de encontrar alguém que soubesse responder às minhas perguntas.

Em 1900, quando eu tinha vinte e um anos de idade, emigramos para os Estados Unidos, fixando-nos em Connecticut. Consegui trabalho para ajudar a sustentar a minha família e comecei imediatamente a estudar inglês, com a ajuda dum dicionário italiano-inglês. Ao aprender a falar e a ler inglês, senti-me em casa na América. Ali continuei a ler a Bíblia, ainda esperando encontrar alguém que me ajudasse a compreendê-la.

Em 1904 foi satisfeita a minha esperança, quando uma colportora da Torre de Vigia visitou o lugar onde trabalhava, oferecendo compêndios para o estudo da Bíblia. Obtive dela os primeiros três volumes dos Estudos das Escrituras. O primeiro volume, chamado “O Plano Divino das Eras”, trouxe-me de modo notável a gloriosa mensagem da Bíblia. Fiquei tão feliz, que queria falar a todos que eu tinha encontrado a verdade. Quão maravilhoso era! Acabaram-se as minhas preocupações sobre o tormento eterno, pois o Livro inspirado de Deus dizia claramente que “o salário do pecado é a morte”, não o tormento. Aprendi que o reino de Deus, pelo qual Jesus nos ensinou a orar, trará vida eterna e perfeita felicidade a todos os que crêem no Senhor Jesus Cristo e o servem fielmente. Que mensagem para levar ao povo!

Meus primeiros esforços de divulgar estes maravilhosos livros não foram muito bem sucedidos, porque eu não sabia como fazê-lo. Quando tentei interessar o ministro batista, por dizer-lhe que o inferno não era um lugar de tormento eterno, ele perguntou: “Se o inferno for tirado da Bíblia, o que nos sobra?” Respondi: “Temos a Cristo, nosso Salvador, que nos remiu da maldição da morte, e seu reinado de mil anos, que trará paz, felicidade e vida eterna aos que lhe obedecem.” Isto acabou com a conversa.

Em Asbury Park, Nova Jersey, durante o congresso de 1906 dos Estudantes da Bíblia, eu me encontrei com várias centenas de cristãos dedicados que estavam bens versados nas Escrituras. Nunca esquecerei como estas pessoas amistosas falavam sobre a Bíblia todo o tempo, estando prontas e capazes de responder às rainhas perguntas. Se eu pudesse sempre estar com tais pessoas, quão feliz eu seria! Fiquei ali conhecendo o Irmão Charles Russell, presidente da Sociedade Torre de Vigia. Perguntei-lhe se eu podia trabalhar na sede da Sociedade. Depois de ouvir das minhas experiências na Itália e como eu tinha aprendido a verdade na América, ele me aconselhou de ser primeiro colportor, e talvez se achasse mais tarde um lugar para mim na sede. Fui batizado naquele ano, mas não me senti qualificado para o serviço de colportor. Um irmão que se empenhava então neste trabalho convidou-me a acompanhá-lo. Isto eu fiz, e em pouco tempo aprendi a colocar os compêndios bíblicos. Pela benignidade imerecida de Jeová, proferi até mesmo um discurso público em italiano, perante uma assistência de quatrocentas pessoas, em Roseto, na Pensilvânia.

No ínterim, a sede da Sociedade tinha sido mudada de Allegheny, Pensilvânia, para Brooklyn, Nova Iorque. Em dezembro de 1909, fui convidado a trabalhar no Betel de Brooklyn. Que privilégio, ser membro desta família dedicada! Antes de passar um ano, fui designado a servir os italianos na vizinhança, que mostravam muito interesse no reino de Deus: Nenhum deles podia dar conferências públicas, de modo que fiz o que pude, e o Senhor abençoou os meus esforços. Arranjaram-se freqüentes conferências em Connecticut, Nova Iorque, Massachusetts, Nova Jersey e Pensilvânia.

