Observando o Mundo
Indulgência papal
Para celebrar o milênio, o Papa João Paulo II proclamou o ano 2000 um Ano Santo e ofereceu indulgências àqueles que peregrinarem a Roma, noticia o jornal L’Osservatore Romano. Uma indulgência é um meio de o católico ficar isento da punição pelo pecado. O jornal do Vaticano diz: “Toda boa obra realizada sob graça merece uma recompensa.” Mas o mesmo jornal comenta que a prática também levanta questões interessantes, como: “Se a graça do perdão de Deus é oferecida a todos, por que é preciso que a Igreja conceda indulgências?”, e: “Se a Igreja pode dar indulgência plenária [total], por que se incomodar em conceder indulgências parciais?”
Doença silenciosa
A osteoporose é uma doença silenciosa que “ameaça mais de 28 milhões de americanos e cerca de 1,4 milhão de canadenses”, diz o jornal Toronto Star. Afeta homens e mulheres, jovens e idosos, e “ocorre quando as células velhas dos ossos se decompõem mais rápido do que podem ser repostas por osso novo”. Quem tem a doença talvez não a perceba até sofrer uma fratura óssea. Especialistas acreditam que o excesso de dietas por parte de um número crescente de adolescentes e atletas universitários está “erodindo os ossos que eles deveriam estar desenvolvendo para a vida adulta. Jovens que fazem dieta muitas vezes deixam de lado alimentos necessários para fortalecer o esqueleto”. Segundo a reportagem, “cerca de 90% do máximo de massa óssea já foi acumulado por volta dos 18 anos; os adultos alcançam seu máximo por volta dos 30”. O artigo recomenda que, para aumentar a densidade óssea, todos deviam ‘ingerir cálcio e vitamina D suficientes, exercitar-se regularmente, não fumar, nem beber demais’.
Passageiros problemáticos
“A ira do ar” — comportamento agressivo de passageiros de avião — “aumentou 400% nos últimos cinco anos”, diz a revista Business Traveler International. O que causou esse aumento drástico? O fator principal é o estresse. Vôos atrasados ou cancelados, pouco espaço no avião e medo de voar são coisas que criam ansiedade, o que, por sua vez, pode gerar acessos de ira. “As empresas aéreas vendem a idéia de que viagens aéreas são rápidas e tranqüilas, mas não é bem assim”, diz Stuart Howard, da Federação Internacional de Trabalhadores em Transportes. O representante de uma grande companhia aérea acha que instituir a proibição de fumar em vôos também contribui para a “ira do ar”. Segundo o artigo, “fumantes frustrados foram responsáveis por mais da metade dos incidentes envolvendo passageiros problemáticos” em uma companhia de aviação, em 1997. Outro fator é o álcool, cujos efeitos podem ser potencializados em grandes altitudes. O que o artigo sugere fazer se outro passageiro estiver fazendo barulho? “Não chame a tripulação. Em vez disso, saia do lugar e discretamente fale com alguém da tripulação.” Ele também sugere: “Isole-se de possíveis problemas com um material de leitura leve ou ouvindo música suave” num walkman.
Funerais caros
Cada vez mais pessoas recorrem à cremação para diminuir os custos do funeral. Segundo a Associação Nacional de Agentes Funerários, dos Estados Unidos, o custo médio de um funeral tradicional naquele país era de 4.600 dólares em 1996. Em contraste, “a cremação custa entre 500 e 2.000 dólares”, diz o Chicago Sun-Times, “dependendo do tipo de caixão escolhido para a própria cremação e da urna em que as cinzas ficarão guardadas”. Também, com a cremação não se precisa de vaga no cemitério nem de lápide, que podem aumentar em 40% o custo do enterro tradicional. Segundo o jornal, em 1997, nos Estados Unidos, a cremação foi usada em 23,6% dos funerais e espera-se que essa cifra atinja os 42% nos próximos dez anos.
Fósseis ameaçados
Sítios arqueológicos com fósseis, que sobreviveram por milênios, estão ameaçados pelo roubo, vandalismo e turismo descontrolado, diz a revista New Scientist. “Alguns geólogos gostariam de levar os fósseis mais preciosos para museus ou proibir as visitas a esses sítios”, diz a revista. Outros, porém, dizem que o público tem o direito de ver esses fósseis no seu ambiente natural. Na tentativa de solucionar o problema, a Associação Paleontológica Internacional começou a preparar uma lista de sítios ameaçados no mundo todo. Mas até agora, somente 50 locais foram alistados.