Depois de eu ter adquirido alguma experiência neste trabalho, a Sociedade enviou-me a viagens regulares de “peregrino”, a lugares distantes. Numa destas designações a S. Luís, vários jovens católicos vieram à reunião com pedras nos bolsos, prontos para lançá-las sobre mim se não gostassem do que ia dizer. Não lançaram pedras, ruas depois de ouvir o discurso, alguns permanecera na para fazer perguntas bíblicas e ficaram interessados na verdade.

Em Rochester, um homem aproximou-se de mim, depois da conferência, empenhando-se comigo numa discussão acalorada por mais de uma hora. Ele partiu convencido da verdade e mais tarde tornou-se ministro pioneiro de tempo integral. Iole ainda se empenha fielmente na obra de Jeová. Durante outra conferência, em Springfield, Massachusetts, alguns rufiões subiram ao palco e tentaram interferir. Falei mais alto do que êles, e a assistência continuou a prestar atenção. Por fim, os perturbadores saíram. Duas famílias que tinham ouvido a conferência tornaram-se ministros das boas novas.

Em princípios de 1914, exibiu-se o Fotodrama da Criação, da Sociedade, aos que falavam inglês, com o acompanhamento de discursos explanatórios registrados. Quando estes discursos foram mais tarde traduzidos para o italiano, eu fui convidado a lê-los enquanto se projetavam as imagens. Sabendo que cada uma das quatro partes do Fotodrama levava duas horas para apresentar, perguntava-me como ia manejar isso. Visto que Jeová havia abençoado os meus esforços fracos nas conferências públicas, estava ansioso de tentar. Ele me deu forças, e eu me saí bem. Milhares de pessoas viram as exibições e muitos deixaram seus nomes, pedindo mais informação bíblica. Outros participaram comigo na obra alegre de visitar estas pessoas nas vizinhanças de Betel e em aumentar seu interesse.

Uma irmã na verdade, de nome Grace Harris, impressionada pelo zelo e vigor com que proferi os discursos do Fotodrama, enamorou-se do orador. Fomos casados pelo irmão Russell, em 1916. Grace tem sido uma verdadeira ajudadora para mim por mais de quarenta anos, e ainda é. Por tudo isso sou muito grato a Jeová.

Quando o Fotodrama acabou de servir à sua finalidade, fiquei com mais tempo para me devotar aos meus deveres no departamento italiano da Sociedade, traduzindo cartas e ajudando com a correspondência. Era maravilhoso estar no lar de Betel! Daí, em 1916, recebemos todos um grande choque. O irmão Russell morreu num trem que o trazia de volta duma viagem de conferências na Costa Ocidental. ‘Que faremos agora?’ perguntavam muitos. Acreditávamos que o Irmão Russell fosse “aquele servo” mencionado em Mateus 24:45-47, aos cuidados de quem se confiaram todos os interesses do Reino. Acabara o nosso trabalho ou devíamos continuar a pregar as boas novas, assim como fizéramos durante a sua vida terrestre? Alguns ficaram desanimados e cessaram, mas a maioria continuou trabalhando e foi ricamente abençoada pelo Senhor.

Na reunião de negócios, em janeiro de 1917, o irmão José Rutherford foi eleito presidente da Sociedade. Tudo foi bem, por algum tempo, até que uns poucos irmãos, que se consideravam os legítimos diretores da Sociedade, procuravam mudar os estatutos e dominar a obra. Suas tentativas de fazer do presidente apenas uma testa-de-ferro, que satisfizesse as ambições deles, não foram beta sucedidas, embora causassem muita confusão e tristeza aos amigos que tinham sido por anos leais à Sociedade. Fracassando, os rebeldes abandonaram o Betel e a obra. As coisas progrediram então bem, até o verão de 1.918.