Dentista sem dor?
Muitos pacientes gostariam de ver o fim da tradicional broca do dentista. Segundo a revista FDA Consumer, isso até certo ponto logo poderá acontecer. A Administração de Alimentos e Remédios, dos EUA, recentemente aprovou o uso do laser de érbio (YAG) em cirurgias dentárias. Em vez de remover a cárie com uma pequena broca, os dentistas podem usar agora um laser, basicamente vaporizando o tecido cariado do dente, diz a revista. O laser tem várias vantagens sobre as brocas tradicionais. Primeiro, geralmente é indolor. Assim, muitos pacientes não precisarão mais de anestesia. Segundo, visto que não precisa esperar a boca do paciente ficar dormente, o dentista pode iniciar o tratamento imediatamente. Além disso, eliminam-se as enervantes vibrações da broca de alta velocidade. Uma grande desvantagem, porém, é que não se pode usar o laser em dentes já obturados.
Lixo nuclear
Desde os anos 60, mais de 200.000 toneladas de combustível gasto foram refugadas pelas usinas nucleares no mundo, diz a revista New Scientist. Todo ano, mais 10.000 toneladas são acrescentadas a esse total. Para onde vão esses resíduos mortíferos? “A maior parte fica simplesmente armazenada perto do reator”, diz a revista. Mas esses locais foram projetados para guardar lixo radioativo por apenas algumas décadas. De modo que, mais cedo ou mais tarde, o lixo nuclear terá de ser transferido para depósitos permanentes. O problema é que nenhum país teve êxito em estabelecer um depósito subterrâneo para seus resíduos radioativos. Em resultado disso, “a indústria nuclear está presa numa armadilha que ela mesma armou”, diz a New Scientist.
Faça gestos para lembrar da palavra certa
“Novas pesquisas mostram que os gestos muitas vezes ajudam os oradores a encontrar palavras nos seus bancos de memória”, diz a revista Newsweek. Em geral, usam-se gestos descritivos para indicar o tamanho ou o formato de um objeto, ao passo que outros gestos, como “erguer e abaixar a mão rápida e repetidamente, acompanhando o ritmo das sentenças”, têm uma função diferente. Robert Krauss, professor de psicologia da Universidade de Columbia, diz que esse tipo de gesto “ajuda a pessoa a encontrar palavras difíceis na memória” abrindo o que ele chama de “memória léxica”. Os pesquisadores comparam essa memória à codificação que acompanha certos cheiros, sabores ou sons ligados a eventos. Por exemplo, assim como o cheiro de certo perfume pode evocar lembranças da vovó, gesticular pode abrir “portas” similares para uma palavra, segundo o neurocientista Brian Butterworth.
Mortes no trabalho
Mundialmente, 3.000 pessoas morrem todo dia em resultado de acidentes de trabalho, noticia o diário francês Le Monde. Segundo o Escritório Internacional do Trabalho, anualmente 250 milhões de trabalhadores se machucam, resultando em mais de um milhão de mortes. “O número de mortes no trabalho é maior do que o número médio de mortes, por ano, em acidentes de trânsito (990.000), conflitos armados (502.000), outras formas de violência (563.000) e Aids (312.000)”, diz o jornal.
Epidemia de câncer da boca
Em Délhi, na Índia, a incidência de câncer da boca é quatro vezes maior do que em Los Angeles, Califórnia, noticia o jornal The Indian Express. Atualmente, 18,1% dos novos casos de câncer entre a população masculina de Délhi são de câncer da boca; em 1995 eram 10%. As principais causas de câncer da boca são fumar bidis (cigarros indianos), mascar tabaco e pan masala (uma mistura de tabaco, noz-de-bétele esmagada e outros ingredientes), que é enrolado numa folha e mascado. O jornal considerou alarmante o aumento no uso de pan masala por parte de desavisadas crianças em idade escolar. Um especialista avisa que toda a Índia se encaminha para uma “epidemia de câncer da boca”.