Naquele ano, um grupo de ministros da religião falsa insistiram junto ao governo dos Estados Unidos no sentido de impedir a obra da Sociedade, sob a alegação de que os encarregados dela eram desleais aos esforços de guerra. Afirmava-se que a nossa pregação do reino de Deus como a única esperança, indicando a Primeira Guerra Mundial como cumprimento de profecia, iria desencorajar os homens de ir à guerra. As acusações levaram à prisão e ao julgamento de funcionários e associados da Sociedade, por não tomarem parte ativa na guerra. Por ter aconselhado meu irmão mais jovem sobre a maneira correta de pedir a sua classificação como ministro, o que ele era, eu fui um dos acusados no caso.

Recebemos o que mais tarde se revelou ser um julgamento injusto. Fomos mandados à prisão federal de Atlanta, Georgia. Ao passo que os outros receberam sentenças muito longas, a minha foi comparativamente curta. O irmão Macmillan, um dos outros acusados, ainda diz que isto se devia ao fato de eu ser de estatura menor que os outros. Na alfaiataria da prisão encontrei vários outros italianos que estavam ali por falsificação de dinheiro. Dei-lhes testemunho a respeito do reino divino de paz e perfeição para a humanidade. Alguns ouviam com apreciação; outros pensavam que era bom demais para ser verdade.

A justiça começou a triunfar, e fomos libertos de Atlanta na primavera de 1919, sendo mais tarde completamente inocentados. Voltando a Brooklyn, fomos recebidos por muitos amigos reunidos para cumprimentar-nos. Foi uma reunião feliz de família. Naquele setembro, em Cedar Point, Ohio, mais de 7.000 amigos dedicados reuniram-se num congresso, para aprender, no possível, o que o Senhor queria que fizéssemos. Para nosso prazer, vimos da Bíblia que ainda havia uma grande obra de pregação da mensagem do Reino a fazer entre as nações. Voltarmos a Cedar Point para outro congresso, em 1922, onde todos ficaram animadíssimos com as perspectivas de coisas maiores no futuro. Grace e eu nos regozijamos ter participado todo o tempo nesta obra do Reino, cada vez maior.

Estávamos ocupados nas nossas designações em Betel, e os anos correram rapidamente. Assistimos a muitos congressos do povo de Jeová, tais como os de Columbus, em 1931 e 1937, S. Luís, em 1941, Los Angeles, em 1947, e a primeira assembléia grande no Estádio Ianque em Nova Iorque, em 1950. Foram experiências alegres, ao vermos como Deus prosperava o crescimento de sua organização terrestre.

Em 1951, e novamente em 1955, a Sociedade e nossos amigos tornaram possível que visitássemos a Itália, onde tive o prazer de falar perante várias congregações de nossos irmãos. Durante a viagem de 1955, estávamos entre os vários milhares que visitaram diversos congressos em muitas cidades da Europa. A assembléia em Roma, no belo auditório originalmente intencionado para glorificar Mussolini, foi um louvor ao nome de Jeová e impressionou profundamente o povo de Roma.

De volta em Brooklyn, minha esposa e eu somos felizes em ter uma parte regular no trabalho de porta em porta, em revisitas e estudos bíblicos domiciliares. Reconhecemos também a importância de assistir às reuniões e às assembléias providas por Jeová. Embora às vezes cansados na hora da reunião, sempre voltamos para casa grandemente reanimados.

Ao repassar mentalmente os cinqüenta e quatro anos que passei no serviço de Jeová, posso dizer verazmente que estes foram os anos anais felizes de minha vida. Cinqüenta e dois deles passei como membro da família de Betel de Brooklyn — um privilégio de serviço que recomendo calorosamente a qualquer jovem cristão. Houve certamente algumas provações, mas estas aumentaram nossa fé em Jeová. Nunca duvidei de que ele está usando a Sociedade para dirigir a obra mundial de testemunho que Jesus predisse em Mateus 24:14. Conforme Paulo disse, qualquer tribulação ‘não é nada em comparação com a glória que nos será revelada’. — Rom. 8:18.

Nossa grande esperança é ter parte no novo mundo justo de Deus, onde poderemos louvá-lo e servi-lo para sempre. Com a ajuda de Jeová, seremos bem sucedidos em cumprir este bendito propósito na vida.

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